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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Aula 3 - CBI - Sociologia - A organização do trabalho

Linha de produção da Volkswagen - uma ideia fordista
Dois personagens da indústria mundial influenciaram a organização do trabalho nos anos pós guerra, estes foram: Henry Ford e Frederick Taylor.

O primeiro era dono da fábrica americana que leva seu nome e o segundo, engenheiro da fábrica Midvale Steel Company. Eles foram responsáveis por estabelecerem medidas para controlar os trabalhadores no cotidiano da fábrica.

O fordismo, como ficou conhecido a proposta de Henry Ford, baseava-se na premissa de que "(...) para consumo em massa, uma produção em massa (...)". A ideia era evitar o desperdício de tempo do operário (maximizar o tempo) na execução das tarefas e para isso o trabalho deveria ser repartido em várias funções e o trabalhador executaria apenas uma dessas funções.

Aí surgiu a linha de montagem, que consistia em uma esteira rolante, na qual os objetos vão sendo produzidos na medida em que os trabalhadores executam suas funções específicas, um ao lado do outro. Algo importante proposto por Ford para que não houvesse interrupção na produção foi a padronização das peças, ou seja, a produção em série. Como os modelos de carros iguais que temos hoje.

Frederick Taylor por sua vez, trouxe a proposta conhecida como taylorismo e baseava-se nas seguintes questões:

1. Separação entre quem planeja a atividade de produção de um objeto e quem de fato vai executá-la.

2. Processo de seleção de operários adequados para o trabalho e que não tenha perfil rebelde, que não sejam questionadores das regras do trabalho a ser executado.

3. Controle sobre o tempo e sobre o movimento que o trabalhador leva para executar uma atividade. Este controle deve ser exercido pela chefia através de um cronômetro.

E foi no pós guerra, ou seja, depois da Segunda Guerra Mundial que este sistema de produção foi disseminado pelo mundo e até seguido por fábricas rivais da Ford como a GM (General Motors) dona da marca Chevrolet e a Chysler, fabricante de carros de luxo.

Os anos 1970 foram marcados pela crise do petróleo que atingiu seu auge em 1973,  e isto impulsionou a crise de superprodução - o grande volume de capital empregado para a produção sem o retorno esperado - o que levou às mudanças na forma de organização da produção e, principalmente, na intensificação do processo de globalização da economia e essas mudanças implicaram no reordenamento das funções cotidianas nas fábricas, na utilização de novas tecnologias.

Surge então com força total a robótica na linha de produção, as máquinas automatizadas que cada vez mais foram substituindo a mão de obra humana. E olha só, a indústria automobilística foi a primeira a passar por essas mudanças, por qual motivo?

Observem que na organização fordista como não podia ser diferente, a mudança de produção ocorreu primeiro nas fábricas de automóveis e logo depois chega a toda sociedade. A explicação é simples.

Imagine quantos produtos e serviços estão atrelados à produção de um automóvel, você já parou para pensar nisto? Borracha, plásticos, tecidos, ferro, eletricidade, madeira, rodovias, combustíveis, postos de gasolina e todos os serviços que esses produtos estão diretamente ligados, isto atinge a produção industrial como um todo, com amplitude em todas as esferas da sociedade.

Foram mudanças importantes que possibilitaram uma forma de produção mais enxuta, que obedecia o que a demanda pedia, ou seja, o que se necessitava no mercado.

Além do fordismo, do taylorismo, nos anos 1950; surgiu no Japão, mais precisamente na fábrica japonesa Toyota, o toyotismo, que diferencia do fordismo em alguns aspectos, como:

1. Enquanto o fordismo fabricava em massa, no toyotismo a produção obedecia essencialmente a demanda, na medida em que existe procura por um determinado modelo de automóvel;

2. Chega a vez do funcionário "curinga" aquele que exerce várias funções no processo produtivo;

3. Diferente do fordismo que produzia apenas um modelo de automóvel, no toyotismo vários modelos eram produzidos na mesma fábrica.

Percebe-se então, que uma das principais finalidades na utilização de máquinas, na existência de funcionários que desempenham mais de uma função é a diminuição de contratação com carteira assinada, isso aumenta o lucro dos capitalistas, mas também aumenta o desemprego, causando um grande problema social.

Nesse ponto, entra a figura do Estado para controlar, fiscalizar as ações das grandes empresas capitalistas, se este não cumpre seu dever e prioriza os interesses das companhias mercantilistas, o cidadão acaba sendo o grande prejudicado.

É preciso ter em mente que quase sempre o Estado é administrado por pessoas que representam os interesses dominantes. E os cidadãos precisam exercer o direito de denunciar aquilo que não está de acordo com seus direitos, e mais do que isso, a convicção de que tem o direito de mudar através do voto, o que esteja errado na política. Assim, entenda que o Estado não é uma entidade que está acima dos interesses do cidadão.

Falamos da importância do Estado neoliberal para os capitalistas. Mas porque é importante para os novos modelos de produção citados acima, que os países abrissem suas fronteiras, através da diminuição e até isenção de impostos?

Primeiro é preciso entender quais são as características de um Estado neoliberal: liberado de questões sociais e coletivistas pois consideram que são onerosos aos cofres públicos, fronteiras comerciais liberadas de taxas para facilitar as relações comerciais internacionais, emissão de moeda controlada, mudar leis trabalhistas, previdenciárias, impostos, propriedade intelectual e até as relações com o movimento sindical, modificações estas chamadas de Reforma do Estado.

Mas galera, prestem bastante atenção neste texto final desta lição, não podemos ficar com raiva do que é estrangeiro e começarmos a praticar atos preconceituosos contra os estrangeiros, ações conhecidas como xenofobia.

Mas é preciso olhar para a globalização e o neoliberalismo com certa criticidade. É preciso ter em mente que os trabalhadores e as populações mais carentes em todo o mundo sofrem consequências terríveis por conta de medidas como as que foram descritas acima.

Não podemos ficar, enquanto seres pensantes, à parte de tudo isso, e quando formos desafiados, emitir nossa opinião e mesmo agir em prol de medidas mais justas, mais humanas.

Não esquecendo das milhares de pessoas que vivem à margem de todo esse império construído por uma minoria e que por incrível que pareça, ainda tem a proteção de quem deveria existir apenas para implementar medidas justas que beneficiem a maioria - o Estado.

Referência: Sociologia/vários autores- Curitiba: SEED-PR, 2006.

Abraço a todos!
Bons Estudos!
Professor Maik
Sociologia

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