domingo, 9 de setembro de 2012

QUEREMOS UM ESTADO A SERVIÇO DO POVO

Reprodução da carta do movimento “Grito dos/as excluídos/as” do último 7 de setembro em Itabuna-Bahia.

 
Em primeiro lugar, este não é mais um panfleto de candidato à próxima eleição por isso, pedimos. Leia até o final.

Este ano aproveitamos o momento do Grito dos Excluídos - 07 de setembro, para denunciar e exigir que providências sejam tomadas no sentido de conter o aumento assustador da violência e da corrupção na cidade de Itabuna. É uma tristeza imensa para todos os cidadãos itabunenses, figurarmos sempre na mídia nacional como uma das cidades mais violentas do Brasil. Aqui, faltam políticas sociais efetivas por parte do poder público e ações concretas de combate à violência por parte do governo baiano.
Nossa cidade tem registrado mais de 200 homicídios por ano, o que, para alguns especialistas no assunto, é índice de cenário de guerra, superiores inclusive aos registrados atualmente na Síria, país envolvido em uma guerra civil.

As causas da violência em Itabuna são inúmeras. Mas podemos apontar como principais as seguintes: falta de emprego e oportunidade para os mais jovens, consumo e tráfico de drogas, sobretudo o “crack”, desagregação familiar, falta de políticas públicas com foco na socialização dos jovens por meio da cultura, do esporte, e do lazer. Diante desse cenário somos desafiados a refletir e agir frente à violência que tem afetado de maneira devastadora grande parte da sociedade brasileira, sobretudo a juventude, que se vê vulnerável em uma estrutura social de desigualdades.

A situação caótica da saúde no município também nos assombra, esta convive sem investimentos que venham garantir a dignidade no atendimento à população, o constante jogo de acusação (Governo municipal x Governo estadual) sobre os recursos, sobre a gestão plena, piora mais ainda o atual quadro de descaso contra a população que necessita por exemplo, recorrer ao Hospital de Base em busca de atendimento. Reivindicamos o direito a saúde para todos os itabunenses, com qualidade no atendimento, respeito aos profissionais e investimentos de 10% do orçamento da união para a saúde pública. Gritamos não ao sucateamento e a privatização dos serviços públicos. Queremos um Estado a serviço do povo e não do mercado que visa unicamente o lucro.

As recentes greves dos servidores públicos, em especial dos professores que durou 115 dias, deixaram muito claro como o executivo baiano trata os direitos dos cidadãos (ãs). A falta de docentes e as péssimas condições de trabalho, salários defasados, autoritarismo e a falta de sensibilidade nas negociações, toda essa situação nos mostra a inexistência de uma política pública estadual para um setor que, sem a devida atenção, contribui com o alto índice de analfabetos – 1,7 milhão – e a grande evasão escolar no Estado. E mais uma vez o grande prejudicado é a juventude do nosso município e do Estado.

Não é possível também permitir a continuidade do quadro de corrupção que se instalou no município capitaneado em especial pela Câmara de Vereadores constantemente denunciada por esta prática maléfica e incentivada pela sensação de impunidade que hoje vem acontecendo: o envolvimento de vereadores em uma rede de fraudes em processos licitatórios que tinham como objeto a contratação de serviços para o legislativo, a adulteração de contracheques de servidores que pretendiam obter empréstimos junto aos bancos. Essa corrupção se alastra e atinge outros setores da sociedade itabunense por conta da impunidade, uma vez que um conceito está amarrado ao outro.

Os blogs, os sites, os informativos e a imprensa em geral, têm denunciado constantemente as mazelas da Câmara de Vereadores e o descaso do poder público com a segurança pública, já que Itabuna bate recordes de assaltos e assassinatos a cada dia. Mas, providências concretas, não são tomadas. É sempre aquele jogo de empurra-empurra (Município – Estado- União) e o povo continua sendo prejudicado.
Estamos aqui para gritar: “queremos um Estado a serviço do povo – chega de violência e corrupção em Itabuna”. Junte-se a nós e grite também pelos seus direitos.

Itabuna (BA), Avenida Cinquentenário – 07 de setembro de 2012.

Assinam este Manifesto: Centro Acadêmico de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Santa Cruz, Comunidades Eclesiais de Base, Comissão Pastoral da Terra, Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas,  Conselho de Cidadania Permanente, Conselho Indigenista Missionário, Encantarte, Grupo de Mulheres do Parque Boa vista, Levante Popular da Juventude, Movimentos Cursilhos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não deixe de comentar, sua opinião é muito importante.

O BRUTAL E DESUMANO UNIVERSO DAS REDES SOCIAIS - Por Maik Oliveira

Desligue suas redes sociais! A frase pode parecer de um rigor extremo, mas é o que sugerem importantes nomes do Vale do Silício, ex funcioná...