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terça-feira, 24 de junho de 2014

BRASIL & COPA DO MUNDO: Como explicar estádios monumentais e escolas decadentes?

Às vésperas do inicio da Copa do Mundo de Futebol no Brasil, a presidente Dilma Roussef fez o seu pronunciamento. Nele, exaltou as ações do poder público em preparar o terreno para o grande evento, mostrou o legado que ficará no país; estádios, obras de infra-estrutura, melhorias nos aeroportos, etc. Além de fazer um apelo, o de que, quando a seleção brasileira precisou jogar fora do país sempre foi bem tratada, e que é chegada a hora dos brasileiros agirem do mesmo modo com nossos queridos estrangeiros, acho que sim, somos um povo civilizado e independente das nossas lutas políticas internas, precisamos respeitar nossos visitantes e tratá-los dignamente. 

Mas, uma coisa me chamou bastante atenção no pronunciamento presidencial, foi a afirmação de que os questionamentos acerca dos gastos da copa que deveriam ser em favor da educação não fazem sentido quando se observa que nos últimos anos, os investimentos feitos em educação estão acima de 200x, isso mesmo, mais de duzentas vezes o que se gastou para construir os estádios de futebol ou para a realização da copa.

Sinceramente, eu não duvido que isso seja verdade, afinal, sabemos que as áreas que mais recebem dinheiro público no país são saúde e educação, mas isso, longe de ser comemorado, deve ser lamentado. Sim, é lamentável, porque a pergunta é inevitável: para onde foi todo esse dinheiro? A resposta também é inevitável, pois o brasileiro está cansado de saber que boa parte desse dinheiro público está nas mãos de políticos corruptos, de empreiteiras que se aparelharam com o Estado, o dinheiro está nas mãos de pessoas inescrupulosas. 

É triste ouvir da representante do poder máximo no país, que bilhões de reais foram gastos no sistema de educação brasileiro e ao mesmo tempo ver crianças fazendo necessidades fisiológicas no mato porque na escola não tem sanitário, outras ainda sentadas no chão porque na sala não tem cadeira, salas de aula de chão batido, com telhado quebrado, paredes caindo sobre os estudantes; crianças que ficam com fome na hora da merenda porque não há comida para elas, afinal, como ouvir isso e se calar? 

Não se pode imaginar ser ruim um evento como a copa do mundo no Brasil, sim, tem o seu lado positivo, mas vejam, os estádios são lindos e nos enchem de orgulho, lá os sanitários são feitos com o que há de melhor, o som é digital, os telões importados, as cadeiras numeradas confortáveis, o gramado excelente, os vestiários também excelentes, não há do que reclamar, mas vejam também, os estádios precisavam sair a contento da instituição maior do futebol, a FIFA. Reparem, eles fiscalizavam quase que em tempo integral, para saber se tudo estava indo bem, mas, quem fiscaliza as nossas escolas? Quem fiscaliza nossos hospitais? Deveria ser o povo, deveria ser algum órgão neutro, isento, mas o que é óbvio, não há neutralidade na política, nosso povo, infelizmente ainda não é amadurecido politicamente para exigir o tal "padrão FIFA" também em nossas escolas e em nossos hospitais pelo menos. 

O dinheiro que sai dos cofres públicos para ser investido em educação, saúde, infra-estrutura não recebe atenção devida de órgãos fiscalizadores que deveriam ser neutros, isentos.

Aqui, nesse pedaço de mundo, é fácil ficar rico, basta ser político, é fácil desviar milhões, receber o “teje preso” ficar três anos na cadeia e receber condicional, em um claro “o crime compensa”. Para pessoas de caráter duvidoso, é muito tentador uma condicional com milhões no bolso, muito atrativo.  

Então é verdade, dinheiro, muito dinheiro foi direcionado para educação, mas não foi gasto com ela na mesma proporção, as provas? Basta ir à escola do seu bairro e ver as condições de funcionamento dela. 

Olhando para a política brasileira é fácil lembrar a República de Platão, onde na ideia utópica do velho filósofo grego, o egoísmo era superado e as paixões controladas. Na República Federativa do Brasil vemos o oposto dessa república platônica, onde os homens que governam e o povo que é governado sucumbem à corrupção. Onde os interesses pessoais jamais se casam com os interesses da totalidade social. Onde há desordem e progresso de quem um dia jurou trabalhar para o bem comum.  

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