As eleições, especialmente nas pequenas cidades chegaram ao fim, salvo apenas em 50 cidades que enfrentarão um segundo turno.
A chuva e a pouca educação, principalmente a pouca educação do eleitor, deixaram as ruas sujas, em alguns pontos o tráfego de pessoas ficou quase impossível.
Mas tudo transcorreu em clima de tranquilidade, uma verdadeira festa da democracia (ou será poliarquia?) e não podia ser diferente. No entanto, essas eleições me fizeram pensar em algumas situações que compõem o cenário eleitoral.
A primeira delas e mais simples, seria as respostas das seguintes perguntas: porque se permite, em tempos de sustentabilidade que os candidatos possibilitem aos seus correligionários uma enxurrada de santinhos, adesivos, cartazes, panfletos jogados em vias públicas, especialmente no dia da eleição? Que grande diferença faz, se sabemos que o eleitor já sai de suas casas com seus candidatos definidos? O que se vê é o absurdo de um sujeira vergonhosa possibilitada por aqueles que são diretamente responsáveis pela organização pública e social, ou ao menos é candidato a isso.
Cabe ao TSE, repensar mais esta situação. Já deu um grande passo quando acabou com comícios, uso de camisetas, agora falta solucionar os problemas que a permissividade de ações inúteis ainda causa.
Outra coisa interessante para se pensar é quanto às promessas políticas. No Brasil não é permitido a fabricantes e comerciantes em geral, prometer algo ao consumidor sem que tenham condições de cumprí-la, isso é enganar quem consome e constitui propaganda enganosa, fazendo com que enganadores paguem caro por tal ato, mas, vejam só a discrepância, ao político é permitido prometer, prometer e depois de eleito, desaparecer com suas promessas, deixando o eleitor com "cara de tacho" com a sensação de que foi enganado, algo que fere sua já cambaleante dignidade.
Penso, é chegada a hora da justiça brasileira criar mecanismos que forcem os políticos a cumprirem suas promessas, sob pena de se assim não o fizerem, serem inseridos na relação dos "fichas sujas", tornando-os inelegíveis.
Deixar essa cobrança nas mãos do eleitor é, até certo modo, injusto, pois a maioria dos eleitores não recebe em sua formação educacional, conteúdo suficiente para observar de modo crítico as questões sociais. Se para o comerciante é crime, por que não pode ser também para o político que é responsável entre outras coisas, de criar leis que regulem a vida social, visando a qualidade de vida da população?
Por fim, algo que tem me chamado a atenção, especialmente nessas duas últimas eleições. O trabalho dos chamados Institutos de Pesquisa de opinião tem sido duramente questionado.
Ultimamente tem aparecido no mercado, uma gama de pseudos pesquisadores atraída pela grana que esta atividade pode render, que tem apresentado resultados no mínimo passíveis de desconfiança. Só em Itabuna, foram publicados na reta final da campanha eleitoral, cinco pesquisas, cada uma com resultado diferente.
Cada uma dessas pesquisas dava como certa a vitória de um determinado candidato, e o pior, foram massificados na população com uma parcialidade infame. Me parece que não há um trabalho de fiscalização mais apurado dos órgãos competentes, para que este tipo de prática seja coibida.
A pesquisa de opinião deve ter como principal objetivo dar informações para que o cidadão faça uma análise do que ocorre ao seu redor. Ela não pode, sob hipótese alguma, pretender interferir no processo eleitoral.
O que fica à berlinda é o trabalho dos estatísticos, que claro, há profissionais sérios nessa área, o que nos deixa indignados é que existem muitos charlatões atuando na área, e esses, não entendem profundamente questões basilares na pesquisa de opinião e por isso mesmo, o fazem para atender apenas o lado que lhe interessa.
Em Salvador, por pelo menos duas vezes nas últimas eleições, vimos equívocos com relação ao resultado das pesquisas. Na primeira eleição de Wagner para governador, as pesquisas indicavam vitória em primeiro turno de Paulo Souto. Já agora, nessas eleições de 2012, as pesquisas indicavam vitória de Pelegrino para prefeito da capital. Nas duas, os resultados foram contrários ao que a pesquisa apontava.
Sabemos que um pesquisa de opinião não pode ter a pretensão de ter 100% de acerto, mas ela deve ter o compromisso moral de trabalhar e tratar os dados de modo científico e precisa ter compromisso com a ética e a imparcialidade.
Do modo como vem acontecendo, surge a dúvida: para quem esses tais pesquisadores estão a serviço? Da ciência ou do poder financeiro e político que os contratam? É necessário ainda muitas mudanças para que o processo eleitoral se aproxime de fato da tão sonhada democracia.
A chuva e a pouca educação, principalmente a pouca educação do eleitor, deixaram as ruas sujas, em alguns pontos o tráfego de pessoas ficou quase impossível.
Mas tudo transcorreu em clima de tranquilidade, uma verdadeira festa da democracia (ou será poliarquia?) e não podia ser diferente. No entanto, essas eleições me fizeram pensar em algumas situações que compõem o cenário eleitoral.
A primeira delas e mais simples, seria as respostas das seguintes perguntas: porque se permite, em tempos de sustentabilidade que os candidatos possibilitem aos seus correligionários uma enxurrada de santinhos, adesivos, cartazes, panfletos jogados em vias públicas, especialmente no dia da eleição? Que grande diferença faz, se sabemos que o eleitor já sai de suas casas com seus candidatos definidos? O que se vê é o absurdo de um sujeira vergonhosa possibilitada por aqueles que são diretamente responsáveis pela organização pública e social, ou ao menos é candidato a isso.
Cabe ao TSE, repensar mais esta situação. Já deu um grande passo quando acabou com comícios, uso de camisetas, agora falta solucionar os problemas que a permissividade de ações inúteis ainda causa.
Outra coisa interessante para se pensar é quanto às promessas políticas. No Brasil não é permitido a fabricantes e comerciantes em geral, prometer algo ao consumidor sem que tenham condições de cumprí-la, isso é enganar quem consome e constitui propaganda enganosa, fazendo com que enganadores paguem caro por tal ato, mas, vejam só a discrepância, ao político é permitido prometer, prometer e depois de eleito, desaparecer com suas promessas, deixando o eleitor com "cara de tacho" com a sensação de que foi enganado, algo que fere sua já cambaleante dignidade.
Penso, é chegada a hora da justiça brasileira criar mecanismos que forcem os políticos a cumprirem suas promessas, sob pena de se assim não o fizerem, serem inseridos na relação dos "fichas sujas", tornando-os inelegíveis.
Deixar essa cobrança nas mãos do eleitor é, até certo modo, injusto, pois a maioria dos eleitores não recebe em sua formação educacional, conteúdo suficiente para observar de modo crítico as questões sociais. Se para o comerciante é crime, por que não pode ser também para o político que é responsável entre outras coisas, de criar leis que regulem a vida social, visando a qualidade de vida da população?
Por fim, algo que tem me chamado a atenção, especialmente nessas duas últimas eleições. O trabalho dos chamados Institutos de Pesquisa de opinião tem sido duramente questionado.
Ultimamente tem aparecido no mercado, uma gama de pseudos pesquisadores atraída pela grana que esta atividade pode render, que tem apresentado resultados no mínimo passíveis de desconfiança. Só em Itabuna, foram publicados na reta final da campanha eleitoral, cinco pesquisas, cada uma com resultado diferente.
Cada uma dessas pesquisas dava como certa a vitória de um determinado candidato, e o pior, foram massificados na população com uma parcialidade infame. Me parece que não há um trabalho de fiscalização mais apurado dos órgãos competentes, para que este tipo de prática seja coibida.
A pesquisa de opinião deve ter como principal objetivo dar informações para que o cidadão faça uma análise do que ocorre ao seu redor. Ela não pode, sob hipótese alguma, pretender interferir no processo eleitoral.
O que fica à berlinda é o trabalho dos estatísticos, que claro, há profissionais sérios nessa área, o que nos deixa indignados é que existem muitos charlatões atuando na área, e esses, não entendem profundamente questões basilares na pesquisa de opinião e por isso mesmo, o fazem para atender apenas o lado que lhe interessa.
Em Salvador, por pelo menos duas vezes nas últimas eleições, vimos equívocos com relação ao resultado das pesquisas. Na primeira eleição de Wagner para governador, as pesquisas indicavam vitória em primeiro turno de Paulo Souto. Já agora, nessas eleições de 2012, as pesquisas indicavam vitória de Pelegrino para prefeito da capital. Nas duas, os resultados foram contrários ao que a pesquisa apontava.
Sabemos que um pesquisa de opinião não pode ter a pretensão de ter 100% de acerto, mas ela deve ter o compromisso moral de trabalhar e tratar os dados de modo científico e precisa ter compromisso com a ética e a imparcialidade.
Do modo como vem acontecendo, surge a dúvida: para quem esses tais pesquisadores estão a serviço? Da ciência ou do poder financeiro e político que os contratam? É necessário ainda muitas mudanças para que o processo eleitoral se aproxime de fato da tão sonhada democracia.







