quinta-feira, 28 de abril de 2011

Nascidos em 28 de abril

Click na imagem para vê-la em tamanho natural.
28 de abril é o dia da caatinga, lugar comum do povo sertanejo, guerreiro, lutador, herói. 28 de abril é também o dia da educação, essencial, transformadora, motivo de esperança de um futuro melhor para o cidadão e para a nação. 28 de abril é o dia da sogra, apesar da zoação há sogras formidáveis, espetaculares, especiais, a minha é ótima, maravilhosa, companheira. 28 de abril no calendário Bahái é o dia da beleza, de tudo que é belo, inteligente e encantador e no calendário romano antigo era o dia de se homenagear Flora, a deusa das flores.
Hoje, 28 de abril de 2011, é o dia que orgulhosamente completo 38 anos, sou grato a todos que contribuiram para que eu chegasse até aqui, sou grato, muito grato. Felicidades a todos os aniversariantes desse dia...PARABÉNS!!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Sungha Jung pra vocês!



A prova de que disciplina e dedicação dão bons resultados não importa a idade!
Fenomenal!!!

Bill Gates na Bahia


Bill Gates, na Bahia, só hotel.
O segundo homem mais rico do mundo resolveu conhecer de perto as encantadoras belezas naturais do nosso país, depois de uma passagem pelo estado do Amazonas onde apreciou as águas do Rio Negro e visitou populações ribeirinhas, pegou o seu jatinho particular e desembarcou em Porto Seguro com sua esposa Melinda French.
O hotel escolhido foi o luxuoso Villa de Trancoso na Praia dos Nativos, uma coisa, porém chamou a atenção nessa visita de Bill Gates na nossa terrinha, o fato de ficar recluso no hotel durante os quatro dias que esteve em nosso estado, limitou-se a curtir apenas o hotel sem demonstrar real interesse pelas belezas que podem ser encontradas na nossa região.
Segundo uma funcionária do hotel, que não quis se identificar, Gates saiu na noite do domingo, 17, e dirigiu-se ao Aeroporto Internacional de Porto Seguro, de onde retornou para os Estados Unidos
Poxa Bill! Quando vier à Bahia, demore um pouco mais, conheça nossa terra de modo mais substancial, quem sabe você se encante e resolva ficar por aqui, de qualquer modo seja sempre bem-vindo!

terça-feira, 19 de abril de 2011

A questão do ateísmo

A não existência de um Ser Supremo é algo inconsistente.
Hoje, ao participar de uma reunião com monitores e coordenadores do programa do Governo Federal “Mais educação”, me deparei com uma cena clássica, o debate sobre a existência de Deus entre uma cristã e uma atéia. Quando uma colega declarou ser agnóstica percebeu-se um silêncio mórbido, clara demonstração de reprovação. Percebemos ali que os conceitos cristãos ainda são muito valorizados na sociedade, apesar de tantas intempéries, de tantos problemas sociais e do discurso racional da ciência que aponta para soluções no campo humano, bem à caráter do discurso nietzscheano que apregoava a capacidade do homem de resolver todos os seus males aqui e agora, Nietzcshe em sua época saiu com a ideia do super homem, suficiente em si, não necessitava da religião.


Hoje penso que a grande questão não é discutir a existência de Deus e sim o que representa a religião e como a mesma participou ao longo das eras na formação da sociedade, para o bem ou para o mal, mesmo porque ao ler os escritos de um dos mais célebres e influentes ateus que o mundo já conheceu Friedrich Wilhelm Nietzsche e sua biografia, só os tolos não percebem que o filósofo alemão não se tornou ateu por causa de Deus e sim, por causa da religião, a forma política de se apresentar Deus, especialmente em sua época, em que a religião ainda se auto proclamava detentora de todo o conhecimento, de toda a ciência, proprietária e inquiridora das escolhas e ações humanas.

Embora tenha dito que o ateísmo para ele não era uma consequência e nem um fato novo, existia com ele por instinto, foi grande contestador da moral difundida pela religião, especialmente quando voltava o olhar para as classes dominantes que se utilizavam dos conceitos morais religiosos para dominar as classes mais pobres que ele chamava de inferiores.

O homem que nasceu em uma família luterana, filho de pastor e que também foi estudante de teologia quase seguindo a carreira do pai, abandonou a fé ainda na juventude quando iniciou seus estudos de filosofia. Em sua formação, o centro de seus estudos era exatamente sobre os valores universalmente aceitos, que entendia serem dominados pela religião e pela política que os utilizavam para mascarar a realidade humana, cheia de percalços.

A despeito de todos esses pensamentos e longe de atuar como advogado do filósofo, podemos ver nas entrelinhas, um Nietzsche revoltado com seu momento, no contexto em que vivia. A sua clássica frase: “Deus está morto” é imediatamente acompanhada com outras que se referem ao ostracismo na sociedade imposto pela religião dominadora e coercitiva.

Assim, diz-se que a filosofia afasta os homens de Deus, é em minha opinião um dolo engano, muito pelo contrário, nas fendas dos pensamentos filosóficos Deus está ali, intrínseco, real e absoluto, mesmo quando nos referimos aos grandes filósofos gregos que viveram antes do surgimento do cristianismo.

Na metafísica aristotélica vemos o pensamento ocidental embrionário do monoteísmo, ainda que para a filosofia grega da época era impossivel tal concepção, mas fala de um ser que não é apenas um ser, mas do ser enquanto ser, que está além da física, além da matéria, daí a palavra "metafísica", e quando questionado sobre a origem do movimento, sobre quando tudo que é físico surge, eis que se apresenta o pensamento filosófico aristotélico do primeiro movimento, aquele que não depende de outro ser, mas apenas de si e de onde emana todo poder e toda força para dar movimento e existência a todas as coisas.

No livro II da Metafísica, vemos um Aristóteles se referindo a um ser que é nobilíssimo, um ser máximo, verdadeiro ao máximo e sendo assim é causa de tudo que é daquele gênero, como o fogo que é o máximo do quente e é a causa de todos os quentes. Mais tarde no século XIII, Thomás de Aquino arremata dizendo que existe algo que é a causa da existência de todos os seres, da bondade e de qualquer perfeição, e a este chamamos de Deus. Basta pensarmos que somos a sua imagem e semelhança, portanto tomando por base o pensamento de Aristóteles, somos do mesmo gênero de Deus, então ele é a nossa causa.

Diz-se que não se pode afirmar a existência de Deus, por ser a crença destituída de consistência, o mesmo podemos dizer da não existência de Deus, se nos aprofundarmos na filosofia, na história e em todas as ciências veremos que é inconsistente demais afirmar que Deus não existe, eu, particularmente prefiro acreditar neste ser máximo de onde emana toda a perfeição, posso questionar as organizações religiosas e suas ações alienantes como fazia Nietzsche, mas jamais me sentiria à vontade para questionar a existência desse ser supremo. Razão de todo o existir.


sexta-feira, 15 de abril de 2011

Opinião sobre a guerra política deflagrada entre DCE e Mobiliza UESC - Parte 1

O que aconteceu e como aconteceu.

Ontem à tarde fui à UESC para uma reunião com o Centro Acadêmico de Ciências Sociais, o CACiS, fiquei sabendo no caminho que iria acontecer uma assembléia de estudantes no final daquela mesma tarde, confesso que não estava interessado em participar, senão, cumprir meu dever com o Centro Acadêmico e ir embora pois tinha compromissos ainda.  Por conta de algumas reuniões em Itabuna, acabei chegando ao final do encontro. Saindo dali vi uma movimentação diferente no Espaço Universitário e resolvi verificar, saber o que estava acontecendo, era um entra e sai do DCE (Diretório Central dos Estudantes) como poucas vezes eu vi, senti que a coisa estava meio atravessada, e quando a coisa está assim, é melhor ficar pra ver o que acontece e eu fiquei.
Coisa que universitário mais gosta é de uma “pelengazinha” pra ter um motivo de soltar seu grito de guerra, muitas vezes nem está certo se é aquilo mesmo que quer, mas é tentador estar na “muvuca”. De repente era notebook's pra todos os lados, cartazes com frases de efeito colados em todos os cantos, ali tinha também barracas armadas, data show, som, o "espetáculo" estava para começar e o custo que tive para estar ali foi de apenas 2 passes estudantis nada mais, sair dali? Eu? Jamais. Queria acompanhar tudo de perto.
Conversei com vários dos que estavam presentes sem saber se meus interlocutores estavam de um lado ou do outro, eu tava que nem garrafa pet no esgoto, as águas sujas estavam me levando e eu nem sabia pra onde, mas ia aos poucos juntando as peças do quebra-cabeça. Foi quando alguém pegou o microfone e começou a falar, este dizia que fazia parte da chapa minoritária, que esteve presente numa reunião e coisa e tal e que aquela assembléia era legítima e que por isso estava ali, outro no meio do povo bradou: "hoje eu tenho muita coisa pra falar sobre esse DCE", imediatamente percebi que se tratava de uma divisão, como o diretório é composto de 70% da chapa majoritária que detém a executiva, a mais votada nas eleições e 30% da minoritária, ficou claro para mim, o jogo do poder entre os membros do DCE.
A assembléia iniciou-se e começou as falas, fui prestando atenção em cada uma delas, ânimos exaltados, muita gente com o estatuto do DCE em mãos, muitos questionamentos, o principal assunto da pauta era a participação ou não dos estudantes na greve deflagrada por professores e funcionários contra o decreto 12.583/11 que o governo do estado assinou e as consequências todos já sabem: cortes de verba, inviabilização do aprimoramento do corpo docente, falta de investimentos em estrutura, ferimento da famigerada autonomia universitária e por ai vai.
Mas o início da assembléia não poderia ser mais animador pra quem gosta de barulho, todas as falas estavam direcionadas ao que chamavam de omissão do DCE, gritavam: "cadê o presidente? Onde está a representação estudantil? Eles são omissos! Não se posicionam! Daqui a pouco um tumulto, a mesa se desfez e saíram todos correndo em direção a sala do DCE, ameaças, gritaria, a atuação da turma do deixa disso, as coisas se acalmam e continuam as falas, gritos, palmas, incentivos, fala representantes de cursos, de funcionários, de professores e eu me perguntava a todo instante: qual é o momento que a executiva do DCE vai falar? Eles não apareciam, estavam escondidos, logo veio a noticia, estavam numa reunião chamada COEB, uma instância deliberativa do DCE, marcada em cima da hora para tentar desarticular o movimento dos estudantes, e esse movimento tem nome, chama-se "Mobiliza UESC", que não cansam de afirmar, como o próprio nome já diz, é uma mobilização, já que o diretório, que é o representante legal dos estudantes, não se mobiliza, dizem eles a todo instante. Eles não me representam, eu me represento" outro grita.
A assembléia acontecia, o tempo ia passando e ninguém arredava o pé, as propostas iam surgindo, assinaturas iam sendo colhidas, gente chegando, apoio ao que estava acontecendo vieram de Vitória da Conquista, Jequié, Adusc, Afusc e nada da executiva do DCE se manifestar e eu pasmo, observava de modo crítico tudo aquilo.
Eis que surge o vice-presidente do diretório, convidaram-no para falar e ele tinha que responder uma pergunta em especial: "porque o DCE não considerava aquela assembléia como legítima?" O pobre rapaz até tentou responder, mas claramente sem eloquência e sem argumentos, resolveu se retirar do local, não só ele, mas toda representação majoritária do DCE, o que me deixou ainda mais pasmo, eu me perguntava: ué! Não são estes os estudantes e aqueles os seus representantes?! Enquanto se retiravam alguém no meio da “muvuca” gritou: Olha lá o presidente, ele está fugindo, está indo embora! E uma sonora vaia foi ouvida, acompanhada com várias palavras (ões) que nessas horas acabam sendo inevitáveis. Logo abaixo, nos próximos dois posts, meu ponto de vista sobre o acontecimento, por favor não deixe de ler.

Opinião sobre a guerra política deflagrada entre DCE e Mobiliza UESC - Parte 2

Os verbos que devem ser mais conjugados em política são construir e negociar, não se faz política sem a convicção de que as conquistas nesse ramo baseiam-se num processo de construção de alianças, de parcerias e de negociações que nada tem a ver com negociatas.
Ao observar os acontecimentos dessa semana na Universidade Estadual de Santa Cruz, a UESC, pude perceber que nossos garotos e garotas estão com dificuldades no que diz respeito fazer política, principalmente quem detém o poder majoritário no Diretório Central dos Estudantes.
O orgulho, o egoísmo e a falta de sensibilidade política se mostraram pelo menos para mim, um simples observador, algo muito claro e evidente em toda a situação. Sentimentos assim causam divisão, racha, e quando isso acontece, o processo de construção fica emperrado, não há avanços e a tendência, se uma parte não ceder, possibilitando uma retomada nas negociações, é dar espaço para uma anarquia.
Para mim, o movimento “Mobiliza UESC, é aquilo que podemos chamar de franco atirador, nada tem a perder, não coloca nada no jogo e se nada conquistar, também nada perde e o mínimo que ganhar já é um grande lucro, e já está no lucro, pois caíu na mídia, agora todo mundo sabe que ele existe e está fazendo barulho, e mais, o objeto que utiliza é legítimo, porque é o anseio de pelo menos 8 em cada 10 estudantes da UESC, as melhorias nos serviços prestados aos estudantes, se utiliza isso para construir um argumento que o favoreça no futuro é outros quinhentos, mas que é legítimo, é inegável. Isso nos leva a pensar um pouco em Max Weber sobre a questão do carismatismo, a liderança carismática, e como se constrói isso? Se aproximando o máximo possível dos anseios do povo e se fazendo como eles, é ou não é o que o Mobiliza UESC está fazendo?
Não vou colocar aqui em discussão a questão da ligação da majoritária com o PCdoB, que é uma coisa muito evidente, o meu medo do aparelhamento do diretório sempre existiu e por conta disso sempre critiquei esse fato. Mas quero limitar a discussão apenas no âmbito acadêmico, que acho, é onde devemos ficar para fazermos uma política livre e independente.
Ao que percebi, não houve diálogo entre as duas partes e se houve foi sempre muito limitado, já faz algum tempo que o “Mobiliza UESC” vem sendo gerado e isso aconteceu dentro do próprio DCE, basta olhar para quem são as cabeças do movimento, são membros da minoritária. Nenhuma providência foi tomada, nenhuma chamada para negociação, nenhum diálogo mais aberto e franco do tipo: o que vocês propõem? Como podemos trabalhar juntos nisso? Onde podemos dar as mãos e por ai vai.
Ontem, creio, foi o clímax desse imbróglio e foi deflagrada oficial ou não,  não somente uma greve de estudantes mas também uma guerra política dentro do próprio movimento estudantil, tornou-se uma queda de braços, com desfechos inimagináveis, isso porque a força maior da majoritária está em representações políticas fora dos portões da universidade, enquanto o movimento “Mobiliza UESC, busca se fortalecer entre os estudantes e isso pode representar um grande problema para a atual gestão do DCE, explico:
Thiago Fernandes, presidente do DCE, é um cara sensacional, prestativo, aplicado, atencioso, me aproximei de Thiago, por conta da minha participação no CACiS, como coordenador de comunicação, já trocamos algumas ideias e gostei demais de sua simplicidade, porém politicamente, penso que ontem ele deu um tiro no pé, ao se negar dialogar com os estudantes que ali se encontravam e tentar inviabilizar de forma truculenta a mobilização, acabou legitimando o movimento e injetando gás nos seus representantes.
Hoje li em alguns blogs, uma carta de repúdio que Thiago enviou, nela ele diz claramente que não reconhece o movimento e que este não tem legitimidade, que a greve anunciada pelo movimento não deve ser respeitada porque ele enquanto presidente não convocou nenhuma assembléia. Em partes ele tem toda razão, afinal existe uma burocracia regimental a ser seguida para que algo desse porte se torne oficial, mas há algo que ser considerado nisso ai, trata-se mesmo da questão da legitimidade.

Opinião sobre a guerra política deflagrada entre DCE e Mobiliza UESC - Parte 3

A questão da legitimidade está intrínseca na vontade geral. Rousseau em seu emblemático livro, “Do contrato social”, diz que a vontade geral é indestrutível, ele afirma que “enquanto muitos homens reunidos se consideram como um só corpo, sua vontade é uma, a conservação comum e o bem de todos”. Nesse caso, DCE x Mobiliza UESC, onde está a vontade geral? Alguém poderá dizer e de forma correta que está na legitimidade e sendo assim está no DCE que representa oficialmente e legalmente os estudantes diante de organismos superiores, é o DCE que é reconhecido e não o Mobiliza UESC, isto é fato. No entanto Rousseau diz que nesse quadro de vontade geral indestrutível não há interesses intrincados e contraditórios, quando isso acontece a força da vontade geral fica em jogo, é como o pára-brisa de um veículo que sofre um estalo, e com o passar do tempo, ele vai se espalhando até tornar a peça inútil, alquebrada e fragilizada, há a necessidade de substituição, é exatamente isso que está acontecendo no movimento estudantil da nossa universidade, está dividido, medindo forças, não há consenso, nem união, muito menos coesão, que é a união para a ação.
O Mobiliza UESC sabe que a legalidade do movimento é alcançada quando 20% dos estudantes aceitarem e assinarem uma petição pública que convenhamos, não é difícil para quem se coloca na oposição e está motivado, são apenas 1800 assinaturas, perfeitamente viável, duvido que o movimento já não esteja perto disso, isso feito, o discurso midiático de Thiago cai por terra, a legitimidade troca de mãos e é questão de tempo para uma destituição, isso é bom para os discentes? Não sei, realmente não sei.
O que sei é que ninguém deve se colocar na posição de superior inalcançável, basta observar o que aconteceu lá na Inglaterra com a rainha Elizabeth II, que durante toda sua vida política se orgulhou de sempre ser vista com bons olhos, admirada e respeitada pelos seus súditos, até que surge em sua família certa mulher chamada Diana, que se tornou princesa ao casar com o filho da rainha e passou a competir com ela a admiração e o carisma, a coisa ficou ainda pior quando depois do divórcio com o príncipe Charles a princesa revelou intimidades da realeza. O clímax desse desconforto real se deu em 1997 com a morte da princesa, a rainha, reservada como sempre foi, resolveu não se pronunciar sobre a morte daquela que no momento era adorada e admirada por quase todo o mundo, os súditos não aceitaram isso e a rainha foi duramente criticada, perdeu sua tão aclamada popularidade. Exemplos continuam acontecendo, no Egito com a queda de Hosni Mubarak, um mês antes na Tunísia, já havia sido deposto Zine el-Abidine Ben Ali, tem também os casos da Argélia, da Líbia. Poderes aparentemente indestrutíveis alguns legitimados, caíram diante da vontade popular. Claro que nosso querido Thiago não é nenhum ditador, longe disso, mas é bom lembrar que o DCE, está num alçapão, rodeado de estudantes por todos os lados, vigiado, cobrado, criticado. Diante de uma mobilização, se ele tivesse barba eu diria que seria bom colocá-la de molho. O que proponho é o entendimento, é possível negociar sim, as partes precisam ceder em suas vontades, um pouco aqui, um pouco ali e unirem forças, a UESC precisa disso, os estudantes também, mas particularmente vejo com bons olhos essa oposição, mas uma oposição focada nas necessidades reais dos estudantes e sempre com possibilidades de unir forças, de negociarem para construírem juntos uma nova e mais eficiente universidade.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Estudantes da UESC também deflagram greve!


Agora estão unidos, professores, estudantes e funcionários.
 Nesta quinta-feira, a partir das 17h, foi realizado na UESC uma assembléia composta por boa representação de estudantes, puxada pela minoritária do DCE (Diretório Central dos Estudantes). O objetivo era definir qual a posição dos estudantes em relação à greve deflagrada por professores e funcionários da Universidade Estadual de Santa Cruz no início desse mês, quando se trata do decreto 12.583/11 do governo do Estado da Bahia, que torna inviável vários setores da educação no estado, impossibilitando por exemplo investimentos em pesquisa, aprimoramento do corpo docente e ainda  tirando a autonomia das universidades.
Os estudantes por sua vez lutam por investimentos no campus da UESC, querem assistência estudantil, restaurante universitário, alojamentos, além de maiores investimentos na estrutura e manutenção de vários cursos que encontram-se implantados mas deficitários, não há áreas para colegiados, as salas são improvisadas, faltam secretários para os colegiados, faltam professores, são diversos cursos que funcionam precariamente por falta de profissionais, ou seja, a situação é mesmo crítica.
Assim, em nome de melhorias e a revogação do decreto, dezenas de estudantes estão acampados no campus universitário desde o início da semana e hoje, realizaram uma assembléia onde além de questionar a atuação da majoritária do DCE, que preside o diretório, resolveram se unir a professores e funcionários da maior instituição de ensino do Sul da Bahia.
Bom informar que estiveram presentes na assembléia, representantes estudantis da UESB, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, campus de Jequié e Vitória da Conquista, que também estão em greve, cobrando do governo melhorias na estrutura daquela universidade.
A greve dos estudantes da UESC, recebeu apoio imediato de representantes do corpo docente e também dos representantes dos funcionários, que participaram da assembléia elogiando a atitude dos discentes. Os estudantes presentes ficaram indignados com a virada de costas da majoritária do DCE, que segundo consta, deveria e foi eleita para defender os interesses dos estudantes. Viu-se o presidente e seus correligionários saindo de fininho pela tangente virando as costas para os colegas que lutam por melhores condições na universidade. Enquanto se retiravam, receberam intensa vaia dos presentes! Os opositores contam que a retirada dos representantes da majoritária tem uma explicação, o DCE majoritário não está ali pelo estudante e sim por um determinado partido político, partido este que apoia o governo do estado e recebe favores do mesmo, nesse sentido ignoram as reais necessidades dos estudantes função para a qual foram eleitos, e o fazem em benefício de si próprios, assim, os manifestantes acusaram a majoritária de covardes, quando se retiraram do local da assembléia. Antes disso, o vice presidente majoritário, ainda tentou se explicar, mas foi sufocado pelos que estavam na assembléia, saindo sem conseguir convencer os estudantes. Por conta disso, os presentes consideraram em votação que a atual gestão do DCE é omissa  e resolveram em voto, destituí-la, não mais reconhecendo a mesma como seus representantes, foi proposto uma comissão de estudantes independente  para gerir os interesses da classe e preparar documentalmente o pedido de impeachment da gestão majoritária atual do DCE, vamos ver até onde isso vai dar.

Principais decisões na assembléia de hoje:

1 - Que os estudantes estão em greve por tempo indeterminado.
2- Que não reconhecem a atual gestão do DCE majoritária como seus representantes pela sua omissão em relação aos interesses dos estudantes.
3 - Que a greve é por melhorias na estrutura, investimentos no esnsino e contra o decreto 12583/11.
4 - Que se os professores fecharem negociação com o governo sem o mesmo revogar o decreto, os estudantes continuarão em greve.
5- Que será organizada uma comissão independente para pedir o impeachment da gestão atual majoritária do DCE.
6 - Que será organizada uma comissão de comunicação para divulgar fora dos muros da universidade os interesses dos estudantes.
7 - Que os estudantes da UESC interagirão com estudantes das demais universidades do estado, por ações em conjunto para pressionar o governo.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Uma homenagem aos brasileirinhos que perderam suas vidas no Rio de Janeiro

Depois do que aconteceu nesta quinta-feira no Rio de Janeiro, quando crianças inocentes foram covardemente e brutalmente assassinadas quando estavam estudando, uma singela homenagem desse blog aos brasileirinhos que perderam tão cedo suas vidas, fazendo côro ao que disse a presidenta Dilma Roussef. Estão matando nossas crianças, nossos jovens, estão destruindo nossas matas e nossos animais, estão acabando com o futuro do planeta, é preciso agir rápido antes que sobre apenas escombros!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

O salário do professor

A educação brasileira ainda há de ser um campo de grandes debates em âmbito nacional, trata-se de uma categoria que vem lutando ao longo de décadas, para ter seu papel não apenas reconhecido, mas valorizado no país. As vezes num bate papo com meus colegas na universidade, percebo que não há animosidade quando se pensa na questão, há sem dúvida o desejo de estar envolvido num processo importantíssimo de construção de uma sociedade qualificada, mas quando se pensa em estrutura, valorização e reconhecimento a coisa desanda. Ouço muito falar o seguinte: "se existem tantas profissões que dão melhores resultados pessoais, porque alguém quer ser professor? Ainda hoje, trabalhando com meus estudantes em um colégio público, questionando o barulho que eles estavam fazendo e a dificuldade que estava tendo para ministrar a aula, eu disse: "um dia, se algum de vocês seguir a carreira de professor, verá como é difícil trabalhar assim". Quando encerrei a frase, vi que quase todos os alunos disseram em uníssono: NÃO QUEREMOS SER PROFESSOR! A coisa é tão séria que no ano passado o governo se viu obrigado a produzir e veicular propaganda em rede nacional, convidando as pessoas para serem professores, tamanha a fuga, quase que em massa, dessa profissão. Meu colega André Andrade em um texto publicado no blog "sociologia hoje", escreveu que a docência beira a filantropia, atuando como estou hoje, isso é ainda mais claro para mim, a não ser pelo prazer e quase por uma ideologia, ser professor não apresenta grandes vantagens, em parte pelo pouco apoio do poder público e também pelo tipo de aluno que encontramos na atualidade. Hoje, no Supremo Tribunal Federal, o assunto professor, entrou em pauta, a questão era votar sobre a manutenção do piso salarial nacional para professores, que esse ano é de R$1.187,97, para uma jornada de 40 horas, comparado com outras categorias, um salário pífio que não condiz com a importância desse profissional, mas ainda assim 5 estados da federação questionaram na justiça o valor, disseram que é muito alto, que os estados não podem pagar, por conta dos encargos, da folha de pagamento que podem extrapolar e os tais estados feririam a lei de responsabiliadde fiscal, chegaram até a afirmar que o tal "gigantesco salário" é inconstitucional. E olha os estados que questionaram: Ceará, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, pobrezinhos esses estados não são?! Coitadinhos, vão falir se pagarem essa "dinheirama", afinal para que professor quer "tanto dinheiro?" Mas o ministro do Supremo, Joaquim Barbosa disse: “Não me comove, não me sensibiliza nem um pouco argumentos de ordens orçamentárias. O que me sensibiliza é a questão da desigualdade intrínseca que está envolvida. Duvido que não haja um grande número de categorias de servidores, que não esta, que tenha rendimentos de pelo menos 10, 12, até 15 vezes mais que esse piso”. Outro Ministro do Supremo, Celso de Mello continuou: “Sou filho de professores. Vivi sempre nesse ambiente. E tenho acompanhado, desde então, essa jornada terrível que os professores da rede escolar enfrentam, sempre sendo marginalizados no processo de conquistas sociais”. Quase todos os ministros votaram a favor da manutenção do piso nacional para o professor, inclusive Luiz Fux que critiquei em um post anterior, por causa do seu voto minerva contra a Lei da Ficha Limpa, dessa vez quem destoou foram os ministros Marco Aurélio de Mello e Gilmar Mendes, os únicos que votaram contra, o primeiro alegou que se a lei fosse aprovada os estados correriam o risco de perderem a autonomia governamental e normativa, o ministro Luiz Fux rebateu: "ah tá! Como a lei é boa, não vamos aplicar", recebendo aplausos dos professores que acompanhavam a sessão, Marco Aurélio de Melo não gostou da colocação do colega e treplicou: “Eu não estou aqui a ocupar cadeira para relações públicas, para receber aplausos ou vaias” e pediu a suspensão da sessão. Foi voto vencido, a sessão continuou e agora é lei, nenhum professor que atue 40 horas pode ganhar menos de R$1.187,97 e ponto final. Podemos enxergar nisso uma conquista, sim, há ainda coisa por fazer, um longo caminho a percorrer, mas este é um passo importante, um piso salarial nacional para o professor, mais do que a questão financeira, está aí intrínseca por parte de setores da justiça brasileira, uma proteção a esse profissional que sem dúvida alguma é marginalizado, desrespeitado e preterido em muitos recantos desse imenso país.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Como se forma um profissional brasileiro?

Ao longo da nossa vida, são várias as perguntas que formulamos para as quais saímos em busca de repostas, as vêzes as encontramos, outras, a vida acaba para nós e deixamos o mundo sem saber seus porquês. Na área da educação me perguntava: "se é tão importante fazer um curso superior, se se considera a universidade, templo do saber, porque eu encontrava pessoas que lá estiveram, concluíram seus cursos superiores e na vida prática eram medíocres nas tomadas de decisões, no fazer acontecer, no construir, no colaborar? Eram tantos exemplos assim que eu mesmo não me motivava a ir para uma universidade, achava que bastava meus conhecimentos práticos, baseados no senso comum para vencer na vida. Mas como dizem, "o mundo dá muitas voltas", um dia fiz um vestibular, passei e a partir de então, fui vivenciar, ver de perto o que acontece no mundo acadêmico. Nos primeiros momentos fiquei admirado, entusiasmado e até deslumbrado com tantas possibilidades. Estava assistindo aulas de mestres, doutores em tantas áreas: sociologia, antropologia, ciência política, filosofia. Cada dia de aula eu saia da universidade com a sensação de que não poderia existir lugar melhor para estar. O tempo foi passando e eu fui conhecendo os bastidores da educação superior no Brasil, percebi que a ideia sempre foi muito boa, mas a prática, ihhh a prática! Assim, numa alusão ao que escreveu Max Weber, me desencantei, conheci um sistema que deixa muito a desejar em muitos aspectos, falta investimento em estrutura, cursos que são oferecidos sem condições adequadas de funcionamento, falta sala, falta livros, falta professores. Conheci um sistema que favorece a disputa de vaidades entre docentes, tapetes são puxados a todo instante, disse-me-disse, fofocas inescrupulosas, práticas descaborosas, exemplos detestáveis. Esse mesmo sistema favorece a falta de compromisso, são professores que não planejam aula, que muitas vezes é notório a falta de domínio do assunto da ementa, que descumprem a todo instante o regimento interno da instituição, mas se utilizam dessas mesmas leis para punir (levando sempre em consideração a premissa de que um erro não justifica outro), mas a lei deve ser para todos. Adotam práticas corporativistas na hora que os interesses dos estudantes confrontam com os seus, e se sentem os tais, acima do bem e do mal. As necessidades da razão maior da existência de uma universidade, que são os estudantes, formá-los para que desempenhem bem seu papel na sociedade e com isso a mesma seja beneficiada, são frequentemente ignoradas, esquecidas diante de uma burocracia que parece não ter fim. Ali há o cerceamento da fala do discente, do tipo: "faça seu curso quietinho e vá embora, do contrário, você sofrerá consequências inimagináveis. Diante de quadro tão sinistro, passei a compreender porque tantos pseudos profissionais são despejados na sociedade por um sistema de ensino superior às margens da falência moral e institucional. E a quem chega as consequências disso tudo? O cidadão comum que paga impostos, que trabalha, que sai de casa 4 horas da manhã para conseguir uma ficha para ser atendido num posto de saúde, quando muitas vezes não dorme ao relento para poder ser atendido por um desses profissionais medíocres, ou que precisa de um advogado e é culpado, mesmo sendo inocente, pois o "profissional do direito" não soube defendê-lo, ou compra um apartamento e perde a vida junto com a família porque o "engenheiro" calculou mal a estrutura do prédio ou sofre para matricular o filho no colégio que vai ter aula de um professor que não sendo formado na área específica não consegue esclarecer os porquês da disciplina ou disciplinas, já que são muitos os que assumem uma enormidade delas, tudo em nome da carga horária e do dinheirinho no final do mês, pois o salário de um professor não o dignifica, especialmente os da educação de base. Mas, apesar de tanta escuridão, pude ver algumas luzes, poucas mas existem, profissionais comprometidos, que amam o que fazem, que buscam conhecimento e querem muito transmití-los aos seus estudantes. Ainda não conclui meu curso superior, mas já vivi a esperiência de sair do trabalho, suado, cansado e percorrer de ônibus quase 20km (sei que alguns percorrem muito mais que isso) para chegar na universidade e o professor não aparecer, sequer dar uma satisfação, como também já vi professor trabalhar o dia inteiro, com viagem marcada para exames sérios de saúde, no entanto comparecer para dar aula. Já vi professor desprezar as reuniões do colegiado, talvez por achar que não vale a pena discutir as necessidades do curso, como também vi professor, coordenador de curso em universidade pública, fazer matrícula, providenciar sala e até cadeiras para que a aula aconteça, quando na verdade a instituição deveria dar ao menos material humano para auxiliá-lo, possibilitando ao mesmo melhor desempenho em sua função. Mas no Brasil, as coisas acontecem assim, soma-se a isso todo o problema do ensino tecnicista adotado pelas nossas universidades, no nosso país, não são os pensamentos críticos que são valorizados, mas aquele que sabe dizer de forma técnica quantas barras de ferro poderão ser utilizadas em uma obra de arquitetura, não que não devem ser valorizados, são importantes, mas faço minhas as palavras da historiadora americana Drew Gilpin Faust, primeira mulher a ocupar o posto de reitora da Universidade de Howard, instituição considerada a mais importante do mundo em vários campos de pesquisa, ela disse: "A sociedade nos pede soluções. Mas a universidade não deve se preocupar apenas com o bem estar imediato dos seres humanos, precisa fazer também com que eles sejam sábios". Com tudo que já foi citado acima surgem as indagações: é possível para as universidades brasileiras produzirem pessoas sábias? Será que essa preocupação existe no âmbito geral? Ou a preocupação está em apenas dar ao estudante o suficienete para enganá-lo, fazê-lo acreditar que sabe alguma coisa? Conclui então que a educação no Brasil é coisa muito subjetiva, não são nossas universidades que formam bons profissionais, mas a vontade individual de quem quer de fato adquirir conhecimento, é necessário que num sistema tão brutal, busquemos ainda mais o conhecimento, corramos atrás dele como o beija-flor busca o néctar das flores, precisamos ler, pesquisar, perguntar, cobrar dos professores que nos apontem o caminho mais adequado, é, uma espécie de cada um por si e a sorte de encontrar pelo caminho pessoas capacitadas que se predisponham a nos ajudar, ou seja, precisamos gritar a todo instante...Socorro! Socorro! Socorro! Na esperança de sermos ouvidos!

domingo, 27 de março de 2011

Brasil, a farra da corrupção!

Essa semana, o brasileiro mais uma vez teve a comprovação de que no Brasil, o crime compensa. Primeiro vimos decepcionados o novo ministro do Supremo votar a favor da não validação da Lei da Ficha Limpa para as eleições do ano passado, permitindo que com isso, águias da corrupção nacional retornem ao Congresso Nacional para continuar surrupiando a moral e o dinheiro público e o pior, diante de tanta "vontade" da justiça brasileira já se fala que a lei não será aprovada. No final da votação a favor da corrupção, o juiz Luís Fux, disse que foi emocionante o início do seu trabalho no STF, ficaria mais apropriado se afirmasse que foi vergonhoso e covarde já que foi ele a despeito do impasse criado pelo empate de votos (5 contra e 5 a favor) que desempatou a favor da bandalheira. Alegou para isso que a lei era inconstitucional, pois para ser validada precisava ter sido promulgada pelo menos um ano antes das eleições. A verdade é que protelaram o máximo possível sua validação exatamente para encontrar brecha na Constituição, mas é de se pensar, se fosse tão substancial assim, a não validação da lei por causa dessa tal "inconstitucionabilidade", porque 5 juízes do supremo votaram a favor da lei? A verdade é que é uma farra ser bandido no Brasil, foram mais de 2 milhões de assinaturas do povo brasileiro, a pressão popular, o desejo do povo não foi assistido por quem é responsável pela observância das leis do país, porque não interessa aos poderosos a vigilância da moral e da ética, do contrário eles mesmos estariam na "guilhotina".
A outra situação não menos vergonhosa é com respeito àquele famigerado mensalão de 2005, acaba de ser publicado na página online de Veja que muito provavelmente será prescrito o processo e todos os 32 citados, envolvidos em crimes pesados como: formação de quadrilha, desvio de dinheiro público, tráfico de influência, serão absolvidos e continuarão a atuar no governo do PT.
Nomes como: José Dirceu, João Paulo Cunha, José Genuíno, estão agora fumando charutos e dando gargalhadas do povo brasileiro, porque mais uma vez a decisão está nas mãos do "imparcial" ministro do supremo.
Esse ministro aliás, não está ali por acaso, na ocasião de sua candidatura foi lhe perguntado como votaria no caso do mensalão, a sua resposta foi emblemática: "se houver provas votarei pela condenação, não havendo provas votarei pela absolvição". Ou seja, "não produziram provas, se depois de 6 anos de processo nenhuma prova foi produzida, também não iremos atrás delas" foi isso que ele quis dizer. Era imprescindível para essa corja, a eleição de Dilma, tanto que ela apressou a nomeação do atual ministro do Supremo Tribunal Federal para livrar a cara dos petistas sem vergonha.
O Brasil é um país lindo, com uma gente alegre, trabalhadora e cheia de esperança, mas a política brasileira é quem envergonha e trava essa nação, o que mais nos deixa tristes é que nosso povo ainda não aprendeu, que na hora de tirar o lixo do Congresso, não podemos confiar em STF, STE, e nenhuma outra sigla que se coloca como parceiros do povo, a nossa única arma é nosso voto combinado com o esforço da nossa vigilância contínua.
Hoje me envergonho de ser brasileiro!

quarta-feira, 9 de março de 2011

Ensinar Sociologia é coisa séria!


Já faz algum tempo que venho observando algo e essa observação tem me preocupado. Desde o ano passado quando como estudante de Ciências Sociais, passei a ter contato com o ensino público, reparei uma prática no mínimo passível de desconfiança no sistema de ensino.

Quando em 2006, a Sociologia foi inserida definitivamente como uma disciplina obrigatória no Ensino Médio, as escolas particulares e públicas ficaram expostas a uma situação inusitada: como preencher a vaga de professor de Sociologia se no mercado esse profissional é escasso? Isso abriu uma brecha tenebrosa. Para resolver a situação, a disciplina passou a ser oferecida à profissionais de outras áreas que pouco ou nada sabem a respeito dos pressupostos sociológicos.

O fato é até certo modo compreensível, já que entende-se, gestores da educação foram surpreendidos e assim, impossibilitados de ocupar as vagas com profissionais específicos da área tiveram que compô-las como podiam - remediar. O problema é o ciclo vicioso, sabemos que em situações como essas, existem os aproveitadores, aquelas pessoas que usam esses momentos para promoverem a si mesmos ou as suas causas partidárias, desrespeitando os direitos alheios.

Assim, o que me preocupa é se essas vagas serão direcionadas para o profissional de fato quando ele estiver disponível. O Estado da Bahia, por exemplo, ofereceu para o pólo 1 da Direc 7, no Sul da Bahia, apenas duas vagas para professores de Sociologia no último concurso realizado no dia 9 de janeiro desse ano de 2011, só para usar como exemplo mesmo, sem mencionar aqui os outros pólos cuja oferta também foi muito menor que a demanda, mas quantas escolas estaduais que oferecem Ensino Médio têm na região que compreende a Direc 7? Dezenas por certo, e o que farão com as demais vagas? Quem serão os profissionais que estarão ministrando aulas de Sociologia para os estudantes de Ensino Médio?

Mas esse não é um problema apenas das escolas públicas, é também do setor privado, conheço escolas particulares que simplesmente não dão à Sociologia o valor que lhe é devido, na hora da disciplina não é um Cientista Social ou um Sociólogo que está desenvolvendo seu trabalho, o que vemos é Pedagogos, professores de Geografia, História e pasmem, até de Química e Matemática ministrando as referidas aulas. E o que dizem? Argumentam que os referidos professores precisam completar suas horas, que são contratados do colégio e ficam com tempo ocioso e ainda existe o famigerado argumento de algumas escolas que tem como base, os ensinos protestantes que diz: "a Sociologia é antagônica à religião, muito contestadora!"

Sabemos que não. Aqui, falando a grosso modo, a Sociologia não contesta, ela apenas questiona e busca respostas mais convincentes, partindo da premissa de que não existem verdades absolutas entre nós. O fato é que  na região sul da Bahia, ano que vem, em 2012, a Universidade Estadual de Santa Cruz, estará oferecendo para a sociedade, a primeira turma de formados em Ciências Sociais, turma que iniciou seus estudos em 2009. A partir de então, não haverá mais desculpas, de que não há profissionais disponíveis.

Bom, pode parecer que estou advogando em causa própria, afinal faço parte dessa turma, mas não é, mesmo porque, pretendo seguir outra linha de minha formação que é pesquisar e escrever, embora hoje em sala de aula estou muito animado com meu trabalho. No entanto, é preciso dizer que Sociologia é coisa séria, assim como é todos os ramos do saber, não pode ser preterida em hipótese alguma e se é assim, é justo que um profissional da área ocupe esse espaço e possa proporcionar aos estudantes, um conhecimento de fato específico da disciplina.

Não será concebível e isso em hipótese alguma, que uma disciplina tão importante como Sociologia, seja renegada ao simples papel de coadjuvante na formação do cidadão, este que deve ser crítico em suas análises da sociedade, dos fatos sociais que envolvem, sobretudo, política, filosofia de vida, diversidades e tantas outras “nuances” do viver em sociedade.

É a Sociologia e não outra, a grande responsável pela formação desse tipo de cidadão que é o que todos queremos para que tenhamos uma sociedade mais cônscia de seus direitos e deveres, algo tão escasso em nossos dias.

É a grande oportunidade que nos chega, temos a chance, de quem sabe, num futuro próximo, se disciplinas como Sociologia e Filosofia forem bem aplicadas, viver em um país mais consciente, com seus cidadãos mais politizados, a exemplo do que acontece em países desenvolvidos como Inglaterra, França, EUA, entre outros.

Se deixarmos que o bonde da história passe sem levarmos em consideração coisas importantes como a seriedade de se preparar homens e mulheres mais capazes e eficazes para o futuro, continuaremos a colher grandes dissabores, como os que assistimos, dos quais, muitas vezes, também somos vítimas na atualidade.

sábado, 5 de março de 2011

CARNÍVORO X VEGETARIANA

Janne Lettuce (presidente da Ordem Vegetariana Mórmon "Radicais e Livres") escreve para Mohamed. A história da humanidade já passou por muitas eras. Desde os tempos primitivos até os tecnológicos dias atuais, a alimentação sempre foi assunto vital. Tudo o mais que envolve a existência humana é secundário ao fato de as pessoas necessitarem se alimentar. A cultura, a educação, a filosofia, a arte e mesmo a saúde são atributos posteriores à prioridade de comer. Talvez por isso haja tantas formas de pensar sobre o assunto - e consequentemente tantas formas de comer. Defendo a minha. Há mais de 20 anos que não como carne. Várias razões me moveram a isso. razões estritamente pessoais, como o fato de me sentir mais saudável após abolir a carne do meu cardápio, e outras de natureza filosófica (e mesmo estética), como ser contrária ao sacrifício de animais para o nosso desfrute alimentar, bem como aos perversos modos de abatê-los. Foi assim que me converti a uma alimentação baseada em grãos, legumes e verduras. Desde então minha vida se transformou, sinto me leve e disposta. E também mais de acordo com os princípios da Natureza, com a ideia primordial de harmonia cósmica e, porque creio, com Deus. Trabalho para que o homem evolua na sua forma de pensar a alimentação e, naturalmente, de se alimentar. Não vivemos mais no tempo de Isaac, em que animais precisavam ser abatidos para conter a ira divina. Nem há escassez de recursos naturais no mundo que justifique a não inclusão de vegetais à nossa ração diária. A natureza é pródiga e o homem tem capacidade de produzir vegetais que abasteçam a população mundial. Torço para que os homens acabem com a matança de seres inocentes cuja vida merece outro destino. RESPOSTA DE MOHAMED Prezada Sra. Jane, Posso entender a necessidade de um humano se alimentar de repolhos, acelgas e vagens, o que não suporto é ter que ouvir suas abrobrinhas. Dizer, por exemplo, que o abate do boi é "desumano" é de uma boçalidade bovina, uma vez que o boi nunca foi homem. Além de que o boi é um bicho besta, quase uma mula de tão besta. Passa o dia pastando (não é a toa que a expressão"vai pastar" tornou-se insulto feroz) e ruminando e engordando. Só poderia ter mesmo essa serventia na vida: nos dar leite e carne. Aliás é o que confere alguma razão e nobreza à sua existência, do contrário sua vida seria um grande desperdício. Até concordo que o abate poderia ser mais brando, mas aí já é uma outra conversa. "filósofos" vergan argumentam que a diferença entre comer animais e plantas está no fato de que os bichos têm "vida psicológica", ao passo que os vegetais não. Ora, que papo é esse? Será que teremos, daqui por diante, profissões tais como psicólogos para bois e vacas? "Psicoterapia lacaniana para novilhos traumatizados às vésperas do abate?"...E que compaixão toda é essa por um animal cujo destino bíblico parece ser nos alimentar e só? Será que quem tem essa preocupação nutre a mesma solidariedade por seus irmãos humanos, desamparados e famintos que se avolumam por ai? Considero isso um desvio, além do mais, está provado por A+B que nossa dentição pede carne, que nosso organismo tem necessidade de proteína animal e que, não raro, comedores de algas tornam-se anêmicos. Sei que uma boa salada de folhas após a carne facilita - e muito - a digestão (eventualmente ajuda a diluir a culpa também). Mas nenhum argumento me convencerá do contrário. Lugar de boi é na mesa, bem ou mal passado, e sua serventia é nosso pasto. Isso para mim são favas contadas. Mohamed Al Catra é churrasqueiro de Cabul e sócio-fundador da costelaria "Entrecôte de Adão" Dá-lhe Mohamed!!! Texto extraído da seção Última palavra da revista Istoé, na coluna de Zeca Baleiro, de 2/2/2011.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Flamengo: campeão da Taça Guanabara 2011

Consolidou-se o que vem sendo desenhado ao longo de todo o primeiro turno do Campeonato Carioca, a chamada Taça GB, o Flamengo foi o time que manteve a regularidade no sentido positivo, venceu 7 jogos na primeira fase da competição, na semifinal empatou com o Botafogo conquistando a vaga na final nos penaltis com uma excelente atuação do goleiro Felipe e finalmente na final, enfrentando um time que como disse bem o técnico rubro negro, não foi colocado ali, ele conquistou a vaga por puro merecimento, derrotando o Fluminense na semifinal. Na verdade o time do Flamengo ainda pecisa melhorar muito, apesar dos resultados positivos, ainda não apresentou um futebol que pode ser chamado de altamente competitivo, mas com a inegável qualidade de seus jogadores conseguiu manter uma regularidade impressionante para início de temporada e com isso garante participação na final do campeonato estadual e se vencer o segundo turno, ganha o campeonato por antecipação. Nesse último jogo contra o Boa Vista, mostrou mais uma vez ser um time com vocação para a vitória, mas deixou claro que peca na objetividade, na hora do lance final, no arremate, um desafio e tanto para Vanderley Luxembutrgo que precisa resolver essa situação, se quiser se dar bem em competições de de nível superior ao Carioca. No mais, o Fla foi campeão invicto e isso é bastante animador para os torcedores, o clube ainda tem esse ano para disputar a Copa do Brasil, o Campeonato Brasileiro, a Sulamericana, diria que o Fla vai bem obrigado! Parabéns pela conquista da sua 17ª Taça Guanabara e por ter seu principal craque, com sua cobrança de falta magistral, feito nos lembrar de outro craque inesquecível, o Galinho de Quintino, Arthur Antunes Coimbra, o Zico.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

O intermodal de Ilhéus

O que representa o Complexo Intermodal para Ilhéus, para a Região Cacaueira? Muito se tem falado que é a retomada do crescimento que a muito tempo ficou estagnada nos entraves políticos que assola a região. Vivemos o mal dos maus políticos, péssimos administradores que recebem do povo a oportunidade de fazer a diferença e depois passa o tempo cortando árvores, pintando meio fio e fugindo das fiscalizações e investigações do TCM e Polícia Federal. A verdade é que observando as falas das pessoas mais próximas, daqueles que observam de perto o projeto do Porto Sul, ficamos, a população em si, a ver navios no que diz respeito aos lucros e perdas que esse empreendimento nos causaria. O que sabemos é que a Bamin, empresa do Cazaquistão envolvida no projeto, precisa de uma área de cerca de 70 hectares. Sem dúvida alguma é muita terra, imagine como ficaria a região norte de Ilhéus com uma área imensa tomada pela iniciativa privada? Ali onde podíamos entrar e sair a hora que queríamos, tomar um banho de mar, nos divertir com a família! Não teremos mais direito a isso porque será tomada pelas forças da mineradora. Mas isso não é tudo, e a natureza da zona norte do município, que já sofre pela falta de políticas públicas para protegê-la? Ficará ainda mais sobrepujada a ferro, concreto, caminhões, navios, trem de ferro... É o progresso! Pois bem, sabemos que o progresso é necessário, mas o que se deve discutir é: a que preço? Para os imediatistas é bom saber que vem aí emprego, renda, novos investimentos nas cidades da região... Mas, e a longo prazo, o que isso tudo representa? Podemos dizer que as cidades do Sul da Bahia principalmente Ilhéus e Itabuna, sofrerão um inchaço em suas populações, de pessoas desempregadas que migrarão para cá, na esperança de conseguir um emprego ou subemprego para comprar um pouco de comida, muitos não profissionais, aventureiros, porque infelizmente é o que bem tem no Brasil e com isso, veremos aumentar ainda mais a escalada da violência que já é assustadora por aqui, a pobreza, as invasões de terra, a destruição do pouco que resta da Mata Atlântica. Será que teremos as garantias de que os investimentos estrangeiros, advindos do Cazaquistão serão suficientes para melhorar a educação, a saúde, o saneamento básico, a segurança e a moradia do nosso povo? Será que eles estão preocupados com isso? São perguntas que precisam de respostas agora, de forma imediata, antes que o IBAMA mude de ideia e assine um documento de autorização que hoje nega, que evidencia os problemas que a região pode sofrer como consequência da instalação do tal empreendimento, sem um planejamento mais detalhado com o olhar voltado para as reais necessidades dos municípios da região do cacau. Confesso que quando soube da intenção do projeto, fiquei imediatamente contente, pensava que seria de fato algo poderoso economicamente para a região, no entanto, hoje ao observar os dois lados, estou reticente. A questão precisa ser muito discutida pela população de Ilhéus e penso que Itabuna também deve entrar mais efetivamente nessa discussão, afinal ela também sofrerá consequências positivas ou negativas dessa intervenção. É hora dos meios de comunicação, das instituições de ensino, dos poderes públicos e acima de tudo da população, tomar conhecimento dos pormenores, apurarem o que de fato é real e o que é apenas especulação e utopia, como as questões da empregabilidade, do desenvolvimento sustentável, da capacitação dos nossos jovens para uma mão de obra qualificada, porque depois, o leite já pode estar derramado!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Solidão sobreposta

Por Anderson Borges Sobrepõe ao fundo o por do sol; sobrepõe na projeção dos seus raios; sobrepõe na penumbra de tua escuridão; hoje! O meu olhar já não é tão fixo; hoje! Ele já não acredita na existência de nosso mundo; hoje! A dor é ardente e o medo é consequente. No fundo, o labirinto; lá vejo-me sentado; cantando e regendo a sinfonia de nossos pensamentos; no mais perfeito acorde que só nós, sabemos reger e compreender; o estribilho de nossas canções. Sim! Eu era o maestro, eu era o herói! Meu herói!!! Anderson Borges é geólogo,empresário no ramo de geotecnia na região Sul da Bahia e poeta nas horas vagas, quando tem horas vagas.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A vida humana em xeque!

Nesse fim de semana passado, quatro ou cinco famílias viveram momentos de pavor, agonia e um sentimento de perda irreparável.

Próximo ao meio dia, na rodovia que liga as cidades baianas Itabuna e Eunápolis, houve colisão entre um Palio e um Uno, resultando em quatro vítimas fatais. Infelizmente é uma notícia que vem se tornando comum no Brasil, e os motivos são quase sempre os mesmos, excesso de velocidade, álcool, imprudência, mas nesse caso específico, não foi bem assim.

Talvez alguém excedeu o limite de velocidade, talvez houve imprudência, era faixa contínua, a cerca de 200 metros uma curva, caminhão baú à frente, visibilidade da pista quase nula em alguns momentos, uma ultrapassagem ali nessas circunstâncias seria muito perigoso, mas por que?

Se houve imprudência, porque será que alguém decidiria arriscar tanto? Álcool? Não! Em um dos carros estavam evangélicos adventistas, me recuso a acreditar que alguém naquele carro estivesse sob o efeito do álcool, definitivamente não estavam, era sábado, para os adventistas, "o dia do Senhor", mas espere! A que horas aconteceu mesmo o acidente?! Era próximo ao meio dia, nessa hora eles não deveriam estar assistindo o "culto divino" em alguma igreja com suas famílias? Sim deveriam! Mas eles não podiam estar lá! Porque estavam a serviço da "associação", estavam indo trabalhar! ISSO MESMO, TRABALHAR!

Naquele dia às 13h30min na cidade de Eunápolis eles se reuniriam com outros irmãos para discutir questões financeiras, iam treinar os demais em como deveriam proceder em relação a pagamentos, boletos bancários, novos sistemas de pagamento e por aí vai! Precisavam estar lá pontualmente, esta era a ordem. Mas isto está longe de ser a razão pela qual alguém poderá dizer que foi castigo divino, porque não podem trabalhar no sábado, particularmente não vejo dessa forma. Embora não seja assim que penso, os adventistas são mesmo aqueles que não trabalham no sábado, mas não é somente uma questão espiritual e também política, é algo só válido para os demais membros, aqueles que não têm vínculo empregatício com a instituição que os administra.

Se for lojista deve fechar a loja, se trabalhar em uma empresa privada, deve pedir dispensa, se tiver fazendo um curso  deve atrasar o curso ainda que o mesmo seja voltado para o social, para fazer o mundo melhor (e qual não é?), causando um transtorno terrível nas instituições de ensino que precisam encontrar saída, afinal, o estado é laico, a liberdade religiosa é uma realidade plausível, mas o fato é que no sábado não devem ir à aula de forma alguma, sob pena de ser "Removido do rol de membros", ter o nome lido em uma assembleia, de preferência no sábado pela manhã, depois da escola sabatina, quando a igreja estiver lotada, para ridicularizar ainda mais o miserável pecador, afinal, "quebrou o mandamento do descanso sabático".

Mas para os que são funcionários da instituição, “a obra", especialmente aqueles que são chamados de "orelha seca", não tem essa! Precisam estar à disposição sempre! No dia de descanso, não há descanso, carregam pesadas caixas nas costas, protegem o patrimônio da igreja, realizam treinamentos em cidades distantes, arriscam suas vidas em verdadeiras corridas contra o tempo, porque tudo tem horário marcado, o suor desce de seus rostos, mas não devem achar que estão desobedecendo a Deus, afinal "tudo é pela obra", quem manda são os "ungidos do Senhor"! E para soldado mandado não há crime.

O discurso que comove, que convence a maioria da membresia é: “os funcionários da “obra” estão dando duro no sábado, estão fazendo a “obra do senhor”, trabalho santo, e embora pregamos que não se pode trabalhar no sábado, esse tipo de trabalho é permitido!"

Mas afinal, porque que estes funcionários se submetem a verdadeira exploração de trabalho, em um dia que pregam, não é para isso?

Sejamos racionais, mais do que o "privilégio" de trabalhar na "obra", homens e mulheres que ali estão, dependem do emprego, precisam sustentar suas famílias, pagar as contas e comprar roupa nova, um sapato novo para a esposa, outro para o filho, afinal precisam estar na igreja impecáveis, não podem passar vergonha, pois lá, estar com um sapato surradinho é ser "irmãozinho", pobre coitado, inda mais quando se é "funcionário da obra".

Na "obra adventista" não há sindicato, portanto não se pode "lutar por direitos", se alguém se atreve a criticar ou reivindicar o mínimo que seja, é sumariamente demitido na primeira oportunidade, então "aquietai-vos, porque o Senhor é Deus".

Quer ganhar espaço ali, aprenda a excelência do "puxassaquismo”, esse é o caminho mais curto para você se tornar por exemplo vice-tesoureiro ou tesoureiro quem sabe, o posto máximo que um “orelha seca” pode chegar, plano de carreira significativo, somente para quem consegue o curso da etnocêntrica teologia adventista, assim, mais do que a competência, vale quem baba mais, depois disso seja sempre pela obra e não pelo funcionário, sacrificai-os, matai-os, remova-os, eliminai-os sempre em nome da instituição e tudo estará resolvido!

Ah! E não se esqueça, é fácil fazer isso! Eles, os funcionários, não tem quem os defenda, é fácil torná-los marionetes, massa de manobra, são completamente dependentes de um sistema que nasceu para beneficiar uma minoria de colarinhos brancos, uma oligarquia, membros de uma sociedade poderosíssima chamada de "O Ministério", é para lá que tudo tem que ir e fluir, especializada em tosquiar cordeirinhos, eles amam dinheiro, tomam seu tempo, seu futuro e até sua vida (como os que morreram nesse acidente) e não dão nada em troca, sequer conseguem orientar e cuidar dos jovens quando é necessário! E ainda dizem! Não nos culpem, foi uma fatalidade!

E o pior, a maioria dos membros acreditam nisso, são subservientes, e por acreditar não reclamam e quando silenciam tornam-se cúmplices diretos de ações horrendas que aliena e mata! Em momentos como o fim de semana passado há choro, mas porque há lágrimas? Será que é por arrependimento? Ou remorso? Nesse caso específico é fácil responder, é o sentimento de culpa, por saber que quando um funcionário está de férias, deve estar até o último minuto, não se pode permitir em nenhuma hipótese, ainda que este queira, que tal funcionário deixe o convívio da família, se envolvendo em trabalho fora de hora, de tempo e de lugar.

Nada do uso da autoridade a qual todos devem se curvar; é tentador? Resista! A condição humana exige por ela um respeito que a possa tornar digna. Ah tá, já ia me esquecendo: faixa contínua, caminhão baú à frente, curva a 200 metros, pressa e insensibilidade administrativa... Combinação fatal!

Espero que a igreja, sua membresia, ao ter chorado a perda de pessoas queridas, ao ter pagado um preço tão alto, não acredite que foi por vontade divina, não caia na historinha de que foi por um bom motivo. Não! É claro que não foi! As famílias perderam seus queridos e inclusive outro rapaz que não fazia parte desta igreja, eles morreram porque alguém nutre no coração a vaidade de querer mais, sempre mais e com isso a clara incapacidade de saber qual o real valor de uma vida.

Algo precisa mudar e mudanças desse gênero só ocorrem pela organização e ação do povo, lembrem-se, os déspotas estão caindo! Na sociedade como um todo não há mais lugar para eles! Não permitam em nome do que consideram sagrado, que eles façam carreira entre vós!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A marca da pobreza

O novo logo do governo federal, nem bem atingiu seu apogeu público e já está fazendo o maior sucesso, sucesso negativo diga-se de passagem.

Como trabalhamos em publicidade, penso que foi uma tremenda bola fora de quem produziu e quem aprovou o tal logo.

É verdade que a luta contra a pobreza no Brasil tomou contornos jamais vistos a partir do governo Lula, já vinha ganhando a mídia quando no governo de FHC, foi anunciado que o brasileiro estava comendo mais frango, uma das carnes mais baratas do mercado é bom dizer.

Com o bolsismo de lula a coisa ganhou notoriedade midiática e o mundo conheceu o esforço brasileiro para que milhões saíssem da miséria. Se o programa foi e é contestado ou não, a verdade é que tem muita gente adorando as bolsas que recebem do Governo Federal.

No meu modo de ver, essa política tida como assistencialista, precisa ser repensada, uma vez que a ninharia que o governo tem distribuído entre os pobres, serve de desculpas para que uma multidão de pessoas se fixe no ostracismo, afinal dizem: "pra que trabalhar?" "Pra que estudar e pra que fazer controle de natalidade se o governo não me deixa passar fome?" Claro que essa realidade não é geral.

Não digo que deva parar a distribuição, mas que deve-se pensar algo do tipo: qual o retorno que o país obterá disto? E não apenas um seguimento político que ganha votos e mais votos com o tal bolsismo. Mas convenhamos, estampar em um logo que "país rico é país sem pobreza" penso ser de uma pobreza esculachada, já que do ponto de vista social, a justa distribuição de renda deve ser coisa basilar em um país, e fazer propaganda disso, penso que é escancarar o ponto fraco de uma nação, deteriorando sua imagem de país emergente.

Particularmente, gostava do logo do governo passado, "um país de Todos", sim, um país onde todos têm e devem ter direitos iguais, embora sabemos da fantasia contida nessa fala, mas trata-se de um sonho que não devemos abandonar.

Conversando com um amigo advogado ele disse algo que me fez pensar, falou que o jovem é idealista até seus 25/30 anos, depois ele percebe que a luta pela sobrevivência, tirará ele do idealismo e o levará diretamente para o realismo, no realismo ele percebe que ações sociais que beneficiem o todo é prerrogativa do poder político e querer que nossos políticos observem o social, embora ser esse o dever deles, é sonho e não realidade. percebe-se ai um desencantamento.

Uma professora na faculdade dizia: "já fui muito de brigar, de pensar em políticas públicas que beneficiem o pobre, militava mesmo, hoje deixei isso de lado, perdi a vontade , o tesão!", ela também desencantou-se.

Mas um país é feito de lutas, de reivindicações, alguns podem parar de lutar, mas a luta deve continuar e sem intimidações. Mas por favor, o combate à pobreza deve ser a marca de um governo que prima pelo social, só não acho que isso deve servir como matéria prima para sua publicidade, porque a pobreza é indigna, é uma mazela que não deve ser exteriorizada e sim combatida internamente.

O BRUTAL E DESUMANO UNIVERSO DAS REDES SOCIAIS - Por Maik Oliveira

Desligue suas redes sociais! A frase pode parecer de um rigor extremo, mas é o que sugerem importantes nomes do Vale do Silício, ex funcioná...