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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A vida humana em xeque!

Nesse fim de semana passado, quatro ou cinco famílias viveram momentos de pavor, agonia e um sentimento de perda irreparável.

Próximo ao meio dia, na rodovia que liga as cidades baianas Itabuna e Eunápolis, houve colisão entre um Palio e um Uno, resultando em quatro vítimas fatais. Infelizmente é uma notícia que vem se tornando comum no Brasil, e os motivos são quase sempre os mesmos, excesso de velocidade, álcool, imprudência, mas nesse caso específico, não foi bem assim.

Talvez alguém excedeu o limite de velocidade, talvez houve imprudência, era faixa contínua, a cerca de 200 metros uma curva, caminhão baú à frente, visibilidade da pista quase nula em alguns momentos, uma ultrapassagem ali nessas circunstâncias seria muito perigoso, mas por que?

Se houve imprudência, porque será que alguém decidiria arriscar tanto? Álcool? Não! Em um dos carros estavam evangélicos adventistas, me recuso a acreditar que alguém naquele carro estivesse sob o efeito do álcool, definitivamente não estavam, era sábado, para os adventistas, "o dia do Senhor", mas espere! A que horas aconteceu mesmo o acidente?! Era próximo ao meio dia, nessa hora eles não deveriam estar assistindo o "culto divino" em alguma igreja com suas famílias? Sim deveriam! Mas eles não podiam estar lá! Porque estavam a serviço da "associação", estavam indo trabalhar! ISSO MESMO, TRABALHAR!

Naquele dia às 13h30min na cidade de Eunápolis eles se reuniriam com outros irmãos para discutir questões financeiras, iam treinar os demais em como deveriam proceder em relação a pagamentos, boletos bancários, novos sistemas de pagamento e por aí vai! Precisavam estar lá pontualmente, esta era a ordem. Mas isto está longe de ser a razão pela qual alguém poderá dizer que foi castigo divino, porque não podem trabalhar no sábado, particularmente não vejo dessa forma. Embora não seja assim que penso, os adventistas são mesmo aqueles que não trabalham no sábado, mas não é somente uma questão espiritual e também política, é algo só válido para os demais membros, aqueles que não têm vínculo empregatício com a instituição que os administra.

Se for lojista deve fechar a loja, se trabalhar em uma empresa privada, deve pedir dispensa, se tiver fazendo um curso  deve atrasar o curso ainda que o mesmo seja voltado para o social, para fazer o mundo melhor (e qual não é?), causando um transtorno terrível nas instituições de ensino que precisam encontrar saída, afinal, o estado é laico, a liberdade religiosa é uma realidade plausível, mas o fato é que no sábado não devem ir à aula de forma alguma, sob pena de ser "Removido do rol de membros", ter o nome lido em uma assembleia, de preferência no sábado pela manhã, depois da escola sabatina, quando a igreja estiver lotada, para ridicularizar ainda mais o miserável pecador, afinal, "quebrou o mandamento do descanso sabático".

Mas para os que são funcionários da instituição, “a obra", especialmente aqueles que são chamados de "orelha seca", não tem essa! Precisam estar à disposição sempre! No dia de descanso, não há descanso, carregam pesadas caixas nas costas, protegem o patrimônio da igreja, realizam treinamentos em cidades distantes, arriscam suas vidas em verdadeiras corridas contra o tempo, porque tudo tem horário marcado, o suor desce de seus rostos, mas não devem achar que estão desobedecendo a Deus, afinal "tudo é pela obra", quem manda são os "ungidos do Senhor"! E para soldado mandado não há crime.

O discurso que comove, que convence a maioria da membresia é: “os funcionários da “obra” estão dando duro no sábado, estão fazendo a “obra do senhor”, trabalho santo, e embora pregamos que não se pode trabalhar no sábado, esse tipo de trabalho é permitido!"

Mas afinal, porque que estes funcionários se submetem a verdadeira exploração de trabalho, em um dia que pregam, não é para isso?

Sejamos racionais, mais do que o "privilégio" de trabalhar na "obra", homens e mulheres que ali estão, dependem do emprego, precisam sustentar suas famílias, pagar as contas e comprar roupa nova, um sapato novo para a esposa, outro para o filho, afinal precisam estar na igreja impecáveis, não podem passar vergonha, pois lá, estar com um sapato surradinho é ser "irmãozinho", pobre coitado, inda mais quando se é "funcionário da obra".

Na "obra adventista" não há sindicato, portanto não se pode "lutar por direitos", se alguém se atreve a criticar ou reivindicar o mínimo que seja, é sumariamente demitido na primeira oportunidade, então "aquietai-vos, porque o Senhor é Deus".

Quer ganhar espaço ali, aprenda a excelência do "puxassaquismo”, esse é o caminho mais curto para você se tornar por exemplo vice-tesoureiro ou tesoureiro quem sabe, o posto máximo que um “orelha seca” pode chegar, plano de carreira significativo, somente para quem consegue o curso da etnocêntrica teologia adventista, assim, mais do que a competência, vale quem baba mais, depois disso seja sempre pela obra e não pelo funcionário, sacrificai-os, matai-os, remova-os, eliminai-os sempre em nome da instituição e tudo estará resolvido!

Ah! E não se esqueça, é fácil fazer isso! Eles, os funcionários, não tem quem os defenda, é fácil torná-los marionetes, massa de manobra, são completamente dependentes de um sistema que nasceu para beneficiar uma minoria de colarinhos brancos, uma oligarquia, membros de uma sociedade poderosíssima chamada de "O Ministério", é para lá que tudo tem que ir e fluir, especializada em tosquiar cordeirinhos, eles amam dinheiro, tomam seu tempo, seu futuro e até sua vida (como os que morreram nesse acidente) e não dão nada em troca, sequer conseguem orientar e cuidar dos jovens quando é necessário! E ainda dizem! Não nos culpem, foi uma fatalidade!

E o pior, a maioria dos membros acreditam nisso, são subservientes, e por acreditar não reclamam e quando silenciam tornam-se cúmplices diretos de ações horrendas que aliena e mata! Em momentos como o fim de semana passado há choro, mas porque há lágrimas? Será que é por arrependimento? Ou remorso? Nesse caso específico é fácil responder, é o sentimento de culpa, por saber que quando um funcionário está de férias, deve estar até o último minuto, não se pode permitir em nenhuma hipótese, ainda que este queira, que tal funcionário deixe o convívio da família, se envolvendo em trabalho fora de hora, de tempo e de lugar.

Nada do uso da autoridade a qual todos devem se curvar; é tentador? Resista! A condição humana exige por ela um respeito que a possa tornar digna. Ah tá, já ia me esquecendo: faixa contínua, caminhão baú à frente, curva a 200 metros, pressa e insensibilidade administrativa... Combinação fatal!

Espero que a igreja, sua membresia, ao ter chorado a perda de pessoas queridas, ao ter pagado um preço tão alto, não acredite que foi por vontade divina, não caia na historinha de que foi por um bom motivo. Não! É claro que não foi! As famílias perderam seus queridos e inclusive outro rapaz que não fazia parte desta igreja, eles morreram porque alguém nutre no coração a vaidade de querer mais, sempre mais e com isso a clara incapacidade de saber qual o real valor de uma vida.

Algo precisa mudar e mudanças desse gênero só ocorrem pela organização e ação do povo, lembrem-se, os déspotas estão caindo! Na sociedade como um todo não há mais lugar para eles! Não permitam em nome do que consideram sagrado, que eles façam carreira entre vós!

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

PRECISO CONTAR ESSA HISTÓRIA


O que representou 2010 para você? Parece que foi ontem que estávamos pelas ruas da cidade na expectativa de chegar o dia 01 de janeiro e assim começarmos um novo ano. O dia chegou, o ano chegou e vupt!! Já se foi! E o que fizemos
nesses já quase findos 365 dias? Nessas já quase idas 8.760 horas?

Quando finda um ano, quase sempre somos tentados a olhar para trás e refletir um pouco, tentamos fazer um "encontro de contas" entre o que fizemos com o que deixamos de fazer ou entre o que aconteceu com o que deixou de acontecer.

É verdade que para algumas coisas somos saudosistas, lembramos com alegria e com saudade dos momentos que se foram, mas, para outras, queremos mesmo é esquecer que aquilo de fato aconteceu. Esses dissabores as vezes são tão constantes em um ano que ao término dele exclamamos aliviados: ufa!! que bom que esse ano acabou!

Mas convenhamos, é possível realizar muita coisa boa em um ano, como por exemplo: escrever um livro, compor uma canção, plantar uma árvore ou algumas árvores, retomar os estudos, rever conceitos, construir novas e boas amizades, abrir uma empresa ou mesmo fechar uma que não esteja sendo viável, começar um romance ou renovar e dar mais sentido àquele que já está em curso. São tantas coisas possíveis de serem realizadas em um ano que aqui não dá para relacioná-las todas. Mas qual seria a mola propulsora disso tudo?

O que faz com que todas essas coisas possam se tornar realizáveis é sem dúvida, a iniciativa.

Querer fazer, estar disposto a correr riscos calculados e acreditar nas possibilidades, ainda que pareçam utópicas. Somos todos capazes de realizar grandes coisas quando nos dispomos a fazer acontecer.

Um dia acordei, olhei no espelho e percebi que o tempo estava passando rapidamente para mim, observando ao derredor, não via nada significativo construído, nem para mim e nem para a minha posteridade, pensei: sou mesmo um fracasso, não fiz nada relevante, não tenho nada, não sou nada, estava passando pela vida como mero coadjuvante.

O que deveria fazer? Me contentar com o nada? Sentar à beira da estrada "com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar " como cantava Raul? Ou reunir forças e fazer acontecer? Se optar por essa última...o que fazer? Como começar, ou melhor, por onde começar?

Pensei que seria muito significativo se fizesse um curso superior, mas como? Eu tinha apenas a 6ª série do velho primeiro grau, desempregado, quase um ostracista convicto. Mas não dava para continuar daquele jeito, precisava fazer algo, ser alguém e honestamente, embora relutante, eu não via outro caminho senão...a educação.

A partir desta reflexão começa minha saga rumo à universidade, em um dia quente de verão, fugindo do calor escaldante, resolvi entrar numa agência bancária para desfrutar um pouco do friozinho do ar condicionado, ali encontrei um amigo que possuía um cursinho, este oferecia aulas para supletivo, então lancei um desafio para ele ali mesmo, disse: sei que você é bom nesse negócio, quero que você me coloque na universiade!

Bom, como era de esperar, ele olhou para mim surpreso e deu sua  gargalhada, mas me disse que seria possível sim, o caminho porém, ...ahhh o caminho seria árduo. Ele não sabia o que se passava em minha alma, o desejo ardente de virar a mesa da minha existência, de desconstruir tudo e reconstruir de outra maneira. Naquele tempo eu já acreditava:  não tinha mais tempo a perder.

Meu amigo sorridente pegou um pedaço de papel e traçou um plano para mim, ele me deu 2 anos para concluir os ensinos Fundamental e Médio e logo depois tentar meu primeiro vestibular. Ah meu Deus! seria possível? Matriculei-me no cursinho e comecei a me preparar para as provas de supletivo do Ensino Fundamental. Foi um tempo dificil demais, sem dinheiro, enfrentando um processo de divórcio doloroso, estudava à noite, fazia "bicos" durante o dia, me virava como podia para pagar o curso e assumir as responsabilidades numa situação bastante adversa, mas eu tinha um desejo e não podia desistir jamais.

Foram ao todo 730 dias de busca pelo conhecimento; História, Matemática, Língua Portuguesa, Física, Química, Biologia, conceitos e ideias que eu jamais tinha ouvido falar...

...numa certa altura, no meio desse caminho, não deu para continuar no cursinho, não tinha dinheiro para pagar as mensalidades, um amigo me arranjou uma enciclopédia e era com ele que me preparava para fazer as provas de supletivo do Ensino Médio, bem no estilo Einstein, que dizia: "eu não preciso de escola , tudo que quero saber encontro na enciclopédia". 

Estudava exaustivamente, até altas horas da noite, não podia perder nas provas, representaria atrasos significativos no plano que meu amigo traçou.

Ao cabo de 2 anos fui ao Colégio Estadual de minha cidade receber meu certificado de conclusão do Ensino Médio, não podia acreditar que estava com aquela preciosidade em minhas mãos, um papel amarelo que eu lia e relia o que nele estava escrito, um carimbo no rodapé informava que aquele documento tinha validade em todo o território nacional, eu ria à toa, foi um dos dias mais felizes da minha vida. Não podia esperar para apresentá-lo a uma instituição de ensino superior.

No mês de dezembro daquele mesmo ano, me inscrevi no vestibular de uma faculdade particular. No dia e hora marcados lá estava eu, sentado numa cadeira para fazer a prova, olhava para os colegas e custava acreditar que estava ali, aquele era meu primeiro vestibular, passando ou não, já estava muito feliz com o que estava acontecendo naquele momento. Fiz a prova e sai dali com a sensação de que não fui tão ruim.

No dia do resultado, me dirigi à portaria da faculdade onde em um mural estavam os nomes dos aprovados e vi com espanto, mas não com surpresa, que meu nome estava lá e mais do que isso, em primeiríssimo lugar para o curso de Publicidade e Propaganda. Sai dali anunciando para todo mundo, coloquei uma mensagem no meu endereço eletrônico para quem quisesse e pudesse ler, orgulhoso daquele feito incrível, agora só faltava...faltava arranjar o dinheiro para a matrícula, mas tinha um problema, ganhava menos de R$600,00 por mês e a mensalidade era R$800,00 e o pior, como era iniciante, deveria de imediato pagar um semestre inteiro ou ao menos apresentar cheques referentes.

Bom...não precisa dizer que sonhei até o último minuto do tempo determinado para matrícula, que conseguiria me matricular, corri atrás de amigos, bancos, família, patrão, mas ninguém apareceu com ao menos os benditos cheques. Também, como eu ia pagar? Não sabia de fato, mas acreditem no que vou escrever agora; no último dia de matrícula, lá estava eu na faculdade, entrei na fila sem dinheiro e sem cheques, sei lá que loucura foi aquela, mas quem sabe, talvez apareceria alguém e faria a minha matrícula, se isso acontecesse eu deveria estar lá, guardando meu lugar, deveria estar no lugar certo, na hora certa. Fui o último a sair, faltei ao trabalho e o óbvio aconteceu, ninguém apareceu...voltei cabisbaixo, triste, frustrado. Acreditei tanto...mas minha crença não foi bastante, esse negócio de curso superior não fora criado para seres insignificantes como eu.

Mas espere...pensa que eu desisti? Não! Ali ficou claro pra mim que o único jeito de eu fazer um curso superior seria concorrendo a uma vaga para a universidade pública, mas as pessoas me diziam: você?! Nem tente, não está preparado, não estudou a escola normal, fez supletivo e ainda quer passar no vestibular de uma pública? Os religiosos diziam: você é pecador, Deus não vai te ajudar.

Mas aquele primeiro lugar na faculdade privada  foi como um aviso do tipo: acredite que você consegue. O tempo passou e chegou o dia de fazer a inscrição no vestibular da disputadíssima pública, escolhi um curso com o qual me identifiquei, Ciências Sociais, curso novo, concorrência média, pensei: é com esse que eu vou.

Fiz a inscrição e no dia de pagar, novamente último dia de prazo, tive que fazer uma escolha. Em meu bolso tinha R$80,00, que economizei deveras para conseguir pagar a inscrição, era seu exato valor, mas meu filhinho precisava de um sapato, a mãe dele, minha ex-mulher, esperava o sapato, comprei o sapato, meu sonho de ser um universitário mais uma vez estava indo para o brejo, mas, lembrei de um amigo, liguei para ele e contei minha história, ele me arranjou o dinheiro e corri para o banco no apagar das luzes, paguei o boleto.

Em Janeiro daquele ano, depois de um período de leituras e pesquisas, mais uma vez no mesmo colégio que fiz o supletivo, mas para fazer os exames de vestibular da Universidade Estadual de Santa Cruz.

Nos 3 dias de exames, recebi carona de um amigo e nos outros fui a pé, do bairro onde moro até o local das provas, cerca de 5km, tinha que guardar dinheiro para a água e para o lanche, afinal como sabem, provas desse tipo são exaustivas, cansativas, estressantes.

Fazia as provas, trazia o caderno de respostas e conferia imediatamente assim que o gabarito estivesse disponível no site da universidade, não zerei nenhuma, quase fechei uma, a de língua estrangeira, fui relativamente bem na redação, estava esperançoso, contava os dias, as horas, para saber o resultado.

Quando saiu, eu estava com um amigo em minha humilde residência, quando ele recebeu um telefonema de uma amiga em comum, pedindo para avisar que eu havia passado no vestibular, não contive a emoção, fiz um barulho imenso e agarrei o meu pai que vinha se aproximando para saber o que estava acontecendo, foi o último grande abraço que dei no meu pai, ele que não era muito afeito a esse tipo de demonstração afetiva, como um homem simples do campo e analfabeto, não compreendia bem o porque de tanta euforia mas me disse: parabéns meu filho, é isso ai! Meu pai não vai à minha formatura, nesse ano de 2010, veio a falecer com 81 anos de idade.

No dia 8 de março daquele mesmo ano , exatamente 3 anos após ter iniciado o projeto que meu amigo planejou pra mim, com um ano de atraso por conta da impossibilidade de me matricular na faculdade privada, eu estava entrando pelos portões da maior universidade pública do interior da Bahia, a 65ª do país, para iniciar minha carreira acadêmica.

Hoje estou indo para o 5º semestre, de fato feliz com meu refazer e ciente de que a iniciativa, o querer fazer, a vontade de ser e vencer, são armas poderosas e eficazes que dispomos para ir além do que imaginamos. Torço para que essa minha simples história inspire muitos a abandonarem o ostracismo e acreditarem na vida...é possivel sim! Acredite em você!

O mundo não é dos espertos, o mundo é de quem acredita na vida e asseguro, o mundo é de quem busca o conhecimento, porque conhecimento é poder!

2011 pode ser o seu ano, faça valer cada um desses 365 dias que logo serão dados a você. Aconteça, construa com dignidade sua própria história!

O BRUTAL E DESUMANO UNIVERSO DAS REDES SOCIAIS - Por Maik Oliveira

Desligue suas redes sociais! A frase pode parecer de um rigor extremo, mas é o que sugerem importantes nomes do Vale do Silício, ex funcioná...