quinta-feira, 27 de março de 2014

O discurso emocionante do Prof Beto para os formandos em Ciências Sociais na UESC



Carlos Roberto Guimarães (Prof.Beto)
Quero primeiro cumprimentar a magnífica reitora da UESC, a Professora Doutora Adélia Maria Carvalho de Melo Pinheiro em nome da qual cumprimento os demais integrantes da mesa.

Cumprimento os formandos, meus afilhados, os formandos de Ciências Sociais.
Também cumprimento os demais professores e alunos aqui presentes, funcionários, pais, amigos e demais convidados.

Queria começar minha fala retomando uma conversa que tive com os formandos ainda no meu primeiro encontro com a turma, quando eles eram ainda calouros do primeiro período. Se tivesse que escolher um título para esta reflexão que proponho aqui seria “Apologia aos esquisitos”... 

Sim, os esquisitos. E é isto mesmo que estão pensando formandos: os esquisitos aqui são vocês. Mas, o que significa esquisito? Esquisito é aquilo que é diferente, que nos é estranho, que escapole à padronização, fora do trivial, que foge da mediania. Mas porque este título? Certamente é o que vocês estão se perguntando! Podem inclusive acusar-me de estar aqui simplesmente exercendo um discurso retórico, vazio de sentido. Deixemos, pois em suspenso a tal esquisitice!

Quando analisamos estatísticas referentes a processos seletivos para o ingresso nas universidades, percebemos que o curso de Ciências Sociais está longe de ser o mais procurado. Encabeçam a lista de preferência cursos como Direito, Engenharia, Medicina, dentre outros. E, se a disputa pela vaga é acirrada nestes cursos, significa então que estes são os cursos que “todo mundo deseja”... 

Uma multidão de jovens lotam turmas de pré-vestibulares para pleitear uma cadeira nestes cursos. É assim hoje, acredito que será assim amanhã e, é o que me interessa aqui, foi assim no ano de 2009. Enquanto uma multidão procurava tais cursos, eis que um grupo de jovens caminhava na contramão. 

Ora, são muitas as razões para se pleitear tais cursos: noves fora os motivos de ordem vocacional ou algo que o valha que realmente movem jovens na busca pela medicina, direito ou engenharia, noves fora tudo isto, suspeito que grande parte desta multidão alimente o sonho de um retorno financeiro, a busca por um status ou qualquer coisa parecida. Tudo isto também é legítimo, a fala aqui não tem pretensão de emitir nenhum juízo de valor. Não estou aqui para falar sobre o que se passa com um estudante destes cursos.   

O que se quer é entender o que diabos se passa na cabeça de um jovem que caminha na contramão desta maioria. Que diabos, meus caros formandos, se passava na cabeça de vocês naquele ano de 2009 ao buscar o curso de Ciências Sociais... Pretendiam ficar ricos? Certamente que não. Busca por status... Não. Então o que os move, meus afilhados, senão uma esquisitice. Convenhamos: é esquisito. 

Não é à toa, que quando um jovem anuncia que vai fazer engenharia, recebe logo em seguida um parabéns! Vou fazer direito... Opa: coisa boa, siga em frente. Mas quando se anuncia: vou fazer Ciências Sociais... O que se ouve, de supetão, não é o parabéns! O que se ouve é uma pergunta: Por quê? Este porque é sintomático. Não é necessário perguntar a um jovem o porquê de ele estudar direito. A escolha se autojustifica. É só dar os parabéns! Mas se a escolha é o curso de Ciências Sociais faz-se necessário uma explicação e, só se exige explicação daquilo que é, de início estranho, esquisito. 

E estranho e esquisito é aquilo que foge à alçada de uma razão, que é a razão que norteia e ilumina o desejo de uma multidão que se acotovela nesta acirrada busca pela cadeira de um destes concorridos cursos. E é esta razão que se sente incomodada por suas escolhas, afilhados. Ela se sente incomodada por que a escolha de vocês não se deixa calibrar pela cifra desta racionalidade. Vocês são aqueles que se negam a rezar nesta cartilha. E é por isto que a pergunta do porque é capciosa... É de difícil resposta. 

Certamente, todas as vezes que vocês se depararam com tal pergunta, vocês se atrapalharam. E se atrapalharam, caros afilhados, porque a pergunta é caduca, é despropositada. E uma pergunta caduca, despropositada é uma pergunta fora de foco, e por ser fora de foco, ela não tem sentido, e se não tem sentido, não pode ser respondida. Ou seja: vocês jamais poderão responder por que escolheram fazer Ciências Sociais; e mais: todas as vezes que se arvoraram em responder, a resposta não passou de retórica.

Vocês jamais podem responder por que escolheram fazer Ciências Sociais, porque no fundo, vocês nunca escolheram este curso. E aqui estamos no cerne da esquisitice. Vocês internamente devem agora estar fazendo objeções à minha fala, argumentando – não professor! Nós escolhemos sim! Existia um conjunto de possibilidades, uma gama de cursos e, diante deles, usamos nossa razão, calculamos, ponderamos e escolhemos! Sinto muito afilhados... Ledo engano! A sensação de que se escolheu nada mais é do que a artimanha de uma razão que teima em nos sabotar. 

Vocês nunca fizeram esta escolha. Vocês não escolheram Ciências Sociais, porque não se pode escolher aquilo que se ama. Nós não escolhemos aquilo que nos apaixona; apaixonamo-nos, simplesmente! Tal qual um jovem que, apaixonado por sua mulher, sente-se orgulhoso por ter feito tão feliz escolha, quando, no entanto, o que aconteceu é que este jovem não escolheu esta mulher... Na verdade, o que ocorreu é que ele foi afetado, tomado, arrebatado por ela. E ao se embriagar com tudo isto, a sua própria razão não se deu conta e, quando esta razão se aprumou um pouco, ela olhou para a mulher e disse, com toda soberba: eu te escolho... Só que já era tarde demais para esta razão fazer a escolha... Ela, a razão, já tinha sido tomada, assaltada, reivindicada, afetada pela paixão.

Tá querendo enganar quem razão? E assim é o caso de vocês, meus afilhados: antes de mais nada vocês foram afetados, arrebatados, tomados por este fenômeno chamado sociedade. Mas, o que é a sociedade? A sociedade nada mais é do que um complexo fenômeno constituído por um conjunto de impulsos, interesses, desejos, amores, ódios, rezas de todo tipo, perspectivas ideológico-políticas de toda sorte, todo naipe de querença.

Quando vocês acharam que estavam escolhendo fazer Ciências Sociais, no fundo vocês já estavam enamorados, tomados, reivindicados por todo este conjunto de querenças e mais toda uma sutileza de humores para os quais não encontro palavras...Vocês foram afetados por todas estas querenças que constituem este complexo fenômeno que, no fundo, responde pelo nome de vida. 

Um cientista social nada mais é do que um ser afetado por este fenômeno. E como já alertei, não escolhemos o que nos afeta, o que nos apaixona. Mas não é qualquer um que se afeta por tudo isto, não basta ter razão, faz-se necessário ter uma alma afinada pela vida a ponto de ser sensível a todas estas querenças que permeiam o fenômeno vida em sociedade. É por isto, meus afilhados, que as Ciências Sociais, não são para todos, não são para a maioria... São para poucos.

Não basta ser bom de cálculo, é necessário ter coração e ouvido afinados para auscultar todas estas querenças. E ter este ouvido e este coração afetado pelas querenças da sociedade é que é o divino, é que é o céu de vocês... É o céu, mas é também o inferno de cada um de vocês, pois é justamente por serem afetados que vocês não mais podem ser indiferentes às mazelas que acometem à sociedade que respondem pelo nome de corrupção; vocês não mais podem ser insensíveis às causas de uma praga que assola milhares de pessoas que denominamos de fome; desde sempre agora, o mais baixo gemido de uma dor injusta que ecoe na sociedade alcançará decibéis altíssimos em seus ouvidos. 

E durma-se com todo este barulho caros formandos. Durma-se não: e tome leituras e teorias desde os clássicos para tentar destrinchar o que ocorre nas vísceras deste fenômeno complexo que é a sociedade que, aqui, eu chamo de vida. Vejam formandos, onde é que vocês foram se meter. Por isto, que me perdoem os gênios da física, da engenharia, da matemática. Estudar o átomo, as equações matemáticas mais sofisticadas, tornam-se fichinhas perto do que vocês estudam. 

Sou suspeito para dizer isto: mas, aqui neste momento, estes 14 jovens passam a fazer parte de um seleto grupo que, a meu ver, constitui o que há de mais nobre e sofisticado numa comunidade científica. Por isto esta apologia... Por isto eu os reverencio! Obrigado!

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Casamento: um caminho para o bem ou para o mal

Estamos em um tempo onde se vê o surgimento de novos paradigmas norteando as instituições sociais. A política, a religião, a educação e a família, por exemplo, têm sido desafiadas a apresentarem suas reais contribuições para o bem-estar individual e coletivo.

Homens e mulheres, mais do que em nenhum momento da história, estão em busca de uma felicidade que não seja apenas superficial, mas plena.

Nessa busca, o casamento, nas últimas décadas, passou de um passo peremptório na vida social do indivíduo a um caminho para o bem ou para o mal. Uma espécie de caminho com volta, não mais visto como definitivo como foi no passado, mas uma tentativa de completude que, quando não ocorre, volta-se para o ponto de partida.

O livro "A Anatomia do Divórcio", pretende apresentar respostas que ao serem colocadas em prática, poderão dar ao praticante a possibilidade de trilhar caminhos sem que este tenha que se preocupar com retorno quando o assunto é casamento.

Um caminho que no nosso modo de ver, começa a ser trilhado não no "vos declaro marido e mulher", mas no "eu aceito namorar com você". A partir daí inicia-se uma jornada que pode levar ao "felizes para sempre" ou ao "saia da minha vida de uma vez".

Leia mais no elogiado livro "A Anatomia do divórcio: do namoro ao novo casamento". Adquira já o seu exemplar em uma livraria perto de você ou peça pelo telefone 73 8825 9450

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Quais as causas do divórcio?

Em dezembro de 2012, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE informou, baseado no número oficial de registro civil de 2011, que a taxa de divórcio no Brasil atingira 2,6 para cada mil habitantes, o maior percentual desde que começou a ser estatisticamente medido em 1984.

Essa constatação, longe de ser uma exclusividade brasileira, é realidade em todo o mundo, o número de divórcio cresce a cada dia. Mas o que a sociedade pergunta é: o que está acontecendo com o casamento?

Quais as razões para aumento tão alarmante nos indicadores de divórcios? E, mais do que isso: Quais são as consequências para a sociedade? O que está por detrás? Os envolvidos diretos, filhos, homens e mulheres, como estão lidando com a situação?

E a religião que sempre se colocou como guardiã da família nuclear e da indissolubilidade do casamento, como está se portando diante desta realidade? É possível prever a separação conjugal já a partir do namoro? Há uma idade ideal para casar?

Estas e outras considerações você pode encontrar lendo o livro "A anatomia do divórcio: do namoro ao novo casamento". Adquira já o seu em livrarias ou através dos telefones 73 8825 9550/ 73 8832 6223

sábado, 18 de janeiro de 2014

Crítica do Livro "A Anatomia do Divórcio" pelo sociólogo Dr. Elias Lins Guimarães

Click na imagem para visualizá-la em tamanho natural.
O livro "A Anatomia do Divórcio", escrito de forma inteligente e evocativa, contém reflexões e estados de alma que exprimem, por meio de um olhar fecundo do autor, uma lógica relacional entre imagens postas em papel com um invólucro contemporâneo, diáfano e as vicissitudes do passado, esperanças do presente e do futuro, animadas por interpretações analíticas e construtivas do microcosmo das relações conjugais e de suas crises.
Cada capítulo desenvolve tópicos que abordam o "ciclo vital da família" nos quais são discutidos atitudes e comportamento que às vezes se repetem nos capítulos seguintes. Contudo, mantém-se numa sequência sistematizada e exemplificada de questões de gênero, casamento e emprego feminino, arranjos familiares pelos compromissos e não pelo amor e dos filhos do divórcio, oportunizando uma discussão dos conhecimentos que tínhamos para iniciar um novo aprendizado mais adequado à etapa de vida em que nos encontramos.
Claramente idealizado pelo efeito sistêmico de nossas crises em relação aos institutos família e divórcio, o livro aponta o sentido de valores fundamentais concernentes à igualdade e à dignidade humana, perpassando pelas representações simbólicas sobre o medo do futuro, a posição da mulher no casamento, a luta pelo equilíbrio das contas e dos dias, o sabor da liberdade, a solidão da espera, mostrando-nos que nem sempre qualquer momento é o momento certo para se recomeçar.
Mesmo tratando-se de um obra ficcional, sua intenção explícita é a tese da defesa do núcleo familiar numa sociedade cada vez mais individualista. A tessitura que enleva a narrativa enfatiza a discussão de saber como as gerações mais novas, nesse contexto, serão capazes de produzir uma família que atenda a tantas necessidades e permita tanta liberdade sem a degradação familiar.
Um livro como este, ao buscar conhecimento para fora da academia, certamente, pode nos ajudar. Não somente por causa do seu proverbial otimismo, mesmo pautando-se na antinomia entre o sonho e a realidade que se aloja na ilusão fecunda, mas principalmente porque seu texto nos infunde sensível esperança.
O resultado se mostra muito atraente. Uma abordagem ao mesmo tempo comovente, acessível e introspectiva que pode ser cotejada como nossas próprias experiências, tarefa imensamente facilitada pelos relatos que o autor propicia em cada capítulo. Sem dúvida, somos agraciados com uma nova compreensão das mudanças e transformações que o tempo produz na rotina das relações conjugais.

Dr. Elias Lins Guimarães
Sociólogo, Dr em Educação, Pró-Reitor de Graduação na Universidade Estadual de Santa Cruz - Ilhéus - Bahia - Brasil

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

O DESESPERO DA GLOBO: EMISSORA PEDE QUE LULA SEGURE OS MANIFESTANTES E COMBATA O GOOGLE NO BRASIL

A pauta do recente encontro entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente dasOrganizações Globo João Roberto Marinho, confirmado pela assessoria do Instituto Lula, vazou nesta sexta-feira em um blog na internet e revela o desespero da maior organização midiática de ultradireita na América Latina com a força das manifestações de rua, que cobram o fim do monopólio nas comunicações e o pagamento de impostos devidos pela emissora à Receita Federal. Pressionada por mais um protesto, convocado para esta sexta-feira, em frente às suas instalações, na capital paulista, e pela queda no faturamento devido ao aumento significativo da audiência na internet, a empresa visava o abrigo de um dos maiores ícones das esquerdas no país.
Segundo o titular do blog Conversa Afiada, o jornalista Paulo Henrique Amorim (PHA), Marinho “foi ao Presidente Lula pedir ajuda contra o Google”. Citando fonte, o também apresentador de um jornal noturno na Rede Record, principal adversária da Rede Globo na TV aberta, afirmou que “a publicidade está numa situação tal que pode provocar uma crise” no setor, que reúne a mídia conservadora no país e é conhecido, por sua atuação política, como Partido da Imprensa Golpista (PIG). Seu interlocutor não disse, mas “imagina-se que o Lula deva ter achado ótimo”, comentou o colunista.
Depois de culpar o Google, maior mecanismo de buscas e difusor de publicidade na web, no mundo, pela queda na arrecadação dos veículos de comunicação que controla no país, segundo PHA, “filho do Roberto Marinho – segundo esse passarinho inconfidente – passou a ‘espinafrar’ a Dilma. Que a Dilma isso, que a Dilma aquilo, e, além do mais, a Dilma não o recebe – não recebe o filho do Roberto Marinho”.
“E, aí, amigo navegante, a bomba! O filho do Roberto Marinho pediu ao Lula para voltar. ‘Volta, Lula, volta, pelo amor de Deus! Mas, como? indagou o Lula”, segundo a fonte.
– Vocês me espinafraram todo dia e você vem aqui me pedir para voltar? – teria questionado o ex-presidente
– Mas, você é diferente, Lula, respondeu o filho do Roberto Marinho. Você é um estadista – disse João Roberto Marinho, segundo o jornalista.
“O filho do Roberto Marinho foi embora sem uma gota de esperança”, acrescenta PHA. Após a saída do visitante, Lula teria comentado com a fonte:
– Esses caras me esculhambam o tempo todo e agora querem que eu volte. Ora, vai …
Temor justificado
Ainda segundo PHA, Marinho tem razões de sobra para estar assustado com o crescimento do Google no país. Recentemente, a agência norte-americana de publicidade Omnicom, a segunda do mundo, associou-se à francesa Publicis para se tornar a primeira do mundo, em uma tentativa de enfrentar o Google, que se tornou, de fato, a maior agência mundial de publicidade. “O Google é o maior destinatário de publicidade do Brasil, depois da Globo”, constata PHA. Atualmente, segundo projeções de analistas do setor, a internet detém 15% da verba de publicidade do Brasil mas, na próxima década, chegará aos 50%. O Google paga em dólares aos proprietários dos sites na internet e, na soma de publicidade no Google, no Youtube e Twitter, a conta já se aproxima do faturamento da Globo. Sem os 75% a 80% do mercado publicitário na tevê aberta, como ocorre hoje no Brasil, o modelo de negócios da Globo naufraga, segundo PHA.
“Não tem como pagar US$ 300 mil de capítulo de novela, três novelas no ar, novas, por dia, 365 dias por ano. Nem R$ 15 milhões por mês de salário a atores que não estão no ar. Um dia, o SBT e a Bandeirantes procuraram o presidente Fernando Henrique (…) para que o capital estrangeiro entrasse na indústria da tevê brasileira”, lembra o jornalista. FHC, diante do pedido, teria dito a um diretor da Band que ele próprio não tinha como enfrentar a Globo, que eles fossem ao Congresso lutar por isso.
“Quando a Globo quebrou, ela precisou de capital estrangeiro no cabo e o FHC deu. Quando o presidente Lula assumiu, a Globo estava quebrada. O PT poderia, ali, quebrar a espinha da Globo. O Ministro Palocci, de inúmeros serviços prestados ao neolibelismo pátrio e à indústria de supermercados salvou a Globo. Foi ali que a Globo começou a sonegar Imposto de Renda. E até hoje não mostrou o DARF (recibo do pagamento dos impostos devidos em um rumoroso processo judicial que monta cerca de R$ 1 bilhão)”, escreveu o jornalista.
Concentração absurda
A própria Secretaria da Comunicação (Secom) da presidência da República, responsável pelo investimento publicitário das verbas do governo federal, autarquias e empresas estatais, publicou recentemente um texto no qual questionava as críticas realizadas por pequenas empresas de comunicação e empreendedores individuais, entre eles blogueiros, acerca dos seus critérios na aplicação dos recursos públicos em publicidade. Não ficou sem resposta. A associação dessas pequenas empresas de comunicação, com representatividade em todo o país (Altercom) tem defendido os interesses da sua base e proposto entre outros pontos que se estabeleça como política a destinação de 30% das verbas publicitárias às pequenas empresas de comunicação. Pratica adotada em outros setores da economia, como na compra de alimentos para a merenda escolar. E também em outros países onde a pluralidade informativa é obrigação do Estado, inclusive do ponto de vista do financiamento.
Leia, adiante, a nota da Altercom:
“Em nome da qualidade do debate democrático, a Altercom utilizará os números do estudo divulgado pela Secom para defender sua tese de que a política atual do governo federal está fortalecendo os conglomerados midiáticos, não garante a pluralidade informativa e mais do que isso não reflete os hábitos de consumo de comunicação e informação do brasileiro. Tem como única referência os parâmetros das grandes agências de publicidade e seu sistema de remuneração onde o principal elemento é a Bonificação por Volume (BV).
A partir disso, seguem algumas observações que têm por base os números do estudo publicado e assinado pelo secretário executivo da Secom.
- Em 2000, ainda no governo FHC, o meio televisão representava 54,5% da verba total de publicidade que era de 1,239 bilhão. Em 2012, esse percentual cresceu para 62,63% de uma verba de 1,797 bilhão. Ou seja, houve concentração de verba em TV mesmo com a queda de audiência do meio e o fortalecimento da internet.
- Em 2011, os grandes portais receberam 38,93% das verbas totais de internet. Em 2012, os grandes portais passaram a receber 48,57% deste volume. Mesmo com a ampliação da diversidade na rede a Secom preferiu a concentração de recursos.
- Também de 2011 para 2012, a Rede Globo aumentou sua participação no share de Tvs. Saiu de 41,91% em 2011 para 43,98% no ano passado.
- Se a Secom utilizasse como base o que a TV Globo recebeu da sua verba total ano a ano, o resultado seria desprezível do ponto de vista da desconcentração como defendido a partir do estudo. Em 2000 a TV Globo teve 29,8% do total da verba da Secom e em 2012 esse percentual foi de 27,5%. Neste número não estão incluídas as verbas para TV fechada, que eram de 2,95% em 2000 e passaram para 10,03% do total do meio TV em 2012. Nesse segmento, provavelmente a maior parte dos recursos também vai para veículos das Organizações Globo que ainda tem expressivos percentuais dos recursos para jornais, rádios, revistas, portais etc.
Lula recebe um prêmio na presença
de João Roberto Marinho(E), em 2004
- Utilizando os dados da Secom também é possível chegar a conclusão de que em 2000, a TV Globo ficava com aproximadamente 370 milhões das verbas totais de publicidade do governo federal. Em 2012, esse valor passou a ser de aproximadamente 495 milhões.
- O secretário executivo da Secom também afirma que houve ampliação do número de veículos programados de 2000 para 2012, o que a Altercom reconhece como um fato. Essa ampliação foi significativa, mas no texto não é informado qual a porcentagem do valor total destinado a esses veículos que antes não eram programados.
- Por fim, no estudo o secretário parece defender apenas o critério da audiência quantitativa como referência para programação de mídia. Sendo que a legislação atual não restringe a distribuição das verbas de mídia ao critério exclusivo de quantidade de pessoas atingidas. Aponta, por exemplo, a segmentação do público receptor da informação e o objetivo do alcance da publicidade, entre outras questões. E é notório também que a distribuição dos recursos deve considerar a qualidade do veículo programado e a sua reputação editorial.
Considerando que a Secom está disposta ao diálogo, o que é bom para o processo democrático, a Altercom solicita publicamente e por pedido de informação que será protocolado com base na legislação vigente, os seguintes dados.
- A lista dos investimentos em todas as empresas da Organização Globo no período do estudo apresentado pela Secom (2000 a 2012).
- O número de veículos programados pela Secom ano a ano no período do estudo (2000 a 2012)
- Quanto foi investido por cada órgão da administração direta e indireta no período do estudo (2000 a 2012).
- Quais foram os 10 veículos que mais receberam verbas publicitárias em cada órgão da administração direta e indireta em cada meio (TV, rádio, jornais, revistas, internet etc) no período do estudo (2000 a 2012).
- A curva ABC dos veículos e investimentos realizados pela Secom. Ou seja, o percentual de verbas aplicadas nos 10 maiores veículos, nos 100 maiores e nos demais no periodo de 2000 a 2012.
- O que justifica do ponto de vista dos hábitos de consumo da comunicação a ampliação do percentual de verbas publicitárias de 2000 para 2012 no meio TV.
- O sistema e o critério de classificação e ranqueamento que estaria sendo utilizado pela Secom para programação de mídia.
A Altercom tem outras ponderações a fazer a partir do estudo apresentado, mas confiando na postura democrática da atual gestão avalia que os pontos aqui levantados já são suficientes para que o debate seja feito em outro patamar.
Reafirmamos nossa posição de que a distribuição das verbas publicitárias governamentais não pode atender apenas a lógica mercadista. Elas precisam ser referenciadas nos artigos da Constituição Federal que apontam que o Estado brasileiro deve promover a diversidade e a pluralidade informativa.
A Altercom também reafirma a sua sugestão de que a Secom deveria adotar o percentual de 30% das verbas publicitárias para os pequenos veículos de informação, o que fortaleceria toda a cadeia produtiva do setor da comunicação. E colocaria o Brasil num outro patamar democrático, possibilitando o fortalecimento e o surgimento de novas empresas e veículos neste segmento fundamental numa sociedade informacional”.
Fonte: Correio do Brasil via www.encontreinarede.com

sexta-feira, 26 de julho de 2013

PARA PROFESSOR DA UESC, CIÊNCIAS SOCIAIS NÃO EXISTE

Declarações do professor na redes sociais em debate sobre carta da
Associação Brasileira de Antropologia.

É, vamos defender as Ciências Sociais? 

Em decorrência de uma carta da ABA (Associação Brasileira de Antropologia) que solicita a não exigência de graduação em Ciências Sociais para o ingresso em concursos públicos para lecionar Antropologia, uma vez que, entende a associação, não há por parte deste órgão a tal exigência para quem deseja fazer pós-graduação em Antropologia e que, esta norma também afasta bons profissionais da área do mercado de trabalho pelo simples fato de serem graduados em outras áreas que não a de Ciências Sociais. 

Abriu-se uma discussão ferrenha entre "antropólogos com formação inicial em outras áreas do conhecimento" e "antropólogos com formação inicial em ciências sociais". 

A questão se divide, pois entendem-se que de fato, há bons antropólogos, sociólogos, e cientistas políticos que não tiverem sua graduação em Ciências Sociais, exemplo disto é Lévi-Strauss que teve sua formação inicial em Direito e Filosofia, mas foi admitido na USP como sociólogo e depois reconhecido mundialmente como antropólogo. Outro antropólogo reconhecidíssimo é Roy Wagner com bacharelado em História Medieval, ainda temos George Bateston um antropólogo surpreendetemente bacharel em Biologia. 

Não reconhecer o mérito desses gênios da Antropologia moderna seria impossível diante de suas respeitadas produções científicas. Do outro lado, estão aqueles que observam a competitividade do mercado de trabalho contemporâneo. Diz-se que o fato de vivermos no mundo capitalista e que, portanto, ter um mínimo de garantia de inserção no mercado de trabalho é basilar para o incentivo da graduação em Ciências Sociais, afinal de contas, hoje em dia, quem se predispõe a passar quatro anos nas cadeiras de uma universidade sabendo que no final corre o risco de conviver com a desvalorização profissional e consequentemente o desemprego? 

Seria meramente pelo prazer de fazer um curso superior? Bom, pelo visto, esta discussão ainda vai longe. Colaborando ainda mais com esta contenda, está o fato de que não há entre as profissões regulamentadas no Brasil a de cientista social. Encontra-se antropólogo, sociólogo, cientista político. 

Há aí uma contradição lógica, um paradoxo. Se não é profissão, porque formam-se cientistas sociais? Quem quer ser cientista social se não há reconhecimento nisto? Há quem diga que o termo cientista social foi cunhado pelas elites para justificar o estudo da pluralidade de conhecimentos. Como esses indivíduos não tinham problemas financeiros, não estavam preocupados com profissão. 

No entanto, sabemos que as Ciências Sociais, o modelo como se apresenta, é reconhecidamente um ramo da ciência, por sinal, distinto das humanidades, que estuda os aspectos sociais do mundo no âmbito das relações humanas. 

O fato de o cientista social observar o mundo sob a ótica de três ciências distintas o coloca em vantagem em relação àquele que foi treinado em apenas uma das Ciências Sociais. Isto porque, o cientista social é capaz de inferir com mais precisão os aspectos macro e micro da sociedade e sem dúvida alguma isto é um diferencial. 

Não levar isto em conta é ser no mínimo leviano, ou seja, é não considerar esse aspecto do formado nas Ciências Sociais, é não refletir sobre algo tão preponderante do fazer científico. 

Foi nesse contexto que li, com muita tristeza o que um professor da UESC, aliás, foi meu professor na disciplina “Antropologia dos Grupos Afro-brasileiros", um excelente professor por sinal. Ao participar da discussão, dá a sua opinião sobre o curso de Ciências Sociais. Fiz um print da página, vejam o que ele disse: 

"Gente, ciencias socias (sic) não pode ser tratado como algo q exista - pq não existe. E (sic) um monstrinho formado por poucas (demais) matérias de áreas distintas q só forma especialsitas(sic) em generalidades". 

Em outro momento quando alguém menciona o excesso de cursos de Ciências Sociais ele declara:  

"Não é excesso, nem falta, nem nada. É q ciencias(sic) sociais não existe. É uma criação artificial, por isso não tem lugar no mundo real. Não forma gente em área nenhuma". 

Na minha humilde opinião porém, o professor que nas redes sociais usa o pseudônimo de "João da Silva",  com estas declarações, contraria a própria preposição da Unesco que no final dos anos 1940, através do seu Departamento de Ciências Sociais dirigido por Arthur Ramos pregava  a institucionalização das Ciências Sociais e que estas, em curso, seria uma oportunidade única para  superar a fase "livresca", "literatóide" muitas vezes equivocada que os estudos antropológicos impunham sobre as concepções da formação da sociedade brasileira, considerando a situação dos negros e dos índios. 

Ou seja, somente com a colaboração do estudos em conjunto das demais Ciências Sociais, seria possível um entendimento mais assertivo da situação racial no Brasil. 

Portanto negar de modo tão acintoso os formados em Ciências Sociais é colaborar com o pensamento hegemônico de que a formação de uma sociedade criticista é nocivo para o modus vivendi de um povo (conservadorismo). Haja vista a própria heterogeneidade no modo de ver o mundo  do cientista social proporcionado pelo estudo agrupado das Ciências Sociais. 

O que nos falta, caro professor, é apenas a legitimidade institucional do reconhecimento profissional, pois o mérito, já possuímos.

terça-feira, 23 de julho de 2013

OS PARTIDOS POLÍTICOS E AS OLIGARQUIAS SETORIAIS NO BRASIL

Por Maik Oliveira

Aproximam-se as eleições e vem chegando a hora de análises sobre o papel dos partidos políticos na conjunção democrática brasileira. Neste aspecto não dá para ignorar a afirmação de Rudá Ricci que diz: "os partidos políticos transformaram-se em imensas máquinas empresariais em busca do voto". Esta preocupação e total entrega ao aspecto burocrático da administração do partido e a desenfreada luta pela opinião favorável do povo através da mídia tão somente, fez com que as siglas partidárias perdessem o que há de mais importante no fortalecimento e na busca pela consolidação da democracia, a capacidade de politizar o povo, visto que, os partidos não alimentam debates políticos, aliás, na verdade eles fogem disto, não estão preocupados em discutir junto à população projetos de governo. 

O PT talvez tenha sido o último a tentar, no entanto, ao assumir o governo, abandonou a causa, e este feito, tem colocado o Partido dos Trabalhadores na berlinda, principalmente depois de junho de 2013, é como escreveu Lobo Antunes "O problema dos partidos políticos é que se tornam reacionários porque têm de funcionar com o aparelho, como qualquer igreja." Ou alguém ainda duvida que o PT se tornou um partido reacionário?

Observem que internamente, quando o que está em questão é a escolha do candidato, não há democracia, não há vontade de promover alternância entre as diversas facções que compõem o partido e isto não ocorre somente no PT, é geral. Ou seja, os partidos políticos se afastam cada vez mais daquilo para o qual foram criados, a representação do povo, de setores da sociedade e se apresentam sem uma definição clara do que desejam para a nação. 

Há neste bojo político, uma fragmentação de interesses internos que os próprios partidos não conseguem dar conta e no âmbito nacional, criam-se verdadeiras oligarquias que vão desde os grupos de interesses formalizados no congresso nacional que na maioria das vezes nada tem a ver com as reais necessidades da nação até as disputas de representantes regionais cujas razões fixam-se apenas na manutenção dos chamados "currais eleitorais" em detrimento dos interesses gerais. Está aí a razão da crise de representatividade que o Brasil vive atualmente, depois ainda reclamam porque o povo grita nas ruas "sem partido!!"

Referência: Tomazi, Nelson. Sociologia para o Ensino Médio. Saraiva, 2010

quarta-feira, 26 de junho de 2013

As 10 estratégias de manipulação para alienar e dominar as massas

As 10 estratégias de manipulação em massa utilizada por organismos sociais e governos para alienar e dominar.


1 – A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. "Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto 'Armas silenciosas para guerras tranquilas')".

2 – CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES
Este método também é chamado "problema-reação-solução". Cria-se um problema, uma "situação" prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

3 – A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO
Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4 – A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO
Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo "dolorosa e necessária", obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que "tudo irá melhorar amanhã" e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5 – DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE
A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê?"Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver "Armas silenciosas para guerras tranqüilas")".

6 – UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos.Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos...

7 – MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. "A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossíveis para o alcance das classes inferiores (ver 'Armas silenciosas para guerras tranqüilas')".

8 – ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE
Promover ao público a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto...

9 – REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE
Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E, sem ação, não há revolução!

10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM
No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o "sistema" tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.

Nota de Esclarecimento: este texto foi reproduzido a pedido do leitores do site e como referência encontramos, primeiramente, Noam Chomsky como autor do texto. Vários leitores entraram em contato e deixaram comentários dizendo que o autor do texto é Sylvam Timsit. No site francês http://www.syti.net/ você, de fato, encontra o texto aqui descrito. Para mais informações sobre Sylvam Timsit consulte o site acima.

Fonte: www.nomundoenoslivros.com

quarta-feira, 19 de junho de 2013

O POVO DE ITABUNA NAS RUAS!

Espera-se nesta quinta feira a presença de pelo menos 2 mil pessoas nas ruas de Itabuna, saindo da praça do São Caetano, com uma parada em frente ao Centro Administrativo, seguindo pela Av. do Cinquentenário indo até a Juracy Magalhães.

O movimento concentra suas atenções principalmente na luta pela manutenção do valor de R$2,20 da passagem além da melhoria na qualidade dos serviços de transporte prestados à população que é, sem dúvida, de péssima qualidade, com frota sucateada, que inúmeras vezes deixa os passageiros indignados com as quebras constantes, péssimo funcionamento dos equipamentos de acessibilidade para cadeirantes e atrasos inadmissíveis.

No entanto, o protesto também busca chamar a atenção da sociedade para a luta contra a violência, contra a corrupção que trava o crescimento do país, contra o abuso do uso do dinheiro público utilizado na construção de estádios e estruturas para a Copa do Mundo, em detrimento das reais necessidades do povo brasileiro como saúde, educação, segurança e saneamento básico.

O movimento "Manifestação Unificada de Itabuna - Contra os que são contra nós", não defende bandeira partidária, é feito pelo povo e para o povo, trata-se de um movimento livre, espontâneo, mas que fundamenta-se em uma luta que deve sensibilizar toda a população grapiúna no sentido de pensar que está mais do que na hora de deixar a letargia que tanto nos faz engolir calados as mazelas de uma politica unilateral, onde só se beneficia uma minoria como que originando uma oligarquia moderna difícil de ser engolida.

Amanhã, quinta feira, dia 20 de junho, um dia histórico para a população grapiúna, jovens, idosos e crianças estarão saindo a partir das 2:30 da tarde, da praça do São Caetano. Vai ser marcante e emocionante, vamos para as ruas! Essa é a hora!

terça-feira, 18 de junho de 2013

OS PROTESTOS NO BRASIL NÃO SÃO UMA ONDA!


Por: Maik Oliveira

Os protestos que ocorrem em todo o Brasil, desde as cidades grandes até as cidades menores, não podem e nem devem ser considerados como uma onda.

Uma onda na melhor definição da palavra é aquela que vem com força e logo depois se dissipa. Não! O que ocorre no Brasil é algo sólido, de uma geração que já está cansada de ouvir e ver atos de desrespeito para com a população, está cansada de acompanhar pela TV ao descarado desvio de verbas públicas em benefício de espertalhões e o pior, mesmo com a atuação de organismos da justiça esses ladrões do erário ainda continuam dando as cartas em setores importantes do governo como se cada brasileiro fosse otário e passivo diante de absurdos, que de tão absurdo parece inacreditável.

O cidadão brasileiro está cansado, cansado de ser roubado em casa quando acende uma lâmpada e assiste a TV, cansado de ser roubado no banco quando faz um saque ou efetua um pagamento, roubado quando pega um ônibus ou toma um cafezinho ou ainda quando recebe seu salário e, como se não bastassem todos os "roubos oficiais" ainda acontecem os roubos a mão armada acompanhados desde puxões no cabelo até tiros à queima roupa por gente que se enveredou pelo caminho da criminalidade uns por falta de oportunidades outros por puro problema de caráter e que encontram por parte da justiça brasileira uma impunidade tão desgraçada quanto ao fato de se considerar a vida no crime como uma carreira, a carreira criminal.

O brasileiro que agora se levanta e vai para as ruas não é meramente um vândalo ou um almofadinha da classe média sem que fazer como acusou um certo jornalista e que por força do movimento popular voltou atrás da sua infeliz declaração. Esse povo que se levanta é um povo indignado, e diferente do que dizem alguns, eles sabem bem o que querem, não é preciso procurar minunciosamente qual o real sentido das manifestações: contra aumento das passagens? Contra a corrupção? Contra o abusivo uso de dinheiro público na construção de estádios luxuosos para jogos de futebol? Tudo isso é fato, mas o principal é: Queremos um Brasil melhor, queremos um pais mais justo, queremos um lugar onde podemos sonhar com um futuro, onde podemos planejar um vida produtiva, feliz e que faça sentido.

Não é nem um pouco interessante ouvir de um administrador público que não tem dinheiro para subsidiar o preço da passagem quando centenas de milhões de reais são gastos deliberadamente na construção de um estádio de futebol, não soa bem ouvir que não há dinheiro para construir hospitais, melhorar a educação e a segurança pública se bilhões de reais são gastos em tempo recorde sob pressão de uma instituição capitalista como a Fifa, para oferecer estrutura de primeiro mundo apenas nos entornos dos campos de futebol sem levar em conta as periferias.

Nada contra o esporte, nada contra eventos internacionais no Brasil, mas estes não podem e nem devem acontecer às custas do deixar de lado as reais necessidades do povo brasileiro. E a justiça no Brasil como está? Quem surrupiou o dinheiro público onde está? Atrás das grades como deveriam? E a educação, a valorização dos profissionais que atuam nesta área, a estrutura oferecida para que esta atividade tão importante para o desenvolvimento de uma nação aconteça,como está?

Todos esses questionamentos dão aos movimentos populares dos últimos dias uma legitimidade tão ensurdecedora que o que precisa ser feito por parte do poder público é ouvir essas vozes das ruas, é se alinhar a elas e buscar soluções imediatas para a sociedade brasileira.

Portanto, diante disto, este movimento não é uma onda, é a consolidação da indignação de uma sociedade que de uma vez por todas se levantou, acordou e decidiu agir, e não vai parar, esse movimento tem uma força que talvez nem mesmo quem está no cume do movimento pode mensurar. E acontece em um momento mais que propicio, hoje recebemos atenção do mundo, amanhã, se ouvirmos a voz do povo brasileiro que sabe o que quer, seremos respeitados! Viva o Povo Brasileiro que saiu de uma vez por todas da sua letargia!

domingo, 9 de junho de 2013

A ÉTICA EMPOBRECIDA DA SOCIEDADE PÓS-MODERNA: as repugnantes práticas da individualidade apesar dos discursos das religiões de salvação.

É surpreendente como o ser humano age no contra senso. Me surpreendo porque quase sempre os discursos têm, ou tentam ter, a prerrogativa de transparecer o racional e o real, e, é claro, nós que pretendemos acreditar nas pessoas, uma vez que pensamos: deixar de acreditar na humanidade é limitar nossa própria necessidade de interação com a alteridade.

E, é por isso mesmo que acabamos nos surpreendendo. Quando era mais jovem aprendi uma máxima que acaba sendo uma espécie de proteção contra o resultado do mal caratismo, ela dizia assim: "confie desconfiando, uma dia quando quem você confia te decepcionar, você não será tão atingido", essa máxima acaba sendo interessante, pois de fato, não são todas as pessoas nas quais você deposita sua confiança que honrá-la´-a quando forem desafiadas.

É neste panorama que surge o conceito de individualização da sociedade pós-moderna, esta sociedade onde um considerável número de indivíduos visa sempre o "se dar bem" em detrimento das necessidades do outro, ainda que o outro seja alguém para o qual um dia se declarou "amizade verdadeira".

A busca pelo lucro mais do que lucro, os interesses etnocentristas; a defesa cega de suas crenças, de seus interesses pessoais que muitas vezes envolve a alienação das pessoas; a política partidária, cada vez mais partida, onde os militantes vergonhosamente traem sua própria consciência no intuito de continuar a busca por um poder que na maioria das vezes eles nem saberão usar; os desenfreados interesses individualistas pela sede do prazer, o uso cada vez mais naturalizado do outro como mero objeto, um meio pelo qual se sacia os desejos mais espúrios nada mais, o que vem depois é o desumano descarte.

Bom salientar que esse comportamento não é coisa apenas de pessoas sem religião como acusam alguns, não está adequado apenas, como afirmam outros, àqueles que não se assentam em bancos de igrejas, fazendo orações, comendo hóstias, ou coisas desse gênero, não limitando somente aos adeptos do cristianismo.

Vejam o caso de alguém que por ser tão identificado com um grupo religioso não aceita que as práticas destes sejam criticadas, mesmo que tais práticas pisam a dignidade humana, e é mais repugnante ainda quando se observa que a não aceitação da crítica não está ligada meramente a defesa do seu grupo, ou das crenças que defende e sim, a interesses econômicos, o medo de ver seu "ganha pão" enfraquecido por uma crítica que não foge da verdade.

Quem critica, acusam: é um enviado de satã! O que dizer de alguém que para ganhar uns trocados a mais quando nem mais precisa tanto, fecha os olhos e tapa os ouvidos para aquilo que chamamos de ética profissional? O que esta pessoa está revelando acerca do seu caráter? Mas, ainda assim se diz, sou cristão e acredito em um Deus Justo, um Deus de amor e misericórdia, que contradição!

Cada vez mais, para mim, fica aquela sensação de que os contratualistas Hobbes, Locke e Rousseau, ao pronunciar que o homem precisava estabelecer um acordo, ou um pacto, ou controlar o ímpeto humano com leis, sendo esta última estendida de modo igual a todos os cidadãos, acertaram em cheio quando perceberam que a raça humana, totalmente livre como no estado de natureza seria com afirmou Hobbes, "o homem é o lobo do homem".

Esta constatação é tão verdadeira que é possível afirmar que religião não muda ninguém, ela apenas controla, mais dias menos dias ele se revelará, mostrará a face de um caráter tão mal forjado que o que sobra é apenas uma fria e pobre ética, onde só se faz o que é certo quando está sendo observado e isso até o momento em que, somando ao mal caratismo, a ética empobrecida dê lugar a uma súbita descaração! Então será o fim.

O BRUTAL E DESUMANO UNIVERSO DAS REDES SOCIAIS - Por Maik Oliveira

Desligue suas redes sociais! A frase pode parecer de um rigor extremo, mas é o que sugerem importantes nomes do Vale do Silício, ex funcioná...