Diz o ditado popular, que se vingança fosse um prato, seria algo para se comer frio. Ou seja, não se deve ter pressa para vingar-se, é preciso esperar, planejar, se cercar de provas, de proteção, para depois investir contra aquele ou aquela com quem queremos nos vingar.
Nesses últimos dias, na novela Insensato Coração da Rede Globo, apesar das questionadas atuações de alguns atores e atrizes, o Brasil acompanha, batendo recorde de audiência, a vingança de Norma (Glória Pires), contra Léo (Gabriel Braga Nunes) que no passado cometeu um crime e fez com que ela fosse considerada culpada, levando-a inocentemente a passar um bom tempo na cadeia.
Norma planejou cada detalhe da vingança, não aceita de forma alguma que nem mesmo a polícia chegue primeiro no meliante, tanto que o aprisionou em sua casa, tirando-lhe o direito de ir e vir, impossibilitando-o até mesmo de falar com familiares, negando-lhe todo e qualquer meio de comunicação com o mundo exterior, tentando fazê-lo sentir a mesma sensação que ela sentiu quando esteve atrás das grades.
Mas surgem as perguntas: até que ponto, fazer justiça com as próprias mãos traz real satisfação? Até onde podemos levar o nosso plano de vingança? Saberemos dosar adequadamente tal ato? Ou acabaremos nos tornando criminosos, nos equivalendo ao inimigo, objeto de nossa vingança?
No dicionário, vingar no sentido de vingança é tirar desforra, punir, castigar. Diferente de vingar no sentido de acontecer, que significa ter bom êxito, crescer, prosperar, vencer obstáculos. Êta língua portuguesa hein?!
Norma planejou cada detalhe da vingança, não aceita de forma alguma que nem mesmo a polícia chegue primeiro no meliante, tanto que o aprisionou em sua casa, tirando-lhe o direito de ir e vir, impossibilitando-o até mesmo de falar com familiares, negando-lhe todo e qualquer meio de comunicação com o mundo exterior, tentando fazê-lo sentir a mesma sensação que ela sentiu quando esteve atrás das grades.
Mas surgem as perguntas: até que ponto, fazer justiça com as próprias mãos traz real satisfação? Até onde podemos levar o nosso plano de vingança? Saberemos dosar adequadamente tal ato? Ou acabaremos nos tornando criminosos, nos equivalendo ao inimigo, objeto de nossa vingança?
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A trama em " Insensato Coração": vale a pena fazer justiça com as próprias mãos? |
Quais os reais benefícios da justiça com as próprias mãos, se há? E quais os perigos que enfrentaremos se nos colocarmos frente a frente com o inimigo? São inúmeros os questionamentos que surgem numa situação como esta. Quantas vezes ao longo da nossa vida já sentimos vontade de revidar imediatamente ao que nosso malfeitor nos fez? Quantas vezes torcemos para que aquela pessoa que nos prejudicou se dê mal na vida? Ou quantas vezes ao saber que um inimigo se deu mal, soltamos aquele riso interno descarado e muitas vezes exclamamos; "bem feito! Mereceu!"
Norma, lá na novela, está se vingando em alto nível, utilizando de todo o poder que chegou às suas mãos, mas ao mesmo tempo levou para dentro de sua casa um inimigo peçonhento de alta periculosidade, é um tiro que não mata e que ainda pode sair pela culatra e ela acabar se tornando vítima do veneno do inimigo, ou até do veneno que ela mesma produziu contra ele.
Por fim, mais algumas perguntas: sabemos mesmo elaborar e executar sem nenhum risco nosso plano de vingança? Será que vale a pena abrir mão da prerrogativa do Estado em aplicar a lei contra nosso malfeitor?
Até que ponto a vingança pertence a Deus ou aos homens? O que você acha disso? Comente.