
Já faz algum tempo que venho observando algo e essa observação tem me preocupado. Desde o ano passado quando como estudante de Ciências Sociais, passei a ter contato com o ensino público, reparei uma prática no mínimo passível de desconfiança no sistema de ensino.
Quando em 2006, a Sociologia foi inserida definitivamente como uma disciplina obrigatória no Ensino Médio, as escolas particulares e públicas ficaram expostas a uma situação inusitada: como preencher a vaga de professor de Sociologia se no mercado esse profissional é escasso? Isso abriu uma brecha tenebrosa. Para resolver a situação, a disciplina passou a ser oferecida à profissionais de outras áreas que pouco ou nada sabem a respeito dos pressupostos sociológicos.
O fato é até certo modo compreensível, já que entende-se, gestores da educação foram surpreendidos e assim, impossibilitados de ocupar as vagas com profissionais específicos da área tiveram que compô-las como podiam - remediar. O problema é o ciclo vicioso, sabemos que em situações como essas, existem os aproveitadores, aquelas pessoas que usam esses momentos para promoverem a si mesmos ou as suas causas partidárias, desrespeitando os direitos alheios.
Assim, o que me preocupa é se essas vagas serão direcionadas para o profissional de fato quando ele estiver disponível. O Estado da Bahia, por exemplo, ofereceu para o pólo 1 da Direc 7, no Sul da Bahia, apenas duas vagas para professores de Sociologia no último concurso realizado no dia 9 de janeiro desse ano de 2011, só para usar como exemplo mesmo, sem mencionar aqui os outros pólos cuja oferta também foi muito menor que a demanda, mas quantas escolas estaduais que oferecem Ensino Médio têm na região que compreende a Direc 7? Dezenas por certo, e o que farão com as demais vagas? Quem serão os profissionais que estarão ministrando aulas de Sociologia para os estudantes de Ensino Médio?
Mas esse não é um problema apenas das escolas públicas, é também do setor privado, conheço escolas particulares que simplesmente não dão à Sociologia o valor que lhe é devido, na hora da disciplina não é um Cientista Social ou um Sociólogo que está desenvolvendo seu trabalho, o que vemos é Pedagogos, professores de Geografia, História e pasmem, até de Química e Matemática ministrando as referidas aulas. E o que dizem? Argumentam que os referidos professores precisam completar suas horas, que são contratados do colégio e ficam com tempo ocioso e ainda existe o famigerado argumento de algumas escolas que tem como base, os ensinos protestantes que diz: "a Sociologia é antagônica à religião, muito contestadora!"
Sabemos que não. Aqui, falando a grosso modo, a Sociologia não contesta, ela apenas questiona e busca respostas mais convincentes, partindo da premissa de que não existem verdades absolutas entre nós. O fato é que na região sul da Bahia, ano que vem, em 2012, a Universidade Estadual de Santa Cruz, estará oferecendo para a sociedade, a primeira turma de formados em Ciências Sociais, turma que iniciou seus estudos em 2009. A partir de então, não haverá mais desculpas, de que não há profissionais disponíveis.
Bom, pode parecer que estou advogando em causa própria, afinal faço parte dessa turma, mas não é, mesmo porque, pretendo seguir outra linha de minha formação que é pesquisar e escrever, embora hoje em sala de aula estou muito animado com meu trabalho. No entanto, é preciso dizer que Sociologia é coisa séria, assim como é todos os ramos do saber, não pode ser preterida em hipótese alguma e se é assim, é justo que um profissional da área ocupe esse espaço e possa proporcionar aos estudantes, um conhecimento de fato específico da disciplina.
Não será concebível e isso em hipótese alguma, que uma disciplina tão importante como Sociologia, seja renegada ao simples papel de coadjuvante na formação do cidadão, este que deve ser crítico em suas análises da sociedade, dos fatos sociais que envolvem, sobretudo, política, filosofia de vida, diversidades e tantas outras “nuances” do viver em sociedade.
É a Sociologia e não outra, a grande responsável pela formação desse tipo de cidadão que é o que todos queremos para que tenhamos uma sociedade mais cônscia de seus direitos e deveres, algo tão escasso em nossos dias.
É a grande oportunidade que nos chega, temos a chance, de quem sabe, num futuro próximo, se disciplinas como Sociologia e Filosofia forem bem aplicadas, viver em um país mais consciente, com seus cidadãos mais politizados, a exemplo do que acontece em países desenvolvidos como Inglaterra, França, EUA, entre outros.
Se deixarmos que o bonde da história passe sem levarmos em consideração coisas importantes como a seriedade de se preparar homens e mulheres mais capazes e eficazes para o futuro, continuaremos a colher grandes dissabores, como os que assistimos, dos quais, muitas vezes, também somos vítimas na atualidade.
Quando em 2006, a Sociologia foi inserida definitivamente como uma disciplina obrigatória no Ensino Médio, as escolas particulares e públicas ficaram expostas a uma situação inusitada: como preencher a vaga de professor de Sociologia se no mercado esse profissional é escasso? Isso abriu uma brecha tenebrosa. Para resolver a situação, a disciplina passou a ser oferecida à profissionais de outras áreas que pouco ou nada sabem a respeito dos pressupostos sociológicos.
O fato é até certo modo compreensível, já que entende-se, gestores da educação foram surpreendidos e assim, impossibilitados de ocupar as vagas com profissionais específicos da área tiveram que compô-las como podiam - remediar. O problema é o ciclo vicioso, sabemos que em situações como essas, existem os aproveitadores, aquelas pessoas que usam esses momentos para promoverem a si mesmos ou as suas causas partidárias, desrespeitando os direitos alheios.
Assim, o que me preocupa é se essas vagas serão direcionadas para o profissional de fato quando ele estiver disponível. O Estado da Bahia, por exemplo, ofereceu para o pólo 1 da Direc 7, no Sul da Bahia, apenas duas vagas para professores de Sociologia no último concurso realizado no dia 9 de janeiro desse ano de 2011, só para usar como exemplo mesmo, sem mencionar aqui os outros pólos cuja oferta também foi muito menor que a demanda, mas quantas escolas estaduais que oferecem Ensino Médio têm na região que compreende a Direc 7? Dezenas por certo, e o que farão com as demais vagas? Quem serão os profissionais que estarão ministrando aulas de Sociologia para os estudantes de Ensino Médio?
Mas esse não é um problema apenas das escolas públicas, é também do setor privado, conheço escolas particulares que simplesmente não dão à Sociologia o valor que lhe é devido, na hora da disciplina não é um Cientista Social ou um Sociólogo que está desenvolvendo seu trabalho, o que vemos é Pedagogos, professores de Geografia, História e pasmem, até de Química e Matemática ministrando as referidas aulas. E o que dizem? Argumentam que os referidos professores precisam completar suas horas, que são contratados do colégio e ficam com tempo ocioso e ainda existe o famigerado argumento de algumas escolas que tem como base, os ensinos protestantes que diz: "a Sociologia é antagônica à religião, muito contestadora!"
Sabemos que não. Aqui, falando a grosso modo, a Sociologia não contesta, ela apenas questiona e busca respostas mais convincentes, partindo da premissa de que não existem verdades absolutas entre nós. O fato é que na região sul da Bahia, ano que vem, em 2012, a Universidade Estadual de Santa Cruz, estará oferecendo para a sociedade, a primeira turma de formados em Ciências Sociais, turma que iniciou seus estudos em 2009. A partir de então, não haverá mais desculpas, de que não há profissionais disponíveis.
Bom, pode parecer que estou advogando em causa própria, afinal faço parte dessa turma, mas não é, mesmo porque, pretendo seguir outra linha de minha formação que é pesquisar e escrever, embora hoje em sala de aula estou muito animado com meu trabalho. No entanto, é preciso dizer que Sociologia é coisa séria, assim como é todos os ramos do saber, não pode ser preterida em hipótese alguma e se é assim, é justo que um profissional da área ocupe esse espaço e possa proporcionar aos estudantes, um conhecimento de fato específico da disciplina.
Não será concebível e isso em hipótese alguma, que uma disciplina tão importante como Sociologia, seja renegada ao simples papel de coadjuvante na formação do cidadão, este que deve ser crítico em suas análises da sociedade, dos fatos sociais que envolvem, sobretudo, política, filosofia de vida, diversidades e tantas outras “nuances” do viver em sociedade.
É a Sociologia e não outra, a grande responsável pela formação desse tipo de cidadão que é o que todos queremos para que tenhamos uma sociedade mais cônscia de seus direitos e deveres, algo tão escasso em nossos dias.
É a grande oportunidade que nos chega, temos a chance, de quem sabe, num futuro próximo, se disciplinas como Sociologia e Filosofia forem bem aplicadas, viver em um país mais consciente, com seus cidadãos mais politizados, a exemplo do que acontece em países desenvolvidos como Inglaterra, França, EUA, entre outros.
Se deixarmos que o bonde da história passe sem levarmos em consideração coisas importantes como a seriedade de se preparar homens e mulheres mais capazes e eficazes para o futuro, continuaremos a colher grandes dissabores, como os que assistimos, dos quais, muitas vezes, também somos vítimas na atualidade.