
Nos últimos tempos assistimos a banalização do pedido de desculpas. Pede-se desculpas por tudo e por todas as ofensas, o pedido de desculpas é a moeda que paga pela reconciliação, pelo perdão, a chave do voltar a ficar bem.
Não digo que pedir desculpas esteja demodê, o que não concordo é com o aparente escambo desse ato, sim, escambo, porque a coisa é feita de tal modo, que as pessoas imaginam que podem arriscar a ofender, prejudicar ou mesmo machucar alguém, em troca de, se a vítima ficar muito chateada, um pedido de desculpas e tudo fica bem.
No início do ano 2011, assistimos horrorizados corpos de pessoas descendo ribanceiras abaixo nas enxentes do Rio de Janeiro, ao fim do massacre natural (natural?) foram contabilizados quase mil mortos, fora os que desapareceram e o governo que deveria agir na prevenção, pois esta é a sua prerrogativa, ofereceu dinheiro e um pedido de desculpas para as famílias vitimadas pela sua inércia.
Em São Paulo, naquele mesmo ano e em tantas outras ocasiões, jovens gays foram massacrados, humilhados, agredidos fisicamente e moralmente por um bando de "sem que fazer", a moeda de troca que as vítimas receberam foi uma mãe afirmando que não criou os filhos para aquilo (será?) e, com essa afirmação, veio embrulhado um pedidozinho de desculpas.
A Igreja Católica depois de mais de 50 anos do genocídio praticado contra os judeus em que ela silenciou-se covardemente e completamente, virando as costas, tapando os ouvidos e fechando os olhos enquanto milhares de inocentes eram exterminados brutalmente nos campos de concentração, resolveu, através do Papa Bento XVI, que a melhor moeda a oferecer para a comunidade judaica e a humanidade, para quem ela afirma ser representante de Deus, seria um "formal pedido de desculpas" e nada mais.
Me pergunto: um simples pedido de desculpas restitui as perdas das vítimas? Será que as familias cariocas que perderam filhos, mães, pais, avós, netos, de forma tão brutal, ficaram satisfeitas com o dinheirinho e o pedidozinho de desculpas do poder público? E as suas perdas? Seus prejuízos materiais e emocionais? E os rapazes vítimas da covarde homofobia em São Paulo, como eles estão se sentindo com o pedido de desculpas da mãe de um dos agressores? E as marcas que ficaram na pele, nos rostos e principalmente na mente das vítimas, quem as absorve?
Como a Igreja Católica pode reaver tudo que os judeus sofreram nos campos de concentração nazistas, as criancinhas famintas que eram enganadas com pedaços de chocolate até encontrarem uma bala de fuzil na cabeça? Os idosos que morreram de inanição e maus tratos? Como a igreja pode devolver honra, dignidade, paz, cura mental para os milhares de órfãos judeus com um simples pedidozinho de desculpas?
Ao que pedem desculpas só há algo a fazer, virar as costas e se sentir o máximo porque conseguiu se retratar diante do que fez e com quem fez, depois disso sente-se aliviados e ainda tem a cara de pau de afirmar: "fiz a minha parte, se ele não perdoar o problema é dele, não é mais meu".
Os evangélicos dizem "ofereça a outra face" mas seja um membro da igreja e eles descobrem que você está fazendo algo que contraria suas doutrinas! Depois de um momento inquisitório (sim, isso ainda existe em pleno século XXI) você é banido do "rebanho", sem chances de se explicar e mais do que isso, estigmatizam, "bandido uma vez, bandido para sempre! (Sem generalizações, é claro!).
Não digo que pedir desculpas esteja demodê, o que não concordo é com o aparente escambo desse ato, sim, escambo, porque a coisa é feita de tal modo, que as pessoas imaginam que podem arriscar a ofender, prejudicar ou mesmo machucar alguém, em troca de, se a vítima ficar muito chateada, um pedido de desculpas e tudo fica bem.
No início do ano 2011, assistimos horrorizados corpos de pessoas descendo ribanceiras abaixo nas enxentes do Rio de Janeiro, ao fim do massacre natural (natural?) foram contabilizados quase mil mortos, fora os que desapareceram e o governo que deveria agir na prevenção, pois esta é a sua prerrogativa, ofereceu dinheiro e um pedido de desculpas para as famílias vitimadas pela sua inércia.
Em São Paulo, naquele mesmo ano e em tantas outras ocasiões, jovens gays foram massacrados, humilhados, agredidos fisicamente e moralmente por um bando de "sem que fazer", a moeda de troca que as vítimas receberam foi uma mãe afirmando que não criou os filhos para aquilo (será?) e, com essa afirmação, veio embrulhado um pedidozinho de desculpas.
A Igreja Católica depois de mais de 50 anos do genocídio praticado contra os judeus em que ela silenciou-se covardemente e completamente, virando as costas, tapando os ouvidos e fechando os olhos enquanto milhares de inocentes eram exterminados brutalmente nos campos de concentração, resolveu, através do Papa Bento XVI, que a melhor moeda a oferecer para a comunidade judaica e a humanidade, para quem ela afirma ser representante de Deus, seria um "formal pedido de desculpas" e nada mais.
Me pergunto: um simples pedido de desculpas restitui as perdas das vítimas? Será que as familias cariocas que perderam filhos, mães, pais, avós, netos, de forma tão brutal, ficaram satisfeitas com o dinheirinho e o pedidozinho de desculpas do poder público? E as suas perdas? Seus prejuízos materiais e emocionais? E os rapazes vítimas da covarde homofobia em São Paulo, como eles estão se sentindo com o pedido de desculpas da mãe de um dos agressores? E as marcas que ficaram na pele, nos rostos e principalmente na mente das vítimas, quem as absorve?
Como a Igreja Católica pode reaver tudo que os judeus sofreram nos campos de concentração nazistas, as criancinhas famintas que eram enganadas com pedaços de chocolate até encontrarem uma bala de fuzil na cabeça? Os idosos que morreram de inanição e maus tratos? Como a igreja pode devolver honra, dignidade, paz, cura mental para os milhares de órfãos judeus com um simples pedidozinho de desculpas?
Ao que pedem desculpas só há algo a fazer, virar as costas e se sentir o máximo porque conseguiu se retratar diante do que fez e com quem fez, depois disso sente-se aliviados e ainda tem a cara de pau de afirmar: "fiz a minha parte, se ele não perdoar o problema é dele, não é mais meu".
Os evangélicos dizem "ofereça a outra face" mas seja um membro da igreja e eles descobrem que você está fazendo algo que contraria suas doutrinas! Depois de um momento inquisitório (sim, isso ainda existe em pleno século XXI) você é banido do "rebanho", sem chances de se explicar e mais do que isso, estigmatizam, "bandido uma vez, bandido para sempre! (Sem generalizações, é claro!).
Para as vítimas o que fica é a dor, as marcas, as cicatrizes, que em muitos casos nem o tempo consegue apagar.
Sabe o que penso? Muito melhor do que pedir desculpas é nunca precisar fazê-lo. Tá! Eu sei! Isso soa meio que utópico numa humaninade falível, passível de erros. Claro, todos nós erramos, todos cometemos deslizes, e eu, como um pobre mortal, me incluo de corpo e alma entre esses errantes.
Claro que precisamos pedir desculpas sempre que vitimamos alguém com nosso modo de ser e de viver, mas cai muito bem quando as pessoas vivem de tal modo que pedir desculpas não se torne banal em suas vidas e sim algo de uma importância profunda, um aprendizado para jamais voltar a fazer o que gerou a necessidade de pedir desculpas.
Já passou e muito do tempo de começarmos a rever nossos atos, a maneira como interagimos com as pessoas, respeitando suas escolhas, suas opiniões, suas difrenças, lançando mão de conhecimentos que hoje dispomos para diminuir sensivelmente a necessidade de estarmos constantemente proferindo o tal "me desculpe por favor".
Explicando o título desse post, odeio sim o pedido de desculpas, quando este claramente podia ser evitado, mas aceito o pedido de desculpas sincero e de fácil compreensão.
Sabe o que penso? Muito melhor do que pedir desculpas é nunca precisar fazê-lo. Tá! Eu sei! Isso soa meio que utópico numa humaninade falível, passível de erros. Claro, todos nós erramos, todos cometemos deslizes, e eu, como um pobre mortal, me incluo de corpo e alma entre esses errantes.
Claro que precisamos pedir desculpas sempre que vitimamos alguém com nosso modo de ser e de viver, mas cai muito bem quando as pessoas vivem de tal modo que pedir desculpas não se torne banal em suas vidas e sim algo de uma importância profunda, um aprendizado para jamais voltar a fazer o que gerou a necessidade de pedir desculpas.
Já passou e muito do tempo de começarmos a rever nossos atos, a maneira como interagimos com as pessoas, respeitando suas escolhas, suas opiniões, suas difrenças, lançando mão de conhecimentos que hoje dispomos para diminuir sensivelmente a necessidade de estarmos constantemente proferindo o tal "me desculpe por favor".
Explicando o título desse post, odeio sim o pedido de desculpas, quando este claramente podia ser evitado, mas aceito o pedido de desculpas sincero e de fácil compreensão.
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