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quinta-feira, 26 de maio de 2011

A Educação Brasileira e a Meritocracia

A situação da educação brasileira é mesmo preocupante. Intelectuais das mais variadas áreas demonstram preocupação com o futuro do Brasil, porque se vê a necessidade de uma transformação urgente no modo como se educa no país. É inevitável a comparação com países que conseguiram dar a volta por cima utilizando exatamente a educação do seu povo, a China é um belo exemplo disso. A Europa já a bastante tempo, pelo menos a mais de um século mostra ao mundo a importância de levar a sério essa tão importante área da sociedade. Aqui nesse espaço, estamos publicando texto acerca desse tema, hoje oferecemos um texto que é parte de uma entrevista concedida à revista Veja dessa semana do premiado matemático Jacob Palis, agraciado com o premio Balzan, um dos mais prestigiados conferidos a pesquisadores. Perguntado sobre qual a melhor maneira de trabalhar com os estudantes em sala de aula ele respondeu da seguinte maneira:
"A experiência das melhores escolas no Brasil e no exterior, mostra que uma aula pressupõe desafiar os estudantes o tempo todo, de modo que eles sejam expostos a problemas cada vez mais complexos e estimulantes intelectualmente, o avesso da decoreba. Apenas num ambiente assim se abre o espaço necessário para a inventividade. O problema é que muita gente no Brasil ainda resiste a essas ideias. Dizem que os grandes desafios causam pressão sobre estudantes tão jovens e aguçam a competitividade. Mas porque se opor à competição num ambiente escolar? Não faz sentido. Precisamos, repito, criar mecanismos para rastrear os talentos precoces para as ciências e dar-lhes todas as oportunidades e incentivos, como ocorre, há mais de um século, no mundo desenvolvido.
É tarefa que demanda persistência, mas deve ser levado a cabo. Sem isso, um país não tem como almejar aparecer entre os melhores nos rankings de produção científica e de inovação, estamos falando de uma condição básica para equacionar o déficit de cérebros brasileiros voltados para a pesquisa científica".
Percebemos no discurso de Palis uma linha bastante baseada na meritocracia como acontece nas melhorses universidades do mundo. O Brasil é conservador nesse aspecto, prefere tornar equivalente em tratamento os melhores e os piores, e acaba não estimulando os talentos que surgem em nossas instituições de ensino. No momento em que mudarmos a linha de pensamento e passarmos a investir nos talentos, dando condição desses se aprimorarem e se dedicarem exclusivamente ao estudo, assim como acontece nos países desenvolvidos, teremos a chance de mudar o quadro da produção científica brasileira.
É também preciso mudar a política de investimentos no tripé acadêmico estudo, pesquisa e extensão que no nosso país infelizmente ainda é considerado insuficiente. Em proporção ao PIB, a China investe 40% a mais do que o Brasil para  a área da pesquisa, cogita-se que sairemos dos míseros 1,2% para os não menos míseros 1,8%, muito pouco para quem sonha ser um país de primeiro mundo.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

O que o Brasil quer ser quando crescer?

Segunda-feira é meu dia de folga, costumo separar esse dia para ler e escrever, e foi assim que lendo a revista Veja dessa semana, me deparei com um texto de Gustavo Ioschpe, sobre a situação da educação no Brasil. Já faz algum tempo que venho tendo contato direto com a situação do estudante brasileiro, em meu envolvimento, estou tendo uma experiência inusitada, ministro aulas em um colégio particular, acompanho a aplicação da disciplina sociologia em um colégio público de ensino médio e desenvolvo uma oficina de meio ambiente e relações pessoais para educandos do ensino fundamental em uma escola municipal. Dá para observar as diferenças e igualdades em uma clientela que precisa aprender, que o Brasil precisa ensinar e que a sociedade espera que esteja preparada para o futuro.
O que vejo é de fato a diferença daquilo que chamamos "aprender" entre o ensino público e privado, sem dúvida que a aplicação é diferenciada no ensino privado, mas é privilégio para poucos. No ensino público há professores comprometidos, mas também há estudantes descomprometidos especialmente no ensino fundamental, consertar isso tem sido motivo de um esforço hercúleo por parte dos educadores. Os estudantes provocam o professor, pirraçam, fazem pouco caso, desobedecem, ameaçam e até vai a vias de fato. Já foi o tempo em que se podia dizer que professor é autoridade e como tal deve ser respeitado. E por conta de coisas como essa, percebemos uma derrocada da educação, os resultados são cada vez mais difíceis de serem aceitos, mas e o Brasil, qual é o papel do poder público brasileiro e como é vista a educação nacional? No texto de Ioschpe intitulado " O que o Brasil quer ser quando crescer" ele chama a atenção para o fato de que o país não  utiliza a educação como ferramenta estratégica para o desenvolvimento. E de fato, se analisarmos a política brasileira, não encontramos lideranças que estejam preocupadas em desenvolver um projeto de país para as próximas gerações, ao menos a médio e longo prazo, tudo que ensinam é que não podemos desistir nunca, que o Brasil é um país de todos e agora como bem cita o autor em seu texto, Dilma traz a ideia de erradicação da miséria, indicando apenas o país que não queremos, mas e o que seremos? Ao analisar a história de países que obtiveram sucesso em seus projetos sociais, vemos que inevitavelmente seu desenvolvimento passou por um periodo de preparar seu povo para o futuro e isso começa em sala de aula.
Tenho feito alguns testes com estudantes do ensino fundamental da 5ª a 8ª série e como dizia Raul Seixas, confesso abestalhado que estou decepcionado, é incrível como a essa altura do campeonato, a maioria deles tem grandes dificuldades em escrever corretamente e até de interpretação, alguns conseguem até ler determinados textos, mas não decifram a mensagem nele contida.
Recebi um texto recentemente de uma estudante da 7ª série que tinha 50% de erros de escrita e como disse, não é um caso isolado. Daí o Brasil é apontado como tendo um dos piores sistemas educacionais do mundo e  como escreveu Ioschpe, "aqui a educação não é percebida como uma ferramenta estratégica como em países desenvolvidos, mas como um fim em si mesmo, apenas como um direito do cidadão e ponto final."
E ainda existe um grande problema na educação superior, bem lembrado pelo autor é que  lá na universidade o que realmente dá notoriedade é se o indivíduo conhece bem os temas importantes na Europa ou nos Estados Unidos, quando alguém produz algo que diz respeito aos pressupostos de pensadores, filósofos e pesquisadores europeus ou americanos é aplaudido e respeitado, questões essas que muitas vezes nada tem a ver com aquilo que acontece em nossa Terra Brasilis.
Hoje o nosso país vive um "gargalo" de mão de obra, empregos existem ou existirão, a dificuldade do país hoje não é mais tanto o desemprego como foi em outras décadas, mas preencher as vagas oferecidas pois não há gente preparada para ocupá-las, e isso é no mínimo vergonhoso, é como alguém que comprou uma vaca leiteira, cuidou, alimentou bem, ela produziu leite e ele não sabe ordenhá-la, não pode usufruir de sua conquista. Faço minhas as palavras finais de Ioschpe, "a sociedade civil precisa recuperar nossa educação e subordiná-la aos interesses nacionais." Só assim teremos um país que pode ser considerado de primeiro mundo, do contrário seremos sempre o país do quase, quase seríamos grande, quase resolveríamos nosso problema de má distribuição de renda, quase seríamos um pais justo, quase seríamos um país de todos e teriamos erradicado a pobreza.

O BRUTAL E DESUMANO UNIVERSO DAS REDES SOCIAIS - Por Maik Oliveira

Desligue suas redes sociais! A frase pode parecer de um rigor extremo, mas é o que sugerem importantes nomes do Vale do Silício, ex funcioná...