sexta-feira, 26 de agosto de 2011

África, Brasil e Portugal unidos pelas diferenças e igualdades.

Olá gente, saudades de postar, todo esse sumiço foi proposital, solicitei aos meus estudantes nos colégios Batista e CISO, que produzissem trabalhos escolares similares aos que produzimos na universidade, para irem treinando para o futuro. Por conta disso postei algumas orientações e deixei algum tempo como a primeira postagem. Depois também estive na capital baiana, no CONLAB, o Congresso Luso Afro Brasileiro de Ciências Sociais, onde tive o privilégio de ter um trabalho aprovado e é claro, fui lá apresentar, junto com meu estimado professor e orientador/conselheiro, Elias Lins Guimarães. Foi uma viajem muito proveitosa, fiz contato com renomados cientistas sociais de África, Portugal e Brasil, dialogamos sobre nossas "diferenças" e "igualdades". Foram dias marcantes na querida Salvador.
No último dia, uma conferência muito especial, com o famoso escritor moçambicano Mia Couto, autor de entre outras obras, o premiado “O último voou do flamingo”. A conferência "Como Jorge é amado em África", mostrou como o nobre escritor baiano influenciou e ainda influencia os letrados africanos e mais do que isso, como foi importante para nossos irmãos  da África que falam português, a alusão de liberdade, impressa nos personagens amadianos, uma liberdade que sempre foi o sonho de nações que viveram por muito tempo sob os arrochos repressivos e ameaças as mais diversas. Salve o povo africano! Salve nosso amado Jorge! Próximo ao centenário do seu nascimento, que apresentou ao mundo o nosso Sul da Bahia.
A nota triste foi perceber que sentimentos opostos ao bem estar humano como racismo, descriminação e a dúvida que é lançada sobre a capacidade de pensar, criar e ser, ainda existe em alguns, quando nos referimos aos que a sociedade de capacidade pensante limitada acham acerca da alteridade. Lá, no Teatro Castro Alves, no momento das perguntas ao escritor moçambicano, alguém na plateia perguntou:  “porque você vem à Bahia como escritor africano se é branco? Há racismo na África? Houve silêncio na plateia, certa indignação pela pergunta, em seguida a reposta do escritor que mereceu aplausos e animada comemoração, ele disse:  “ não estou aqui como escritor branco ou negro, estou aqui como escritor moçambicano!” Sim, ele está certo, somos todos humanos, está mais do que demodê essa história de limitar nossas ações pelo que somos, pela nossa aparência, pela nossa cor, pela nossa origem, se rica ou pobre. Nesse mundo, hoje, em que se discute se ainda estamos vivendo a modernidade ou já estamos experimentando a alvorada da pós-modernidade, já são inumeráveis os exemplos que dispomos para assegurar que são exatamente as diferenças que nos une, que nos faz melhores, quando as unimos, quando somamos nossas culturas, nossas riquezas, nossos pensares, nos tornamos cada vez mais capazes de superar dificuldades que sempre nos fizeram sofrer. Sim, foi encantador estar entre 3.000 pesquisadores das Ciências Sociais e assegurar que somos todos capazes, cada um de nós, independente de qualquer ‘diferença’ somos todos iguais enquanto humanos, que pena que isso não é verdade quanto ao "usufruir de direitos" ainda sofremos com a desigualdade social, a má distribuição de renda, a discriminação e o preconceito.




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