domingo, 28 de agosto de 2011

O amor weekend

Como é a vida a dois? Ou como deve ser a vida a dois?

Talvez esse seja um dos temas mais abordados, conversados, pelo qual, autores de vários ramos se debruçam a escrever livros e mais livros, artigos e mais artigos, na tentativa de encontrar ou apresentar uma soluçãozinha qualquer, que possa, quem sabe, dar alento a uma enorme multidão carente de respostas.

Eu, particularmente, defendo que a resposta pode se começar a se revelar exatamente naquela relação que chamamos de namoro.

O título desse post, já mostra onde quero chegar. Você já parou para pensar como as pessoas normalmente são agradáveis na eventualidade? Repare que dificilmente você terá problemas com um amigo que você encontra de vez em quando, é verdade que também você jamais aprofundará a amizade, mais é inegável que a ausência de conflitos será característico, mesmo que ele seja completamente antagônico à você.

Mas vejam, no namoro também não é diferente. Como nessa fase da relação a dois o normal é a manter certa distância de tempo e espaço, você só encontra a amada ou amado, uma, duas vezes por semana, a alegria da chegada e a tristeza da saída, funcionam como força motora para que a relação siga sem maiores problemas. Mesmo que haja encontros diários, mas interrompidos no espaço das 24 horas, a sensação que se tem é que do jeito que as coisas vão, essa relação durará uma eternidade.

Os fins de semana, aqueles dois dias mais aguardados da semana, especialmente a inesquecível noite de sábado, são como se estivéssemos vivendo num paraíso relacional pra lá de especial. Mas espere! Como seria então a relação se esses dois dias se transformassem em sete, e vocês tivessem que conviver as 24 horas de cada dia da semana? Ihh! Muita coisa será percebida, essas que a casualidade camufla.

Com o tempo você vai percebendo que o príncipe pode não ser tão encantado assim e que a princesa do sapatinho dourado, na verdade pode ser mesmo é de barro pintado com tinta dourada.

Lembro de uma máxima dos índios americanos, os chayene, que diz: “você quer mesmo conhecer alguém? Coma com ele uma saca de sal”. Considerando que uma saca de sal contém 50 kg, convenhamos, vai demorar um bom tempo para acabar esse sal, uma metáfora que aponta para a necessidade de um tempo suficiente para serem descobertas todas as diferenças  existentes em uma relação, e não apenas no âmbito amoroso, mas em todas as relações sociais.

Mas nosso assunto aqui é o amor de um casal, mais especificamente, de namorados, e ai? Seu relacionamento resiste a um teste intensivo, do tipo, passar uma semana inteirinha, dividindo o mesmo espaço, a mesma mesa, o mesmo banheiro, o mesmo creme dental, a mesma cama, o mesmo teto? Ou ele é apenas um amor de fim de semana?

Quem sabe, ao observar esse detalhe muitas de suas indagações sejam respondidas, o desafio é admitir que muitas vezes as mudanças beira as raias da impossibilidade e enfrentar o desafio de conviver com as diferenças é o que menos estamos dispostos a pensar, especialmente quando lembramos dos momentos inesquecíveis que vivemos nos fins de semana.

Mas lembre-se, sua felicidade ou infelicidade nesse caso está em jogo, e que jogo! Deixar de dar uma reposta a si mesmo só depois, ou mesmo achar que tudo se ajustará mais adiante é meramente, lançar a sorte, e como devem saber; casamento nunca deve ser considerado como loteria, é na verdade a perfeita sincronia entre razão e emoção.

Para amar alguém adequadamente, precisa antes de tudo, amar a si mesmo.

Você concorda ou não? Responda esse post, vai ser interessante ler seu comentário.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

África, Brasil e Portugal unidos pelas diferenças e igualdades.

Olá gente, saudades de postar, todo esse sumiço foi proposital, solicitei aos meus estudantes nos colégios Batista e CISO, que produzissem trabalhos escolares similares aos que produzimos na universidade, para irem treinando para o futuro. Por conta disso postei algumas orientações e deixei algum tempo como a primeira postagem. Depois também estive na capital baiana, no CONLAB, o Congresso Luso Afro Brasileiro de Ciências Sociais, onde tive o privilégio de ter um trabalho aprovado e é claro, fui lá apresentar, junto com meu estimado professor e orientador/conselheiro, Elias Lins Guimarães. Foi uma viajem muito proveitosa, fiz contato com renomados cientistas sociais de África, Portugal e Brasil, dialogamos sobre nossas "diferenças" e "igualdades". Foram dias marcantes na querida Salvador.
No último dia, uma conferência muito especial, com o famoso escritor moçambicano Mia Couto, autor de entre outras obras, o premiado “O último voou do flamingo”. A conferência "Como Jorge é amado em África", mostrou como o nobre escritor baiano influenciou e ainda influencia os letrados africanos e mais do que isso, como foi importante para nossos irmãos  da África que falam português, a alusão de liberdade, impressa nos personagens amadianos, uma liberdade que sempre foi o sonho de nações que viveram por muito tempo sob os arrochos repressivos e ameaças as mais diversas. Salve o povo africano! Salve nosso amado Jorge! Próximo ao centenário do seu nascimento, que apresentou ao mundo o nosso Sul da Bahia.
A nota triste foi perceber que sentimentos opostos ao bem estar humano como racismo, descriminação e a dúvida que é lançada sobre a capacidade de pensar, criar e ser, ainda existe em alguns, quando nos referimos aos que a sociedade de capacidade pensante limitada acham acerca da alteridade. Lá, no Teatro Castro Alves, no momento das perguntas ao escritor moçambicano, alguém na plateia perguntou:  “porque você vem à Bahia como escritor africano se é branco? Há racismo na África? Houve silêncio na plateia, certa indignação pela pergunta, em seguida a reposta do escritor que mereceu aplausos e animada comemoração, ele disse:  “ não estou aqui como escritor branco ou negro, estou aqui como escritor moçambicano!” Sim, ele está certo, somos todos humanos, está mais do que demodê essa história de limitar nossas ações pelo que somos, pela nossa aparência, pela nossa cor, pela nossa origem, se rica ou pobre. Nesse mundo, hoje, em que se discute se ainda estamos vivendo a modernidade ou já estamos experimentando a alvorada da pós-modernidade, já são inumeráveis os exemplos que dispomos para assegurar que são exatamente as diferenças que nos une, que nos faz melhores, quando as unimos, quando somamos nossas culturas, nossas riquezas, nossos pensares, nos tornamos cada vez mais capazes de superar dificuldades que sempre nos fizeram sofrer. Sim, foi encantador estar entre 3.000 pesquisadores das Ciências Sociais e assegurar que somos todos capazes, cada um de nós, independente de qualquer ‘diferença’ somos todos iguais enquanto humanos, que pena que isso não é verdade quanto ao "usufruir de direitos" ainda sofremos com a desigualdade social, a má distribuição de renda, a discriminação e o preconceito.




terça-feira, 2 de agosto de 2011

Normas para os trabalhos escolares

Para os estimados estudantes dos Colégios Batista de Itabuna e CISO, como combinado em sala de aula.

1. Tipo de papel:
A-4 (210 mm X 297 mm ).

2. Digitação:
a) utilização de um só lado do papel (Anverso da folha);
b) espaço entre linhas 1,5;
c) espaço entre linhas simples (1,0) para:referências bibliográficas e nota explicativa na página de rosto;
d) alinhamento justificado para todo o texto;
e) alinhamento à esquerda para referências bibliográficas e notas;
f) fonte Times New Roman, tamanho 12, para todo o texto.
g) os títulos e sub-títulos dentro de um capítulo ou unidade, recebem alinhamento à esquerda e são digitados em negrito (Times NewRoman, tamanho 12).
h) os títulos de capítulos são centralizados e são digitados em negrito, tamanho 14.

3.Margens e espaçamento:
De modo a permitir uma boa visualização do texto, assim como reprodução e encadernação corretas, devem ser observadas as recomendações a seguir:
a) 3,0 cm na parte superior;
b) 2,0 cm na inferior ;
c) 3,0 cm no lado esquerdo;
d) 2,0 cm no lado direito ;

4.Formato do texto:
Cada capítulo se inicia em uma página nova, sendo que o espaçamento entre cabeçalho e texto deve ser obedecido da introdução à conclusão do trabalho (3 cm), com exceção da capa, folha de rosto, dedicatória e agradecimentos.

Subtítulos dos capítulos deverão estar em destaque no interior da página, observando-se sempre a mesma distância.

Lembrando que este é apenas um ensaio do que é de fato um trabalho que obedece a regras ABNT, que é muito utilizado nas universidades, aliás não só utilizado como obrigatório.
Qualquer dúvida pode escrever neste espaço, ou mandar e-mail para: maik.35@hotmail.com

Bom trabalho para todos!


domingo, 24 de julho de 2011

Tese de doutorado defendida na USP faz cair por terra o mito da preguiça baiana

Colaboração: Carla Almeida

'Preguiça baiana' é faceta do racismo. A famosa 'malemolência' ou preguiça baiana, na verdade, não passa de racismo, segundo concluiu uma tese de doutorado defendida na USP. A pesquisa que resultou nessa tese durou quatro anos. A tese, defendida pela professora de antropologia Elisete Zanlorenzi, da PUC-Campinas, sustenta que o baiano é muitas vezes mais eficiente que o trabalhador das outras regiões do Brasil e contesta a visão de que o morador da Bahia vive em clima de 'festa eterna'. Pelo contrário, é justamente no período de festas que o baiano mais trabalha. Como 51% da mão-de-obra da população atua no mercado informal, as festas são uma oportunidade de trabalho. 'Quem se diverte é o turista', diz a antropóloga.


O objetivo da tese foi descobrir como a imagem da preguiça baiana surgiu e se consolidou. Elisete concluiu, após quatro anos de pesquisas históricas, que a imagem da preguiça derivou do discurso discriminatório contra os negros e mestiços, que são cerca de 79% da população da Bahia.

O estudo mostra que a elevada porcentagem de negros e mestiços não é uma coincidência. A atribuição da preguiça aos baianos tem um teor racista.

A imagem de povo preguiçoso se enraizou no próprio Estado, por meio da elite portuguesa, que considerava os escravos indolentes e preguiçosos, devido às suas expressões faciais de desgosto e a lentidão na execução do serviço (como trabalhar bem-humorado em regime de escravidão??). Depois, se espalhou de forma acentuada no Sul e Sudeste a partir das migrações da década de 40. Todos os que chegavam do Nordeste viraram baianos. Chamá-los de preguiçosos foi a forma de defesa encontrada para denegrir a imagem dos trabalhadores nordestinos (muito mais paraibanos do que propriamente baianos), taxando-os como desqualificados, estabelecendo fronteiras simbólicas entre dois mundos como forma de 'proteção' dos seus empregos.

Elisete afirma que os próprios artistas da Bahia, como Dorival Caymmi, Caetano Veloso e Gilberto Gil, têm responsabilidade na popularização da imagem. 'Eles desenvolveram esse discurso para marcar um diferencial nas cidades industrializadas e urbanas. A preguiça, aí, aparece como uma especiaria que a Bahia oferece para o Brasil', diz Elisete. Até Caetano se contradiz quando vende uma imagem e diz: 'A fama não corresponde à realidade. Eu trabalho muito e vejo pessoas trabalhando na Bahia como em qualquer lugar do mundo'. Segundo a tese, a preguiça foi apropriada por outro segmento: a indústria do turismo, que incorporou a imagem para vender uma idéia de lazer permanente 'Só que Salvador é uma das principais capitais industriais do país, com um ritmo tão urbano quanto o das demais cidades.'

O maior pólo petroquímico do país está na Bahia, assim como o maior pólo industrial do norte e nordeste, crescendo de forma tão acelerada que, em cerca de 10 anos será o maior pólo industrial na América latina.

Para tirar as conclusões acerca da origem do termo 'preguiça baiana', a antropóloga pesquisou em jornais de 1949 até 1985 e estudou o comportamento dos trabalhadores em empresas.

O estudo comprovou que o calendário das festas não interfere no comparecimento ao trabalho. O feriado de carnaval na Bahia coincide com o do resto do país. Os recessos de final de ano também. A única diferença é no São João (dia 24/06), que é feriado em todo o norte e nordeste (e não só na Bahia). Em fevereiro (Carnaval) uma empresa, cuja sede encontra-se no Pólo Petroquímico da Bahia, teve mais faltas na filial de São Paulo que na matriz baiana (sendo que o n° de funcionários na matriz é 50% maior do que na filial citada). Outro exemplo: a Xerox do Nordeste, que fica na Bahia, ganhou os dois prêmios de qualidade no trabalho dados pela Câmara Americana de Comércio (e foi a única do Brasil). Pesquisas demonstram que é no Rio de Janeiro que existem mais dos chamados 'desocupados' (pessoas em faixa etária superior a 21 anos que transitam por shoppings, praias, ambientes de lazer e principalmente bares de bairros durante os dias da semana entre 9 e 18h), considerando levantamento feito em todos os estados brasileiros. A Bahia aparece em 13° lugar. Acredita-se hoje (e ainda por mais uns 5 a 7 anos) que a Bahia é o melhor lugar para investimento industrial e turístico da América Latina, devido a fatores como incentivos fiscais, recursos naturais e campo para o mercado ainda não saturado. O investimento industrial e turístico tem atraído muitos recursos para o estado e inflando a economia, sobretudo de Salvador, o que tem feito inflar também o mercado financeiro (bancos, financeiras e empresas prestadoras de serviços como escritórios de advocacia, empresas de auditoria, administradoras e lojas do terceiro setor).

Depois desta análise, ainda é possível acreditar que o baiano é preguiçoso? Muito pelo contrário, é um povo dinâmico e criativo. A diferença consiste na alegria de viver, e por isso, sempre encontram animação para sair, depois do expediente ou da aula, para se divertirem com os amigos...

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Criar expectativas é aceitar o compromisso de satisfazê-las

Em uma reunião pedagógica, presenciei uma cena no mínimo curiosa. É triste observar como as pessoas às vezes não sabem lidar com o sucesso e o transforma em seu próprio algoz.

Um profissional de educação, convidado para dar  palestra para professores em uma escola da rede privada, chegou, cheio de aparatos, data show, notebook, powerpoint devidamente preparado.

Aí alguém, como pede a formalidade, começou a apresentá-lo: "O professor fulano de tal, é formado em Letras pela universidade tal, fez pós-graduação em outra tal, especialização em mais outra lá". Enquanto transcorria a apresentação, o apresentado tratou de imediatamente colocar no data show todos os seus títulos, suas conquistas acadêmicas e em seguida, com ar pomposo, iniciou a palestra.

Sua proposta era mostrar aos profissionais de educação presentes, os novos métodos de trabalho em sala de aula. Métodos, que segundo suas pesquisas e "vasta experiência" na área de educação, têm surtido grandes efeitos sobre a criançada, e, sem dúvida alguma, transformariam cada estudante em grandes conhecedores de todas as disciplinas a serem estudadas, muito mais que os velhos métodos de ensino ultrapassados, que deixou muita gente pelo caminho.

Fazia suas ponderações quando uma professora resolveu comentar uma de suas colocações. A profissional argumentou que não via daquela forma, entendia que as muitas tentativas de modernizar o ensino,  transformou a educação numa suposta panacéia, aquela que pode curar todos os males, coisa que na prática não vem ocorrendo pois, muito embora o professor deseja ser um agente de transformação com melhores resultados, o sistema de ensino no Brasil engessa o processo, desmotiva o docente no seu sonho de oferecer o algo mais. E afirmou que, apesar de estudar no método de ensino tradicional, estava ali, chegou onde queria chegar.

O palestrante não se deu por convencido e desafiou:“você chegou, mas quer ver eu te provar que o método antigo não é produtivo? Quantos de seus colegas conseguiram chegar onde você está?"
Ele não contava com a resposta da professora. Ela disse: “todos, todos os meus colegas conseguiram chegar!”

Ele arregalou os olhos e disse: "como assim? Todos?!" Outra docente mais experiente que por acaso havia sido professora da colega, completou: "sim! Todos os meus alunos chegaram à faculdade, e hoje estão  no mercado de trabalho como profissionais qualificados".

Um silêncio... um suspiro...e o palestrante disse: “ahh! Mas isso é uma exceção, na maioria dos casos, os estudantes vão ficando para trás". Se sim, ou se não, o fato é que esse episódio desconcertou o pobre rapaz, os argumentos foram ficando sem fundamentação, outros colegas entraram na discussão e se viu, nitidamente, que o rapaz amarelou. Em um dado momento, ficou claro, que o maior desejo dele era  terminar aquela palestra, pear a grana da contratação e sair daquele lugar o mais rápido possível, e foi exatamente o que aconteceu.

Não sei o que o leitor pensa, mas imagino que quando você se predispõe a defender algo, uma ideia, é preciso se cercar de argumentos poderosos, convincentes, quase irrefutáveis e se preparar para as perguntas que certamente surgirão. Ter para cada uma delas respostas que, se não respondem completamente, ao menos devolva para o questionador, a sensação de que é possível que seja mesmo assim.

Particularmente não vejo nada demais em você apresentar suas credenciais, afinal, você lutou para conseguir cada uma delas, e, de modo quase geral, as pessoas gostam de saber que estão diante de uma pessoa qualificada. No entanto, é preciso estar ciente que apresentar credenciais é criar expectativas. E quando estas são criadas, por favor, satisfaça-as, do contrário, você adquire o passaporte para seu próprio fim, seja em qualquer área da vida; no namoro, no casamento, no profissional, nas amizades, e em tudo que diz respeito às atividades humanas.

O mundo moderno, ou como queiram alguns estudiosos, o mundo pós-moderno ou líquido, se tornou muito exigente e competitivo. Não se aceita o mediano, o quase bom, é preciso buscar a excelência. Em tempos de ISO de todos os valores, o que vale mesmo é a superação de expectativas, e não o comum, o trivial. Este pode ser encontrado em quase todas as esquinas. Mas responda esta questão: depois de alcançada a excelência, por qual motivo algumas pessoas sentem repentina dificuldade em lidar com o sucesso?

sexta-feira, 1 de julho de 2011

E a vingança, a quem pertence mesmo?

Diz o ditado popular, que se vingança fosse um prato, seria algo para se comer frio. Ou seja, não se deve ter pressa para vingar-se, é preciso esperar, planejar, se cercar de provas, de proteção, para depois investir contra aquele ou aquela com quem queremos nos vingar.
No dicionário, vingar no sentido de vingança é tirar desforra, punir, castigar. Diferente de vingar no sentido de acontecer, que significa ter bom êxito, crescer, prosperar, vencer obstáculos. Êta língua portuguesa hein?!
Nesses últimos dias, na novela Insensato Coração da Rede Globo, apesar das questionadas atuações de alguns atores e atrizes, o Brasil acompanha, batendo recorde de audiência, a vingança de Norma (Glória Pires), contra Léo (Gabriel Braga Nunes) que no passado cometeu um crime e fez com que ela fosse considerada culpada, levando-a inocentemente a passar um bom tempo na cadeia.
Norma planejou cada detalhe da vingança, não aceita de forma alguma que nem mesmo a polícia chegue primeiro no meliante, tanto que o aprisionou em sua casa, tirando-lhe o direito de ir e vir, impossibilitando-o até mesmo de falar com familiares, negando-lhe todo e qualquer meio de comunicação com o mundo exterior, tentando fazê-lo sentir a mesma sensação que ela sentiu quando esteve atrás das grades.
Mas surgem as perguntas: até que ponto, fazer justiça com as próprias mãos traz real satisfação? Até onde podemos levar o nosso plano de vingança? Saberemos dosar adequadamente tal ato? Ou acabaremos nos tornando criminosos, nos equivalendo ao inimigo, objeto de nossa vingança?

A trama em " Insensato Coração":
vale a pena fazer justiça com as próprias mãos?

Quais os reais benefícios da justiça com as próprias mãos, se há? E quais os perigos que enfrentaremos se nos colocarmos frente a frente com o inimigo? São inúmeros os questionamentos que surgem numa situação como esta. Quantas vezes ao longo da nossa vida já sentimos vontade de revidar imediatamente ao que nosso malfeitor nos fez? Quantas vezes torcemos para que aquela pessoa que nos prejudicou se dê mal na vida? Ou quantas vezes ao saber que um inimigo se deu mal, soltamos aquele riso interno descarado e muitas vezes exclamamos; "bem feito! Mereceu!"
Norma, lá na novela, está se vingando em alto nível, utilizando de todo o poder que chegou às suas mãos, mas ao mesmo tempo levou para dentro de sua casa um inimigo peçonhento de alta periculosidade, é um tiro que não mata e que ainda pode sair pela culatra e ela acabar se tornando vítima do veneno do inimigo, ou até do veneno que ela mesma produziu contra ele.

Por fim, mais algumas perguntas: sabemos mesmo elaborar e executar sem nenhum risco nosso plano de vingança? Será que vale a pena abrir mão da prerrogativa do Estado em aplicar a lei contra nosso malfeitor?
Até que ponto a vingança pertence a Deus ou aos homens? O que você acha disso? Comente.

sábado, 25 de junho de 2011

Festas juninas e Gonzagão - inseparáveis

Anúncio da festa em Caruaru - PE, cantada por Luís Gonzaga
como a Capital do Forró.
A festa de São João no Nordeste é uma festa "arretada" de boa. Considero que não há festa popular mais rica em termos culturais e com tão grande participação popular. Nela participam todos: ricos, pobres, gente de toda categoria, sem distinção. Aliás, é quando o homem simples do campo está na moda, a fantasia principal é calça remendada, camisa de chita estampada ou quadriculada, chapéu de palha e ainda tem aqueles que pintam um dente de preto pra dizer que tá "banguelo". Sem dúvida alguma é irresistível uma fogueira queimando na noite fria, um quentão (bebida típica) pamonha, canjica, amendoim cozido, milho assado, carne assada, muita azaração e por aí vai.
As festas juninas são completas. Tem alegria, calor humano, simplicidade, muita comida boa e música, muita música típica como o forró pé de serra, cujo artista principal é um sanfoneiro com chapéu de couro, e chinelo de dedo acompanhado por um zabumbeiro e um triângulista (tocador de triângulo), pronto a festa está completa.
Na parte musical não dá pra falar, forró de São João sem mencionar Luiz Gonzaga, o Gonzagão, cantor e compositor das canções mais tocadas nas festas Juninas até os dias atuais. A história de Gonzaga e de sua sanfona ele mesmo conta, dizendo que depois de ameaçar o pai de sua noiva que espalhou em sua cidade natal Exu, uma pequena cidade pernambucana, que ele não tinha futuro algum como tocador de sanfona, e que por isso não podia casar com sua filha.
Sua mãe e seu pai lhe deram uma surra, pois não aceitava que filho deles agredisse ninguém. No dia seguinte fugiu de casa e saiu pelo brasilzão. Depois de 9 anos servindo ao Exército, chegou no Rio de Janeiro, comprou uma sanfona branca e foi tocar pela cidade, passou a ser conhecido, gravou discos e começou a ganhar dinheiro, até que um dia resolveu voltar para sua terra natal. Lá se achando grande tocador, famoso e com dinheiro, quis se engrandecer para os conterrâneos. Seu pai, Januário, inventor da sanfona de 8 baixos, construída a partir de pedaços de madeira, tubos de canos de metal e sobra de outros instrumentos, via e ouvia seu filho se mostrar como sua sanfona 120 baixos. No meio do povo, indignado com aquela tentativa de Luís gonzaga em "ser melhor tocador" do que o pai, um velho conhecido da família bradou: "Luí" respeita Januário! Tu pode ser famoso, mas teu pai é mais tinhoso e aqui no sertão ninguém toca igual a ele! Respeita os 8 baixos do teu pai.
Esse episódio inspirou uma das músicas mais incríveis do repertório de Luíz Gonzaga; Respeita Januário. Composição em parceria com Humberto Teixeira que transcrevo aqui como foi composta, inclusive com seu impagável comentário, aludindo à fala do "Cumpade Véi Jacó". Simplesmente sensacional.

Respeita Januário
Composição: Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira

Quando eu voltei lá no sertão
Eu quis mangar de Januário
Com meu fole prateado
Só de baixo, cento e vinte, botão preto bem juntinho
Como nêgo empareado
Mas antes de fazer bonito de passagem por Granito
Foram logo me dizendo:
"De Itaboca à Rancharia, de Salgueiro à Bodocó, Januário é o maior!"
E foi aí que me falou meio zangado o véi Jacó:
Luíz respeita Januário
Luíz respeita Januário
Luíz, tu pode ser famoso, mas teu pai é mais tinhoso
E com ele ninguém vai, Luíz
Respeita os oito baixo do teu pai!
Respeita os oito baixo do teu pai!
Eita com seiscentos milhões, mas já se viu!
Dispois que esse fi de Januário vortô do sul
Tem sido um arvorosso da peste lá pra banda do Novo Exu
Todo mundo vai ver o diabo do nego
Eu também fui, mas não gostei
O nego tá muito mudificado
Nem parece aquele mulequim que saiu daqui em 1930
Era malero, bochudo, cabeça-de-papagaio, zambeta, feeei pa peste!
Qual o quê!
O nêgo agora tá gordo que parece um major!
É uma casemiralascada!
Um dinheiro danado!
Enricou! Tá rico!
Pelos cálculos que eu fiz,
ele deve possuir pra mais de 10 ontos de réis!
Safonona grande danada 120 baixos!
É muito baixo!
Eu nem sei pra que tanto baixo!
Porque arreparando bem ele só toca em 2.
Januário não!
O fole de Januário tem 8 baixos, mas ele toca em todos 8
Sabe de uma coisa? Luiz tá com muito cartaz!
É um cartaz da peste!
Mas ele precisa respeitar os 8 baixos do pai dele
E é por isso que eu canto assim!
"Luí" respeita Januário
"Luí" respeita Januário
"Luí", tu pode ser famoso, mas teu pai é mais tinhoso
Nem com ele ninguém vai, "Luí"
Respeita os oito baixo do teu pai!
Respeita os oito baixo do teu pai!
Respeita os oito baixo do teu pai!

quarta-feira, 22 de junho de 2011

O amor de um filho para com o pai - menino americano de 7 anos dirige 30km para tentar encontrar o pai

CASEVILLE, EUA - Um garoto de 7 anos, descalço e usando pijama, pegou o carro de sua mãe e dirigiu por 30 quilômetros, chegando a velocidade de 80 km/h, para tentar encontrar seu pai, que mora em outro estado.
Perto do objetivo, ele foi parado pela polícia do estado americano de Michigan.
- Ele estava chorando e dizia incessantemente que queria ver seu pai. E foi isso: ele só queria ir para a casa do pai - disse Jamie Learman, chefe da polícia da cidade de Caseville, onde o menino foi pego.

A polícia começou a procurar por um carro Pontiac Sunfire na manhã desta segunda-feira após uma denúncia sobre um motorista muito novo que passara na região.

O menino estava morando com sua mãe na área rural de County's Sheridan Township, norte do estado de Detroit. Ela tinha trabalhado no turno da noite e não tinha conhecimento que seu filho e o carro tinham desaparecido.

O garoto esperava chegar na cidade do pai, Filion, também no norte de Michigan.

Fonte: G1

terça-feira, 21 de junho de 2011

Escrever é criar. É também brincar de ser Deus!

As vezes ficava me perguntando porque meus colegas na faculdade não escreviam nada para ser publicado no blog do curso. Deixava-me um pouco decepcionado, afinal construi o blog pensando neles, na intenção de publicar suas ideias, suas inquietações e promover entre nós um exercício daquilo que é o nosso objetivo enquanto estudantes de Ciências Sociais. Questionar, pesquisar, opinar. O fato é que poucos me enviam textos, mesmo os que defendem uma bandeira não parecem dispostos a escrever algo sobre o assunto preferido. Isso me deixava também intrigado, achava que era porque não tinham interesse em publicar no blog, ou que o blog não se fazia merecido para tal. Tudo isso pensava até que ultimamente passei a experimentar essa dificuldade de escrever em mim mesmo, mesmo sendo uma atividade que me faz muito bem. Mas há momentos que de fato, não conseguimos produzir.

Outro dia um colega me confessou que tinha um assunto sobre o qual precisava e queria muito escrever, já sabia até por onde começar, mas não se sentia motivado a fazê-lo. Por várias vezes sentava em frente ao computador e simplesmente o texto não saia, é uma coisa incrível.

Tenho passado por isso nestes últimos dias, depois de ter passado dois meses na labuta para escrever sobre um tema específico para apresentar em um congresso de cientistas sociais, parece que não me encontro com motivação para escrever mais alguma coisa. É como se estivesse precisando recarregar as baterias. Fico pensando o que acontecia com grandes escritores como William Sheakspeare, que precisavam encontrar inspiração sempre, e que por inúmeras vezes saiam do seu “habitat natural” para encontrar inspiração. Como renomados escritores buscaram suas fontes de inspiração ao viajar pelo interior, por lugares remotos, ouvindo histórias, relatos incríveis, numa situação em que a base da história não se encontra necessariamente no escritor, mas no seu mundo exterior. Como aconteceu, por exemplo, com Euclides da Cunha e seu incrível “Os sertões”. Posso crer que de modo geral a inspiração não era assim tão ininterrupta e sua busca fora do contexto em que vivia era imprescindível.

Escrever é um estado de espírito, é momento propício, é inspiração. É buscar um tema, um assunto norteador, não por acaso se buscarmos ler as biografias dos grandes escritores, veremos que além de suas próprias histórias de vida, encontravam inspiração em acontecimentos marcantes da história, na vida inusitada de pessoas simples e famosas.

Escrever é criar, inovar. É, assim como fazem os cientistas inventores, brincar de ser Deus, e não há mal algum nessa brincadeira, afinal fomos todos criados à sua imagem e semelhança. Mas por isso mesmo não é uma atividade fácil de desempenhar, é desafiadora, porém gratificante. E você? Qual a sua opinião sobre esse assunto? Inspire-se e escreva aqui seu pensar! Exercite-se! Quem sabe seja este um bom momento para começar a tão honrosa atividade?!

terça-feira, 14 de junho de 2011

A liberação da maconha e seus efeitos sobre a sociedade brasileira.


DEGRADAÇÃO
 A montagem acima sobre a foto
de um modelo simula os efeitos
 de alguns anos de uso de drogas.
Click na foto e veja detalhes.
 Por Carlos Alberto Di Franco
Paul Johnson é um dos grandes historiadores e intelectuais da atualidade. Autor do monumental Tempos Modernos, seus textos são provocadores. Em seu livro Os Heróis, destaca a importância decisiva das lideranças morais.
“Os heróis”, diz, “inspiram, motivam, (...) Eles nos ajudam a distinguir o certo do errado e a compreender os méritos morais da nossa causa”. Os comentários de Johnson trazem à minha memória a vida de um herói, cuja morte ocorreu na madrugada do dia 29 de maio, em Taquaritinga, interior do Estado de São Paulo: Leo de Oliveira, diretor da Comunidade Terapêutica Horto de Deus (www.hortodedeus.org.br).
Leo lutou bravamente contra um câncer devastador. Fragilizado, com as defesas na lona, sucumbiu ao ataque oportuno de uma pneumonia. Nunca se queixou. Tinha uma fé inquebrantável, raiz de seu otimismo contagiante. Após uma consulta ao seu oncologista, e na iminência de uma nova cirurgia, enviou-me uma mensagem bem característica de sua maneira de enfrentar as contradições: “Não existe outra alternativa. Cirurgia. O novo tumor está atrás do coração. Nada que Deus não possa resolver”. Assim era Leo.
Não pensava em si mesmo. Sua vida foi uma dedicação total aos seus “meninos”, aos dependentes de drogas que, ao longo de três décadas, encontraram nele um braço de pai e um coração de mãe. Mais de mil jovens recuperaram a dignidade e a esperança na entidade fundada por Leo de Oliveira. Seu sepultamento, na tarde ensolarada do último domingo de maio, foi impressionante. Centenas de jovens recuperados, vindos dos quatro cantos do Brasil, desembarcaram na pequena Taquaritinga. As lágrimas não eram apenas um frêmito de dor. Eram um grito de agradecimento, uma sentida despedida àquele que lhes devolveu a vida.
Em contraste com o trabalho de recuperação dessa entidade, com notáveis índices de recuperação, vejo, com preocupação, renovadas tentativas de liberação das drogas, algumas capitaneadas por lideranças respeitáveis. É o caso do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Todos, menos os ingênuos, sabem que, assim como não existe meia gravidez, também não há meia dependência. É raro encontrar um consumidor ocasional. Existe, sim, usuário iniciante, mas que muito cedo se transforma em dependente crônico. Afinal, a compulsão é a principal característica do adicto. Um cigarro da “inofensiva” maconha preconizada pelos arautos da liberação pode ser o passaporte para uma overdose de cocaína.
Segundo o respeitado especialista Ronaldo Laranjeira, professor do departamento de psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo e coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (UNIAD), os defensores da liberação preconizam uma solução teórica, mas completamente irreal. “Acha-se no Brasil que se tivermos maior liberdade para usarmos drogas, ou afrouxarmos os controles sociais, acabaremos com o crime, com o tráfico e com o consumo desenfreado de drogas. Somente uma visão desconectada do mundo das drogas poderia sustentar esse castelo de areia conceitual. Um dos aspectos importantes é que, ao afrouxarmos os controles sociais, seguramente aumentaremos o consumo das drogas. Quem pagará essa conta será a população com menor poder aquisitivo, e não aquela que participa de passeatas em favor da maconha. Um a cada dez adolescentes que consomem maconha terá um surto psicótico. O custo social e humano desse fenômeno será pago por quem menos consegue arcar com a saúde. Os grandes desafios em relação às drogas no Brasil é criarmos experiências de prevenção que efetivamente funcionem e desenvolvermos um sistema de tratamento para os que ficam dependentes químicos”, conclui Laranjeira.
Leo de Oliveira morreu pobre. Nunca ocupou as manchetes dos jornais. Mas foi um autêntico herói. Os dependentes de drogas recuperados pela eficácia do seu trabalho silencioso encontraram nele um exemplo e um modelo de dedicação e carinho. Sua existência foi fecunda. E sua presença se perpetuará no brilho dos olhos de centenas de jovens.
Carlos Alberto Di Franco é diretor do Master em Jornalismo, professor de Ética e doutor em Comunicação pela Universidade de Navarra e colunista do Jornal A Tarde.
Texto publicado no Jornal A Tarde de 13 de junho de 2011.

domingo, 12 de junho de 2011

Blogosfera - a democratização da comunicação promovendo a opinião pública e influenciando nas mudanças sociais.

Esta Matéria foi produzida pelos blog's O Recôncavo e o Blog do Gusmão.

"As grandes corporações da mídia nacional não quer
 regulamentação,  porque, na prática,
elas já regulamentam o mercado".
( Altamiro Borges)
O Secretário de Comunicação do Estado da Bahia, Robinson Almeida, defende o fortalecimento e a organização dos blogueiros progressistas, inclusive na disputa pelo mercado publicitário. Robinson Almeida é um dos debatedores do BlogprogBahia, encontro estadual dos blogueiros progressistas da Bahia, que acontece neste fim de semana (11-12/06) no Hotel Fiesta, em Salvador.

Ao falar do tema “Políticas Públicas de Comunicação e Democratização das Verbas Publicitárias”, o jornalista Altamiro Borges (Vermelho e Barão de Itararé) adverte que a área de comunicação do Brasil sempre foi hegemonizada pelo setor privado, lembrando que esta não é a história da experiência da comunicação na Europa, por exemplo. Para Miro, a “complementaridade entre o setor público e o privado” nunca existiu no Brasil. Para ele, o Estado brasileiro nunca teve uma política pública de comunicação e nunca enfrentou a regulamentação do setor, que a grande imprensa chama, marotamente, de “censura”. As grandes corporações da mídia nacional não quer regulamentação, porque, na prática, elas já regulamentam o mercado.
Daí a necessidade de criarmos políticas públicas de comunicação que assegurem a diversidade e liberdade da comunicação, tendo o Estado brasileiro um papel fundamental neste processo, explica Altamiro Borges. Para ele, os blogueiros devem buscar o que nos unifica: a democratização da comunicação, a liberdade de expressão, democracia e justiça social. Aí, segundo ele, teremos a capacidade de ajudar a democratizar a comunicação no Brasil.

Texto extraído do Blog do Gusmão (www.blogdogusmao.com.br)

sábado, 11 de junho de 2011

O Ensino de Sociologia, um tiro que pode sair pela culatra!

Já escrevi neste blog que o ensino da Sociologia é coisa séria. Considero esta disciplina como a mais importante para produzir cidadãos com senso crítico a partir do Ensino Médio, quem quiser fique à vontade para discordar, mas particularmente não vejo outra disciplina com esse potencial, mesmo a Filosofia, outra importante disciplina, não carrega em si tanta responsabilidade.
A Sociologia, com seu viés analítico sobre os fatos sociais, sobre as ações humanas, sobre a vivência em sociedade, com seu olhar privilegiado sobre as relações comerciais e de consumo, tem o potencial nato de apresentar diagnósticos próximos do real que sem dúvida alguma podem ser utilizados com louvor para solucionar problemas sociais graves, como a fome, o analfabetismo, a má distribuição de renda, a violência, a intolerância entre outros.
Mas todo esse potencial pode estar em risco, há algo acontecendo nas salas de aula que preocupa. O fato de se olhar para Sociologia como uma intrusa na educação brasileira, e como intrusa não se dá a ela um tratamento adequado. Acha-se que o professor responsável pela disciplina pode ser qualquer um, mesmo que com outra formação, pode assumir a título de compor carga horária. Quando se precisa de horários para desenvolver qualquer tipo de trabalho extracurricular advinha de onde se tira o tempo de aula? Da sociologia. A título de apressar a “decoreba” para testes como o ENEM no intuito de promover a imagem do colégio junto à sociedade, apressam-se conceitos sociológicos à compreensão de estudantes que estão tendo primeiro contato com a disciplina, como no caso do 1º ano do Ensino Médio, quando a primeira necessidade é contextualizar, apresentar os autores, sua biografia, seus pensamentos, fazendo com que cada estudante compreenda o porquê da existência da Sociologia e sua importância, de modo gradativo. Por tudo isso, é preocupante o que estamos vendo no ensino de Sociologia.
Pedimos calma, sabedoria e responsabilidade àqueles que cuidam da educação brasileira, sem isso, veremos uma oportunidade única de se ter uma sociedade mais consciente de seus deveres e privilégios, saindo pelo ralo, por causa do nosso imediatismo, da nossa precocidade em querer apresentar algo que ainda não temos ou não somos. Esse tipo de aprendizado requer tempo, precisa de estruturação, de base, para surtir efeito satisfatório, ou então correremos o risco de produzir seres humanos com conhecimento superficial, incapazes de desenvolver em si mesmos uma visão de mundo satisfatória. Tomemos cuidado, muito cuidado!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Uma explicação!

Olá queridos amigos leitores,
desculpem minha ausência do blog esses dias, estive muitíssimo ocupado produzindo um estudo analítico sociológico sobre as organizações protestantes e responsabilidade social nas cidades de Itabuna e Ilhéus, para apresentar no CONLAB ( Congresso Luso Afro Brasileiro de Ciências Sociais) que acontecerá em Salvador.
Tem sido um trabalho cansativo, que tem exigido muito de mim, mas finalmente chegamos ao final da primeira parte de um trabalho que já dura 1 ano e meio. Em breve estaremos socializando nesse espaço o resultado dessa produção de conhecimento. Desde já agradeço a compreensão de todos e já vou avisando! Estou de volta!!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

MEC reduz 11.000 vagas em curso de direito em todo país por baixo desempenho

'O Ministério da Educação resolveu reduzir o número de vagas ofertadas por 136 cursos de Direito Brasil afora, por apresentarem resultado insatisfatório no conceito preliminar de curso. Foi levado em consideração o desempenho do aluno, o corpo docente, a infraestrutura e os recursos didático-pedagógicos.
Na Bahia 7 faculdades foram afetadas, são elas: FACISA - Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Itamarajú, IESUB - Instituto de Educação Superior Unyhana de Barreiras, FARB - Faculdade Regional da Bahia, IESUS - Instituto de Educação Superior Unyhana em Salvador, FTC - Faculdade de Tecnologia e Ciências de Vitória da Conquista, FMC - Faculdades Metropolitanas de Camaçari, FSF - Faculdade São Francisco de Barreiras, que perderam ao todo cerca de 300 vagas. Uma característica peculiar é que todas são do ensino privado.
Não precisa nem dizer que a OAB adorou a iniciativa do MEC, num momento em que se questiona a legitimidade da prova de admissão da Ordem dos Advogados, comprova-se que a qualidade do ensino do Direito é deficitário em todo o país.
O presidente nacional da Ordem, Ophir Cavalcante, disse em entrevista: "A partir do momento em que o MEC começa a corrigir essas distorções históricas, começa a exigir das faculdades de Direito qualidade, sobretudo nas faculdades particulares, certamente nós vamos evoluir melhor e construir efetivamente um bom ensino jurídico no País".
A temida prova de admissão, utilizada pela Ordem para fazer uma triagem dos melhores formados em Direito, não chega a ser o que na Europa e nos Estados Unidos é tido como filosofia de ensino, a meritocracia, assunto já abordado nesse blog, mas de fato exige que quem se predisponha a fazê-la, dedique-se bem aos estudos, tanto que o desembargador e ex-vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Sylvio Capanema, admitiu:  “As provas da OAB estão num nível de dificuldade absolutamente igual às da defensoria do Ministério Público e, se bobear, da magistratura. Posso dizer com absoluta sinceridade que eu, hoje, não passaria no Exame da Ordem.”
Agora imagine fazer um curso de Direito em uma faculdade que sequer tem um corpo docente capacitado para preparar os estudantes para um prova destas! E ainda ter que pagar por isso! É mediocridade na certa. Sinceramente vejo com bons olhos a intervenção do MEC, como também concordo com a prova de admissão da Ordem, ao menos de modo parcial é um instrumento para separar o joio do trigo, sob pena de se não fizer assim, corrermos o risco de testemunharmos ainda mais injustiças, mais do que já estamos acostumados.

terça-feira, 31 de maio de 2011

É tempo de reciclar - como fazer lâmpada com garrafa pet

A claridade chega a ser o equivalente produzido
 por lâmpadas convencionais de 40 a 60W.
Se sua casa durante o dia tem algum cômodo onde você precisa ligar a luz toda vez que quer acessá-lo, eis que apresentamos uma ideia genial que vai fazer você economizar energia e ainda de quebra ajudar na sustentabilidade do nosso querido planeta. Sr. Alfredo Mozer, mecânico em Uberaba - MG, desenvolveu algo  simples, mas muito eficiente, a lâmpada de garrafa pet. Vamos ao passo a passo:

Material - garrafa pet transparente de 2 litros, água sanitária ou cloro, água limpa, pedaço de cano preto ou fita isolante preta.

Modo de fazer: encher a garrafa de água, acrescentar 2 tampas da garrafa de cloro ou água sanitária, fechar bem a garrafa e colocar o cano preto ou fita isolante preta na tampa para protegê-la, evitando que o sol não a danifique.

Instalação: furar buraco no telhado na proporção da circunferência da garrafa, fixar a pet com cerca de 8cm da garrafa para fora do telhado, em seguida vedar bem o local para não ter problema de gotejamento.
Pronto, sua lâmpada ecológica está instalada, durará muito tempo você não precisará ficar trocando lâmpadas, nem gastando energia, estará aproveitando a luz solar e salvando o nosso planeta.

veja video abaixo:

domingo, 29 de maio de 2011

Somos responsáveis pelas mudanças que desejamos

Recebemos um e-mail daqueles que não podemos deixar de dar a sua devida atenção. Trata-se de um cidadão de Gongogi, umas das nossas cidades aqui do Sul da Bahia. A comunidade que tem apenas 11.000 habitantes, conta com a ação comunitária de jovens comprometidos com o bem-estar social, especialmente quando o assunto é educação. Grandes resultados tem sido alcançados. Liderados pelo escrevente de cartório do Tribunal de Justiça da Bahia, Jorge Souza, a equipe desenvolve trabalhos de importância significativa como a manutenção de uma biblioteca, encontros semanais com crianças e adolescentes para contar histórias, aulas de teatro com base na Música Popular Brasileira, além de um curso pré-universitário. Como reconhecimento por esse virtuoso trabalho com a comunidade de Gongogi, Jorge acaba de receber o Prêmio Servidor Cidadão, oferecido pela Secretaria da Administração do Estado, a SAEB. Resolvemos postar aqui essa história, porque em uma época onde assistimos entristecidos o descaso com a educação no nosso Estado, essa é uma prova contundente de que nós, cidadãos, somos responsáveis para promover as mudanças que desejamos. Jorge Souza está conseguindo promover mudanças significativas, com desprendimento, compromisso e altruísmo. Que seja para nós, exemplo.
Veja o vídeo abaixo, conheça Jorge Souza e não esqueça de deixar seu comentário.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

O descaso do governo de Wagner com a educação na Bahia

Tirou a barba e quer tirar os direitos dos estudantes
e das universidades.
O nosso "querido" governador Jacques Wagner, eleito com 60% de votos (o meu, o seu voto, os nossos votos!), colocou uma pedra na divulgação do que está acontecendo com nossas universidades estaduais. Em completo descaso com o nível superior na Bahia, ele paga um dos piores salários do Nordeste aos professores universitários, mas manda o reitor de uma das maiores universidades públicas do estado dizer que o professor ganha em média 7 mil reais, que 7 mil reais, pro interior, é bom, né? O jornal A Tarde, em vez de investigar a respeito, simplesmente publica, como se faz numa matéria paga!

O professor que ganha 7 mil (brutos) é aquele em fim de carreira, que já tem no mínimo 20 anos de universidade, que tem 40 horas, dedicação exclusiva, que já permaneceu dois anos como auxiliar  A, dois anos auxiliar B, estudou dois anos para ter mestrado, permaneceu dois anos como assistente A e mais dois anos como B, fez de quatro a cinco anos de doutorado, esperou uma vaga de adjunto, ficou dois anos como adjunto A e mais dois anos como adjunto B, pleiteou uma vaga de titular, orienta projetos, dá aula...
 
Então, esse professor recebe 7 mil de salário! É um excelente salário! Principalmente em comparação com um funcionário da justiça ou do executivo que mal tem graduação e recebe igual ou melhor do que ele. Mas 70% dos professores das nossas universidades estaduais não ganham 7 mil, nem brutos nem líquidos.
Para piorar a situação, eis que o governo aprova um decreto que acaba com a independência das universidades.
 
Na prática, além dos baixos salários, as UEBAs sofrem corte de verbas, o que impede a contratação de professores substitutos, impossibilitando a saída dos docentes para qualificação, e ainda sofre com a alteração no regime de trabalho de professores que não podem pedir Dedicação Exclusiva - provavelmente porque o governador considera um luxo "desnecessário" o docente se dedicar unicamente à universidade e ganhar por isso. Porém, tanto o governador quanto o secretário estão nas TVs locais todo dia dizendo que o decreto "não impede o crescimento das UEBAs e nem a saída de professores para qualificação", pois os processos estão sendo "vistos um a um" e liberados "na medida do possível".
 
Só faltou dizer que quem estiver com "painho" está com Deus. É o nosso coronel carioca, agora, sem barba!
 
Além disso, corta gastos com cursos, seminários, capacitação e treinamento dos servidores públicos, água, energia, xerox, telefone, ônibus e demais veículos da universidade, assinatura de revistas e jornais. Ou seja, além de ter que lidar com péssimas estruturas, materiais de qualidade duvidosas e um descaso completo para com os nossos queridos mestres, agora ele quer inibir a divulgação disso. O nosso governador carioca quer que nós, baianos, esqueçamos dos nossos estudos e que sejamos apenas escravos do sistema, que não tenhamos consciência sobre nossos atos. Quer que sejamos apenas ferramentas para aumentar a renda do estado e diminuir a nossa capacidade de, nas próximas eleições, reduzir os 60% de aprovação a 6% - como foi feito com outros carlistas que investiram tanto contra a educação que hoje, coitados, não conseguem se eleger a nada!
 
Essa carta aberta pede a todos que a enviem a seus contatos, pois com as matérias pagas nos nossos jornais e as declarações falsas de reitores e secretários poucos sabem o que realmente está acontecendo, porque as quatro universidades estaduais da Bahia estão em greve, porque os representantes do governo sequer aparecem nos encontros marcados para dar sua posição quanto às reivindicações e negociar as cláusulas da greve. Pedimos a cada um que ler reenviar para todos os seus contatos.
 
NÃO FIQUE QUIETO, NÃO DEIXE O GOVERNO NOS ALIENAR. ISSO NÃO É UMA CRÍTICA PARTIDÁRIA, É UMA CRÍTICA AO COMPLETO DESCASO DO NOSSO GOVERNO COM OS NOSSOS ESTUDOS. OS PROFESSORES, MESMO COM OS SALÁRIOS CORTADOS, PERMANECEM EM GREVE. SOMOS ESTUDANTES E QUEREMOS A VERDADE!
 
 
 
Amanda dos Santos Teles
Graduanda do curso Ciências Farmacêuticas - UEFS

quinta-feira, 26 de maio de 2011

A Educação Brasileira e a Meritocracia

A situação da educação brasileira é mesmo preocupante. Intelectuais das mais variadas áreas demonstram preocupação com o futuro do Brasil, porque se vê a necessidade de uma transformação urgente no modo como se educa no país. É inevitável a comparação com países que conseguiram dar a volta por cima utilizando exatamente a educação do seu povo, a China é um belo exemplo disso. A Europa já a bastante tempo, pelo menos a mais de um século mostra ao mundo a importância de levar a sério essa tão importante área da sociedade. Aqui nesse espaço, estamos publicando texto acerca desse tema, hoje oferecemos um texto que é parte de uma entrevista concedida à revista Veja dessa semana do premiado matemático Jacob Palis, agraciado com o premio Balzan, um dos mais prestigiados conferidos a pesquisadores. Perguntado sobre qual a melhor maneira de trabalhar com os estudantes em sala de aula ele respondeu da seguinte maneira:
"A experiência das melhores escolas no Brasil e no exterior, mostra que uma aula pressupõe desafiar os estudantes o tempo todo, de modo que eles sejam expostos a problemas cada vez mais complexos e estimulantes intelectualmente, o avesso da decoreba. Apenas num ambiente assim se abre o espaço necessário para a inventividade. O problema é que muita gente no Brasil ainda resiste a essas ideias. Dizem que os grandes desafios causam pressão sobre estudantes tão jovens e aguçam a competitividade. Mas porque se opor à competição num ambiente escolar? Não faz sentido. Precisamos, repito, criar mecanismos para rastrear os talentos precoces para as ciências e dar-lhes todas as oportunidades e incentivos, como ocorre, há mais de um século, no mundo desenvolvido.
É tarefa que demanda persistência, mas deve ser levado a cabo. Sem isso, um país não tem como almejar aparecer entre os melhores nos rankings de produção científica e de inovação, estamos falando de uma condição básica para equacionar o déficit de cérebros brasileiros voltados para a pesquisa científica".
Percebemos no discurso de Palis uma linha bastante baseada na meritocracia como acontece nas melhorses universidades do mundo. O Brasil é conservador nesse aspecto, prefere tornar equivalente em tratamento os melhores e os piores, e acaba não estimulando os talentos que surgem em nossas instituições de ensino. No momento em que mudarmos a linha de pensamento e passarmos a investir nos talentos, dando condição desses se aprimorarem e se dedicarem exclusivamente ao estudo, assim como acontece nos países desenvolvidos, teremos a chance de mudar o quadro da produção científica brasileira.
É também preciso mudar a política de investimentos no tripé acadêmico estudo, pesquisa e extensão que no nosso país infelizmente ainda é considerado insuficiente. Em proporção ao PIB, a China investe 40% a mais do que o Brasil para  a área da pesquisa, cogita-se que sairemos dos míseros 1,2% para os não menos míseros 1,8%, muito pouco para quem sonha ser um país de primeiro mundo.

sábado, 21 de maio de 2011

We are the world para o Haiti

Há muito o que fazer em favor do povo haitiano.
É emocionante e contagiante quando as pessoas se unem em torno de um ideal. É talvez a maior prova que podemos realizar grandes coisas. Quando a canção We are the world foi gravada pela primeira vez nos idos anos 1980, mais precisamente 1986, o desejo era arrecadar fundos para a África sofrida, a parte daquele continente que sofria com a fome e todo tipo de doenças. Grandes nomes da música mundial se reuniram para esse feito, como Bob Dylan, Lionel Richie, Stevie Wonder, Paul Simon, Kenny Rogers, Tina Turner, Diana Ross, Willie Nelson, Al Jarreau, Bruce Springsteen, Cindi Lauper, Ray Charles, muitas outras grandes estrelas e Michael Jackson, que aliás junto com Lionel Richie compuseram esta canção que foi dirigida pelo maior maestro e produtor musical que o mundo conheceu, Quincy Jones, grande responsável pela carreira de Michael Jackson. O empreendimento surtiu efeito e grande soma de dinheiro foi arrecadada para benefício do povo africano, culminando na criação da fundação We are the world. Em 2010, Quincy Jones com o apoio de Visa, voltou a reunir grandes nomes da música mundial, agora para ajudar o povo do Haiti, uma releitura fantástica de uma das melhores músicas que o mundo já ouviu, veja como ficou o resultado final.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

O que o Brasil quer ser quando crescer?

Segunda-feira é meu dia de folga, costumo separar esse dia para ler e escrever, e foi assim que lendo a revista Veja dessa semana, me deparei com um texto de Gustavo Ioschpe, sobre a situação da educação no Brasil. Já faz algum tempo que venho tendo contato direto com a situação do estudante brasileiro, em meu envolvimento, estou tendo uma experiência inusitada, ministro aulas em um colégio particular, acompanho a aplicação da disciplina sociologia em um colégio público de ensino médio e desenvolvo uma oficina de meio ambiente e relações pessoais para educandos do ensino fundamental em uma escola municipal. Dá para observar as diferenças e igualdades em uma clientela que precisa aprender, que o Brasil precisa ensinar e que a sociedade espera que esteja preparada para o futuro.
O que vejo é de fato a diferença daquilo que chamamos "aprender" entre o ensino público e privado, sem dúvida que a aplicação é diferenciada no ensino privado, mas é privilégio para poucos. No ensino público há professores comprometidos, mas também há estudantes descomprometidos especialmente no ensino fundamental, consertar isso tem sido motivo de um esforço hercúleo por parte dos educadores. Os estudantes provocam o professor, pirraçam, fazem pouco caso, desobedecem, ameaçam e até vai a vias de fato. Já foi o tempo em que se podia dizer que professor é autoridade e como tal deve ser respeitado. E por conta de coisas como essa, percebemos uma derrocada da educação, os resultados são cada vez mais difíceis de serem aceitos, mas e o Brasil, qual é o papel do poder público brasileiro e como é vista a educação nacional? No texto de Ioschpe intitulado " O que o Brasil quer ser quando crescer" ele chama a atenção para o fato de que o país não  utiliza a educação como ferramenta estratégica para o desenvolvimento. E de fato, se analisarmos a política brasileira, não encontramos lideranças que estejam preocupadas em desenvolver um projeto de país para as próximas gerações, ao menos a médio e longo prazo, tudo que ensinam é que não podemos desistir nunca, que o Brasil é um país de todos e agora como bem cita o autor em seu texto, Dilma traz a ideia de erradicação da miséria, indicando apenas o país que não queremos, mas e o que seremos? Ao analisar a história de países que obtiveram sucesso em seus projetos sociais, vemos que inevitavelmente seu desenvolvimento passou por um periodo de preparar seu povo para o futuro e isso começa em sala de aula.
Tenho feito alguns testes com estudantes do ensino fundamental da 5ª a 8ª série e como dizia Raul Seixas, confesso abestalhado que estou decepcionado, é incrível como a essa altura do campeonato, a maioria deles tem grandes dificuldades em escrever corretamente e até de interpretação, alguns conseguem até ler determinados textos, mas não decifram a mensagem nele contida.
Recebi um texto recentemente de uma estudante da 7ª série que tinha 50% de erros de escrita e como disse, não é um caso isolado. Daí o Brasil é apontado como tendo um dos piores sistemas educacionais do mundo e  como escreveu Ioschpe, "aqui a educação não é percebida como uma ferramenta estratégica como em países desenvolvidos, mas como um fim em si mesmo, apenas como um direito do cidadão e ponto final."
E ainda existe um grande problema na educação superior, bem lembrado pelo autor é que  lá na universidade o que realmente dá notoriedade é se o indivíduo conhece bem os temas importantes na Europa ou nos Estados Unidos, quando alguém produz algo que diz respeito aos pressupostos de pensadores, filósofos e pesquisadores europeus ou americanos é aplaudido e respeitado, questões essas que muitas vezes nada tem a ver com aquilo que acontece em nossa Terra Brasilis.
Hoje o nosso país vive um "gargalo" de mão de obra, empregos existem ou existirão, a dificuldade do país hoje não é mais tanto o desemprego como foi em outras décadas, mas preencher as vagas oferecidas pois não há gente preparada para ocupá-las, e isso é no mínimo vergonhoso, é como alguém que comprou uma vaca leiteira, cuidou, alimentou bem, ela produziu leite e ele não sabe ordenhá-la, não pode usufruir de sua conquista. Faço minhas as palavras finais de Ioschpe, "a sociedade civil precisa recuperar nossa educação e subordiná-la aos interesses nacionais." Só assim teremos um país que pode ser considerado de primeiro mundo, do contrário seremos sempre o país do quase, quase seríamos grande, quase resolveríamos nosso problema de má distribuição de renda, quase seríamos um pais justo, quase seríamos um país de todos e teriamos erradicado a pobreza.

O BRUTAL E DESUMANO UNIVERSO DAS REDES SOCIAIS - Por Maik Oliveira

Desligue suas redes sociais! A frase pode parecer de um rigor extremo, mas é o que sugerem importantes nomes do Vale do Silício, ex funcioná...