terça-feira, 22 de maio de 2012

Um recado aos diletos colegas do curso de Farmácia da UNIME/FACSUL Itabuna

Protesto promovido por alunos do curso de Farmácia
da Unime/Facsul - Itabuna
Foto extraída do blog Pimenta na Muqueca.
Li a matéria e os comentários sobre o protesto dos colegas do curso de Farmácia da UNIME/FACSUL de Itabuna, no blog Pimenta na Muqueca e não podia deixar de comentar, por favor, permitam-me. A faculdade é acusada de administrar irresponsavelmente um curso tão importante para a sociedade como é o de Farmácia, o professor é acusado de reprovar e aprovar indevidamente, de ensinar o que não sabe; que é pseudo educador, que não cumpre ou cumpre superficialmente o seu papel. Li sobre colegas que se digladiam, sem entender a lógica, é a união deles que poderá fazer a diferença no curso, até mesmo diante de uma sociedade que precisa acreditar no profissional que a atende. Fico a perguntar, como distribuir a culpa? Seria, caso seja verdade, da faculdade que não é fiscalizada e vai "empurrando com a barriga" uma situação que é preocupante? Seria do professor, que talvez ávido por um ganho a mais se submete a uma situação de risco para ele mesmo e para o curso sem se importar com as consequências da ausência de especificidade disciplinar? Seria do aluno que talvez por falta de  comprometimento e inabilidade demonstrada até ao escrever um comentário em blog popular? Afinal de quem é a maior e de quem é a menor parcela da culpa? Se pudermos resolver a questão assim! Li todos os comentários ali inseridos, primeiro pelo interesse que tenho no assunto - educação, e depois, ávido para ver se alguém tocaria no ponto chave, entristecido, não li nenhum que realmente abordasse o tema de forma a tocar nas principais causas. Meus amigos! Desde que o governo brasileiro, antes mesmo da Constituição de 1988, deu abertura para que o ensino deixasse de ser administrado unicamente pelo setor público, possibilitou que instituições privadas, inclusive algumas patrocinadas com dinheiro público, assumissem uma responsabilidade que deveria ser do governo, como acontece nos países "desenvolvidos". A partir daí, e com a crescente necessidade do poder público de apresentar a órgãos internacionais como o FMI, números favoráveis ao nível de escolaridade do povo brasileiro, para conseguir mais dinheiro estrangeiro, pois esta é uma das condições impostas pelos referidos órgãos para emprestar dinheiro aos países subdesenvolvidos, foi que tudo começou. As faculdades particulares (algumas de boa qualidade) tomaram conta do país e tornaram-se parceiras do governo na "profissionalização" dos "brazucas", sim, pois o que conhecemos no país, não é uma educação para a vida, como demonstra os comentários daquela reportagem, mas uma educação apenas tecnicista, onde se prepara mão de obra, às vezes de péssima qualidade para atuar nas frentes de trabalho, atendendo as demandas imediatas da sociedade, numa sociedade que sofre com médicos, enfermeiros e farmacêuticos que ao invés de tratar, matam. Engenheiros que ao invés de construir, derrubam. Advogados que ao invés de defender, condenam. Policiais que ao invés de proteger e promover a segurança causam pavor e medo. Professores que ao invés de ensinar e mediar o saber, transformam informação em desinformação, e por aí vai. Uma nação de guerreiros inglórios, desavisados, não críticos, que não conseguem ver, estão cegos! Pois é assim que o poder quer, é para isso que são ensinados! É a glória do Estado neoliberal! Eles estão conseguindo! E nós, estamos achando tudo bom, até elogiamos as suas invenções, como o sistema particular de ensino, as EaD's, as privatizações, os cursos de habilitação em várias áreas em apenas 20h., vejam só! Os malabarismos criminosos do governo para zerar a repetência de nossos juvenis e adolescentes, passam-se de qualquer jeito, tem a prova, a recuperação paralela, a ressignificação (esse nome por sinal, um neologismo), o conselho de classe e ai do colégio que reprovar! E a sociedade morre, a esperança morre, o futuro padece e o "mundo desenvolvido" nos escraviza! Afinal eles têm a tecnologia, têm o conhecimento, e isso é poder! Estamos vivendo um novo processo de colonização. Não criamos nada, não produzimos conhecimento, compramos tudo: a roupa, o celular, o carro, a Tv, o tênis, o computador, tudo deles! Trocamos por nada, entregamos a vida, o futuro, o desenvolvimento, a consciência. Como faziam os índios, trocando ouro por um pedaço de espelho. Continuamos depois de 512 anos, sendo os "bobos da corte" preferidos! Vejam só! Que pena! Reféns em nosso próprio domínio!Mas há esperança em nós, a máxima "cada um por si" acaba sendo válida nesse contexto, façamos nossa educação! Lancemos mão do que está ao nosso dispor e façamos isso com qualidade, para suprir a ausência de compromisso de quem deveria cuidar bem da nação!

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