domingo, 9 de junho de 2013

A ÉTICA EMPOBRECIDA DA SOCIEDADE PÓS-MODERNA: as repugnantes práticas da individualidade apesar dos discursos das religiões de salvação.

É surpreendente como o ser humano age no contra senso. Me surpreendo porque quase sempre os discursos têm, ou tentam ter, a prerrogativa de transparecer o racional e o real, e, é claro, nós que pretendemos acreditar nas pessoas, uma vez que pensamos: deixar de acreditar na humanidade é limitar nossa própria necessidade de interação com a alteridade.

E, é por isso mesmo que acabamos nos surpreendendo. Quando era mais jovem aprendi uma máxima que acaba sendo uma espécie de proteção contra o resultado do mal caratismo, ela dizia assim: "confie desconfiando, uma dia quando quem você confia te decepcionar, você não será tão atingido", essa máxima acaba sendo interessante, pois de fato, não são todas as pessoas nas quais você deposita sua confiança que honrá-la´-a quando forem desafiadas.

É neste panorama que surge o conceito de individualização da sociedade pós-moderna, esta sociedade onde um considerável número de indivíduos visa sempre o "se dar bem" em detrimento das necessidades do outro, ainda que o outro seja alguém para o qual um dia se declarou "amizade verdadeira".

A busca pelo lucro mais do que lucro, os interesses etnocentristas; a defesa cega de suas crenças, de seus interesses pessoais que muitas vezes envolve a alienação das pessoas; a política partidária, cada vez mais partida, onde os militantes vergonhosamente traem sua própria consciência no intuito de continuar a busca por um poder que na maioria das vezes eles nem saberão usar; os desenfreados interesses individualistas pela sede do prazer, o uso cada vez mais naturalizado do outro como mero objeto, um meio pelo qual se sacia os desejos mais espúrios nada mais, o que vem depois é o desumano descarte.

Bom salientar que esse comportamento não é coisa apenas de pessoas sem religião como acusam alguns, não está adequado apenas, como afirmam outros, àqueles que não se assentam em bancos de igrejas, fazendo orações, comendo hóstias, ou coisas desse gênero, não limitando somente aos adeptos do cristianismo.

Vejam o caso de alguém que por ser tão identificado com um grupo religioso não aceita que as práticas destes sejam criticadas, mesmo que tais práticas pisam a dignidade humana, e é mais repugnante ainda quando se observa que a não aceitação da crítica não está ligada meramente a defesa do seu grupo, ou das crenças que defende e sim, a interesses econômicos, o medo de ver seu "ganha pão" enfraquecido por uma crítica que não foge da verdade.

Quem critica, acusam: é um enviado de satã! O que dizer de alguém que para ganhar uns trocados a mais quando nem mais precisa tanto, fecha os olhos e tapa os ouvidos para aquilo que chamamos de ética profissional? O que esta pessoa está revelando acerca do seu caráter? Mas, ainda assim se diz, sou cristão e acredito em um Deus Justo, um Deus de amor e misericórdia, que contradição!

Cada vez mais, para mim, fica aquela sensação de que os contratualistas Hobbes, Locke e Rousseau, ao pronunciar que o homem precisava estabelecer um acordo, ou um pacto, ou controlar o ímpeto humano com leis, sendo esta última estendida de modo igual a todos os cidadãos, acertaram em cheio quando perceberam que a raça humana, totalmente livre como no estado de natureza seria com afirmou Hobbes, "o homem é o lobo do homem".

Esta constatação é tão verdadeira que é possível afirmar que religião não muda ninguém, ela apenas controla, mais dias menos dias ele se revelará, mostrará a face de um caráter tão mal forjado que o que sobra é apenas uma fria e pobre ética, onde só se faz o que é certo quando está sendo observado e isso até o momento em que, somando ao mal caratismo, a ética empobrecida dê lugar a uma súbita descaração! Então será o fim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não deixe de comentar, sua opinião é muito importante.

O BRUTAL E DESUMANO UNIVERSO DAS REDES SOCIAIS - Por Maik Oliveira

Desligue suas redes sociais! A frase pode parecer de um rigor extremo, mas é o que sugerem importantes nomes do Vale do Silício, ex funcioná...