
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
A democracia no Egito está para acontecer, depende de você.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Ditadura fora de moda. Egito, Cuba, Venezuela?

Estive lendo sobre os protestos no Egito, cinco pessoas já foram mortas até agora e centenas foram presas. Mas afinal o que acontece no Egito? Já tem mais de 30 anos que o ditador Hosni Mubarak está no poder e para se manter lá, usa dos velhos e manjados instrumentos dos ditadores: violência, tortura, corrupção, autoritarismo. Como se não bastassem, ainda conta com a conivência ou mesmo omissão de orgãos internacionais criados tão somente para combater a violação dos direitos humanos, também com o covarde silêncio de países com condições de fazer valer o respeito ao ser humano , como os Estados Unidos que tinha conhecimento das práticas obscuras do governo egípcio e nada fez. Mas senhores ditadores!!! O regime de vocês tem tempo e hora para acabar sempre, vocês não conseguem se manter no poder a não ser que a população seja presa fácil, indefesa e sem instrumentos capazes de organizar um único movimento de revolta contra seu regime e a população jovem é minoria, como acontece com a pequena Cuba. Lá na terra dos faraós, 20% dos jovens estão desempregados, a energia elétrica é quase impagável, mantimentos básicos como açúcar e arroz são artigos de luxo, a censura é instrumento de imposição, alguma coisa semelhante com Venezuela e Cuba? Mas lá no Egito sabem com quem foram mexer? Com os jovens! É, acreditem, com os jovens...será que não viram o que aconteceu no Brasil, quando o movimento estudantil foi para as ruas enfrentar a ditadura militar, apesar das forças armadas estarem autorizadas a atirar e matar? Será que não viram o que aconteceu com a China quando pensaran que seria fácil calar os jovens chineses? Será que não conhecem sobre os movimentos estudantis na França? Isso apenas para falar de tempos mais recentes. Já viram alguma ditadura se manter no poder quando a juventude resolve que para ela é Game Over? Não dá mais para tolerar uma minoria tentanto dizer através da imposição o que uma maioria deve fazer e como deve ser, isso em nenhum lugar do mundo. Ah eu sei, há muitos problemas com a democracia, o governo do povo, mas quem disse que nas outras formas de governo tudo é lindo? A monarquia? Onde estão elas? Os aristocratas? Para onde foram? É verdade que houve bons monarcas e aristocratas, embora todos eles foram sempre muito contestados. A república democrática como bem definiu Montesquieu, na parte em que o povo não é mero súdito mas quem escolhe seu representante é, na minha opinião, a melhor expressão da liberdade de uma sociedade organizada. A bem da verdade, o maior problema da democracia é seu fraco desempenho na hora de escolher, é se render ao publicismo e dar de bandeija o seu futuro como cidadão e como nação. Isso até fez com que o pensador político francês escrevesse: " o povo tem sempre demasiada ação ou ação de menos. Algumas vezes com mil braços tudo destrói...outras, com cem mil pés não anda como os insetos". Mas sem nenhuma dúvida, não há nada mais desnivelador para um povo, do que ter sua liberdade cerceada, seus direitos básicos desrespeitados, seu futuro comprometido. Fica aqui o meu apoio aos jovens egípcios e meu desejo que as autoridades competentes, voltem suas ações para intervir na situação dessa nação que faz parte da história antiga da humanidade e façam valer a coisa mais basilar para que uma sociedade se mantenha digna, seu direito de ser governado com justiça e respeito à liberdade de cada cidadão.
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
A Educação Moral e a Importância da Disciplina, um estudo durkheimiano. parte 1

Esse, segundo Durkheim, é o momento crítico para formação do caráter moral. Na fase da primeira infância lá no seio da família, a vida intelectual ainda é muito simples e rudimentar, e esse é um período em que a criança não tem matéria mental suficiente para constituir noções e sentimentos relativamente complexos que estão na base de nossa moralidade.
O sociólogo chama a atenção, que diferente da primeira infância, depois da idade escolar se as bases da moral já não estiverem constituídas jamais o serão. A única coisa que se pode fazer depois desse momento é aperfeiçoar a obra começada, refinando os sentimentos, intelectualizando-os, fazendo com que a inteligência penetre neles com profundidade cada vez maior. Mas o essencial já deve estar feito, portanto é especialmente sobre essa idade, a segunda infância, que se deve fixar o olhar.
Em seu livro “A educação moral”, Émile Durkheim concentra seu olhar sobre a educação moral dessa segunda infância nas escolas públicas, que ele diz, devem ser a rodagem reguladora da educação nacional, contrariando a opinião muito difundida de que a educação moral deveria competir à família, ele acredita que o papel da escola nesse ramo da educação é e deve ser da mais alta importância, porque a família pode muito bem despertar e consolidar os sentimentos domésticos necessários à moral, mas não está constituída de modo a poder formar na criança toda moral necessária tendo em vista a vida em sociedade.
Por definição, a família é um órgão impróprio para tal função, dificilmente uma família tem a característica da laicidade, isto é, livre de interferências religiosas, conceituais e dogmáticas. A escola deve ser laica, levando em conta que ali é o lugar onde se forma cidadãos para a vida, para socializar-se com o mundo e, portanto livre de preconceitos e pré-noções. Ignorar isso é correr o sério risco de se ter uma sociedade preconceituosa, com sérios problemas de relacionamento.
Falando de religião, historicamente os laços são estreitos entre ela e a moral; existem elementos da moral que foram expressos apenas sob a forma religiosa, se cometer o erro de se limitar a tirar tudo que é religioso do sistema tradicional sem colocar nada em seu lugar, correremos o risco de eliminar também as ideias e sentimentos que são propriamente morais.
Mas é importante considerar que uma moral racional não pode ser idêntica em seu conteúdo a uma moral que se apoia em uma autoridade diferente da razão, então o primeiro cuidado que se deve ter na tentativa de organizar uma educação racional é o de não empobrecer a moral, por isso, a moral religiosa deve ser levado em conta nesse processo, deve-se tentar descobrir sua expressão racional, buscando bem o âmago dessas forças, despojadas de todo ranço de religiosidade.
A formação moral de uma criança não está em despertar nela determinada virtude em particular e depois mais uma, e em seguida mais outra, está em desenvolver e mesmo constituir de forma integral e pelos meios apropriados, as disposições da moral que fará com que a criança esteja de forma natural com uma diversificação dos elementos da moral e isso com facilidade, de acordo com as particularidades das relações humanas.
Mas o que é moral?
Segundo Durkheim é um sistema de regras que predeterminam a conduta. Elas dizem como devemos agir em cada situação; e agir bem é obedecer bem. E a moral se subdivide em duas: a moral teórica que tem por objetivo determinar as leis que identificam os princípios morais e a moral aplicada que busca definir como a lei teórica deve ser aplicada nas várias combinações que caracterizam as principais circunstâncias do cotidiano.
Não é necessário representar a moral como sendo uma coisa muito geral, que o que é moral aqui é moral em qualquer lugar, não é bem assim, países divergem em seus conceitos de moral. No entanto, é verdade que a moral é um conjunto de regras muito precisas; como moldes, com contornos bem definidos, onde temos que enquadrar nossa ação, essas regras não são elaboradas no momento que vamos agir, elas existem, já estão feitas, elas vivem e funcionam ao nosso redor, constituem a realidade moral em sua forma concreta.
O papel da moral é realmente de determinar a conduta, ela dirá se a conduta é boa ou má, no fundo a moral é reguladora da conduta, essa é sua função primordial.
A Educação Moral e a Importância da Disciplina, um estudo durkheimiano. Parte 2

Assim a moral, de fato, pela sua necessidade de regularidade, é um hábito, assim quando uma maneira de agir se torna habitual no âmbito de um grupo, tudo que contraria, desperta um movimento de reprovação muito parecido com aquele produzido quando ocorre uma falta moral propriamente dita.
Isto ocorre com frequência nas religiões, especialmente de segmento protestante, quanto aos seus costumes, crenças e doutrinas. Se um de seus seguidores faz algo diferente daquilo que lhe é esperado, ou seja, do que é costume da igreja fazer, ele imediatamente é censurado. E nem sempre a falta do indivíduo constitui um ato imoral ou criminoso segundo as leis da sociedade. Essas maneiras de agir habituais gozam do mesmo respeito particular de que são objetos as práticas morais.
Mas há algo também muito importante na essência da moral que é o fato de ela exercer autoridade sobre nós, essa autoridade se nos impõe e nos conformamos a ela, aceitamos porque ela é uma regra e toda regra ordena e isso faz com que não nos sintamos livres para fazer o que quisermos. Mas por que nos submetemos? Porque nos conformamos às regras?
Um primeiro pensamento é que não é somente porque respeitamos a autoridade que vem das regras morais, é também porque o fato de obedecermos trará consequências úteis a nós, enquanto que o ato contrário, o de desobedecer, poderá acarretar em nós prejuízos os quais normalmente não estamos dispostos a assumi-los. Aqui está presente um sentimento diferente do respeito pela autoridade, entra em cena considerações puramente utilitárias, mas é fato consensual de que um ato não é moral, mesmo que esteja em conformidade com as regras morais se o que o motivou foi apenas o interesse em evitar as consequências desagradáveis de não tê-lo praticado.
Para ser considerado um ato moral ele deve ser executado, não para evitar determinado resultado desagradável, ou para obter determinada recompensa, é preciso que seja cumprido simplesmente porque deve ser cumprido, abstraindo de toda e qualquer consequência que poderia produzir nossa ação. É preciso respeitar o preceito moral pelo respeito a ele, e apenas isso.
Para tanto, ao participar da moralização de uma criança é preciso ter em mente que é necessário exercer autoridade sobre ela, em existindo a autoridade se instala a disciplina, porque não existe disciplina sem autoridade. Durkheim afirma que o primeiro elemento da moralidade é o espírito de disciplina.
Mas o que é afinal esse tal espírito de disciplina?
Como já vimos anteriormente, a moral consiste em um conjunto de regras definidas e especiais que determinam imperativamente a conduta, posto então que a moral determina, fixa, regulariza as ações dos homens, ela então pressupõe que o indivíduo tenha disposição e também certo gosto pela regularidade, composta por uma série de regras que devem ao homem moral serem intrínsecas. A moral exige disciplina, especialmente na formação, lá na tenra idade, porque os verdadeiros deveres são cotidianos e regulares.
Vimos até aqui, que dois elementos compõem a formação da moral no indivíduo: o sentimento de regularidade e o sentimento da autoridade, na verdade esses dois elementos são um só, que Durkheim chama então de espírito de disciplina, que é a primeira disposição fundamental de todo temperamento moral.
Entretanto há algo para desmistificar nessa aplicação da disciplina, em geral se pensa disciplina como sendo algo que precisa ser imposto, que é algo inevitável e assim sendo, se tem a errada noção de que disciplina é um incômodo necessário, mas sempre penoso, um mal necessário, mas que se tenta minimizar tanto quanto possível.
Com efeito, não se pode ver a disciplina sob esse prisma, como sendo um freio, uma limitação imposta à atividade humana. Porque limitar, frear, é o mesmo que negar, é impedir de ser, é, portanto destruir parcialmente, e do ponto de vista sociológico, toda destruição é má. Porque se consideramos que a vida é algo bom, como poderíamos achar que é bom contê-la, estorvá-la, impor limites os quais ela não pode ultrapassar?
Precisamos ter em mente que o “bão da vida” como diz Augusto Oliveira, meu amigo e professor de Antropologia, é vivê-la com gosto, curtir todos os momentos com intensidade, afinal, ser é agir e toda diminuição da vida é uma diminuição do ser.
Nesse sentido de saber ou não lidar com o ato de disciplinar, poderá se notar que a disciplina produzirá resultados muito variados, de acordo com a ideia que se fizer de sua natureza e de sua função na vida em geral, e em particular, na educação.
Assim, portanto, não podemos de forma alguma ver a disciplina como sendo um instrumento de repressão ao qual precisamos recorrer apenas quando se mostra indispensável, para prevenir a repetição dos atos repreensíveis, de forma alguma! Bom salientar aqui que o exercício da autoridade na aplicação da disciplina, não significa força, tirania, porque como escreveu Hannah Arendt, a escritora judia/alemã, quando se refere a questão do anti-semitismo que, o uso da força é um claro sinal de que não há autoridade.
Há que se considerar então que a disciplina é em si um fator sui generis da educação e que existem elementos essenciais no caráter moral que só podem ser creditados a ela.
A Educação Moral e a Importância da Disciplina, um estudo durkheimiano. Parte final

A disciplina é o agente principal da formação do caráter, trabalha no sentido de dar ao indivíduo domínio sobre suas paixões. No que concerne às três divisões da natureza humana ela atua para que a alma irascível - a parte de nosso ser que tende a ser dominado pelos sentimentos da ira, do ódio, da vingança, da coragem, bem como a alma apetitiva que fomenta em nós o desejo pela gula, pelo sexo e que é também responsável pela nossa reprodução se submeta completamente a alma logística - o nosso ser consciente, a alma racional, que segundo o filósofo grego Platão, é a parte de nós que mais se aproxima do divino, que promove em nós o equilíbrio necessário para que sejamos cidadãos úteis e cônscios dos nossos deveres.
É a disciplina que nos ensina a agir sem nos curvar à dominação dos impulsos do nosso interior.
Finalmente Durkheim conclui o pensamento relativo à disciplina dizendo que “é comumente na escola do dever que se forma a vontade”. Então o dever deve ser bem trabalhado, nesse caso específico, toda a atenção deve ser dada para essa fase tenra da vida, da criança em formação, é nela que se dá o que há de mais valioso para o cidadão, e consequentemente para toda sociedade, a boa moral, e esse não é um dever apenas de pais e mães, também das escolas que devem cumprir bem seu papel de educar, do poder público que precisa ter políticas públicas mais efetivas voltadas para a segunda infância, da sociedade como um todo.
Porque seu bem estar, a paz que tanto almejamos, a diminuição da corrupção, entre tantos outros valores que desejamos encontrar mais frequentemente entre nós, depende da maneira como formamos os indivíduos que a compõe, em destaque, nossas pequeninas crianças.
Esse texto em sua totalidade compôs um trabalho acadêmico desenvolvido pelo autor desse blog, solicitado pelo professor da disciplina Sociologia I, do curso de Ciências Sociais na Universidade Estadual de Santa Cruz em junho de 2009.
Foi publicado online pela primeira vez no blog www.sociologia-hoje.blogspot.com
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Queremos nos comunicar com o mundo

"Cinco horas da manhã, você quer ligar pro "boi", escolha a operadora..." é, mas sequer o "boi" recebe ligações em São João do Paraíso, distrito da cidade de Camacan no sul do estado da Bahia, lá definitivamente não há sinal, em se tratando de telefonia é um atraso só.
Talvez pensemos, mas esse não é problema apenas daquela localidade, muitas cidades no Brasil também não possui sinal de telefonia móvel, mas a questão é: Porque?
As empresas de telefonia levam muito a sério esse negócio de só fazer investimentos quando as possibilidades de lucros sejam as melhores possíveis, por isso não se interessam em investir em cidades onde a renda per capita é baixa e o fluxo de ligações consequentemente segundo dizem as empresas do ramo "não justificam o investimento".
São João do Paraiso fica a cerca de 100km de Itabuna, seguindo direção sul, sentido Eunápolis, Teixeira de Freitas, Espírito Santo. Esse pequeno distrito urbano do interior baiano possui cerca de 10.000 habitantes, que são ignorados pelas principais operadoras de telefonia móvel do país.
Essa semana os moradores resolveram protestar, fecharam a rodovia que corta a cidade nos dois sentidos, atearam fogo em pneus e centenas de moradores ocuparam a pista gritando: "queremos nos comunicar com o mundo".
Infelizmente essa obsessão por lucros exorbitantes por parte das operadoras, conduz uma imensa quantidade de pessoas ao isolamento. Para as multinacionais da telefonia, o povo de São João do Paraíso são culpados, tem culpa por morar em um local pequeno às margens de um rodovia, tem culpa por ganhar muito pouco e não ter condições de fazer recargas e nem possuir celulares pós-pagos, os moradores desse distrito tem culpa porque o poder público não investe na cidade e por essas culpas, ficam ali, isolados do mundo, não podem ligar para parentes, nem amigos, não tem acesso à internet de qualidade, não tem direito às tecnologias comuns do mundo moderno.
Quando Benjamin Franklin, um dos líderes da independência americana disse que "ganhar dinheiro dentro da ordem econômica é, enquanto isso feito legalmente, o resultado da expressão da virtude e da eficiência de uma vocação" , surge um capitalismo avassalador, um sistema econômico vocacionado para o alto lucro, que a cada momento mostra a sua face predadora, quando boa parte dos que tem dinheiro e poder abandona conceitos sociais, de benefício ao cidadão e passa a olhar apenas para seu bolso, seus lucros, sua riqueza.
Não é pouco, com certeza não é, os lucros que as operadoras conseguem ano a ano no Brasil. Em 2009 trabalhei para uma operadora de telefonia móvel, seu proprietário, um mexicano que na época já figurava entre os 10 homens mais ricos do mundo, na ocasião pude ver como funciona a batalha por cifras cada vez maiores, a guerra desenfreada entre os concorrentes, as injustiças praticadas contra usuários e colaboradores, sabem que estão no poder, que tem o dinheiro, e por saber disso ignoram contratos antigos, firmam novos contratos unilaterais, onde o maior beneficiado são eles mesmos e por ai vai. Bem no estilo Lady Kate (tou pagaaaando!!).
Não se pode achar que o fato de não disponibilizar sinal para cidades pequenas é pela falta de lucro, não, claro que não, lucro terão, mas consideram que é pequeno demais e por isso, avisam aos moradores daquele lugar, não adianta acordar muito cedo para ligar pro "boi", definitivamente não vai ter sinal mesmo, nem tente escolher uma operadora, porque certamente você não poderá travar esse diálogo:
Oi Tim, você está Vivo
Tim responde: Clarooooo, mas não tou te ouvindo direito, tá falhand...............
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
A Tragédia no Rio e a Covardia dos nossos políticos. Uma vergonha nacional!

Mas na segunda-feira, dia que antecedeu a tragédia do Rio, mas que já se vivia problemas semelhantes em São Paulo, enquanto assistia um jornal da Rede Record, ouvi uma fala interessantíssima de um especialista em planejamento urbano, quando disse que governar é um ato de coragem e mais, foi enfático quando disse que o político brasileiro não tem coragem.
Disse isso porque comparou obras de infraestrutura em países como Japão, EUA e México com as que são feitas nessas terras brasileiras.
Concordo com ele em número, gênero e grau, é verdade que mesmo nesses países onde os investimentos em obras estruturais e preventivas são consideráveis, algumas tragédias acontecem por lá, basta lembrarmos o terremoto ocorrido em Kobe no Japão em 17 de janeiro de 1995, um dos piores dos últimos 70 anos, que fez milhares de vítimas. Nos Estados Unidos não podemos esquecer das enchentes que aconteceram no Meio-Oeste em 2008, também com inúmeras vítimas e um prejuízo exorbitante em bilhões de dólares.
Mas convenhamos, a situação no Brasil é essencialmente estrutural, acompanhamos a entrevista do governador do estado fluminense, Sérgio Cabral, em que essencialmente afirmou que os grandes culpados são os que permitiram a construção de moradias em locais de risco, mas esse é um problema que todos nós estamos cansados de saber. No Rio de Janeiro, como na Bahia , também em São Paulo e em boa parte dos estados brasileiros, milhares de familias estão morando em locais escandalosamente impróprios para esse fim. O que espanta é que o poder público sabe disso, a defesa civil conhece o problema, os orgãos reguladores conhecem toda a situação, mas em tempo, nada é feito. Como vêem, esse é o segundo mandato do governador e ele já sabia disso, mais do que isso, já viveu problema semelhante ano passado no mesmo período.
Quando a tragégia acontece, quando inúmeras vidas são ceifadas como agora no Rio de janeiro, o poder público se manifesta, oferece dinheiro para as famílias afetados, como se dinheiro fosse o que eles mais precisassem nessa hora. O que o brasileiro de baixa renda, esse que é a principal vítima das tragédias no Brasil mais necessita, é que os governantes tenham coragem de investir na estruturação do país, dinheiro existe, profissionais existem, tecnologias estão à disposição, o que falta, como disse o especialista em planejamento urbano é coragem em quem se coloca na condição de governante, e vou além, se o problema persiste durante tanto tempo, se a cada ano, milhares de brasileiros sofrem na pele as consequências da inércia do poder público, o que falta mesmo é vergonha na cara de quem tem os instrumentos nas mãos para agir e se acovardam. Ao invés de agir em benefício do cidadão, continuam justiça, supremo, ouvidoria e todos os orgãos de justiça nesse país a permitir que ações vergonhosas, continuem acontecendo em todo o território nacional de políticos sem caráter, oferecer ninharias, como barracos, terrenos impróprios para uso, condenados, em troca de votos. Do vereador, ao governador, até partidos que estão hoje na situação. No final, quem paga a conta com a própria vida é o pobre, necessitado e alienado povo brasileiro.
Enquanto mais de 500 pessoas morrem nos escombros de casas e despenhadeiros, por falta de coragem de quem pode fazer alguma coisa para evitar essas tragédias, a presidenta de um clube de futebol famoso no mesmo estado do Rio de Janeiro, tem a coragem de investir mais de 6 milhões de euros e pagar mais de 72 milhões de reais para um jogador por apenas pouco mais de 3 anos de contrato de risco, sem saber ao certo se fará mesmo a diferença, não é uma crítica à presidenta do Flamentgo, de forma alguma, mas se ela na condição de governante teve coragem de fazer esse investimento em benefício do seu clube e para que de alguma forma, proporcionasse algo prazeroso aos seus súditos (torcedores) pergunto: porque que na política as coisas também não são conduzidas dessa maneira? É preciso que morram todo ano dezenas, centenas de pessoas para que o governo anuncie os milhões (mais de 700 milhões anunciados por Dilma) para apenas socorrer? Que tal investir essa mesma quantia ou mais em prevenção? Como já foi dito, condições existem, cai por terra a ideia de falta de vontade política. Nossos políticos, quando o assunto é beneficiar o cidadão, andam mesmo é de mãos dadas com a covardia! mas tem coragem, quando o assunto é aprovar algo em benefício próprio, vide os salários aprovados recentemente em tempo recorde na Câmara dos Deputados em Brasília. Uma vergonha nacional! será que merecem mesmo esse salário que pagamos?!
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Os 3 amores
O que é o amor? Quantos poetas, pintores, escritores, cantores já tentaram descrever esse sublime sentimento, que todos nós afagamos, almejamos, sonhamos. De fato trata-se de algo transcendental, amor é mais do que uma simples palavra, ou talvez, quem sabe, muito mais do que a própria classificação de sentimento. É vida, é razão, é divino como diz Arnaldo Jabor.
O amor é também uma necessidade primária para viver em sociedade, inspira respeito, solidariedade, altruísmo, doação, entrega, comprometimento, dedicação.
O amor é sonho e realidade dos namorados, dos casais apaixonados, move a vida de cada um, inspira o planejamento do futuro, viabiliza a realidade e entende, compreende, coopera. Aí vem o casamento e não destrói tudo, mas puxa tudo para o solo, para a areia, tira o tapete mágico, é nessa hora que o amor é desafiado, experimentado, classificado. Então conhecemos expressões do tipo: como vai o nível do seu sentimento por ele ou por ela? O que estão fazendo para proteger o sentimento que os une? Proteger? Ouvi bem? Proteger!! Ué! o amor se tornou tão frágil que precisa de cuidados especiais? Onde estão as super asas desse sentimento tão único, capazes de transformar indivíduos, sociedades, capazes de acabar a guerra?
Para explicar o amor nas variadas concepções humanas, este foi dividido em três tipos: o super amor chamado Àgape, atributo da Metafísica, que suporta tudo, entende tudo, perdoa incondicionalmente, incondicionalmente? Tudo crê, tudo espera, esse tipo de amor é paciente, longânimo, suporta toda a dor (Cor. 13), pai de todos os sentimentos positivos aos homens.
O outro tipo de amor é o Fraternal, pouco mais frágil do que o Ágape é o amor residente entre os homens, de aspecto terreno, que inspira o respeito, a fraternidade, a boa convivência, mas com esse aspecto terreno, tem suas fraquezas, adora ser político, gosta de afagos e tapinhas nas costas, embora deseja que os homens se entendam, pauta isso no princípio kantiano da razão pura, o que é meu é meu e você não pode mexer, se mexer vai se ver comigo. Mostra suas faces, o direito de propriedade baseado no contrato social, tira os homens do estado de natureza como escreveu Hobbes e os coloca na esfera do contrato, condiciona o viver fraternalmente na obediência às leis, sem a qual, o amor Fraternal oferece a justiça cega, balança justa, culpabilidade ou inocentabilidade.
Por último o mais frágil dos amores, o mais terreno, é Eros, o amor entre os sexos, ou na sua mais moderna definição, o amor aos desejos, que independe de gêneros, a este compete as uniões, o desejo de ser e pertencer a alguém. Avassalador, quente, envolvente, adora aromas, música, cores, artes, beleza, boa comida, lugares, dinheiro. Viabiliza as relações amorosas, a libido, as vontades, mas é o mais frágil porque não consegue se manter firme em seu propósito de unir pelo desejo quando está só, para ser forte precisa dos cuidados do seu irmão Fraternal e seu pai Àgape, longe deles é tão frágil que chega as raias da insignificância.
Não suporta decepções, falta de atenção, falta de dinheiro, muitas vezes sucumbe quando a beleza se vai, tem pavor a rugas e decadência corporal, detesta o tempo e seus efeitos sobre qualquer um de seus objetos de desejo, por isso os homens consideram-no como uma plantinha que precisa ser regada, mas uma plantinha que na maioria das vezes não cresce, está sempre pequena e frágil, quando parece crescer na verdade é pura acomodação e faz com que se pense: olhe estão tanto tempo juntinhos, é o amor!
O amor Eros é metafisicamente falando, a pura expressão da fragilidade humana, da carnalidade e seu acontecer efêmero, mas é o mais popular dos amores, o mais almejado, o mais aplaudido e adorado. Porque motiva o que é mais próprio do homem, os sentimentos carnais, isso que dá sabor à vida sem buscar uma razão, aliás o amor Eros dispensa racionalidade, é emotivo, vive do que sente e disso se alimenta, inspira o prazer e as delícias da vida. Mas sozinho, ah! Eros sozinho é armadilha voraz, degenera, sufoca, aliena e mata. Portanto algo precisa ser dito com muito apelo, para desfrutar o melhor do mais terreno dos amores, é necessário interagir pacificamente e racionalmente com os homens, abraçando o amor Fraternal. Precisa de suporte superior, de fé e harmonia, agarrado ao braço forte da Metafísica, a convivência contínua e ininterrupta com o amor Àgape, assim, com essa trindade do amor, o viver feliz é a agradável consequência desse que se pode chamar com propriedade de casamento perfeito.
O amor é também uma necessidade primária para viver em sociedade, inspira respeito, solidariedade, altruísmo, doação, entrega, comprometimento, dedicação.
O amor é sonho e realidade dos namorados, dos casais apaixonados, move a vida de cada um, inspira o planejamento do futuro, viabiliza a realidade e entende, compreende, coopera. Aí vem o casamento e não destrói tudo, mas puxa tudo para o solo, para a areia, tira o tapete mágico, é nessa hora que o amor é desafiado, experimentado, classificado. Então conhecemos expressões do tipo: como vai o nível do seu sentimento por ele ou por ela? O que estão fazendo para proteger o sentimento que os une? Proteger? Ouvi bem? Proteger!! Ué! o amor se tornou tão frágil que precisa de cuidados especiais? Onde estão as super asas desse sentimento tão único, capazes de transformar indivíduos, sociedades, capazes de acabar a guerra?
Para explicar o amor nas variadas concepções humanas, este foi dividido em três tipos: o super amor chamado Àgape, atributo da Metafísica, que suporta tudo, entende tudo, perdoa incondicionalmente, incondicionalmente? Tudo crê, tudo espera, esse tipo de amor é paciente, longânimo, suporta toda a dor (Cor. 13), pai de todos os sentimentos positivos aos homens.
O outro tipo de amor é o Fraternal, pouco mais frágil do que o Ágape é o amor residente entre os homens, de aspecto terreno, que inspira o respeito, a fraternidade, a boa convivência, mas com esse aspecto terreno, tem suas fraquezas, adora ser político, gosta de afagos e tapinhas nas costas, embora deseja que os homens se entendam, pauta isso no princípio kantiano da razão pura, o que é meu é meu e você não pode mexer, se mexer vai se ver comigo. Mostra suas faces, o direito de propriedade baseado no contrato social, tira os homens do estado de natureza como escreveu Hobbes e os coloca na esfera do contrato, condiciona o viver fraternalmente na obediência às leis, sem a qual, o amor Fraternal oferece a justiça cega, balança justa, culpabilidade ou inocentabilidade.
Por último o mais frágil dos amores, o mais terreno, é Eros, o amor entre os sexos, ou na sua mais moderna definição, o amor aos desejos, que independe de gêneros, a este compete as uniões, o desejo de ser e pertencer a alguém. Avassalador, quente, envolvente, adora aromas, música, cores, artes, beleza, boa comida, lugares, dinheiro. Viabiliza as relações amorosas, a libido, as vontades, mas é o mais frágil porque não consegue se manter firme em seu propósito de unir pelo desejo quando está só, para ser forte precisa dos cuidados do seu irmão Fraternal e seu pai Àgape, longe deles é tão frágil que chega as raias da insignificância.
Não suporta decepções, falta de atenção, falta de dinheiro, muitas vezes sucumbe quando a beleza se vai, tem pavor a rugas e decadência corporal, detesta o tempo e seus efeitos sobre qualquer um de seus objetos de desejo, por isso os homens consideram-no como uma plantinha que precisa ser regada, mas uma plantinha que na maioria das vezes não cresce, está sempre pequena e frágil, quando parece crescer na verdade é pura acomodação e faz com que se pense: olhe estão tanto tempo juntinhos, é o amor!
O amor Eros é metafisicamente falando, a pura expressão da fragilidade humana, da carnalidade e seu acontecer efêmero, mas é o mais popular dos amores, o mais almejado, o mais aplaudido e adorado. Porque motiva o que é mais próprio do homem, os sentimentos carnais, isso que dá sabor à vida sem buscar uma razão, aliás o amor Eros dispensa racionalidade, é emotivo, vive do que sente e disso se alimenta, inspira o prazer e as delícias da vida. Mas sozinho, ah! Eros sozinho é armadilha voraz, degenera, sufoca, aliena e mata. Portanto algo precisa ser dito com muito apelo, para desfrutar o melhor do mais terreno dos amores, é necessário interagir pacificamente e racionalmente com os homens, abraçando o amor Fraternal. Precisa de suporte superior, de fé e harmonia, agarrado ao braço forte da Metafísica, a convivência contínua e ininterrupta com o amor Àgape, assim, com essa trindade do amor, o viver feliz é a agradável consequência desse que se pode chamar com propriedade de casamento perfeito.
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
E Ronaldinho Gaúcho veste a camisa do Flamengo

Para falar um pouco de esporte, aliás essa é uma das propostas do blog, penso que hoje a notícia do momento é Ronaldinho Gaúcho no Flamengo, o R10, ou dentuço como queiram chamar.
De fato o cara joga muito, tem carisma, tem notoriedade e essas coisas são importantes para o futebol moderno, onde os clubes dependem da mídia, precisam estar em evidência para fechar ou manter contratos publicitários virtuosos, mas entendo que é necessário somar algo preponderante aí, que é o poder de decisão de um determinado jogador em campo e sinceramente, tenho acompanhado um pouco esses últimos tempos da carreira de R10 e não o vejo tão decisivo assim como alguns acreditam, tanto que nos últimos meses até chegou a amargar um pouco o banco de reservas no Milan.
No entanto, para o Flamengo, a chegada do "dentuço" representa uma tentativa de saída de fossa, sim, porque o ano de 2010 do time da Gávea convenhamos, foi uma lástima: a perda do titulo estadual para o Botafogo, a eliminação melancólica da Libertadores, o caso Bruno e um Campeonato Brasileiro sofrível que acabou num tremendo lucro, a classificação para a Sulamericana, propiciado pelo péssimo fim de Campeonato Brasileiro do Vitória e a derrota do Goiás na final da competição Sulamericana/2010, embora que para alguns torcedores não foi um bom negócio para o Flamengo essa vaga, por correr o risco de permitir a perda de foco em competições mais interessantes como o Brasileirão, mas é bom lembrar que a conquista da Sulamericana também dá vaga na Libertadores da América.
Para um time com a torcida que tem, até certo modo acostumada a conquistas e apaixonada pelo clube, algo grandioso precisava ser feito para devolver o chamado rubronegrismo ao torcedor. Nesse aspecto a diretoria agiu correto, fez algo à altura do clube mais popular do Brasil, repatriou um dos jogadores mais badalados do mundo, ainda que não esteja numa grande fase, mas é craque, e de quebra ainda trouxe Thiago Neves e o goleiro Felipe, este último rubronegro declarado desde os recentes tempos de Corínthians, bons jogadores, não esquecendo das renovações de contratos como a do lateral Leonardo Moura, que no ano passado foi o único poupado da ira da torcida. O fato é que se as coisas funcionarem direitinho, o ano do Urubu promete.
O que preocupa é exatamente esse "se funcionar direitinho" e se não funcionar? Sei que a essa altura nenhum flamenguista que se preze quer saber disso, quer mais é acreditar que tudo vai dar certo e comemorar, não estão errados do ponto de vista do otimismo, mas existe sempre o outro lado da moeda, não podemos esquecer de questões estruturais como o fechamento para reformas do Maracanã, a ainda quase precária estrutura de treinamento do flamengo, as brigas internas do clube e por ai vai.
Mas esse humilde blogueiro não quer dar uma de pessimista, então o negócio é torcer para que Ronaldinho seja humilde e queira trabalhar de fato, pensando no futuro e na importância de defender o clube carioca, e jogando seu futebol que ganhou o mundo, que não haja guerra de vaidades e que Wanderley Luxemburgo já tenha aprendido a lidar com estrelas.
Mas só como alerta, lembra do ataque dos sonhos?!
Itabuna pede uma terceira opção, por favor!

Um dia desses, conversando com um amigo, figura importante e representativa do PT itabunense, andou me falando como se faz e qual é a cara do partido nessa cidade, não me surpreendi com muito do que foi dito, mas me certifiquei de como é a relação de um certo mandatário com os demais membros do partido, uma vez que com o poder nas mãos, o moço simplesmente ignora as vontades alheias e mais do que isso, estrapola o limite do princípio kantiano que diz: o direito de um começa onde termina o direito do outro.
A tão propagada democracia petista, aqui na cidade não existe, o que vale é o que se tem na manga para oferecer. "Você vai votar contra mim? O que você quer para mudar de ideia? Dinheiro? Emprego? Favor? Isso tudo me faz lembrar a história bíblica do Novo Testamento onde um certo Lúcifer disse a Jesus: "isso tudo te darei, se prostrado me adorares."
É na marra, na truculência, baseado no individualismo, no oportunismo que se tem governado essa cidade, enquanto isso a saúde se precariza cada vez mais, as drogas tomam conta da cidade e nossos jovens são assassinados todos os dias, a educação se distancia da qualidade e de quem tem direito a ela, as instituições municipais (hospitais, emasa, câmara de vereadores, escolas, etc...) estão entregues à pessoas despreparadas, algumas até mal intencionadas e a sociedade padece!
É chegado o momento da "corrida prefeitural", o que temos na cidade? Os nomes, quem está se mostrando? Já li que Fernando vai tentar mais uma chance de afagar a viúva, Geraldo pretende também tentar mais uma vez jogar sua mulher Juçara, nos braços da galera, um filme que se repete sempre a cada quatro anos e não dá mais pra tolerar, de novidade apenas os rumores de que o PC do B vai sair de debaixo da saia petista e lançar uma candidatura própria, mas isso é apenas rumores, duvido que sairão do comodismo da sombra vermelha e eu pergunto: onde estão os homens dessa cidade hein?! Será que não percebem que já está mais do que na hora de se erguer uma nova cara, um novo discurso, uma nova e revolucionária (sem pensar em Karl Marx, por favor!) maneira de governar essa cidade? É mais do que necessário acabar com o continuísmo. Se um dia a Bahia ficou estigmatizada como o "curral eleitoral" de uma certo "Cabeça Branca", me parece que Itabuna está se deixando estigmatizar como "curral eleitoral" de uma dupla do barulho! Isso porque como disse Stallone, quando veio gravar um filme no Brasil: "essa terra é boa, aqui a gente acaba com tudo, quebra tudo e eles ainda agradecem!" Já está na hora, mais do que na hora de uma terceira via, urgente! O momento é propício, Itabuna precisa e o povo, o povo vai agradecer!
GENTILEZA

Comunicando
Oi gente, vou entrar de cabeça nesse negócio de blog, se é pra ser então que seja, remodelei e personalizei esse cyberespaço, vou fazer com que exista mais um meio de comunicação à serviço da sociedade. Meu desejo é opinar, criticar, humanizar, fazer rir, informar.
Tomara que o blog aconteça, mas pra isso, preciso de você. Visite, opine, critique, deixe seu recado, divulgue entre seus contatos, visite os anúncios, faça alguma coisa, mas me ajude a fazer esse negócio aqui.
Garanto que vou ficar muito, mas muito agradecido e vai rolar a festa com certeza. Quero logo de cara agradecer a Fernanda, uma blogueira de Minas Gerais que escreveu um texto super, super legal sobre gentileza, não o personagem carioca muito bacana que escrevia umas coisas legais nos viadutos, mas sobre a atitude gentil do pai dela, você vai se emocionar, pois ela me deu permissão para publicá-lo aqui, vou publicar já, logo depois desse post. Bom, é isso aí, passei um tempo meio sumido, pois estava construindo o blog http://www.sociologia-hoje.blogspot.com/, que aliás se você ainda não visitou, vá lá leia as coisas legais que tem por lá, foram alguns meses de trabalho para consolidá-lo, como ele já está chegando a um número considerável de visitas e seguidores, vou me dedicar agora ao meu espaço aqui, grato pela sua visita e vamos seguir com fé!
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
PRECISO CONTAR ESSA HISTÓRIA

O que representou 2010 para você? Parece que foi ontem que estávamos pelas ruas da cidade na expectativa de chegar o dia 01 de janeiro e assim começarmos um novo ano. O dia chegou, o ano chegou e vupt!! Já se foi! E o que fizemos
nesses já quase findos 365 dias? Nessas já quase idas 8.760 horas?
Quando finda um ano, quase sempre somos tentados a olhar para trás e refletir um pouco, tentamos fazer um "encontro de contas" entre o que fizemos com o que deixamos de fazer ou entre o que aconteceu com o que deixou de acontecer.
É verdade que para algumas coisas somos saudosistas, lembramos com alegria e com saudade dos momentos que se foram, mas, para outras, queremos mesmo é esquecer que aquilo de fato aconteceu. Esses dissabores as vezes são tão constantes em um ano que ao término dele exclamamos aliviados: ufa!! que bom que esse ano acabou!
Mas convenhamos, é possível realizar muita coisa boa em um ano, como por exemplo: escrever um livro, compor uma canção, plantar uma árvore ou algumas árvores, retomar os estudos, rever conceitos, construir novas e boas amizades, abrir uma empresa ou mesmo fechar uma que não esteja sendo viável, começar um romance ou renovar e dar mais sentido àquele que já está em curso. São tantas coisas possíveis de serem realizadas em um ano que aqui não dá para relacioná-las todas. Mas qual seria a mola propulsora disso tudo?
Quando finda um ano, quase sempre somos tentados a olhar para trás e refletir um pouco, tentamos fazer um "encontro de contas" entre o que fizemos com o que deixamos de fazer ou entre o que aconteceu com o que deixou de acontecer.
É verdade que para algumas coisas somos saudosistas, lembramos com alegria e com saudade dos momentos que se foram, mas, para outras, queremos mesmo é esquecer que aquilo de fato aconteceu. Esses dissabores as vezes são tão constantes em um ano que ao término dele exclamamos aliviados: ufa!! que bom que esse ano acabou!
Mas convenhamos, é possível realizar muita coisa boa em um ano, como por exemplo: escrever um livro, compor uma canção, plantar uma árvore ou algumas árvores, retomar os estudos, rever conceitos, construir novas e boas amizades, abrir uma empresa ou mesmo fechar uma que não esteja sendo viável, começar um romance ou renovar e dar mais sentido àquele que já está em curso. São tantas coisas possíveis de serem realizadas em um ano que aqui não dá para relacioná-las todas. Mas qual seria a mola propulsora disso tudo?
O que faz com que todas essas coisas possam se tornar realizáveis é sem dúvida, a iniciativa.
Querer fazer, estar disposto a correr riscos calculados e acreditar nas possibilidades, ainda que pareçam utópicas. Somos todos capazes de realizar grandes coisas quando nos dispomos a fazer acontecer.
Um dia acordei, olhei no espelho e percebi que o tempo estava passando rapidamente para mim, observando ao derredor, não via nada significativo construído, nem para mim e nem para a minha posteridade, pensei: sou mesmo um fracasso, não fiz nada relevante, não tenho nada, não sou nada, estava passando pela vida como mero coadjuvante.
O que deveria fazer? Me contentar com o nada? Sentar à beira da estrada "com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar " como cantava Raul? Ou reunir forças e fazer acontecer? Se optar por essa última...o que fazer? Como começar, ou melhor, por onde começar?
Pensei que seria muito significativo se fizesse um curso superior, mas como? Eu tinha apenas a 6ª série do velho primeiro grau, desempregado, quase um ostracista convicto. Mas não dava para continuar daquele jeito, precisava fazer algo, ser alguém e honestamente, embora relutante, eu não via outro caminho senão...a educação.
A partir desta reflexão começa minha saga rumo à universidade, em um dia quente de verão, fugindo do calor escaldante, resolvi entrar numa agência bancária para desfrutar um pouco do friozinho do ar condicionado, ali encontrei um amigo que possuía um cursinho, este oferecia aulas para supletivo, então lancei um desafio para ele ali mesmo, disse: sei que você é bom nesse negócio, quero que você me coloque na universiade!
Bom, como era de esperar, ele olhou para mim surpreso e deu sua gargalhada, mas me disse que seria possível sim, o caminho porém, ...ahhh o caminho seria árduo. Ele não sabia o que se passava em minha alma, o desejo ardente de virar a mesa da minha existência, de desconstruir tudo e reconstruir de outra maneira. Naquele tempo eu já acreditava: não tinha mais tempo a perder.
Meu amigo sorridente pegou um pedaço de papel e traçou um plano para mim, ele me deu 2 anos para concluir os ensinos Fundamental e Médio e logo depois tentar meu primeiro vestibular. Ah meu Deus! seria possível? Matriculei-me no cursinho e comecei a me preparar para as provas de supletivo do Ensino Fundamental. Foi um tempo dificil demais, sem dinheiro, enfrentando um processo de divórcio doloroso, estudava à noite, fazia "bicos" durante o dia, me virava como podia para pagar o curso e assumir as responsabilidades numa situação bastante adversa, mas eu tinha um desejo e não podia desistir jamais.
Foram ao todo 730 dias de busca pelo conhecimento; História, Matemática, Língua Portuguesa, Física, Química, Biologia, conceitos e ideias que eu jamais tinha ouvido falar...
...numa certa altura, no meio desse caminho, não deu para continuar no cursinho, não tinha dinheiro para pagar as mensalidades, um amigo me arranjou uma enciclopédia e era com ele que me preparava para fazer as provas de supletivo do Ensino Médio, bem no estilo Einstein, que dizia: "eu não preciso de escola , tudo que quero saber encontro na enciclopédia".
Estudava exaustivamente, até altas horas da noite, não podia perder nas provas, representaria atrasos significativos no plano que meu amigo traçou.
Ao cabo de 2 anos fui ao Colégio Estadual de minha cidade receber meu certificado de conclusão do Ensino Médio, não podia acreditar que estava com aquela preciosidade em minhas mãos, um papel amarelo que eu lia e relia o que nele estava escrito, um carimbo no rodapé informava que aquele documento tinha validade em todo o território nacional, eu ria à toa, foi um dos dias mais felizes da minha vida. Não podia esperar para apresentá-lo a uma instituição de ensino superior.
No mês de dezembro daquele mesmo ano, me inscrevi no vestibular de uma faculdade particular. No dia e hora marcados lá estava eu, sentado numa cadeira para fazer a prova, olhava para os colegas e custava acreditar que estava ali, aquele era meu primeiro vestibular, passando ou não, já estava muito feliz com o que estava acontecendo naquele momento. Fiz a prova e sai dali com a sensação de que não fui tão ruim.
No dia do resultado, me dirigi à portaria da faculdade onde em um mural estavam os nomes dos aprovados e vi com espanto, mas não com surpresa, que meu nome estava lá e mais do que isso, em primeiríssimo lugar para o curso de Publicidade e Propaganda. Sai dali anunciando para todo mundo, coloquei uma mensagem no meu endereço eletrônico para quem quisesse e pudesse ler, orgulhoso daquele feito incrível, agora só faltava...faltava arranjar o dinheiro para a matrícula, mas tinha um problema, ganhava menos de R$600,00 por mês e a mensalidade era R$800,00 e o pior, como era iniciante, deveria de imediato pagar um semestre inteiro ou ao menos apresentar cheques referentes.
Bom...não precisa dizer que sonhei até o último minuto do tempo determinado para matrícula, que conseguiria me matricular, corri atrás de amigos, bancos, família, patrão, mas ninguém apareceu com ao menos os benditos cheques. Também, como eu ia pagar? Não sabia de fato, mas acreditem no que vou escrever agora; no último dia de matrícula, lá estava eu na faculdade, entrei na fila sem dinheiro e sem cheques, sei lá que loucura foi aquela, mas quem sabe, talvez apareceria alguém e faria a minha matrícula, se isso acontecesse eu deveria estar lá, guardando meu lugar, deveria estar no lugar certo, na hora certa. Fui o último a sair, faltei ao trabalho e o óbvio aconteceu, ninguém apareceu...voltei cabisbaixo, triste, frustrado. Acreditei tanto...mas minha crença não foi bastante, esse negócio de curso superior não fora criado para seres insignificantes como eu.
Mas espere...pensa que eu desisti? Não! Ali ficou claro pra mim que o único jeito de eu fazer um curso superior seria concorrendo a uma vaga para a universidade pública, mas as pessoas me diziam: você?! Nem tente, não está preparado, não estudou a escola normal, fez supletivo e ainda quer passar no vestibular de uma pública? Os religiosos diziam: você é pecador, Deus não vai te ajudar.
Mas aquele primeiro lugar na faculdade privada foi como um aviso do tipo: acredite que você consegue. O tempo passou e chegou o dia de fazer a inscrição no vestibular da disputadíssima pública, escolhi um curso com o qual me identifiquei, Ciências Sociais, curso novo, concorrência média, pensei: é com esse que eu vou.
Fiz a inscrição e no dia de pagar, novamente último dia de prazo, tive que fazer uma escolha. Em meu bolso tinha R$80,00, que economizei deveras para conseguir pagar a inscrição, era seu exato valor, mas meu filhinho precisava de um sapato, a mãe dele, minha ex-mulher, esperava o sapato, comprei o sapato, meu sonho de ser um universitário mais uma vez estava indo para o brejo, mas, lembrei de um amigo, liguei para ele e contei minha história, ele me arranjou o dinheiro e corri para o banco no apagar das luzes, paguei o boleto.
Em Janeiro daquele ano, depois de um período de leituras e pesquisas, mais uma vez no mesmo colégio que fiz o supletivo, mas para fazer os exames de vestibular da Universidade Estadual de Santa Cruz.
Nos 3 dias de exames, recebi carona de um amigo e nos outros fui a pé, do bairro onde moro até o local das provas, cerca de 5km, tinha que guardar dinheiro para a água e para o lanche, afinal como sabem, provas desse tipo são exaustivas, cansativas, estressantes.
Fazia as provas, trazia o caderno de respostas e conferia imediatamente assim que o gabarito estivesse disponível no site da universidade, não zerei nenhuma, quase fechei uma, a de língua estrangeira, fui relativamente bem na redação, estava esperançoso, contava os dias, as horas, para saber o resultado.
Quando saiu, eu estava com um amigo em minha humilde residência, quando ele recebeu um telefonema de uma amiga em comum, pedindo para avisar que eu havia passado no vestibular, não contive a emoção, fiz um barulho imenso e agarrei o meu pai que vinha se aproximando para saber o que estava acontecendo, foi o último grande abraço que dei no meu pai, ele que não era muito afeito a esse tipo de demonstração afetiva, como um homem simples do campo e analfabeto, não compreendia bem o porque de tanta euforia mas me disse: parabéns meu filho, é isso ai! Meu pai não vai à minha formatura, nesse ano de 2010, veio a falecer com 81 anos de idade.
No dia 8 de março daquele mesmo ano , exatamente 3 anos após ter iniciado o projeto que meu amigo planejou pra mim, com um ano de atraso por conta da impossibilidade de me matricular na faculdade privada, eu estava entrando pelos portões da maior universidade pública do interior da Bahia, a 65ª do país, para iniciar minha carreira acadêmica.
Hoje estou indo para o 5º semestre, de fato feliz com meu refazer e ciente de que a iniciativa, o querer fazer, a vontade de ser e vencer, são armas poderosas e eficazes que dispomos para ir além do que imaginamos. Torço para que essa minha simples história inspire muitos a abandonarem o ostracismo e acreditarem na vida...é possivel sim! Acredite em você!
O mundo não é dos espertos, o mundo é de quem acredita na vida e asseguro, o mundo é de quem busca o conhecimento, porque conhecimento é poder!
2011 pode ser o seu ano, faça valer cada um desses 365 dias que logo serão dados a você. Aconteça, construa com dignidade sua própria história!
O que deveria fazer? Me contentar com o nada? Sentar à beira da estrada "com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar " como cantava Raul? Ou reunir forças e fazer acontecer? Se optar por essa última...o que fazer? Como começar, ou melhor, por onde começar?
Pensei que seria muito significativo se fizesse um curso superior, mas como? Eu tinha apenas a 6ª série do velho primeiro grau, desempregado, quase um ostracista convicto. Mas não dava para continuar daquele jeito, precisava fazer algo, ser alguém e honestamente, embora relutante, eu não via outro caminho senão...a educação.
A partir desta reflexão começa minha saga rumo à universidade, em um dia quente de verão, fugindo do calor escaldante, resolvi entrar numa agência bancária para desfrutar um pouco do friozinho do ar condicionado, ali encontrei um amigo que possuía um cursinho, este oferecia aulas para supletivo, então lancei um desafio para ele ali mesmo, disse: sei que você é bom nesse negócio, quero que você me coloque na universiade!
Bom, como era de esperar, ele olhou para mim surpreso e deu sua gargalhada, mas me disse que seria possível sim, o caminho porém, ...ahhh o caminho seria árduo. Ele não sabia o que se passava em minha alma, o desejo ardente de virar a mesa da minha existência, de desconstruir tudo e reconstruir de outra maneira. Naquele tempo eu já acreditava: não tinha mais tempo a perder.
Meu amigo sorridente pegou um pedaço de papel e traçou um plano para mim, ele me deu 2 anos para concluir os ensinos Fundamental e Médio e logo depois tentar meu primeiro vestibular. Ah meu Deus! seria possível? Matriculei-me no cursinho e comecei a me preparar para as provas de supletivo do Ensino Fundamental. Foi um tempo dificil demais, sem dinheiro, enfrentando um processo de divórcio doloroso, estudava à noite, fazia "bicos" durante o dia, me virava como podia para pagar o curso e assumir as responsabilidades numa situação bastante adversa, mas eu tinha um desejo e não podia desistir jamais.
Foram ao todo 730 dias de busca pelo conhecimento; História, Matemática, Língua Portuguesa, Física, Química, Biologia, conceitos e ideias que eu jamais tinha ouvido falar...
...numa certa altura, no meio desse caminho, não deu para continuar no cursinho, não tinha dinheiro para pagar as mensalidades, um amigo me arranjou uma enciclopédia e era com ele que me preparava para fazer as provas de supletivo do Ensino Médio, bem no estilo Einstein, que dizia: "eu não preciso de escola , tudo que quero saber encontro na enciclopédia".
Estudava exaustivamente, até altas horas da noite, não podia perder nas provas, representaria atrasos significativos no plano que meu amigo traçou.
Ao cabo de 2 anos fui ao Colégio Estadual de minha cidade receber meu certificado de conclusão do Ensino Médio, não podia acreditar que estava com aquela preciosidade em minhas mãos, um papel amarelo que eu lia e relia o que nele estava escrito, um carimbo no rodapé informava que aquele documento tinha validade em todo o território nacional, eu ria à toa, foi um dos dias mais felizes da minha vida. Não podia esperar para apresentá-lo a uma instituição de ensino superior.
No mês de dezembro daquele mesmo ano, me inscrevi no vestibular de uma faculdade particular. No dia e hora marcados lá estava eu, sentado numa cadeira para fazer a prova, olhava para os colegas e custava acreditar que estava ali, aquele era meu primeiro vestibular, passando ou não, já estava muito feliz com o que estava acontecendo naquele momento. Fiz a prova e sai dali com a sensação de que não fui tão ruim.
No dia do resultado, me dirigi à portaria da faculdade onde em um mural estavam os nomes dos aprovados e vi com espanto, mas não com surpresa, que meu nome estava lá e mais do que isso, em primeiríssimo lugar para o curso de Publicidade e Propaganda. Sai dali anunciando para todo mundo, coloquei uma mensagem no meu endereço eletrônico para quem quisesse e pudesse ler, orgulhoso daquele feito incrível, agora só faltava...faltava arranjar o dinheiro para a matrícula, mas tinha um problema, ganhava menos de R$600,00 por mês e a mensalidade era R$800,00 e o pior, como era iniciante, deveria de imediato pagar um semestre inteiro ou ao menos apresentar cheques referentes.
Bom...não precisa dizer que sonhei até o último minuto do tempo determinado para matrícula, que conseguiria me matricular, corri atrás de amigos, bancos, família, patrão, mas ninguém apareceu com ao menos os benditos cheques. Também, como eu ia pagar? Não sabia de fato, mas acreditem no que vou escrever agora; no último dia de matrícula, lá estava eu na faculdade, entrei na fila sem dinheiro e sem cheques, sei lá que loucura foi aquela, mas quem sabe, talvez apareceria alguém e faria a minha matrícula, se isso acontecesse eu deveria estar lá, guardando meu lugar, deveria estar no lugar certo, na hora certa. Fui o último a sair, faltei ao trabalho e o óbvio aconteceu, ninguém apareceu...voltei cabisbaixo, triste, frustrado. Acreditei tanto...mas minha crença não foi bastante, esse negócio de curso superior não fora criado para seres insignificantes como eu.
Mas espere...pensa que eu desisti? Não! Ali ficou claro pra mim que o único jeito de eu fazer um curso superior seria concorrendo a uma vaga para a universidade pública, mas as pessoas me diziam: você?! Nem tente, não está preparado, não estudou a escola normal, fez supletivo e ainda quer passar no vestibular de uma pública? Os religiosos diziam: você é pecador, Deus não vai te ajudar.
Mas aquele primeiro lugar na faculdade privada foi como um aviso do tipo: acredite que você consegue. O tempo passou e chegou o dia de fazer a inscrição no vestibular da disputadíssima pública, escolhi um curso com o qual me identifiquei, Ciências Sociais, curso novo, concorrência média, pensei: é com esse que eu vou.
Fiz a inscrição e no dia de pagar, novamente último dia de prazo, tive que fazer uma escolha. Em meu bolso tinha R$80,00, que economizei deveras para conseguir pagar a inscrição, era seu exato valor, mas meu filhinho precisava de um sapato, a mãe dele, minha ex-mulher, esperava o sapato, comprei o sapato, meu sonho de ser um universitário mais uma vez estava indo para o brejo, mas, lembrei de um amigo, liguei para ele e contei minha história, ele me arranjou o dinheiro e corri para o banco no apagar das luzes, paguei o boleto.
Em Janeiro daquele ano, depois de um período de leituras e pesquisas, mais uma vez no mesmo colégio que fiz o supletivo, mas para fazer os exames de vestibular da Universidade Estadual de Santa Cruz.
Nos 3 dias de exames, recebi carona de um amigo e nos outros fui a pé, do bairro onde moro até o local das provas, cerca de 5km, tinha que guardar dinheiro para a água e para o lanche, afinal como sabem, provas desse tipo são exaustivas, cansativas, estressantes.
Fazia as provas, trazia o caderno de respostas e conferia imediatamente assim que o gabarito estivesse disponível no site da universidade, não zerei nenhuma, quase fechei uma, a de língua estrangeira, fui relativamente bem na redação, estava esperançoso, contava os dias, as horas, para saber o resultado.
Quando saiu, eu estava com um amigo em minha humilde residência, quando ele recebeu um telefonema de uma amiga em comum, pedindo para avisar que eu havia passado no vestibular, não contive a emoção, fiz um barulho imenso e agarrei o meu pai que vinha se aproximando para saber o que estava acontecendo, foi o último grande abraço que dei no meu pai, ele que não era muito afeito a esse tipo de demonstração afetiva, como um homem simples do campo e analfabeto, não compreendia bem o porque de tanta euforia mas me disse: parabéns meu filho, é isso ai! Meu pai não vai à minha formatura, nesse ano de 2010, veio a falecer com 81 anos de idade.
No dia 8 de março daquele mesmo ano , exatamente 3 anos após ter iniciado o projeto que meu amigo planejou pra mim, com um ano de atraso por conta da impossibilidade de me matricular na faculdade privada, eu estava entrando pelos portões da maior universidade pública do interior da Bahia, a 65ª do país, para iniciar minha carreira acadêmica.
Hoje estou indo para o 5º semestre, de fato feliz com meu refazer e ciente de que a iniciativa, o querer fazer, a vontade de ser e vencer, são armas poderosas e eficazes que dispomos para ir além do que imaginamos. Torço para que essa minha simples história inspire muitos a abandonarem o ostracismo e acreditarem na vida...é possivel sim! Acredite em você!
O mundo não é dos espertos, o mundo é de quem acredita na vida e asseguro, o mundo é de quem busca o conhecimento, porque conhecimento é poder!
2011 pode ser o seu ano, faça valer cada um desses 365 dias que logo serão dados a você. Aconteça, construa com dignidade sua própria história!
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
A sociedade e a Sociologia

O que a Sociologia tem a oferecer para a sociedade moderna?
Desde quando Augusto Comte iniciou seus estudos, suas teorias sobre a sociedade, muito tem se perguntado sobre a importância dessa disciplina, poderia ela ter status de ciência?
O francês Émile Durkheim se preocupou com isso, buscou dar um método para esse campo de estudo, compreender os fatos sociais como coisas foi sua primeira grande contribuição para que a Sociologia pudesse ganhar o caráter científico.
A partir daí surgiram outros teóricos, que foram moldando a cara , o jeito, respondendo os porquês e, principalmente, apresentando à sociedade métodos de estudos capazes de explicar os fatos, os acontecimentos sociais, suas transformações, construindo paradigmas.
A característica principal de nossa ciência, como bem salientou a professora Anatércia Lopes na Calourada 2010, é questionar. Questionar o que é posto, na política, na mídia jornalística, na religião, em todos os seguimentos da sociedade, e isso de fato incomoda.
Não à toa tem sido constantes os ataques à Sociologia, não à toa foi e tem sido tão difícil trazer a disciplina para o Ensino Médio brasileiro, não à toa ainda encontramos veículos de comunicação em massa como a revista Veja por exemplo, que em um de seus números em 2010, publicou uma matéria onde concentra a opinião de que a Sociologia estuda meramente o pensamento marxista, desconsiderando nomes como o próprio Durkheim, e o "atualíssimo" Max Weber, cujas teorias são as mais estudadas na atualidade, ou seja, usando novamente um termo utilizado pela professora Anatércia em sala de aula: "ele está na moda".
A revista inicia sua reportagem afirmando que "agora obrigatórias no Ensino Médio brasileiro, as aulas de sociologia e filosofia abusam de conceitos rasos e tom panfletário, matemática que é bom..."
Não sabemos onde os repórteres da referida revista assistiram uma aula de Sociologia, mas estamos participando de projetos de ensino em um dos nossos colégios aqui no estado da Bahia e sem dúvida alguma, os assuntos abordados em sala de aula tem conteúdo atual e vivenciado no dia a dia pelos alunos, conteúdo que informa, faz refletir, questiona e acima de tudo...ensina.
Aparentemente a reportagem de Veja desconhece a importância de promover o senso crítico, especialmente entre os jovens, um periódico que se vale exatamente desse tipo de promoção para legitimar sua própria existência, mas a Sociologia possui essa prerrogativa.
Que Matemática, Língua Portuguesa, Biologia, entre outras, tem importância fundamental, isso sem dúvida, mas poucas disciplinas trabalham tanto a promoção do senso crítico como a Filosofia e a Sociologia. Particularmente acredito que questões como: drogas, AIDS, corrupção, violência, homofobia, intolerância, entre outros, a partir de agora serão mais discutidos em sala de aula e isso significa uma coisa, significa que nossa juventude estará mais bem preparada para lidar com esses problemas, uma vez que se discute ainda na formação básica, assuntos que fazem parte do cotidiano de todo cidadão desde a infância.
As ideias serão mais bem formadas, as dúvidas serão melhor esclarecidas, então acredito que no futuro próximo, teremos homens e mulheres mais atentos na vida, mais vigilantes, melhor capacitados para fazerem escolhas que realmente farão deles e delas, cidadãos e cidadãs mais felizes, e consequentemente teremos uma sociedade mais limpa e mais justa.
Para o Brasil melhorar, Sociologia já!
Texto publicado anteriormente no blog sociologia hoje, aqui uma nova versão do mesmo.
Desde quando Augusto Comte iniciou seus estudos, suas teorias sobre a sociedade, muito tem se perguntado sobre a importância dessa disciplina, poderia ela ter status de ciência?
O francês Émile Durkheim se preocupou com isso, buscou dar um método para esse campo de estudo, compreender os fatos sociais como coisas foi sua primeira grande contribuição para que a Sociologia pudesse ganhar o caráter científico.
A partir daí surgiram outros teóricos, que foram moldando a cara , o jeito, respondendo os porquês e, principalmente, apresentando à sociedade métodos de estudos capazes de explicar os fatos, os acontecimentos sociais, suas transformações, construindo paradigmas.
A característica principal de nossa ciência, como bem salientou a professora Anatércia Lopes na Calourada 2010, é questionar. Questionar o que é posto, na política, na mídia jornalística, na religião, em todos os seguimentos da sociedade, e isso de fato incomoda.
Não à toa tem sido constantes os ataques à Sociologia, não à toa foi e tem sido tão difícil trazer a disciplina para o Ensino Médio brasileiro, não à toa ainda encontramos veículos de comunicação em massa como a revista Veja por exemplo, que em um de seus números em 2010, publicou uma matéria onde concentra a opinião de que a Sociologia estuda meramente o pensamento marxista, desconsiderando nomes como o próprio Durkheim, e o "atualíssimo" Max Weber, cujas teorias são as mais estudadas na atualidade, ou seja, usando novamente um termo utilizado pela professora Anatércia em sala de aula: "ele está na moda".
A revista inicia sua reportagem afirmando que "agora obrigatórias no Ensino Médio brasileiro, as aulas de sociologia e filosofia abusam de conceitos rasos e tom panfletário, matemática que é bom..."
Não sabemos onde os repórteres da referida revista assistiram uma aula de Sociologia, mas estamos participando de projetos de ensino em um dos nossos colégios aqui no estado da Bahia e sem dúvida alguma, os assuntos abordados em sala de aula tem conteúdo atual e vivenciado no dia a dia pelos alunos, conteúdo que informa, faz refletir, questiona e acima de tudo...ensina.
Aparentemente a reportagem de Veja desconhece a importância de promover o senso crítico, especialmente entre os jovens, um periódico que se vale exatamente desse tipo de promoção para legitimar sua própria existência, mas a Sociologia possui essa prerrogativa.
Que Matemática, Língua Portuguesa, Biologia, entre outras, tem importância fundamental, isso sem dúvida, mas poucas disciplinas trabalham tanto a promoção do senso crítico como a Filosofia e a Sociologia. Particularmente acredito que questões como: drogas, AIDS, corrupção, violência, homofobia, intolerância, entre outros, a partir de agora serão mais discutidos em sala de aula e isso significa uma coisa, significa que nossa juventude estará mais bem preparada para lidar com esses problemas, uma vez que se discute ainda na formação básica, assuntos que fazem parte do cotidiano de todo cidadão desde a infância.
As ideias serão mais bem formadas, as dúvidas serão melhor esclarecidas, então acredito que no futuro próximo, teremos homens e mulheres mais atentos na vida, mais vigilantes, melhor capacitados para fazerem escolhas que realmente farão deles e delas, cidadãos e cidadãs mais felizes, e consequentemente teremos uma sociedade mais limpa e mais justa.
Para o Brasil melhorar, Sociologia já!
Texto publicado anteriormente no blog sociologia hoje, aqui uma nova versão do mesmo.
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Violência gera violência. Gentileza gera gentileza

O que gera a violência? Estamos vivendo um tempo em que não se vive mais com tranquilidade, aliás já faz algum tempo que esse sentimento não faz parte do nosso cotidiano. Estamos como já vem sendo propagado pelos especialistas há algum tempo, reféns em nossos próprios domínios, seja em nosso bairro, em nosso trabalho, em nossa casa, na escola. Sem dúvida que estamos vendo e vivenciando a escalada da violência de forma assustadora.
Estive com alguns colegas de faculdade envolvido numa pesquisa em minha cidade para obter dados sobre como o cidadão se sente, quando o que está em jogo é o viver bem e em paz, e claro, as pessoas estão espantadas, assustadas, algumas até desesperadas.
São proprietários de estabelecimentos comerciais que já tiveram a triste experiência de ter seu local de trabalho várias vezes invadido por bandidos, são donas de casa, mães de família que não se sentem seguras quando vão ao supermercado ou levar seu filho na escola, são professores da educação de base que a todo momento são vítmas de ameaças, xingamentos e até tem a sua vida colocada em risco por alunos e pais de alunos que não aceitam a disciplinação justa.
A polícia não dá conta e as vezes até ela mesma é vítima da violência contumaz, quando não acaba, por conta de alguns maus policiais (e ainda bem que são alguns) se tornando força motora da violência que assola tantas pessoas inocentes. Qual a razão de tudo isso? Quais seriam as respostas para as diversas perguntas que inquietam a sociedade?
A verdade é que vivemos o tempo da propagação da violência, ela se tornou a estrela principal de uma sociedade que ao longo de anos teve e tem seus valores morais questionados e muitas vezes jogados por terra, é só observar o que dá audiência hoje nos meios de comunicação e o grande número de programas jornalísticos sensacionalistas que embora cumprindo seu papel de informar, tem a violência como seu "produto" principal.
Estive com alguns colegas de faculdade envolvido numa pesquisa em minha cidade para obter dados sobre como o cidadão se sente, quando o que está em jogo é o viver bem e em paz, e claro, as pessoas estão espantadas, assustadas, algumas até desesperadas.
São proprietários de estabelecimentos comerciais que já tiveram a triste experiência de ter seu local de trabalho várias vezes invadido por bandidos, são donas de casa, mães de família que não se sentem seguras quando vão ao supermercado ou levar seu filho na escola, são professores da educação de base que a todo momento são vítmas de ameaças, xingamentos e até tem a sua vida colocada em risco por alunos e pais de alunos que não aceitam a disciplinação justa.
A polícia não dá conta e as vezes até ela mesma é vítima da violência contumaz, quando não acaba, por conta de alguns maus policiais (e ainda bem que são alguns) se tornando força motora da violência que assola tantas pessoas inocentes. Qual a razão de tudo isso? Quais seriam as respostas para as diversas perguntas que inquietam a sociedade?
A verdade é que vivemos o tempo da propagação da violência, ela se tornou a estrela principal de uma sociedade que ao longo de anos teve e tem seus valores morais questionados e muitas vezes jogados por terra, é só observar o que dá audiência hoje nos meios de comunicação e o grande número de programas jornalísticos sensacionalistas que embora cumprindo seu papel de informar, tem a violência como seu "produto" principal.
Ao subir os morros das grandes cidades brasileiras e até cidadezinhas do interior (eu moro em uma cidade do interior), encontram-se adolescentes e jovens municiados, armados com rifles, metralhadoras, granadas, armas de grosso calibre, sentindo-se "o rei do pedaço", drogados.
Com esses "super poderes" não se intimidam ao entrar em uma loja, shopping, residência, anunciar um assalto, agredir, matar. Esses são massa de manobra para pessoas doentes moralmente que a utiliza para impor suas "leis", função primária do Estado.
Quando especialistas questionavam a esposição de crianças e adolescentes a superdoses de imagens de violência em filmes, games, novelas, até aparentemente inocentes desenhos animados, outros "especialistas" diziam: "isso é bobagem, tudo é cultura e não podemos proibir".
Na funesta ditadura, à qual todos nós repudiamos, havia uma canção que dizia: "é proibido proibir", que fazia referência a não menos funesta e nefasta sensura imposta pelo regime militar, mas ao que parece, levaram isso a um ponto crítico, sem levar em conta as consequências dessa liberalidade e deixaram o carro descer ladeira abaixo e o pior, arrancaram-lhe os freios da moral, da disciplina, apertando deliberadamente o acelerador da condescendência, da falta de limites e hoje todos colhemos o amargo fruto de uma sociedade imersa em um dos seus mais covardes problemas, a violência. Eu diria que proibir não, mas conscientizar sim. Nisso a sociedade liberal falhou.
Como dizem: violência gera violência, com isso o cidadão, de forma não justificada, porque cansou de ser vítima, também se arma, se prepara para agir. Quando são ameaçados, reagem e a violência agora dobra suas vítimas, seus infortúnios, as vezes porque a vítima final é o agressor e também muitas vezes o trágico fim é do agredido.
Ainda hoje conversava com um amigo sobre os porquês disso tudo, eles existem sim, e cada vez serão colocados em evidência, a sociedade sofre as consequências e agora cobra dos que gritavam: "é proibido proibir". Especialmente aqueles que ignoraram onde isso tudo nos levaria. Aqui estamos, todos enclausurados, presos em nossas casas, com nossos medos, nossa insegurança, nosso pavor e perguntando em alto e bom som: o que faremos agora?!!
Na funesta ditadura, à qual todos nós repudiamos, havia uma canção que dizia: "é proibido proibir", que fazia referência a não menos funesta e nefasta sensura imposta pelo regime militar, mas ao que parece, levaram isso a um ponto crítico, sem levar em conta as consequências dessa liberalidade e deixaram o carro descer ladeira abaixo e o pior, arrancaram-lhe os freios da moral, da disciplina, apertando deliberadamente o acelerador da condescendência, da falta de limites e hoje todos colhemos o amargo fruto de uma sociedade imersa em um dos seus mais covardes problemas, a violência. Eu diria que proibir não, mas conscientizar sim. Nisso a sociedade liberal falhou.
Como dizem: violência gera violência, com isso o cidadão, de forma não justificada, porque cansou de ser vítima, também se arma, se prepara para agir. Quando são ameaçados, reagem e a violência agora dobra suas vítimas, seus infortúnios, as vezes porque a vítima final é o agressor e também muitas vezes o trágico fim é do agredido.
Ainda hoje conversava com um amigo sobre os porquês disso tudo, eles existem sim, e cada vez serão colocados em evidência, a sociedade sofre as consequências e agora cobra dos que gritavam: "é proibido proibir". Especialmente aqueles que ignoraram onde isso tudo nos levaria. Aqui estamos, todos enclausurados, presos em nossas casas, com nossos medos, nossa insegurança, nosso pavor e perguntando em alto e bom som: o que faremos agora?!!
Para mim existe uma resposta e ela pode parecer simples demais, EDUCAÇÃO.
Eu acredito na educação, sei que ela sozinha não resolve todos os problemas da nossa sociedade, seria até inocente demais pensar assim, mas não tenho dúvida que é um excelente começo. Propiciar aos nossos adolescentes e jovens condições para desenvolver o pensar crítico, o papel de cada um na sociedade, seus deveres e privilégios, compreender e respeitar a alteridade, suas diferenças e também seus direitos são grandes passos para uma sociedade de fato, civilizada.
Essa deve ser a função primordial do poder público, além de prover meios para um viver mais digno com saúde, segurança, moradias. Sei que pode parecer utópico em um país imerso na corrupção onde realidades como: egoísmo, a má distribuição de renda, o preconceito, a exploração de todas as formas, infelizmente ainda reinam quase absolutas, mas não podemos jamais, deixar de acreditar que é possivel sim, construir uma sociedade decente.
Medidas imediatas como as que aconteceram no Rio de Janeiro nesse novembro de 2010, questionáveis ou não, acabam sendo necessárias para dar o recado da presença do Estado, de que ele existe e tem sua força legal, institucionalizada, mas sem dúvida alguma, o melhor caminho ainda é o da prevenção e isso é possivel sim, está ai a ciência, a religião, o poder público, o Estado de direito com ferramentas poderosas capazes de mudar o estado atual de coisas...e por fim o próprio cidadão de bem que pode começar em sua rua, em sua casa, no meio onde vive, dando exemplo, respeitando, contribuindo para uma sociedade de paz.
Como escreveu o "profeta" Gentileza pelos viadutos do Rio de Janeiro: gentileza gera gentileza. Projetemos essa ideia, essa genial ideia e o mundo com certeza será melhor.
domingo, 15 de agosto de 2010
Estou de volta

Depois de um bom tempo ausente, estou de volta, creio não ter condições de estar sempre postando novos textos, mas ficarei mais presente aqui a partir de então, hoje para reinício de conversa, falaremos um pouco sobre política, que é o assunto do momento, e vai ser cada vez mais com o passar do tempo até o dia 3 de outubro.
Não sei se os internautas estão percebendo o mesmo que eu, mas estou sentindo que estão faltando políticos no mercado, reparem que aqui na Bahia temos substancialmente a tentativa de reeleição de Wagner e a inédita tentativa de Geddel, o político camaleão, digo camaleão porque é o típico candidato que nem é situação nem oposição, ele vai tentando se adequar ao que está posto, mas falando em oposição, será que temos mesmo esse negócio de oposição no Brasil? Vide Brasilia.
Na época de FHC, tínhamos um "PT oposição", que depois que virou situação não teve uma oposição à altura, na Bahia tinhamos o carlismo, que desfilava entre simpatizantes e oposicionistas, o PT e o PC do B, se encarregavam de abertamente "guerrear" contra qualquer ação dos integrantes do governo carlista.
Sabe de uma coisa? Era um tempo bom nesse sentido, tínhamos fiscais, pessoas que estavam de olhos abertos, que cobravam, criticavam, por mais que por conta da prepotência algumas ações suspeitas eram procedidas, a oposição despertava o olhar crítico da sociedade e isso é muito importante...
Me preocupo com essa falta de oposição na política baiana, parece que acabaram os ideais, os desejos de mudanças, a crítica que serve como freio aos intuitos catastróficos do governo. Mas...vejo algo muito interessante...se faltam políticos, cresce a sensação de que há vagas para quem se dispuser...essa não é a hora de se iniciar um projeto político de qualidade? Não é essa a hora de iniciar um processo de carismatismo suficiente para que se coloque um nome, ou nomes na política nacional, estadual e regional? Então caros amigos formadores de opinião, pensemos em trabalhar nesse sentido, na tentativa de melhorar a qualidade dos nossos representantes e com isso também melhore as ações, para que beneficiem os cidadãos do país, do estado e de nossa cidade.
sexta-feira, 5 de março de 2010
COMO FOI A CALOURADA?

Enquanto o Brasil, assiste horrorizado a forma como os aprovados no vestibular são recebidos pelos colegas tidos como veteranos, na verdade acreditamos que seja interessante brincadeiras, elas servem para interação, vale pela festa da chegada à universidade que é uma grande conquista, também vale como uma forma de adaptação, mas isso nada tem a ver com as aberrações que acontecem Brasil à fora.
Alunos que são submetidos à overdoses de álcool e outras drogas, carregar outros nas costas, andarem nús, agressões físicas e morais. Algo que parece castigo por ter conseguido a façanha de passar em um vestibular, que no Brasil é tão disputado.
O curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Santa Cruz resolveu inovar, como sendo a segunda turma de calouros, esta foi recebida com muito calor humano pelos veteranos, durante toda semana, tivemos palestras ministradas pelos diretores e coordenadores do colegiado bem como as apresentações dos professores e ainda bate-papo calouroso com os veteranos.
Foram exibidos filmes e fotos do ano que passou, os eventos, os acontecimentos mais importantes pelos quais os novos alunos necessariamente terão que passar e finalmente no último dia da calourada, um jantar muito especial foi oferecido pelos veteranos aos novos alunos como sendo uma prova de amizade e boas vindas, afinal ninguém oferece um almoço especial aos inimigos não acham?
Que esta iniciativa do curso de Ciências Sociais da UESC, no Sul da Bahia sirva de exemplo para as demais universidades em todo Brasil, afinal podemos ser sim civilizados, aliás é o que a sociedade espera daqueles que se destacam pela capacidade de raciocínio e competência para fazer parte de uma parte privilegiada da sociedade que seja estar fazendo um curso superior.
Assim sendo poderemos evitar as barbáries que acontecem nos campus universitários nacionais.
Parabéns galera social!
É para isso que existimos!
terça-feira, 2 de março de 2010
Globo X Record

Já faz muito tempo que o brasileiro acompanhava pela TV os principais acontecimentos do mundo através da Rede Globo de Televisão, e confesso abestalhado como dizia Raul, que a emissora carioca, soube ao longo de sua existência desenvolver um excelente padrão de qualidade. Durante a década de 90 até o início dos anos 2000, era comum pensarmos ser difícil aparecer uma emissora que pudesse ameaçar a supremacia global no País.
Eis que surge em São Paulo a Record, ou melhor ressurge, já que esta é uma das mais antigas emissoras de TV do Brasil, sob a batuta do bispo Macedo, financiado pelo império eclesiástico conhecido como Universal do Reino de Deus, começa uma saga ousada e arrojada, o desejo de ser número 1 nas telecomunicações brasileiras.
Claro, a Globo ainda lidera, ainda ocupa essa cobiçada posição e isso se dá por sua excelente cobertura jornalística, a cobertura esportiva e as Novelas que se são questionados seus enredos e suas histórias dos pontos de vista científico e moral, não se pode questionar sua produção e boas direções.
A Record de forma surpreendentemente rápida percebeu isso e não ficou parada, passou a investir em jornalismo, criou a Record News, que embora em fase de acertos tem de forma clara mostrado uma nova forma de fazer jornalismo no Brasil, com mais informações, mais detalhes, maior cobertura onde em muitas ocasiões a Globo se mostra apenas superficial.
Para esse crescimento no seguimento jornalístico a TV paulista jogou pesado, tirou nomes consagradíssimos da TV carioca como Celso Freitas, Paulo Henrique Amorim, Ana Paula Padrão entre outros repórteres de categoria.
No esporte não ficou para trás, conseguiu algo sobremodo maravilhoso, transmitir pela primeira vez para o Brasil os Jogos Olímpicos de Inverno, o Vancouver 2010, este que aconteceu no Canadá que foi de uma plasticidade e beleza sem igual, o que deixou o telespectador brasileiro encantado e por dentro de esportes tão incomuns deste lado tupiniquim. Também contando com profissionais de gabarito como por exemplo Milena Ciribelli (sou fã).
Alguns especialistas estavam descrentes em relação ao sucesso da cobertura recordiana, mas embora com clara necessidade de melhoras, a TV Record transmitiu mais de 100 horas de jogos de inverno, e para golpear ainda mais forte a concorrente, adquiriu os direitos de transmissão dos jogos Panamericanos que será em Guadalajara no México e ainda as próximas olimpíadas, cogita-se ainda que irá brigar junto ao Clube dos 13 para transmitir o campeonato brasileiro esse seria um golpe muito duro para a Globo.
O que me deixa feliz não é o fato de enfraquecimento da Globo, pelo contrário, penso que a mesma deve continuar forte, mas sim, que o Brasil ganhe mais uma opção de qualidade e creio que esse tempo é chegado. A Record sem dúvida está de parabéns pela coragem, pelo arrojo e principalmente por acreditar no povo brasileiro, proporcionando assim momentos ímpares, como a condição de poder escolher entre carnaval e olimpíadas de inverno, foi algo magnífico que aconteceu nesse verão, penso que em telecomunicações 2010 é um ano histórico para o país.
Parabéns Record e vida longa à Globo!
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Acabaram as férias!!

Esse é um dos grandes desafios que tenho para este ano. Mas ao refletir sobre as férias, me pergunto: De fato, para que servem as férias? Descansar? Um desligar-se dos compromissos acadêmicos? "Expairar" a mente como dizem alguns?
Durante o segundo semestre, ficava me perguntando o que fazer nas férias, resolvi que além de trabalhar para pagar as contas, iria colocar as leituras em dia, porque convenhamos, aquele monte de textos, livros de diversos autores que nos pedem para ler e discorrer, escrever e explicar em seminários os pensamentos alheios, não são assim tão estudados como deveriam, a gente faz um apanhado e tenta aproximar o máximo possível do que o professor quer, mas estudar de fato, isso não acontece.
Então aproveitei as longas férias ( longas sim, porque desde o dia 8 de dezembro de 2009 estou de férias, voltando às aulas na próxima segunda, dia 1° de março) para ler Sto Agostinho - O Livre Arbítrio, Thomas Hobbes - O Leviatã, Maquiavel - O Príncipe, e o nefasto e complicadíssimo Assim Falava Zaratustra de Nietzsche, claro que não deu para ler todos por completo, mas deu para virar várias páginas de cada um.
Ao término dessas férias e depois de ler esses autores fica aquela sensação de que quatro anos numa faculdade realmente não são suficientes para dar ao estudante uma visão totalmente polida do saber enquanto formação. É necessário algo mais, tem que haver uma pós, depois mestrado, doutorado e por aí vai.
A complexidade da vida, as enormes mudanças no pensamento e no comportamento humano ao longo dos séculos precisam de muito esforço para ser ao menos compreendido.
Concluo escrevendo que o mundo, mais do que nunca precisa entender seus mais célebres pensadores, desde Sócrates, Platão, Aristóteles, passando por Jesus Cristo, Tomás de Aquino, Sto Agostinho, até os mais modernos como Thomas Hobbes, Maquiavel, Karl Marx entre outros... não apenas para concordar ou discordar, mas também e ao meu ver principalmente, para usar os momentos da dialética, a arte do diálogo que são tese, antítese e síntese, buscando através do conhecimento respostas para as inúmeras perguntas que surgem a todo instante, concordar, discordar, questionar, concluir.
Bem num conceito heraclitiano, proveniente da mudança dialética, a negação da negação, de que tudo se transforma, quando afirmou que "um homem não pode banhar-se no mesmo rio, porque nem o homem nem o rio serão os mesmos no momento seguinte". Tudo muda, e como muda, essas mudanças acontecem a todo instante e só através do conhecimento é que poderemos entender a vida e ao entendê-la planejar um devir que todos nós queremos.
Então gente! mãos à obra, ou melhor, olhos e ouvidos atentos, para aprender e vamos que vamos, como dizem aqui na Bahia, o ano só começa depois do carnaval...então já começou!!
Feliz 2010! Abraço e muito sucesso para todos!
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
GASOLINA, DIESEL, ÁLCOOL, GNV A QUE PREÇO?

Como prometido aqui está o post sobre combustível. O texto que você vai ler a seguir, está baseado em um e-mail que um colega da faculdade me enviou, e adotei como basilar para essa minha campanha.
Primeiro considerar o seguinte: mesmo que você hoje não precise abastecer um carro, mesmo que você não tenha carro, saiba que em quase tudo que você compra, utiliza no seu dia-a-dia, o preço dos transportes, fretes e distribuição são embutidos no preço de custo e consequentemente repassados a você.
Vou dividir o texto em tópicos e numerá-los para ficar mais compreensível.
1- Você sabia que no Paraguai (que sabemos, não possuir poços de petróleo) a gasolina custa R$ 1,45 o litro e sem adição de álcool?
2- Que na Argentina, Chile e Uruguai os quais juntos produzem menos de 1/5 da produção petrolífera brasileira, o preço da gasolina gira em torno de R$1,70 o litro e também sem adição de álcool?
3- Sabia também que o Brasil vende nosso álcool para os países vizinhos a R$0,35 o litro?
Mas você pode estar se perguntando nesse momento: qual é a mágica?
Desde 2007 conforme anunciado pelo presidente Lula e sua ministra Dilma Roussef...o Brasil já é auto suficiente em petróleo e possui a terceira maior reserva do mundo, e isso sem falar no pré-sal que ainda é uma incógnita.
Porque então pagamos tão caro pelo nosso combustível (R$2,80 gasolina, R$2,20 álcool, R$ 1,99 diesel)? Só existe uma explicação, pagamos o preço da ganância governamental, com taxas abusivas de impostos, a busca desenfreada dos lucros exorbitantes da nossa querida estatal que refina o petróleo por ela mesma explorado nas Terras Tupiniquins.
4- Mas há uma proposta para por fim, ou ao menos tentar por um fim.
Se trabalharmos juntos, poderemos fazer alguma coisa. Ou vamos esperar a gasolina chegar aos alarmantes R$3,00 ou R$4,00 o litro?
Se quisermos que os preços dos combustíveis baixem, precisamos promover uma ação lícita, inteligente, ousada e emergencial.
5- Existiu uma campanha iniciada em São Paulo e Belo Horizonte que nunca fez sentido e não tinha como dar certo. A campanha: "Não compre combustível em um certo dia da semana previamente combinado", foi popular em abril ou maio passado.
Nos Estados Unidos e Canadá a mesma campanha havia sido implementada e sugerida pelos governos de alguns estados aos seus consumidores, mas as companhias de petróleo se matavam de rir porque sabiam que os consumidores não continuariam prejudicando a si mesmos ao se recusarem a comprar combustível, além do que, se você não compra hoje, vai comprar mais amanhã. Era mais uma incoveniênia ao próprio consumidor, que um problema para o vendedor.
6-Precisamos de uma ação enérgica, agressiva para valorizar nossa condição de consumidor, que por sermos em milhões, maioria, podemos controlar ou ao menos influenciar nas regras de mercado, não os vendedores que são minoria. Com o preço dos combustíveis subindo a cada dia, nós os consumidores, precisamos agir rapidamente.
7- O único modo de chegarmos a ver os preços dos combustíveis diminuírem é atingindo quem produz, na parte mais sensível que um ser humano possa ter: O BOLSO. Traduzindo...não compre gasolina deles!!
8- Mas como?!
No próximo post, responderemos a essa pergunta e continuaremos esse papo...fique atento, bastante atento!!
Abraço a todos!!
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