domingo, 27 de março de 2011

Brasil, a farra da corrupção!

Essa semana, o brasileiro mais uma vez teve a comprovação de que no Brasil, o crime compensa. Primeiro vimos decepcionados o novo ministro do Supremo votar a favor da não validação da Lei da Ficha Limpa para as eleições do ano passado, permitindo que com isso, águias da corrupção nacional retornem ao Congresso Nacional para continuar surrupiando a moral e o dinheiro público e o pior, diante de tanta "vontade" da justiça brasileira já se fala que a lei não será aprovada. No final da votação a favor da corrupção, o juiz Luís Fux, disse que foi emocionante o início do seu trabalho no STF, ficaria mais apropriado se afirmasse que foi vergonhoso e covarde já que foi ele a despeito do impasse criado pelo empate de votos (5 contra e 5 a favor) que desempatou a favor da bandalheira. Alegou para isso que a lei era inconstitucional, pois para ser validada precisava ter sido promulgada pelo menos um ano antes das eleições. A verdade é que protelaram o máximo possível sua validação exatamente para encontrar brecha na Constituição, mas é de se pensar, se fosse tão substancial assim, a não validação da lei por causa dessa tal "inconstitucionabilidade", porque 5 juízes do supremo votaram a favor da lei? A verdade é que é uma farra ser bandido no Brasil, foram mais de 2 milhões de assinaturas do povo brasileiro, a pressão popular, o desejo do povo não foi assistido por quem é responsável pela observância das leis do país, porque não interessa aos poderosos a vigilância da moral e da ética, do contrário eles mesmos estariam na "guilhotina".
A outra situação não menos vergonhosa é com respeito àquele famigerado mensalão de 2005, acaba de ser publicado na página online de Veja que muito provavelmente será prescrito o processo e todos os 32 citados, envolvidos em crimes pesados como: formação de quadrilha, desvio de dinheiro público, tráfico de influência, serão absolvidos e continuarão a atuar no governo do PT.
Nomes como: José Dirceu, João Paulo Cunha, José Genuíno, estão agora fumando charutos e dando gargalhadas do povo brasileiro, porque mais uma vez a decisão está nas mãos do "imparcial" ministro do supremo.
Esse ministro aliás, não está ali por acaso, na ocasião de sua candidatura foi lhe perguntado como votaria no caso do mensalão, a sua resposta foi emblemática: "se houver provas votarei pela condenação, não havendo provas votarei pela absolvição". Ou seja, "não produziram provas, se depois de 6 anos de processo nenhuma prova foi produzida, também não iremos atrás delas" foi isso que ele quis dizer. Era imprescindível para essa corja, a eleição de Dilma, tanto que ela apressou a nomeação do atual ministro do Supremo Tribunal Federal para livrar a cara dos petistas sem vergonha.
O Brasil é um país lindo, com uma gente alegre, trabalhadora e cheia de esperança, mas a política brasileira é quem envergonha e trava essa nação, o que mais nos deixa tristes é que nosso povo ainda não aprendeu, que na hora de tirar o lixo do Congresso, não podemos confiar em STF, STE, e nenhuma outra sigla que se coloca como parceiros do povo, a nossa única arma é nosso voto combinado com o esforço da nossa vigilância contínua.
Hoje me envergonho de ser brasileiro!

quarta-feira, 9 de março de 2011

Ensinar Sociologia é coisa séria!


Já faz algum tempo que venho observando algo e essa observação tem me preocupado. Desde o ano passado quando como estudante de Ciências Sociais, passei a ter contato com o ensino público, reparei uma prática no mínimo passível de desconfiança no sistema de ensino.

Quando em 2006, a Sociologia foi inserida definitivamente como uma disciplina obrigatória no Ensino Médio, as escolas particulares e públicas ficaram expostas a uma situação inusitada: como preencher a vaga de professor de Sociologia se no mercado esse profissional é escasso? Isso abriu uma brecha tenebrosa. Para resolver a situação, a disciplina passou a ser oferecida à profissionais de outras áreas que pouco ou nada sabem a respeito dos pressupostos sociológicos.

O fato é até certo modo compreensível, já que entende-se, gestores da educação foram surpreendidos e assim, impossibilitados de ocupar as vagas com profissionais específicos da área tiveram que compô-las como podiam - remediar. O problema é o ciclo vicioso, sabemos que em situações como essas, existem os aproveitadores, aquelas pessoas que usam esses momentos para promoverem a si mesmos ou as suas causas partidárias, desrespeitando os direitos alheios.

Assim, o que me preocupa é se essas vagas serão direcionadas para o profissional de fato quando ele estiver disponível. O Estado da Bahia, por exemplo, ofereceu para o pólo 1 da Direc 7, no Sul da Bahia, apenas duas vagas para professores de Sociologia no último concurso realizado no dia 9 de janeiro desse ano de 2011, só para usar como exemplo mesmo, sem mencionar aqui os outros pólos cuja oferta também foi muito menor que a demanda, mas quantas escolas estaduais que oferecem Ensino Médio têm na região que compreende a Direc 7? Dezenas por certo, e o que farão com as demais vagas? Quem serão os profissionais que estarão ministrando aulas de Sociologia para os estudantes de Ensino Médio?

Mas esse não é um problema apenas das escolas públicas, é também do setor privado, conheço escolas particulares que simplesmente não dão à Sociologia o valor que lhe é devido, na hora da disciplina não é um Cientista Social ou um Sociólogo que está desenvolvendo seu trabalho, o que vemos é Pedagogos, professores de Geografia, História e pasmem, até de Química e Matemática ministrando as referidas aulas. E o que dizem? Argumentam que os referidos professores precisam completar suas horas, que são contratados do colégio e ficam com tempo ocioso e ainda existe o famigerado argumento de algumas escolas que tem como base, os ensinos protestantes que diz: "a Sociologia é antagônica à religião, muito contestadora!"

Sabemos que não. Aqui, falando a grosso modo, a Sociologia não contesta, ela apenas questiona e busca respostas mais convincentes, partindo da premissa de que não existem verdades absolutas entre nós. O fato é que  na região sul da Bahia, ano que vem, em 2012, a Universidade Estadual de Santa Cruz, estará oferecendo para a sociedade, a primeira turma de formados em Ciências Sociais, turma que iniciou seus estudos em 2009. A partir de então, não haverá mais desculpas, de que não há profissionais disponíveis.

Bom, pode parecer que estou advogando em causa própria, afinal faço parte dessa turma, mas não é, mesmo porque, pretendo seguir outra linha de minha formação que é pesquisar e escrever, embora hoje em sala de aula estou muito animado com meu trabalho. No entanto, é preciso dizer que Sociologia é coisa séria, assim como é todos os ramos do saber, não pode ser preterida em hipótese alguma e se é assim, é justo que um profissional da área ocupe esse espaço e possa proporcionar aos estudantes, um conhecimento de fato específico da disciplina.

Não será concebível e isso em hipótese alguma, que uma disciplina tão importante como Sociologia, seja renegada ao simples papel de coadjuvante na formação do cidadão, este que deve ser crítico em suas análises da sociedade, dos fatos sociais que envolvem, sobretudo, política, filosofia de vida, diversidades e tantas outras “nuances” do viver em sociedade.

É a Sociologia e não outra, a grande responsável pela formação desse tipo de cidadão que é o que todos queremos para que tenhamos uma sociedade mais cônscia de seus direitos e deveres, algo tão escasso em nossos dias.

É a grande oportunidade que nos chega, temos a chance, de quem sabe, num futuro próximo, se disciplinas como Sociologia e Filosofia forem bem aplicadas, viver em um país mais consciente, com seus cidadãos mais politizados, a exemplo do que acontece em países desenvolvidos como Inglaterra, França, EUA, entre outros.

Se deixarmos que o bonde da história passe sem levarmos em consideração coisas importantes como a seriedade de se preparar homens e mulheres mais capazes e eficazes para o futuro, continuaremos a colher grandes dissabores, como os que assistimos, dos quais, muitas vezes, também somos vítimas na atualidade.

sábado, 5 de março de 2011

CARNÍVORO X VEGETARIANA

Janne Lettuce (presidente da Ordem Vegetariana Mórmon "Radicais e Livres") escreve para Mohamed. A história da humanidade já passou por muitas eras. Desde os tempos primitivos até os tecnológicos dias atuais, a alimentação sempre foi assunto vital. Tudo o mais que envolve a existência humana é secundário ao fato de as pessoas necessitarem se alimentar. A cultura, a educação, a filosofia, a arte e mesmo a saúde são atributos posteriores à prioridade de comer. Talvez por isso haja tantas formas de pensar sobre o assunto - e consequentemente tantas formas de comer. Defendo a minha. Há mais de 20 anos que não como carne. Várias razões me moveram a isso. razões estritamente pessoais, como o fato de me sentir mais saudável após abolir a carne do meu cardápio, e outras de natureza filosófica (e mesmo estética), como ser contrária ao sacrifício de animais para o nosso desfrute alimentar, bem como aos perversos modos de abatê-los. Foi assim que me converti a uma alimentação baseada em grãos, legumes e verduras. Desde então minha vida se transformou, sinto me leve e disposta. E também mais de acordo com os princípios da Natureza, com a ideia primordial de harmonia cósmica e, porque creio, com Deus. Trabalho para que o homem evolua na sua forma de pensar a alimentação e, naturalmente, de se alimentar. Não vivemos mais no tempo de Isaac, em que animais precisavam ser abatidos para conter a ira divina. Nem há escassez de recursos naturais no mundo que justifique a não inclusão de vegetais à nossa ração diária. A natureza é pródiga e o homem tem capacidade de produzir vegetais que abasteçam a população mundial. Torço para que os homens acabem com a matança de seres inocentes cuja vida merece outro destino. RESPOSTA DE MOHAMED Prezada Sra. Jane, Posso entender a necessidade de um humano se alimentar de repolhos, acelgas e vagens, o que não suporto é ter que ouvir suas abrobrinhas. Dizer, por exemplo, que o abate do boi é "desumano" é de uma boçalidade bovina, uma vez que o boi nunca foi homem. Além de que o boi é um bicho besta, quase uma mula de tão besta. Passa o dia pastando (não é a toa que a expressão"vai pastar" tornou-se insulto feroz) e ruminando e engordando. Só poderia ter mesmo essa serventia na vida: nos dar leite e carne. Aliás é o que confere alguma razão e nobreza à sua existência, do contrário sua vida seria um grande desperdício. Até concordo que o abate poderia ser mais brando, mas aí já é uma outra conversa. "filósofos" vergan argumentam que a diferença entre comer animais e plantas está no fato de que os bichos têm "vida psicológica", ao passo que os vegetais não. Ora, que papo é esse? Será que teremos, daqui por diante, profissões tais como psicólogos para bois e vacas? "Psicoterapia lacaniana para novilhos traumatizados às vésperas do abate?"...E que compaixão toda é essa por um animal cujo destino bíblico parece ser nos alimentar e só? Será que quem tem essa preocupação nutre a mesma solidariedade por seus irmãos humanos, desamparados e famintos que se avolumam por ai? Considero isso um desvio, além do mais, está provado por A+B que nossa dentição pede carne, que nosso organismo tem necessidade de proteína animal e que, não raro, comedores de algas tornam-se anêmicos. Sei que uma boa salada de folhas após a carne facilita - e muito - a digestão (eventualmente ajuda a diluir a culpa também). Mas nenhum argumento me convencerá do contrário. Lugar de boi é na mesa, bem ou mal passado, e sua serventia é nosso pasto. Isso para mim são favas contadas. Mohamed Al Catra é churrasqueiro de Cabul e sócio-fundador da costelaria "Entrecôte de Adão" Dá-lhe Mohamed!!! Texto extraído da seção Última palavra da revista Istoé, na coluna de Zeca Baleiro, de 2/2/2011.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Flamengo: campeão da Taça Guanabara 2011

Consolidou-se o que vem sendo desenhado ao longo de todo o primeiro turno do Campeonato Carioca, a chamada Taça GB, o Flamengo foi o time que manteve a regularidade no sentido positivo, venceu 7 jogos na primeira fase da competição, na semifinal empatou com o Botafogo conquistando a vaga na final nos penaltis com uma excelente atuação do goleiro Felipe e finalmente na final, enfrentando um time que como disse bem o técnico rubro negro, não foi colocado ali, ele conquistou a vaga por puro merecimento, derrotando o Fluminense na semifinal. Na verdade o time do Flamengo ainda pecisa melhorar muito, apesar dos resultados positivos, ainda não apresentou um futebol que pode ser chamado de altamente competitivo, mas com a inegável qualidade de seus jogadores conseguiu manter uma regularidade impressionante para início de temporada e com isso garante participação na final do campeonato estadual e se vencer o segundo turno, ganha o campeonato por antecipação. Nesse último jogo contra o Boa Vista, mostrou mais uma vez ser um time com vocação para a vitória, mas deixou claro que peca na objetividade, na hora do lance final, no arremate, um desafio e tanto para Vanderley Luxembutrgo que precisa resolver essa situação, se quiser se dar bem em competições de de nível superior ao Carioca. No mais, o Fla foi campeão invicto e isso é bastante animador para os torcedores, o clube ainda tem esse ano para disputar a Copa do Brasil, o Campeonato Brasileiro, a Sulamericana, diria que o Fla vai bem obrigado! Parabéns pela conquista da sua 17ª Taça Guanabara e por ter seu principal craque, com sua cobrança de falta magistral, feito nos lembrar de outro craque inesquecível, o Galinho de Quintino, Arthur Antunes Coimbra, o Zico.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

O intermodal de Ilhéus

O que representa o Complexo Intermodal para Ilhéus, para a Região Cacaueira? Muito se tem falado que é a retomada do crescimento que a muito tempo ficou estagnada nos entraves políticos que assola a região. Vivemos o mal dos maus políticos, péssimos administradores que recebem do povo a oportunidade de fazer a diferença e depois passa o tempo cortando árvores, pintando meio fio e fugindo das fiscalizações e investigações do TCM e Polícia Federal. A verdade é que observando as falas das pessoas mais próximas, daqueles que observam de perto o projeto do Porto Sul, ficamos, a população em si, a ver navios no que diz respeito aos lucros e perdas que esse empreendimento nos causaria. O que sabemos é que a Bamin, empresa do Cazaquistão envolvida no projeto, precisa de uma área de cerca de 70 hectares. Sem dúvida alguma é muita terra, imagine como ficaria a região norte de Ilhéus com uma área imensa tomada pela iniciativa privada? Ali onde podíamos entrar e sair a hora que queríamos, tomar um banho de mar, nos divertir com a família! Não teremos mais direito a isso porque será tomada pelas forças da mineradora. Mas isso não é tudo, e a natureza da zona norte do município, que já sofre pela falta de políticas públicas para protegê-la? Ficará ainda mais sobrepujada a ferro, concreto, caminhões, navios, trem de ferro... É o progresso! Pois bem, sabemos que o progresso é necessário, mas o que se deve discutir é: a que preço? Para os imediatistas é bom saber que vem aí emprego, renda, novos investimentos nas cidades da região... Mas, e a longo prazo, o que isso tudo representa? Podemos dizer que as cidades do Sul da Bahia principalmente Ilhéus e Itabuna, sofrerão um inchaço em suas populações, de pessoas desempregadas que migrarão para cá, na esperança de conseguir um emprego ou subemprego para comprar um pouco de comida, muitos não profissionais, aventureiros, porque infelizmente é o que bem tem no Brasil e com isso, veremos aumentar ainda mais a escalada da violência que já é assustadora por aqui, a pobreza, as invasões de terra, a destruição do pouco que resta da Mata Atlântica. Será que teremos as garantias de que os investimentos estrangeiros, advindos do Cazaquistão serão suficientes para melhorar a educação, a saúde, o saneamento básico, a segurança e a moradia do nosso povo? Será que eles estão preocupados com isso? São perguntas que precisam de respostas agora, de forma imediata, antes que o IBAMA mude de ideia e assine um documento de autorização que hoje nega, que evidencia os problemas que a região pode sofrer como consequência da instalação do tal empreendimento, sem um planejamento mais detalhado com o olhar voltado para as reais necessidades dos municípios da região do cacau. Confesso que quando soube da intenção do projeto, fiquei imediatamente contente, pensava que seria de fato algo poderoso economicamente para a região, no entanto, hoje ao observar os dois lados, estou reticente. A questão precisa ser muito discutida pela população de Ilhéus e penso que Itabuna também deve entrar mais efetivamente nessa discussão, afinal ela também sofrerá consequências positivas ou negativas dessa intervenção. É hora dos meios de comunicação, das instituições de ensino, dos poderes públicos e acima de tudo da população, tomar conhecimento dos pormenores, apurarem o que de fato é real e o que é apenas especulação e utopia, como as questões da empregabilidade, do desenvolvimento sustentável, da capacitação dos nossos jovens para uma mão de obra qualificada, porque depois, o leite já pode estar derramado!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Solidão sobreposta

Por Anderson Borges Sobrepõe ao fundo o por do sol; sobrepõe na projeção dos seus raios; sobrepõe na penumbra de tua escuridão; hoje! O meu olhar já não é tão fixo; hoje! Ele já não acredita na existência de nosso mundo; hoje! A dor é ardente e o medo é consequente. No fundo, o labirinto; lá vejo-me sentado; cantando e regendo a sinfonia de nossos pensamentos; no mais perfeito acorde que só nós, sabemos reger e compreender; o estribilho de nossas canções. Sim! Eu era o maestro, eu era o herói! Meu herói!!! Anderson Borges é geólogo,empresário no ramo de geotecnia na região Sul da Bahia e poeta nas horas vagas, quando tem horas vagas.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A vida humana em xeque!

Nesse fim de semana passado, quatro ou cinco famílias viveram momentos de pavor, agonia e um sentimento de perda irreparável.

Próximo ao meio dia, na rodovia que liga as cidades baianas Itabuna e Eunápolis, houve colisão entre um Palio e um Uno, resultando em quatro vítimas fatais. Infelizmente é uma notícia que vem se tornando comum no Brasil, e os motivos são quase sempre os mesmos, excesso de velocidade, álcool, imprudência, mas nesse caso específico, não foi bem assim.

Talvez alguém excedeu o limite de velocidade, talvez houve imprudência, era faixa contínua, a cerca de 200 metros uma curva, caminhão baú à frente, visibilidade da pista quase nula em alguns momentos, uma ultrapassagem ali nessas circunstâncias seria muito perigoso, mas por que?

Se houve imprudência, porque será que alguém decidiria arriscar tanto? Álcool? Não! Em um dos carros estavam evangélicos adventistas, me recuso a acreditar que alguém naquele carro estivesse sob o efeito do álcool, definitivamente não estavam, era sábado, para os adventistas, "o dia do Senhor", mas espere! A que horas aconteceu mesmo o acidente?! Era próximo ao meio dia, nessa hora eles não deveriam estar assistindo o "culto divino" em alguma igreja com suas famílias? Sim deveriam! Mas eles não podiam estar lá! Porque estavam a serviço da "associação", estavam indo trabalhar! ISSO MESMO, TRABALHAR!

Naquele dia às 13h30min na cidade de Eunápolis eles se reuniriam com outros irmãos para discutir questões financeiras, iam treinar os demais em como deveriam proceder em relação a pagamentos, boletos bancários, novos sistemas de pagamento e por aí vai! Precisavam estar lá pontualmente, esta era a ordem. Mas isto está longe de ser a razão pela qual alguém poderá dizer que foi castigo divino, porque não podem trabalhar no sábado, particularmente não vejo dessa forma. Embora não seja assim que penso, os adventistas são mesmo aqueles que não trabalham no sábado, mas não é somente uma questão espiritual e também política, é algo só válido para os demais membros, aqueles que não têm vínculo empregatício com a instituição que os administra.

Se for lojista deve fechar a loja, se trabalhar em uma empresa privada, deve pedir dispensa, se tiver fazendo um curso  deve atrasar o curso ainda que o mesmo seja voltado para o social, para fazer o mundo melhor (e qual não é?), causando um transtorno terrível nas instituições de ensino que precisam encontrar saída, afinal, o estado é laico, a liberdade religiosa é uma realidade plausível, mas o fato é que no sábado não devem ir à aula de forma alguma, sob pena de ser "Removido do rol de membros", ter o nome lido em uma assembleia, de preferência no sábado pela manhã, depois da escola sabatina, quando a igreja estiver lotada, para ridicularizar ainda mais o miserável pecador, afinal, "quebrou o mandamento do descanso sabático".

Mas para os que são funcionários da instituição, “a obra", especialmente aqueles que são chamados de "orelha seca", não tem essa! Precisam estar à disposição sempre! No dia de descanso, não há descanso, carregam pesadas caixas nas costas, protegem o patrimônio da igreja, realizam treinamentos em cidades distantes, arriscam suas vidas em verdadeiras corridas contra o tempo, porque tudo tem horário marcado, o suor desce de seus rostos, mas não devem achar que estão desobedecendo a Deus, afinal "tudo é pela obra", quem manda são os "ungidos do Senhor"! E para soldado mandado não há crime.

O discurso que comove, que convence a maioria da membresia é: “os funcionários da “obra” estão dando duro no sábado, estão fazendo a “obra do senhor”, trabalho santo, e embora pregamos que não se pode trabalhar no sábado, esse tipo de trabalho é permitido!"

Mas afinal, porque que estes funcionários se submetem a verdadeira exploração de trabalho, em um dia que pregam, não é para isso?

Sejamos racionais, mais do que o "privilégio" de trabalhar na "obra", homens e mulheres que ali estão, dependem do emprego, precisam sustentar suas famílias, pagar as contas e comprar roupa nova, um sapato novo para a esposa, outro para o filho, afinal precisam estar na igreja impecáveis, não podem passar vergonha, pois lá, estar com um sapato surradinho é ser "irmãozinho", pobre coitado, inda mais quando se é "funcionário da obra".

Na "obra adventista" não há sindicato, portanto não se pode "lutar por direitos", se alguém se atreve a criticar ou reivindicar o mínimo que seja, é sumariamente demitido na primeira oportunidade, então "aquietai-vos, porque o Senhor é Deus".

Quer ganhar espaço ali, aprenda a excelência do "puxassaquismo”, esse é o caminho mais curto para você se tornar por exemplo vice-tesoureiro ou tesoureiro quem sabe, o posto máximo que um “orelha seca” pode chegar, plano de carreira significativo, somente para quem consegue o curso da etnocêntrica teologia adventista, assim, mais do que a competência, vale quem baba mais, depois disso seja sempre pela obra e não pelo funcionário, sacrificai-os, matai-os, remova-os, eliminai-os sempre em nome da instituição e tudo estará resolvido!

Ah! E não se esqueça, é fácil fazer isso! Eles, os funcionários, não tem quem os defenda, é fácil torná-los marionetes, massa de manobra, são completamente dependentes de um sistema que nasceu para beneficiar uma minoria de colarinhos brancos, uma oligarquia, membros de uma sociedade poderosíssima chamada de "O Ministério", é para lá que tudo tem que ir e fluir, especializada em tosquiar cordeirinhos, eles amam dinheiro, tomam seu tempo, seu futuro e até sua vida (como os que morreram nesse acidente) e não dão nada em troca, sequer conseguem orientar e cuidar dos jovens quando é necessário! E ainda dizem! Não nos culpem, foi uma fatalidade!

E o pior, a maioria dos membros acreditam nisso, são subservientes, e por acreditar não reclamam e quando silenciam tornam-se cúmplices diretos de ações horrendas que aliena e mata! Em momentos como o fim de semana passado há choro, mas porque há lágrimas? Será que é por arrependimento? Ou remorso? Nesse caso específico é fácil responder, é o sentimento de culpa, por saber que quando um funcionário está de férias, deve estar até o último minuto, não se pode permitir em nenhuma hipótese, ainda que este queira, que tal funcionário deixe o convívio da família, se envolvendo em trabalho fora de hora, de tempo e de lugar.

Nada do uso da autoridade a qual todos devem se curvar; é tentador? Resista! A condição humana exige por ela um respeito que a possa tornar digna. Ah tá, já ia me esquecendo: faixa contínua, caminhão baú à frente, curva a 200 metros, pressa e insensibilidade administrativa... Combinação fatal!

Espero que a igreja, sua membresia, ao ter chorado a perda de pessoas queridas, ao ter pagado um preço tão alto, não acredite que foi por vontade divina, não caia na historinha de que foi por um bom motivo. Não! É claro que não foi! As famílias perderam seus queridos e inclusive outro rapaz que não fazia parte desta igreja, eles morreram porque alguém nutre no coração a vaidade de querer mais, sempre mais e com isso a clara incapacidade de saber qual o real valor de uma vida.

Algo precisa mudar e mudanças desse gênero só ocorrem pela organização e ação do povo, lembrem-se, os déspotas estão caindo! Na sociedade como um todo não há mais lugar para eles! Não permitam em nome do que consideram sagrado, que eles façam carreira entre vós!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A marca da pobreza

O novo logo do governo federal, nem bem atingiu seu apogeu público e já está fazendo o maior sucesso, sucesso negativo diga-se de passagem.

Como trabalhamos em publicidade, penso que foi uma tremenda bola fora de quem produziu e quem aprovou o tal logo.

É verdade que a luta contra a pobreza no Brasil tomou contornos jamais vistos a partir do governo Lula, já vinha ganhando a mídia quando no governo de FHC, foi anunciado que o brasileiro estava comendo mais frango, uma das carnes mais baratas do mercado é bom dizer.

Com o bolsismo de lula a coisa ganhou notoriedade midiática e o mundo conheceu o esforço brasileiro para que milhões saíssem da miséria. Se o programa foi e é contestado ou não, a verdade é que tem muita gente adorando as bolsas que recebem do Governo Federal.

No meu modo de ver, essa política tida como assistencialista, precisa ser repensada, uma vez que a ninharia que o governo tem distribuído entre os pobres, serve de desculpas para que uma multidão de pessoas se fixe no ostracismo, afinal dizem: "pra que trabalhar?" "Pra que estudar e pra que fazer controle de natalidade se o governo não me deixa passar fome?" Claro que essa realidade não é geral.

Não digo que deva parar a distribuição, mas que deve-se pensar algo do tipo: qual o retorno que o país obterá disto? E não apenas um seguimento político que ganha votos e mais votos com o tal bolsismo. Mas convenhamos, estampar em um logo que "país rico é país sem pobreza" penso ser de uma pobreza esculachada, já que do ponto de vista social, a justa distribuição de renda deve ser coisa basilar em um país, e fazer propaganda disso, penso que é escancarar o ponto fraco de uma nação, deteriorando sua imagem de país emergente.

Particularmente, gostava do logo do governo passado, "um país de Todos", sim, um país onde todos têm e devem ter direitos iguais, embora sabemos da fantasia contida nessa fala, mas trata-se de um sonho que não devemos abandonar.

Conversando com um amigo advogado ele disse algo que me fez pensar, falou que o jovem é idealista até seus 25/30 anos, depois ele percebe que a luta pela sobrevivência, tirará ele do idealismo e o levará diretamente para o realismo, no realismo ele percebe que ações sociais que beneficiem o todo é prerrogativa do poder político e querer que nossos políticos observem o social, embora ser esse o dever deles, é sonho e não realidade. percebe-se ai um desencantamento.

Uma professora na faculdade dizia: "já fui muito de brigar, de pensar em políticas públicas que beneficiem o pobre, militava mesmo, hoje deixei isso de lado, perdi a vontade , o tesão!", ela também desencantou-se.

Mas um país é feito de lutas, de reivindicações, alguns podem parar de lutar, mas a luta deve continuar e sem intimidações. Mas por favor, o combate à pobreza deve ser a marca de um governo que prima pelo social, só não acho que isso deve servir como matéria prima para sua publicidade, porque a pobreza é indigna, é uma mazela que não deve ser exteriorizada e sim combatida internamente.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O povo egípcio e o mundo derrubaram mais uma ditadura!

O que faz alguém se tornar um ditador? Percebam que o poder fascina, há aqueles que o exercem e há aqueles que namoram com ele, estão sempre por perto, farejando, besbilhotando, fazendo conchavos. À beira da mesa dos que mandam, estão os que adoram as suas migalhas, são como o personagem Smigol do filme "O senhor dos anéis", sabem tudo, conhecem os caminhos, onde moram as aranhas do poder, dominam a arte da chantagem e sonham com o dia em que tomará para si o anel do poder que um dia imaginavam ser deles. Essa gente é dominada por sentimentos espúrios do tipo: covardia, complexos de inferioridade, incapacidade. Pensam que são incompetentes demais para chegar lá através de caminhos dignos, e na maioria das vezes estão certos, imaginam que a maioria jamais daria a sua legitimidade, mas querem o poder de qualquer jeito, então especulam, espezinham e preparam o bote como uma serpente às escuras. Não apenas na política, eles também estão nas empresas privadas, nas instituições públicas, nas universidades e pasmem, até nas religiões e nas famílias encontramos esse tipo de lixo humano individualista, egoísta às espreita, esperando um erro de alguém para por em prática sua mais nefasta arma, a chantagem. "Não me demita senão eu conto tudo", "aumenta meu salário do contrário vou jogar aquele caso no ventilador", "Eu sei da sua vida, vou acabar com você", "me apoie senão eu vou puxar seu tapete". "faça isso, faça aquilo e não reclame, do contrário será demitido". No Brasil de 1964, depois do discurso de João Goulart no Rio de Janeiro, defendendo as organizações sociais e prometendo um governo populista, os conservadores ficaram apavorados, principalmente a chamada classe média, entre eles a Igreja Católica, os banqueiros, os empresários e também os ditos militares, esses últimos que já namoravam com o poder a algum tempo, especialmente depois da renúncia de Jânio Quadros, resolveram que aquela era a hora de tomar o poder no país, passaram então a acusar o governo de culpado pela caristia, de querer entregar o Brasil para os comunistas e chantagearam, foram para as ruas com sua tradicional ostensividade, exatamente depois que aconteceu o movimento organizado pelos conservadores citados acima contra as propostas do governo, chamado de "Marcha da Família com Deus pela Liberdade". Era a hora das toupeiras entrarem em ação, em nome de Deus, da moral e da família, lançaram o Ato Institucional número 1, que cassava mandatos políticos que faziam oposição aos militares e tirava a estabilidade dos funcionários públicos, ou seja, se não aceitassem a total subserviência ao regime, deveria imediatamente dar lugar a quem era do lado militar, sempre às escuras, na calada da noite, no oportunismo. No Egito, Mubarak era o herói de uma guerra, membro da Força Aérea egípcia, já estava ali, pertinho do poder, ou melhor, já namorava com ele e assim chegou à vice-presidência em 1975. Quando o presidente Anwar Sadat, foi morto por islamitas em 1981, num desfile militar, sabe-se lá em quais condições e por quais verdadeiros motivos, eis que Mubarak assume o poder e de imediato mudou as leis políticas do país que tornou praticamente impossível um partido de oposição chegar ao poder, golpeou a democracia, a vontade do povo, o desejo era se perpetuar no poder. Quando estudamos Aristóteles e sua política, encontramos a informação de que a tirania se vale da ilegalidade. O primeiro ato de um ditador é mudar as leis que quebram a legitimidade do seu poder e coloca no lugar delas, segundo afirma Platão, "regras que são estabelecidas segundo o que lhe convém", no único objetivo de continuar no poder. O desenho é sempre igual, as ações são muito parecidas, na imensa maioria das vezes não há para o cidadão nenhum benefício, o que se vê em uma ditadura são privilégios para uma minoria déspota que usa a força, a coerção, a ameaça, a violência brutal para a legitimização do seu poder. No entanto, fica difícil um ditador se manter no poder por muito tempo utilizando ferramentas tão desumanas, e como escreveu Aristóteles , é "um estado de ilegalidade" e assim sendo, continuar no poder por muito tempo é impossível, quando a paciência do povo se esgota, começa a sua derrocada. Aristóteles afirma que a tirania é curta, porque seus sistemas de governos são fracos moralmente, não tem apoio do povo e Maquiavel setencia: "a tirania é o governo que tem menor duração e de todos, é o que tem o pior final". Foi o que assistimos nesses últimos dias no Egito, por mais mecanismos que Mubarak usava para ludibriar o povo, nenhum deles colou e ele teve que colocar o rabinho entre as pernas e sair do poder assim como lá entrou, às escuras, mas deixou um saldo de mais de 300 mortos, entre eles, jornalistas que cobriam os fatos. Durante todo o processo, o povo egípcio sabia o que queria, o fim da ditadura. Jovens, crianças, idosos, intelectuais e nesse caso até parte importante do exército queria acabar com aquele sofrimento que já durava 30 anos, que só se manteve por esse tempo porque se apoiou em políticas internacionais de paz no Oriente Médio, como o acordo feito com Israel e com isso ganhou apoio de governos ocidentais como os Estados Unidos. O mundo então se mobilizou e apoiou o povo egípcio, formadores de opinião, organizações como o Avaaz, que resolveu colocar a boca no trombone e fazer pressão sobre os governos de vários países, inclusive o americano através da mobilização popular, até um cartunista brasileiro contribuiu com suas charges, aí não deu pra Mubarak, cai mais uma ditadura pelo legítimo poder do povo nas ruas, e agora com uma poderosa ferramenta, a internet. E pelo que preveem os Cientistas Sociais, vem mais quedas por aí, os últimos ditadores não perdem por esperar!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Curiosidade: o mistério do número 111 em 2011

Outro dia estava conversando com um amigo geólogo, ele é um sujeito sempre atento a alguns fenômenos da natureza, e quando nós nos encontramos levamos um bom tempo dialogando sobre essas questões, mas na última vez que estivemos juntos ele colocou uma situação interessante. Estamos no ano 2011, e nesse ano teremos algumas datas onde o número 1 será imperativo como: 1.1.11, 11.1.11, 1.11.11, 11.11.11. Um colega do meu amigo lhe fez um desafio: "pegue o ano que você nasceu e some com a idade que você fará esse ano (ano de nascimento + idade em 2011) vai dar 111, agora calcule com a data de nascimento e idade em 2011 das pessoas que você conhece, vai dar sempre 111". Curioso não é? Um prato cheio para os especuladores misticistas de plantão. Para os que nasceram do ano 2000 para cá, a soma dará sempre 11 (00 + 11, 01+10, 02+09...). Lógico que saí fazendo contas de todo mundo que conheço pois é impressionante, mas, como explicar isso? Você se arrisca? Bom, é lógico que é uma questão matemática, mas no mínimo curiosa. Agora faça as contas com sua data de nascimento e sua idade nesse ano em curso, só pra ver se vai dar 111.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

A saúde em Itabuna agoniza na UTI


Essa semana eu, minha namorada e algumas amigas fomos ao Hospital Calixto Midlej Filho aqui em Itabuna, para visitar uma amiga que está por lá internada, ao chegar na portaria uma das amigas pediu informações sobre a paciente, o atendente perguntou se ela estava no céu, se referindo aos apartamentos do hospital, achei interessante a colocação do moço e perguntei: se lá é o céu, onde é o inferno? Ele riu e respondeu: "o inferno é no Hospital de Base".

Diante das notícias que nos chegam sobre aquele hospital, parece que o rapaz não está muito longe da realidade, o desleixo é vergonhoso, é até uma afronta ao povo itabunense. Não se consegue explicar como pode um hospital que nasceu dando a população um sentimento de realização, de orgulho e até de tranquilidade por saber que a partir daquele momento havia na cidade um hospital digno do povo grapiúna, se encontrar na situação atual.

Hoje, o que assistimos é um patrimônio público morrer, agonizar diariamente porque pura e simplesmente não existem programas e honestidade suficientes na política itabunense de ao menos manter o hospital com dignidade em seu próprio propósito de existência, o de cuidar da saúde do povo grapiúna.

Acontece que no outro dia encontrei uma amiga, funcionária da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna, instituição que é gestora do Hospital Calixto Midlej Filho, onde nossa amiga estava internada, a minha amiga ficou indignada com a fala do atendente e com espanto me disse: "você deveria perguntar para ele se a Santa Casa estava com a realidade distante do HBLEM, que ele chamou de inferno!" e revelou que nas dependências do Calixto Midlej falta até copo descartável, disse que pela manhã, a moça que fornece o material básico de consumo, informa que é para beber água, depois lavar e guardar o copo para reutilizá-lo.

Quando estava no apartamento onde nossa amiga estava internada, chegou uma colega de trabalho avisando que já havia comprado a dipirona para ela usar, sequer esse remedinho o hospital tinha disponibilizado.

Enquanto isso, as notícias que chegam é que mais de 2 milhões de reais foram desviados das contas do hospital para filhos do aproveitador (ops!, PROVEDOR) que se diz administrador da instituição. A que ponto chegamos na questão da moral! Para onde foi esse dinheiro? Quem dará conta dele? Como está sendo feito as investigações para punir os culpados e quando isso vai acontecer? Onde fica a honra do povo grapiúna? São tantas perguntas que uma situação dessas gera, que nos sentimos atordoados e descrentes quando o que está em jogo é o bem estar do cidadão, que paga e caro por ele.

Falta copo descartável, falta limpeza, falta remédio, falta salário, falta saúde, falta vergonha na cara das pessoas sem caráter que cuida da saúde de Itabuna! Que um dia já foi o orgulho da cidade! É lamentável!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Ronaldo, Ronaldinho, Vanderley e Wanderley

Ronaldinho Gaúcho chegou, treinou e fez sua estréia pelo Flamengo nessa quarta-feira no Engenhão contra o time do Nova Iguaçu, pela Taça Guanabara, primeiro turno do Campeonato Carioca.
Não foi um jogo fácil, o time do Nova Iguaçu entrou em campo disposto a dificultar a estréia de R10 e resolveu jogar recuado, colocou na maior parte do jogo seus jogadores no campo de defesa e obrigou o Fla a ir pra cima. No entanto, um problema que já se tornou crônico no time da Gávea, a falta de pontaria dos atacantes rubro negros tornou o jogo improdutivo, até que Vanderley colocou Wanderley em campo, tirou o então ineficiente David que saiu vaiado pela torcida, colocando o atacante que vem dando seu recado jogo a jogo, e foi ele mesmo que resolveu a parada, num chute de Thiago Neves, o goleiro do Nova Iguaçu foi obrigado a fazer uma defesa difícil no canto direito e a bola sobrou para o oportunista Wanderley, que não perdoou, 1x0 Flamengo, salvando a estréia de Ronaldinho Gaúcho que se movimentou bem, deu bons passes, chutou a gol, foi ovacionado pela torcida mas ainda é notório a falta de ritmo.
O Flamengo segue líder de sua chave, já classificado para as semifinais da Taça Guanabara, e é bom lembrar que o campeão da Guanabara já garante vaga na final do Carioca.
O vexame ficou por conta do Corínthians, que deu adeus a Libertadores da América, tinha a chance de entrar para a fase de grupos do campeonato sul americano mas como todos sabem, parece que o Corínthians não nasceu para esse campeonato, perdeu de 2x0 para o disposto time colombiano Tolima, num jogo que o time paulista parece que esqueceu o que é disputar uma Libertadores.
Mas o que ficou ainda mais evidente é que Ronaldo definitivamente parou de jogar, foi esforçado mas nem de longe lembra o futebol agressivo que o consagrou em todo mundo, está visivelmente lento, sem pegada, pesado demais em campo e um agravante, percebe-se uma preocupação enorme por parte dos demais jogadores em assessorá-lo em cada jogo, mas ele simplesmente não consegue mais corresponder. Entendo isso como uma normalidade para um jogador em fim de carreira. A não ser que ele se recupere fisicamente, pois em se tratanto de Ronaldo tudo é possível, a torcida corinthiana ainda vai ter que assistir muitos desses jogos pois ele já avisou que só vai parar de jogar no final do ano.
Parece que o Corínthinas vai mesmo ter que sucumbir aos intentos financeiros do marketing e abrir mão de disputar títulos esse ano, um jogo muito perigoso, penso eu.
Para o time de Ronaldo resta agora o Campeonato Paulista, hoje liderado pelo Palmeiras de Felipão que nesta noite venceu o Mirassol por 1x0, depois o Campeonato Brasileiro com alguns times um pouco mais qualificados para conquistá-lo, mas tudo isso é meio que conversa de butiquim, porque em futebol tudo depende de um monte de coisas que foge das vistas de um simples blogueiro.
No final da noite fotebolística ficou para os flamenguistas a certeza de que Ronaldinho precisa de tempo e que Vanderley precisa de Wanderley e para os corinthianos a sensação de que para Ronaldo como jogador de futebol o tempo acabou e que Libertadores é só um sonho para um futuro não tão próximo assim, pelo menos enquanto o time ter que pagar caro para o marketing, e que o nome Tolima em 2011 vai sempre lembrar "tôliminado".

Odeio pedido de desculpas!


Nos últimos tempos assistimos a banalização do pedido de desculpas. Pede-se desculpas por tudo e por todas as ofensas, o pedido de desculpas é a moeda que paga pela reconciliação, pelo perdão, a chave do voltar a ficar bem.

Não digo que pedir desculpas esteja demodê, o que não concordo é com o aparente escambo desse ato, sim, escambo, porque a coisa é feita de tal modo, que as pessoas imaginam que podem arriscar a ofender, prejudicar ou mesmo machucar alguém, em troca de, se a vítima ficar muito chateada, um pedido de desculpas e tudo fica bem.

No início do ano 2011, assistimos horrorizados corpos de pessoas descendo ribanceiras abaixo nas enxentes do Rio de Janeiro, ao fim do massacre natural (natural?) foram contabilizados quase mil mortos, fora os que desapareceram e o governo que deveria agir na prevenção, pois esta é a sua prerrogativa, ofereceu dinheiro e um pedido de desculpas para as famílias vitimadas pela sua inércia.

Em São Paulo, naquele mesmo ano e em tantas outras ocasiões, jovens gays foram massacrados, humilhados, agredidos fisicamente e moralmente por um bando de "sem que fazer", a moeda de troca que as vítimas receberam foi uma mãe afirmando que não criou os filhos para aquilo (será?) e, com essa afirmação, veio embrulhado um pedidozinho de desculpas.

 A Igreja Católica depois de mais de 50 anos do genocídio praticado contra os judeus em que ela silenciou-se covardemente e completamente, virando as costas, tapando os ouvidos e fechando os olhos enquanto milhares de inocentes eram exterminados brutalmente nos campos de concentração, resolveu, através do Papa Bento XVI, que a melhor moeda a oferecer para a comunidade judaica e a humanidade, para quem ela afirma ser representante de Deus, seria um "formal pedido de desculpas" e nada mais.

Me pergunto: um simples pedido de desculpas restitui as perdas das vítimas? Será que as familias cariocas que perderam filhos, mães, pais, avós, netos, de forma tão brutal, ficaram satisfeitas com o dinheirinho e o pedidozinho de desculpas do poder público? E as suas perdas? Seus prejuízos materiais e emocionais? E os rapazes vítimas da covarde homofobia em São Paulo, como eles estão se sentindo com o pedido de desculpas da mãe de um dos agressores? E as marcas que ficaram na pele, nos rostos e principalmente na mente das vítimas, quem as absorve?

Como a Igreja Católica pode reaver tudo que os judeus sofreram nos campos de concentração nazistas, as criancinhas famintas que eram enganadas com pedaços de chocolate até encontrarem uma bala de fuzil na cabeça? Os idosos que morreram de inanição e maus tratos? Como a igreja pode devolver honra, dignidade, paz, cura mental para os milhares de órfãos judeus com um simples pedidozinho de desculpas?

 Ao que pedem desculpas só há algo a fazer, virar as costas e se sentir o máximo porque conseguiu se retratar diante do que fez e com quem fez, depois disso sente-se aliviados e ainda tem a cara de pau de afirmar: "fiz a minha parte, se ele não perdoar o problema é dele, não é mais meu".

Os evangélicos dizem "ofereça a outra face" mas seja um membro da igreja e eles descobrem que você está fazendo algo que contraria suas doutrinas! Depois de um momento inquisitório (sim, isso ainda existe em pleno século XXI) você é banido do "rebanho", sem chances de se explicar e mais do que isso, estigmatizam, "bandido uma vez, bandido para sempre! (Sem generalizações, é claro!).

Para as vítimas o que fica é a dor, as marcas, as cicatrizes, que em muitos casos nem o tempo consegue apagar.

Sabe o que penso? Muito melhor do que pedir desculpas é nunca precisar fazê-lo. Tá! Eu sei! Isso soa meio que utópico numa humaninade falível, passível de erros. Claro, todos nós erramos, todos cometemos deslizes, e eu, como um pobre mortal, me incluo de corpo e alma entre esses errantes.

Claro que precisamos pedir desculpas sempre que vitimamos alguém com nosso modo de ser e de viver, mas cai muito bem quando as pessoas vivem de tal modo que pedir desculpas não se torne banal em suas vidas e sim algo de uma importância profunda, um aprendizado para jamais voltar a fazer o que gerou a necessidade de pedir desculpas.

Já passou e muito do tempo de começarmos a rever nossos atos, a maneira como interagimos com as pessoas, respeitando suas escolhas, suas opiniões, suas difrenças, lançando mão de conhecimentos que hoje dispomos para diminuir sensivelmente a necessidade de estarmos constantemente proferindo o tal "me desculpe por favor".

Explicando o título desse post, odeio sim o pedido de desculpas, quando este claramente podia ser evitado, mas aceito o pedido de desculpas sincero e de fácil compreensão.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A democracia no Egito está para acontecer, depende de você.

Caros amigos, Milhões de egípcios corajosos estão enfrentando uma escolha crítica. Milhares foram presos, feridos e mortos nos últimos dias. Mas se eles insistirem em se manifestar de forma pacífica, eles poderão acabar com décadas de tirania. Os manifestantes apelaram para a solidariedade internacional, mas a ditadura sabe que a união faz a força em um momento como este, portanto eles estão desesperadamente tentando isolar os egípcios do resto do mundo e desunir a população completamente, bloqueando a internet e telefones celulares. Redes via satelite e rádio ainda podem driblar o apagão do regime -- vamos inundar estes canais de comunicação com um chamado de solidariedade para mostrar aos egípcios que estamos com eles, e que nós exigiremos um posicionamento dos nossos governos para apoiá-los também. A situação está por um fio -– cada hora conta -- copie e cole o link abaixo no seu navegador para assinar a mensagem de solidariedade e depois indique esse texto: https://secure.avaaz.org/po/democracy_for_egypt/97.php?cl_tta_sign=56359f271553a9fafc00597785768e32? O poder popular está se espalhando pelo Oriente Médio. Em dias, manifestantes pacíficos derrubaram a ditadura de 30 anos da Tunísia. Agora os protestos estão se espalhando para o Egito, Iêmen, Jordânia e além. Isso pode se tornar a derrubada do muro de Berlim do mundo árabe. Se a tirania for derrubada no Egito, uma onda democrática poderá se espalhar por toda a região. O ditador egípcio Hosni Mubarak tentou esmagar os protestos. Mas os protestos continuam, com uma coragem e determinação incríveis. Há momentos no planeta em que a história é escrita não pelos poderosos, mas pelo povo. Este é um deles. As ações dos egípcios nas próximas horas terão um efeito massivo no seu país, região e no mundo. Vamos congratulá-los com um manifesto de solidariedade, mostrando que estamos ao lado deles nesta luta. A família de Mubarak já fugiu do país, mas neste fim de semana, ele colocou o exército nas ruas. Ele prometeu tolerância zero para o que ele chama de “caos”. De qualquer forma, a história será escrita nos próximos dias. Vamos usar este momento como exemplo para cada ditador no planeta, mostrando que eles não vão durar, frente à coragem de um povo unido. Com esperança e admiração pelo povo egípcio, Maik, Ricken, Rewan, Ben, Graziela, Alice, Kien e toda a equipe da Avaaz Texto extraído do Avaaz.org

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Ditadura fora de moda. Egito, Cuba, Venezuela?


Estive lendo sobre os protestos no Egito, cinco pessoas já foram mortas até agora e centenas foram presas. Mas afinal o que acontece no Egito? Já tem mais de 30 anos que o ditador Hosni Mubarak está no poder e para se manter lá, usa dos velhos e manjados instrumentos dos ditadores: violência, tortura, corrupção, autoritarismo. Como se não bastassem, ainda conta com a conivência ou mesmo omissão de orgãos internacionais criados tão somente para combater a violação dos direitos humanos, também com o covarde silêncio de países com condições de fazer valer o respeito ao ser humano , como os Estados Unidos que tinha conhecimento das práticas obscuras do governo egípcio e nada fez. Mas senhores ditadores!!! O regime de vocês tem tempo e hora para acabar sempre, vocês não conseguem se manter no poder a não ser que a população seja presa fácil, indefesa e sem instrumentos capazes de organizar um único movimento de revolta contra seu regime e a população jovem é minoria, como acontece com a pequena Cuba. Lá na terra dos faraós, 20% dos jovens estão desempregados, a energia elétrica é quase impagável, mantimentos básicos como açúcar e arroz são artigos de luxo, a censura é instrumento de imposição, alguma coisa semelhante com Venezuela e Cuba? Mas lá no Egito sabem com quem foram mexer? Com os jovens! É, acreditem, com os jovens...será que não viram o que aconteceu no Brasil, quando o movimento estudantil foi para as ruas enfrentar a ditadura militar, apesar das forças armadas estarem autorizadas a atirar e matar? Será que não viram o que aconteceu com a China quando pensaran que seria fácil calar os jovens chineses? Será que não conhecem sobre os movimentos estudantis na França? Isso apenas para falar de tempos mais recentes. Já viram alguma ditadura se manter no poder quando a juventude resolve que para ela é Game Over? Não dá mais para tolerar uma minoria tentanto dizer através da imposição o que uma maioria deve fazer e como deve ser, isso em nenhum lugar do mundo. Ah eu sei, há muitos problemas com a democracia, o governo do povo, mas quem disse que nas outras formas de governo tudo é lindo? A monarquia? Onde estão elas? Os aristocratas? Para onde foram? É verdade que houve bons monarcas e aristocratas, embora todos eles foram sempre muito contestados. A república democrática como bem definiu Montesquieu, na parte em que o povo não é mero súdito mas quem escolhe seu representante é, na minha opinião, a melhor expressão da liberdade de uma sociedade organizada. A bem da verdade, o maior problema da democracia é seu fraco desempenho na hora de escolher, é se render ao publicismo e dar de bandeija o seu futuro como cidadão e como nação. Isso até fez com que o pensador político francês escrevesse: " o povo tem sempre demasiada ação ou ação de menos. Algumas vezes com mil braços tudo destrói...outras, com cem mil pés não anda como os insetos". Mas sem nenhuma dúvida, não há nada mais desnivelador para um povo, do que ter sua liberdade cerceada, seus direitos básicos desrespeitados, seu futuro comprometido. Fica aqui o meu apoio aos jovens egípcios e meu desejo que as autoridades competentes, voltem suas ações para intervir na situação dessa nação que faz parte da história antiga da humanidade e façam valer a coisa mais basilar para que uma sociedade se mantenha digna, seu direito de ser governado com justiça e respeito à liberdade de cada cidadão.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A Educação Moral e a Importância da Disciplina, um estudo durkheimiano. parte 1

O sociólogo francês Émile Durkheim, que viveu no século XIX, nascido em 15 de abril de 1858 em Épinal- França, considerado o pai da sociologia moderna, em seus estudos, distingue duas fases da infância, a primeira que ocorre quase inteiramente no seio da família ou da escola maternal e a segunda que se passa na escola primária quando a criança começa a sair um pouco mais do seio da família e passa a se inserir no meio que a circunda, o que o filósofo chama de segunda infância.

Esse, segundo Durkheim, é o momento crítico para formação do caráter moral. Na fase da primeira infância lá no seio da família, a vida intelectual ainda é muito simples e rudimentar, e esse é um período em que a criança não tem matéria mental suficiente para constituir noções e sentimentos relativamente complexos que estão na base de nossa moralidade.

O sociólogo chama a atenção, que diferente da primeira infância, depois da idade escolar se as bases da moral já não estiverem constituídas jamais o serão. A única coisa que se pode fazer depois desse momento é aperfeiçoar a obra começada, refinando os sentimentos, intelectualizando-os, fazendo com que a inteligência penetre neles com profundidade cada vez maior. Mas o essencial já deve estar feito, portanto é especialmente sobre essa idade, a segunda infância, que se deve fixar o olhar.

Em seu livro “A educação moral”, Émile Durkheim concentra seu olhar sobre a educação moral dessa segunda infância nas escolas públicas, que ele diz, devem ser a rodagem reguladora da educação nacional, contrariando a opinião muito difundida de que a educação moral deveria competir à família, ele acredita que o papel da escola nesse ramo da educação é e deve ser da mais alta importância, porque a família pode muito bem despertar e consolidar os sentimentos domésticos necessários à moral, mas não está constituída de modo a poder formar na criança toda moral necessária tendo em vista a vida em sociedade.

Por definição, a família é um órgão impróprio para tal função, dificilmente uma família tem a característica da laicidade, isto é, livre de interferências religiosas, conceituais e dogmáticas. A escola deve ser laica, levando em conta que ali é o lugar onde se forma cidadãos para a vida, para socializar-se com o mundo e, portanto livre de preconceitos e pré-noções. Ignorar isso é correr o sério risco de se ter uma sociedade preconceituosa, com sérios problemas de relacionamento.

Falando de religião, historicamente os laços são estreitos entre ela e a moral; existem elementos da moral que foram expressos apenas sob a forma religiosa, se cometer o erro de se limitar a tirar tudo que é religioso do sistema tradicional sem colocar nada em seu lugar, correremos o risco de eliminar também as ideias e sentimentos que são propriamente morais.

Mas é importante considerar que uma moral racional não pode ser idêntica em seu conteúdo a uma moral que se apoia em uma autoridade diferente da razão, então o primeiro cuidado que se deve ter na tentativa de organizar uma educação racional é o de não empobrecer a moral, por isso, a moral religiosa deve ser levado em conta nesse processo, deve-se tentar descobrir sua expressão racional, buscando bem o âmago dessas forças, despojadas de todo ranço de religiosidade.

A formação moral de uma criança não está em despertar nela determinada virtude em particular e depois mais uma, e em seguida mais outra, está em desenvolver e mesmo constituir de forma integral e pelos meios apropriados, as disposições da moral que fará com que a criança esteja de forma natural com uma diversificação dos elementos da moral e isso com facilidade, de acordo com as particularidades das relações humanas.

Mas o que é moral?

Segundo Durkheim é um sistema de regras que predeterminam a conduta. Elas dizem como devemos agir em cada situação; e agir bem é obedecer bem. E a moral se subdivide em duas: a moral teórica que tem por objetivo determinar as leis que identificam os princípios morais e a moral aplicada que busca definir como a lei teórica deve ser aplicada nas várias combinações que caracterizam as principais circunstâncias do cotidiano.

 Não é necessário representar a moral como sendo uma coisa muito geral, que o que é moral aqui é moral em qualquer lugar, não é bem assim, países divergem em seus conceitos de moral. No entanto, é verdade que a moral é um conjunto de regras muito precisas; como moldes, com contornos bem definidos, onde temos que enquadrar nossa ação, essas regras não são elaboradas no momento que vamos agir, elas existem, já estão feitas, elas vivem e funcionam ao nosso redor, constituem a realidade moral em sua forma concreta.

O papel da moral é realmente de determinar a conduta, ela dirá se a conduta é boa ou má, no fundo a moral é reguladora da conduta, essa é sua função primordial.

A Educação Moral e a Importância da Disciplina, um estudo durkheimiano. Parte 2

Levando em conta que a moral é essencialmente, algo constante, sempre idêntica, amanhã um ato moral deve ser o mesmo de hoje, porque se um indivíduo tem a oportunidade de fazer a coisa certa hoje e assim o faz e amanhã ele erra nos mesmos moldes, ai existe uma inconstância e o sujeito é julgado por isso.

Assim a moral, de fato, pela sua necessidade de regularidade, é um hábito, assim quando uma maneira de agir se torna habitual no âmbito de um grupo, tudo que contraria, desperta um movimento de reprovação muito parecido com aquele produzido quando ocorre uma falta moral propriamente dita.

 Isto ocorre com frequência nas religiões, especialmente de segmento protestante, quanto aos seus costumes, crenças e doutrinas. Se um de seus seguidores faz algo diferente daquilo que lhe é esperado, ou seja, do que é costume da igreja fazer, ele imediatamente é censurado. E nem sempre a falta do indivíduo constitui um ato imoral ou criminoso segundo as leis da sociedade. Essas maneiras de agir habituais gozam do mesmo respeito particular de que são objetos as práticas morais.

Mas há algo também muito importante na essência da moral que é o fato de ela exercer autoridade sobre nós, essa autoridade se nos impõe e nos conformamos a ela, aceitamos porque ela é uma regra e toda regra ordena e isso faz com que não nos sintamos livres para fazer o que quisermos. Mas por que nos submetemos? Porque nos conformamos às regras?

Um primeiro pensamento é que não é somente porque respeitamos a autoridade que vem das regras morais, é também porque o fato de obedecermos trará consequências úteis a nós, enquanto que o ato contrário, o de desobedecer, poderá acarretar em nós prejuízos os quais normalmente não estamos dispostos a assumi-los. Aqui está presente um sentimento diferente do respeito pela autoridade, entra em cena considerações puramente utilitárias, mas é fato consensual de que um ato não é moral, mesmo que esteja em conformidade com as regras morais se o que o motivou foi apenas o interesse em evitar as consequências desagradáveis de não tê-lo praticado.

Para ser considerado um ato moral ele deve ser executado, não para evitar determinado resultado desagradável, ou para obter determinada recompensa, é preciso que seja cumprido simplesmente porque deve ser cumprido, abstraindo de toda e qualquer consequência que poderia produzir nossa ação. É preciso respeitar o preceito moral pelo respeito a ele, e apenas isso.

Para tanto, ao participar da moralização de uma criança é preciso ter em mente que é necessário exercer autoridade sobre ela, em existindo a autoridade se instala a disciplina, porque não existe disciplina sem autoridade. Durkheim afirma que o primeiro elemento da moralidade é o espírito de disciplina.

Mas o que é afinal esse tal espírito de disciplina?

Como já vimos anteriormente, a moral consiste em um conjunto de regras definidas e especiais que determinam imperativamente a conduta, posto então que a moral determina, fixa, regulariza as ações dos homens, ela então pressupõe que o indivíduo tenha disposição e também certo gosto pela regularidade, composta por uma série de regras que devem ao homem moral serem intrínsecas. A moral exige disciplina, especialmente na formação, lá na tenra idade, porque os verdadeiros deveres são cotidianos e regulares.

Vimos até aqui, que dois elementos compõem a formação da moral no indivíduo: o sentimento de regularidade e o sentimento da autoridade, na verdade esses dois elementos são um só, que Durkheim chama então de espírito de disciplina, que é a primeira disposição fundamental de todo temperamento moral.

Entretanto há algo para desmistificar nessa aplicação da disciplina, em geral se pensa disciplina como sendo algo que precisa ser imposto, que é algo inevitável e assim sendo, se tem a errada noção de que disciplina é um incômodo necessário, mas sempre penoso, um mal necessário, mas que se tenta minimizar tanto quanto possível.

Com efeito, não se pode ver a disciplina sob esse prisma, como sendo um freio, uma limitação imposta à atividade humana. Porque limitar, frear, é o mesmo que negar, é impedir de ser, é, portanto destruir parcialmente, e do ponto de vista sociológico, toda destruição é má. Porque se consideramos que a vida é algo bom, como poderíamos achar que é bom contê-la, estorvá-la, impor limites os quais ela não pode ultrapassar?

Precisamos ter em mente que o “bão da vida” como diz Augusto Oliveira, meu amigo e professor de Antropologia, é vivê-la com gosto, curtir todos os momentos com intensidade, afinal, ser é agir e toda diminuição da vida é uma diminuição do ser.

Nesse sentido de saber ou não lidar com o ato de disciplinar, poderá se notar que a disciplina produzirá resultados muito variados, de acordo com a ideia que se fizer de sua natureza e de sua função na vida em geral, e em particular, na educação.

 Assim, portanto, não podemos de forma alguma ver a disciplina como sendo um instrumento de repressão ao qual precisamos recorrer apenas quando se mostra indispensável, para prevenir a repetição dos atos repreensíveis, de forma alguma! Bom salientar aqui que o exercício da autoridade na aplicação da disciplina, não significa força, tirania, porque como escreveu Hannah Arendt, a escritora judia/alemã, quando se refere a questão do anti-semitismo que, o uso da força é um claro sinal de que não há autoridade.

Há que se considerar então que a disciplina é em si um fator sui generis da educação e que existem elementos essenciais no caráter moral que só podem ser creditados a ela.

A Educação Moral e a Importância da Disciplina, um estudo durkheimiano. Parte final

É mediante a disciplina, e somente a ela que podemos ensinar a criança a moderar seus desejos, a limitar seus apetites de todo o tipo, é o único instrumento do qual dispomos para fazer com que a criança tome caminhos certos na formação do seu caráter, portanto marginalizar tal ato é jogar fora uma ferramenta indispensável para condicionar a criança no caminho da felicidade e saúde moral.

A disciplina é o agente principal da formação do caráter, trabalha no sentido de dar ao indivíduo domínio sobre suas paixões. No que concerne às três divisões da natureza humana ela atua para que a alma irascível - a parte de nosso ser que tende a ser dominado pelos sentimentos da ira, do ódio, da vingança, da coragem, bem como a alma apetitiva que fomenta em nós o desejo pela gula, pelo sexo e que é também responsável pela nossa reprodução se submeta completamente a alma logística - o nosso ser consciente, a alma racional, que segundo o filósofo grego Platão, é a parte de nós que mais se aproxima do divino, que promove em nós o equilíbrio necessário para que sejamos cidadãos úteis e cônscios dos nossos deveres.

É a disciplina que nos ensina a agir sem nos curvar à dominação dos impulsos do nosso interior.

Finalmente Durkheim conclui o pensamento relativo à disciplina dizendo que “é comumente na escola do dever que se forma a vontade”. Então o dever deve ser bem trabalhado, nesse caso específico, toda a atenção deve ser dada para essa fase tenra da vida, da criança em formação, é nela que se dá o que há de mais valioso para o cidadão, e consequentemente para toda sociedade, a boa moral, e esse não é um dever apenas de pais e mães, também das escolas que devem cumprir bem seu papel de educar, do poder público que precisa ter políticas públicas mais efetivas voltadas para a segunda infância, da sociedade como um todo.

Porque seu bem estar, a paz que tanto almejamos, a diminuição da corrupção, entre tantos outros valores que desejamos encontrar mais frequentemente entre nós, depende da maneira como formamos os indivíduos que a compõe, em destaque, nossas pequeninas crianças.

Esse texto em sua totalidade compôs um trabalho acadêmico desenvolvido pelo autor desse blog, solicitado pelo professor da disciplina Sociologia I, do curso de Ciências Sociais na Universidade Estadual de Santa Cruz em junho de 2009.

Foi publicado online pela primeira vez no blog www.sociologia-hoje.blogspot.com

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Queremos nos comunicar com o mundo

"Cinco horas da manhã, você quer ligar pro "boi", escolha a operadora..." é, mas sequer o "boi" recebe ligações em São João do Paraíso, distrito da cidade de Camacan no sul do estado da Bahia, lá definitivamente não há sinal, em se tratando de telefonia é um atraso só. Talvez pensemos, mas esse não é problema apenas daquela localidade, muitas cidades no Brasil também não possui sinal de telefonia móvel, mas a questão é: Porque? As empresas de telefonia levam muito a sério esse negócio de só fazer investimentos quando as possibilidades de lucros sejam as melhores possíveis, por isso não se interessam em investir em cidades onde a renda per capita é baixa e o fluxo de ligações consequentemente segundo dizem as empresas do ramo "não justificam o investimento". São João do Paraiso fica a cerca de 100km de Itabuna, seguindo direção sul, sentido Eunápolis, Teixeira de Freitas, Espírito Santo. Esse pequeno distrito urbano do interior baiano possui cerca de 10.000 habitantes, que são ignorados pelas principais operadoras de telefonia móvel do país. Essa semana os moradores resolveram protestar, fecharam a rodovia que corta a cidade nos dois sentidos, atearam fogo em pneus e centenas de moradores ocuparam a pista gritando: "queremos nos comunicar com o mundo". Infelizmente essa obsessão por lucros exorbitantes por parte das operadoras, conduz uma imensa quantidade de pessoas ao isolamento. Para as multinacionais da telefonia, o povo de São João do Paraíso são culpados, tem culpa por morar em um local pequeno às margens de um rodovia, tem culpa por ganhar muito pouco e não ter condições de fazer recargas e nem possuir celulares pós-pagos, os moradores desse distrito tem culpa porque o poder público não investe na cidade e por essas culpas, ficam ali, isolados do mundo, não podem ligar para parentes, nem amigos, não tem acesso à internet de qualidade, não tem direito às tecnologias comuns do mundo moderno. Quando Benjamin Franklin, um dos líderes da independência americana disse que "ganhar dinheiro dentro da ordem econômica é, enquanto isso feito legalmente, o resultado da expressão da virtude e da eficiência de uma vocação" , surge um capitalismo avassalador, um sistema econômico vocacionado para o alto lucro, que a cada momento mostra a sua face predadora, quando boa parte dos que tem dinheiro e poder abandona conceitos sociais, de benefício ao cidadão e passa a olhar apenas para seu bolso, seus lucros, sua riqueza. Não é pouco, com certeza não é, os lucros que as operadoras conseguem ano a ano no Brasil. Em 2009 trabalhei para uma operadora de telefonia móvel, seu proprietário, um mexicano que na época já figurava entre os 10 homens mais ricos do mundo, na ocasião pude ver como funciona a batalha por cifras cada vez maiores, a guerra desenfreada entre os concorrentes, as injustiças praticadas contra usuários e colaboradores, sabem que estão no poder, que tem o dinheiro, e por saber disso ignoram contratos antigos, firmam novos contratos unilaterais, onde o maior beneficiado são eles mesmos e por ai vai. Bem no estilo Lady Kate (tou pagaaaando!!). Não se pode achar que o fato de não disponibilizar sinal para cidades pequenas é pela falta de lucro, não, claro que não, lucro terão, mas consideram que é pequeno demais e por isso, avisam aos moradores daquele lugar, não adianta acordar muito cedo para ligar pro "boi", definitivamente não vai ter sinal mesmo, nem tente escolher uma operadora, porque certamente você não poderá travar esse diálogo: Oi Tim, você está Vivo Tim responde: Clarooooo, mas não tou te ouvindo direito, tá falhand...............

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A Tragédia no Rio e a Covardia dos nossos políticos. Uma vergonha nacional!

Estou acompanhando atentamente através da mídia, os problemas das enchentes e desabamentos no Rio de Janeiro impulsionados pelas chuvas.
Mas na segunda-feira, dia que antecedeu a tragédia do Rio, mas que já se vivia problemas semelhantes em São Paulo, enquanto assistia um jornal da Rede Record, ouvi uma fala interessantíssima de um especialista em planejamento urbano, quando disse que governar é um ato de coragem e mais, foi enfático quando disse que o político brasileiro não tem coragem. Disse isso porque comparou obras de infraestrutura em países como Japão, EUA e México com as que são feitas nessas terras brasileiras. Concordo com ele em número, gênero e grau, é verdade que mesmo nesses países onde os investimentos em obras estruturais e preventivas são consideráveis, algumas tragédias acontecem por lá, basta lembrarmos o terremoto ocorrido em Kobe no Japão em 17 de janeiro de 1995, um dos piores dos últimos 70 anos, que fez milhares de vítimas. Nos Estados Unidos não podemos esquecer das enchentes que aconteceram no Meio-Oeste em 2008, também com inúmeras vítimas e um prejuízo exorbitante em bilhões de dólares. Mas convenhamos, a situação no Brasil é essencialmente estrutural, acompanhamos a entrevista do governador do estado fluminense, Sérgio Cabral, em que essencialmente afirmou que os grandes culpados são os que permitiram a construção de moradias em locais de risco, mas esse é um problema que todos nós estamos cansados de saber. No Rio de Janeiro, como na Bahia , também em São Paulo e em boa parte dos estados brasileiros, milhares de familias estão morando em locais escandalosamente impróprios para esse fim. O que espanta é que o poder público sabe disso, a defesa civil conhece o problema, os orgãos reguladores conhecem toda a situação, mas em tempo, nada é feito. Como vêem, esse é o segundo mandato do governador e ele já sabia disso, mais do que isso, já viveu problema semelhante ano passado no mesmo período. Quando a tragégia acontece, quando inúmeras vidas são ceifadas como agora no Rio de janeiro, o poder público se manifesta, oferece dinheiro para as famílias afetados, como se dinheiro fosse o que eles mais precisassem nessa hora. O que o brasileiro de baixa renda, esse que é a principal vítima das tragédias no Brasil mais necessita, é que os governantes tenham coragem de investir na estruturação do país, dinheiro existe, profissionais existem, tecnologias estão à disposição, o que falta, como disse o especialista em planejamento urbano é coragem em quem se coloca na condição de governante, e vou além, se o problema persiste durante tanto tempo, se a cada ano, milhares de brasileiros sofrem na pele as consequências da inércia do poder público, o que falta mesmo é vergonha na cara de quem tem os instrumentos nas mãos para agir e se acovardam. Ao invés de agir em benefício do cidadão, continuam justiça, supremo, ouvidoria e todos os orgãos de justiça nesse país a permitir que ações vergonhosas, continuem acontecendo em todo o território nacional de políticos sem caráter, oferecer ninharias, como barracos, terrenos impróprios para uso, condenados, em troca de votos. Do vereador, ao governador, até partidos que estão hoje na situação. No final, quem paga a conta com a própria vida é o pobre, necessitado e alienado povo brasileiro. Enquanto mais de 500 pessoas morrem nos escombros de casas e despenhadeiros, por falta de coragem de quem pode fazer alguma coisa para evitar essas tragédias, a presidenta de um clube de futebol famoso no mesmo estado do Rio de Janeiro, tem a coragem de investir mais de 6 milhões de euros e pagar mais de 72 milhões de reais para um jogador por apenas pouco mais de 3 anos de contrato de risco, sem saber ao certo se fará mesmo a diferença, não é uma crítica à presidenta do Flamentgo, de forma alguma, mas se ela na condição de governante teve coragem de fazer esse investimento em benefício do seu clube e para que de alguma forma, proporcionasse algo prazeroso aos seus súditos (torcedores) pergunto: porque que na política as coisas também não são conduzidas dessa maneira? É preciso que morram todo ano dezenas, centenas de pessoas para que o governo anuncie os milhões (mais de 700 milhões anunciados por Dilma) para apenas socorrer? Que tal investir essa mesma quantia ou mais em prevenção? Como já foi dito, condições existem, cai por terra a ideia de falta de vontade política. Nossos políticos, quando o assunto é beneficiar o cidadão, andam mesmo é de mãos dadas com a covardia! mas tem coragem, quando o assunto é aprovar algo em benefício próprio, vide os salários aprovados recentemente em tempo recorde na Câmara dos Deputados em Brasília. Uma vergonha nacional! será que merecem mesmo esse salário que pagamos?!

O BRUTAL E DESUMANO UNIVERSO DAS REDES SOCIAIS - Por Maik Oliveira

Desligue suas redes sociais! A frase pode parecer de um rigor extremo, mas é o que sugerem importantes nomes do Vale do Silício, ex funcioná...