quinta-feira, 28 de abril de 2011

Nascidos em 28 de abril

Click na imagem para vê-la em tamanho natural.
28 de abril é o dia da caatinga, lugar comum do povo sertanejo, guerreiro, lutador, herói. 28 de abril é também o dia da educação, essencial, transformadora, motivo de esperança de um futuro melhor para o cidadão e para a nação. 28 de abril é o dia da sogra, apesar da zoação há sogras formidáveis, espetaculares, especiais, a minha é ótima, maravilhosa, companheira. 28 de abril no calendário Bahái é o dia da beleza, de tudo que é belo, inteligente e encantador e no calendário romano antigo era o dia de se homenagear Flora, a deusa das flores.
Hoje, 28 de abril de 2011, é o dia que orgulhosamente completo 38 anos, sou grato a todos que contribuiram para que eu chegasse até aqui, sou grato, muito grato. Felicidades a todos os aniversariantes desse dia...PARABÉNS!!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Sungha Jung pra vocês!



A prova de que disciplina e dedicação dão bons resultados não importa a idade!
Fenomenal!!!

Bill Gates na Bahia


Bill Gates, na Bahia, só hotel.
O segundo homem mais rico do mundo resolveu conhecer de perto as encantadoras belezas naturais do nosso país, depois de uma passagem pelo estado do Amazonas onde apreciou as águas do Rio Negro e visitou populações ribeirinhas, pegou o seu jatinho particular e desembarcou em Porto Seguro com sua esposa Melinda French.
O hotel escolhido foi o luxuoso Villa de Trancoso na Praia dos Nativos, uma coisa, porém chamou a atenção nessa visita de Bill Gates na nossa terrinha, o fato de ficar recluso no hotel durante os quatro dias que esteve em nosso estado, limitou-se a curtir apenas o hotel sem demonstrar real interesse pelas belezas que podem ser encontradas na nossa região.
Segundo uma funcionária do hotel, que não quis se identificar, Gates saiu na noite do domingo, 17, e dirigiu-se ao Aeroporto Internacional de Porto Seguro, de onde retornou para os Estados Unidos
Poxa Bill! Quando vier à Bahia, demore um pouco mais, conheça nossa terra de modo mais substancial, quem sabe você se encante e resolva ficar por aqui, de qualquer modo seja sempre bem-vindo!

terça-feira, 19 de abril de 2011

A questão do ateísmo

A não existência de um Ser Supremo é algo inconsistente.
Hoje, ao participar de uma reunião com monitores e coordenadores do programa do Governo Federal “Mais educação”, me deparei com uma cena clássica, o debate sobre a existência de Deus entre uma cristã e uma atéia. Quando uma colega declarou ser agnóstica percebeu-se um silêncio mórbido, clara demonstração de reprovação. Percebemos ali que os conceitos cristãos ainda são muito valorizados na sociedade, apesar de tantas intempéries, de tantos problemas sociais e do discurso racional da ciência que aponta para soluções no campo humano, bem à caráter do discurso nietzscheano que apregoava a capacidade do homem de resolver todos os seus males aqui e agora, Nietzcshe em sua época saiu com a ideia do super homem, suficiente em si, não necessitava da religião.


Hoje penso que a grande questão não é discutir a existência de Deus e sim o que representa a religião e como a mesma participou ao longo das eras na formação da sociedade, para o bem ou para o mal, mesmo porque ao ler os escritos de um dos mais célebres e influentes ateus que o mundo já conheceu Friedrich Wilhelm Nietzsche e sua biografia, só os tolos não percebem que o filósofo alemão não se tornou ateu por causa de Deus e sim, por causa da religião, a forma política de se apresentar Deus, especialmente em sua época, em que a religião ainda se auto proclamava detentora de todo o conhecimento, de toda a ciência, proprietária e inquiridora das escolhas e ações humanas.

Embora tenha dito que o ateísmo para ele não era uma consequência e nem um fato novo, existia com ele por instinto, foi grande contestador da moral difundida pela religião, especialmente quando voltava o olhar para as classes dominantes que se utilizavam dos conceitos morais religiosos para dominar as classes mais pobres que ele chamava de inferiores.

O homem que nasceu em uma família luterana, filho de pastor e que também foi estudante de teologia quase seguindo a carreira do pai, abandonou a fé ainda na juventude quando iniciou seus estudos de filosofia. Em sua formação, o centro de seus estudos era exatamente sobre os valores universalmente aceitos, que entendia serem dominados pela religião e pela política que os utilizavam para mascarar a realidade humana, cheia de percalços.

A despeito de todos esses pensamentos e longe de atuar como advogado do filósofo, podemos ver nas entrelinhas, um Nietzsche revoltado com seu momento, no contexto em que vivia. A sua clássica frase: “Deus está morto” é imediatamente acompanhada com outras que se referem ao ostracismo na sociedade imposto pela religião dominadora e coercitiva.

Assim, diz-se que a filosofia afasta os homens de Deus, é em minha opinião um dolo engano, muito pelo contrário, nas fendas dos pensamentos filosóficos Deus está ali, intrínseco, real e absoluto, mesmo quando nos referimos aos grandes filósofos gregos que viveram antes do surgimento do cristianismo.

Na metafísica aristotélica vemos o pensamento ocidental embrionário do monoteísmo, ainda que para a filosofia grega da época era impossivel tal concepção, mas fala de um ser que não é apenas um ser, mas do ser enquanto ser, que está além da física, além da matéria, daí a palavra "metafísica", e quando questionado sobre a origem do movimento, sobre quando tudo que é físico surge, eis que se apresenta o pensamento filosófico aristotélico do primeiro movimento, aquele que não depende de outro ser, mas apenas de si e de onde emana todo poder e toda força para dar movimento e existência a todas as coisas.

No livro II da Metafísica, vemos um Aristóteles se referindo a um ser que é nobilíssimo, um ser máximo, verdadeiro ao máximo e sendo assim é causa de tudo que é daquele gênero, como o fogo que é o máximo do quente e é a causa de todos os quentes. Mais tarde no século XIII, Thomás de Aquino arremata dizendo que existe algo que é a causa da existência de todos os seres, da bondade e de qualquer perfeição, e a este chamamos de Deus. Basta pensarmos que somos a sua imagem e semelhança, portanto tomando por base o pensamento de Aristóteles, somos do mesmo gênero de Deus, então ele é a nossa causa.

Diz-se que não se pode afirmar a existência de Deus, por ser a crença destituída de consistência, o mesmo podemos dizer da não existência de Deus, se nos aprofundarmos na filosofia, na história e em todas as ciências veremos que é inconsistente demais afirmar que Deus não existe, eu, particularmente prefiro acreditar neste ser máximo de onde emana toda a perfeição, posso questionar as organizações religiosas e suas ações alienantes como fazia Nietzsche, mas jamais me sentiria à vontade para questionar a existência desse ser supremo. Razão de todo o existir.


sexta-feira, 15 de abril de 2011

Opinião sobre a guerra política deflagrada entre DCE e Mobiliza UESC - Parte 1

O que aconteceu e como aconteceu.

Ontem à tarde fui à UESC para uma reunião com o Centro Acadêmico de Ciências Sociais, o CACiS, fiquei sabendo no caminho que iria acontecer uma assembléia de estudantes no final daquela mesma tarde, confesso que não estava interessado em participar, senão, cumprir meu dever com o Centro Acadêmico e ir embora pois tinha compromissos ainda.  Por conta de algumas reuniões em Itabuna, acabei chegando ao final do encontro. Saindo dali vi uma movimentação diferente no Espaço Universitário e resolvi verificar, saber o que estava acontecendo, era um entra e sai do DCE (Diretório Central dos Estudantes) como poucas vezes eu vi, senti que a coisa estava meio atravessada, e quando a coisa está assim, é melhor ficar pra ver o que acontece e eu fiquei.
Coisa que universitário mais gosta é de uma “pelengazinha” pra ter um motivo de soltar seu grito de guerra, muitas vezes nem está certo se é aquilo mesmo que quer, mas é tentador estar na “muvuca”. De repente era notebook's pra todos os lados, cartazes com frases de efeito colados em todos os cantos, ali tinha também barracas armadas, data show, som, o "espetáculo" estava para começar e o custo que tive para estar ali foi de apenas 2 passes estudantis nada mais, sair dali? Eu? Jamais. Queria acompanhar tudo de perto.
Conversei com vários dos que estavam presentes sem saber se meus interlocutores estavam de um lado ou do outro, eu tava que nem garrafa pet no esgoto, as águas sujas estavam me levando e eu nem sabia pra onde, mas ia aos poucos juntando as peças do quebra-cabeça. Foi quando alguém pegou o microfone e começou a falar, este dizia que fazia parte da chapa minoritária, que esteve presente numa reunião e coisa e tal e que aquela assembléia era legítima e que por isso estava ali, outro no meio do povo bradou: "hoje eu tenho muita coisa pra falar sobre esse DCE", imediatamente percebi que se tratava de uma divisão, como o diretório é composto de 70% da chapa majoritária que detém a executiva, a mais votada nas eleições e 30% da minoritária, ficou claro para mim, o jogo do poder entre os membros do DCE.
A assembléia iniciou-se e começou as falas, fui prestando atenção em cada uma delas, ânimos exaltados, muita gente com o estatuto do DCE em mãos, muitos questionamentos, o principal assunto da pauta era a participação ou não dos estudantes na greve deflagrada por professores e funcionários contra o decreto 12.583/11 que o governo do estado assinou e as consequências todos já sabem: cortes de verba, inviabilização do aprimoramento do corpo docente, falta de investimentos em estrutura, ferimento da famigerada autonomia universitária e por ai vai.
Mas o início da assembléia não poderia ser mais animador pra quem gosta de barulho, todas as falas estavam direcionadas ao que chamavam de omissão do DCE, gritavam: "cadê o presidente? Onde está a representação estudantil? Eles são omissos! Não se posicionam! Daqui a pouco um tumulto, a mesa se desfez e saíram todos correndo em direção a sala do DCE, ameaças, gritaria, a atuação da turma do deixa disso, as coisas se acalmam e continuam as falas, gritos, palmas, incentivos, fala representantes de cursos, de funcionários, de professores e eu me perguntava a todo instante: qual é o momento que a executiva do DCE vai falar? Eles não apareciam, estavam escondidos, logo veio a noticia, estavam numa reunião chamada COEB, uma instância deliberativa do DCE, marcada em cima da hora para tentar desarticular o movimento dos estudantes, e esse movimento tem nome, chama-se "Mobiliza UESC", que não cansam de afirmar, como o próprio nome já diz, é uma mobilização, já que o diretório, que é o representante legal dos estudantes, não se mobiliza, dizem eles a todo instante. Eles não me representam, eu me represento" outro grita.
A assembléia acontecia, o tempo ia passando e ninguém arredava o pé, as propostas iam surgindo, assinaturas iam sendo colhidas, gente chegando, apoio ao que estava acontecendo vieram de Vitória da Conquista, Jequié, Adusc, Afusc e nada da executiva do DCE se manifestar e eu pasmo, observava de modo crítico tudo aquilo.
Eis que surge o vice-presidente do diretório, convidaram-no para falar e ele tinha que responder uma pergunta em especial: "porque o DCE não considerava aquela assembléia como legítima?" O pobre rapaz até tentou responder, mas claramente sem eloquência e sem argumentos, resolveu se retirar do local, não só ele, mas toda representação majoritária do DCE, o que me deixou ainda mais pasmo, eu me perguntava: ué! Não são estes os estudantes e aqueles os seus representantes?! Enquanto se retiravam alguém no meio da “muvuca” gritou: Olha lá o presidente, ele está fugindo, está indo embora! E uma sonora vaia foi ouvida, acompanhada com várias palavras (ões) que nessas horas acabam sendo inevitáveis. Logo abaixo, nos próximos dois posts, meu ponto de vista sobre o acontecimento, por favor não deixe de ler.

Opinião sobre a guerra política deflagrada entre DCE e Mobiliza UESC - Parte 2

Os verbos que devem ser mais conjugados em política são construir e negociar, não se faz política sem a convicção de que as conquistas nesse ramo baseiam-se num processo de construção de alianças, de parcerias e de negociações que nada tem a ver com negociatas.
Ao observar os acontecimentos dessa semana na Universidade Estadual de Santa Cruz, a UESC, pude perceber que nossos garotos e garotas estão com dificuldades no que diz respeito fazer política, principalmente quem detém o poder majoritário no Diretório Central dos Estudantes.
O orgulho, o egoísmo e a falta de sensibilidade política se mostraram pelo menos para mim, um simples observador, algo muito claro e evidente em toda a situação. Sentimentos assim causam divisão, racha, e quando isso acontece, o processo de construção fica emperrado, não há avanços e a tendência, se uma parte não ceder, possibilitando uma retomada nas negociações, é dar espaço para uma anarquia.
Para mim, o movimento “Mobiliza UESC, é aquilo que podemos chamar de franco atirador, nada tem a perder, não coloca nada no jogo e se nada conquistar, também nada perde e o mínimo que ganhar já é um grande lucro, e já está no lucro, pois caíu na mídia, agora todo mundo sabe que ele existe e está fazendo barulho, e mais, o objeto que utiliza é legítimo, porque é o anseio de pelo menos 8 em cada 10 estudantes da UESC, as melhorias nos serviços prestados aos estudantes, se utiliza isso para construir um argumento que o favoreça no futuro é outros quinhentos, mas que é legítimo, é inegável. Isso nos leva a pensar um pouco em Max Weber sobre a questão do carismatismo, a liderança carismática, e como se constrói isso? Se aproximando o máximo possível dos anseios do povo e se fazendo como eles, é ou não é o que o Mobiliza UESC está fazendo?
Não vou colocar aqui em discussão a questão da ligação da majoritária com o PCdoB, que é uma coisa muito evidente, o meu medo do aparelhamento do diretório sempre existiu e por conta disso sempre critiquei esse fato. Mas quero limitar a discussão apenas no âmbito acadêmico, que acho, é onde devemos ficar para fazermos uma política livre e independente.
Ao que percebi, não houve diálogo entre as duas partes e se houve foi sempre muito limitado, já faz algum tempo que o “Mobiliza UESC” vem sendo gerado e isso aconteceu dentro do próprio DCE, basta olhar para quem são as cabeças do movimento, são membros da minoritária. Nenhuma providência foi tomada, nenhuma chamada para negociação, nenhum diálogo mais aberto e franco do tipo: o que vocês propõem? Como podemos trabalhar juntos nisso? Onde podemos dar as mãos e por ai vai.
Ontem, creio, foi o clímax desse imbróglio e foi deflagrada oficial ou não,  não somente uma greve de estudantes mas também uma guerra política dentro do próprio movimento estudantil, tornou-se uma queda de braços, com desfechos inimagináveis, isso porque a força maior da majoritária está em representações políticas fora dos portões da universidade, enquanto o movimento “Mobiliza UESC, busca se fortalecer entre os estudantes e isso pode representar um grande problema para a atual gestão do DCE, explico:
Thiago Fernandes, presidente do DCE, é um cara sensacional, prestativo, aplicado, atencioso, me aproximei de Thiago, por conta da minha participação no CACiS, como coordenador de comunicação, já trocamos algumas ideias e gostei demais de sua simplicidade, porém politicamente, penso que ontem ele deu um tiro no pé, ao se negar dialogar com os estudantes que ali se encontravam e tentar inviabilizar de forma truculenta a mobilização, acabou legitimando o movimento e injetando gás nos seus representantes.
Hoje li em alguns blogs, uma carta de repúdio que Thiago enviou, nela ele diz claramente que não reconhece o movimento e que este não tem legitimidade, que a greve anunciada pelo movimento não deve ser respeitada porque ele enquanto presidente não convocou nenhuma assembléia. Em partes ele tem toda razão, afinal existe uma burocracia regimental a ser seguida para que algo desse porte se torne oficial, mas há algo que ser considerado nisso ai, trata-se mesmo da questão da legitimidade.

Opinião sobre a guerra política deflagrada entre DCE e Mobiliza UESC - Parte 3

A questão da legitimidade está intrínseca na vontade geral. Rousseau em seu emblemático livro, “Do contrato social”, diz que a vontade geral é indestrutível, ele afirma que “enquanto muitos homens reunidos se consideram como um só corpo, sua vontade é uma, a conservação comum e o bem de todos”. Nesse caso, DCE x Mobiliza UESC, onde está a vontade geral? Alguém poderá dizer e de forma correta que está na legitimidade e sendo assim está no DCE que representa oficialmente e legalmente os estudantes diante de organismos superiores, é o DCE que é reconhecido e não o Mobiliza UESC, isto é fato. No entanto Rousseau diz que nesse quadro de vontade geral indestrutível não há interesses intrincados e contraditórios, quando isso acontece a força da vontade geral fica em jogo, é como o pára-brisa de um veículo que sofre um estalo, e com o passar do tempo, ele vai se espalhando até tornar a peça inútil, alquebrada e fragilizada, há a necessidade de substituição, é exatamente isso que está acontecendo no movimento estudantil da nossa universidade, está dividido, medindo forças, não há consenso, nem união, muito menos coesão, que é a união para a ação.
O Mobiliza UESC sabe que a legalidade do movimento é alcançada quando 20% dos estudantes aceitarem e assinarem uma petição pública que convenhamos, não é difícil para quem se coloca na oposição e está motivado, são apenas 1800 assinaturas, perfeitamente viável, duvido que o movimento já não esteja perto disso, isso feito, o discurso midiático de Thiago cai por terra, a legitimidade troca de mãos e é questão de tempo para uma destituição, isso é bom para os discentes? Não sei, realmente não sei.
O que sei é que ninguém deve se colocar na posição de superior inalcançável, basta observar o que aconteceu lá na Inglaterra com a rainha Elizabeth II, que durante toda sua vida política se orgulhou de sempre ser vista com bons olhos, admirada e respeitada pelos seus súditos, até que surge em sua família certa mulher chamada Diana, que se tornou princesa ao casar com o filho da rainha e passou a competir com ela a admiração e o carisma, a coisa ficou ainda pior quando depois do divórcio com o príncipe Charles a princesa revelou intimidades da realeza. O clímax desse desconforto real se deu em 1997 com a morte da princesa, a rainha, reservada como sempre foi, resolveu não se pronunciar sobre a morte daquela que no momento era adorada e admirada por quase todo o mundo, os súditos não aceitaram isso e a rainha foi duramente criticada, perdeu sua tão aclamada popularidade. Exemplos continuam acontecendo, no Egito com a queda de Hosni Mubarak, um mês antes na Tunísia, já havia sido deposto Zine el-Abidine Ben Ali, tem também os casos da Argélia, da Líbia. Poderes aparentemente indestrutíveis alguns legitimados, caíram diante da vontade popular. Claro que nosso querido Thiago não é nenhum ditador, longe disso, mas é bom lembrar que o DCE, está num alçapão, rodeado de estudantes por todos os lados, vigiado, cobrado, criticado. Diante de uma mobilização, se ele tivesse barba eu diria que seria bom colocá-la de molho. O que proponho é o entendimento, é possível negociar sim, as partes precisam ceder em suas vontades, um pouco aqui, um pouco ali e unirem forças, a UESC precisa disso, os estudantes também, mas particularmente vejo com bons olhos essa oposição, mas uma oposição focada nas necessidades reais dos estudantes e sempre com possibilidades de unir forças, de negociarem para construírem juntos uma nova e mais eficiente universidade.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Estudantes da UESC também deflagram greve!


Agora estão unidos, professores, estudantes e funcionários.
 Nesta quinta-feira, a partir das 17h, foi realizado na UESC uma assembléia composta por boa representação de estudantes, puxada pela minoritária do DCE (Diretório Central dos Estudantes). O objetivo era definir qual a posição dos estudantes em relação à greve deflagrada por professores e funcionários da Universidade Estadual de Santa Cruz no início desse mês, quando se trata do decreto 12.583/11 do governo do Estado da Bahia, que torna inviável vários setores da educação no estado, impossibilitando por exemplo investimentos em pesquisa, aprimoramento do corpo docente e ainda  tirando a autonomia das universidades.
Os estudantes por sua vez lutam por investimentos no campus da UESC, querem assistência estudantil, restaurante universitário, alojamentos, além de maiores investimentos na estrutura e manutenção de vários cursos que encontram-se implantados mas deficitários, não há áreas para colegiados, as salas são improvisadas, faltam secretários para os colegiados, faltam professores, são diversos cursos que funcionam precariamente por falta de profissionais, ou seja, a situação é mesmo crítica.
Assim, em nome de melhorias e a revogação do decreto, dezenas de estudantes estão acampados no campus universitário desde o início da semana e hoje, realizaram uma assembléia onde além de questionar a atuação da majoritária do DCE, que preside o diretório, resolveram se unir a professores e funcionários da maior instituição de ensino do Sul da Bahia.
Bom informar que estiveram presentes na assembléia, representantes estudantis da UESB, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, campus de Jequié e Vitória da Conquista, que também estão em greve, cobrando do governo melhorias na estrutura daquela universidade.
A greve dos estudantes da UESC, recebeu apoio imediato de representantes do corpo docente e também dos representantes dos funcionários, que participaram da assembléia elogiando a atitude dos discentes. Os estudantes presentes ficaram indignados com a virada de costas da majoritária do DCE, que segundo consta, deveria e foi eleita para defender os interesses dos estudantes. Viu-se o presidente e seus correligionários saindo de fininho pela tangente virando as costas para os colegas que lutam por melhores condições na universidade. Enquanto se retiravam, receberam intensa vaia dos presentes! Os opositores contam que a retirada dos representantes da majoritária tem uma explicação, o DCE majoritário não está ali pelo estudante e sim por um determinado partido político, partido este que apoia o governo do estado e recebe favores do mesmo, nesse sentido ignoram as reais necessidades dos estudantes função para a qual foram eleitos, e o fazem em benefício de si próprios, assim, os manifestantes acusaram a majoritária de covardes, quando se retiraram do local da assembléia. Antes disso, o vice presidente majoritário, ainda tentou se explicar, mas foi sufocado pelos que estavam na assembléia, saindo sem conseguir convencer os estudantes. Por conta disso, os presentes consideraram em votação que a atual gestão do DCE é omissa  e resolveram em voto, destituí-la, não mais reconhecendo a mesma como seus representantes, foi proposto uma comissão de estudantes independente  para gerir os interesses da classe e preparar documentalmente o pedido de impeachment da gestão majoritária atual do DCE, vamos ver até onde isso vai dar.

Principais decisões na assembléia de hoje:

1 - Que os estudantes estão em greve por tempo indeterminado.
2- Que não reconhecem a atual gestão do DCE majoritária como seus representantes pela sua omissão em relação aos interesses dos estudantes.
3 - Que a greve é por melhorias na estrutura, investimentos no esnsino e contra o decreto 12583/11.
4 - Que se os professores fecharem negociação com o governo sem o mesmo revogar o decreto, os estudantes continuarão em greve.
5- Que será organizada uma comissão independente para pedir o impeachment da gestão atual majoritária do DCE.
6 - Que será organizada uma comissão de comunicação para divulgar fora dos muros da universidade os interesses dos estudantes.
7 - Que os estudantes da UESC interagirão com estudantes das demais universidades do estado, por ações em conjunto para pressionar o governo.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Uma homenagem aos brasileirinhos que perderam suas vidas no Rio de Janeiro

Depois do que aconteceu nesta quinta-feira no Rio de Janeiro, quando crianças inocentes foram covardemente e brutalmente assassinadas quando estavam estudando, uma singela homenagem desse blog aos brasileirinhos que perderam tão cedo suas vidas, fazendo côro ao que disse a presidenta Dilma Roussef. Estão matando nossas crianças, nossos jovens, estão destruindo nossas matas e nossos animais, estão acabando com o futuro do planeta, é preciso agir rápido antes que sobre apenas escombros!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

O salário do professor

A educação brasileira ainda há de ser um campo de grandes debates em âmbito nacional, trata-se de uma categoria que vem lutando ao longo de décadas, para ter seu papel não apenas reconhecido, mas valorizado no país. As vezes num bate papo com meus colegas na universidade, percebo que não há animosidade quando se pensa na questão, há sem dúvida o desejo de estar envolvido num processo importantíssimo de construção de uma sociedade qualificada, mas quando se pensa em estrutura, valorização e reconhecimento a coisa desanda. Ouço muito falar o seguinte: "se existem tantas profissões que dão melhores resultados pessoais, porque alguém quer ser professor? Ainda hoje, trabalhando com meus estudantes em um colégio público, questionando o barulho que eles estavam fazendo e a dificuldade que estava tendo para ministrar a aula, eu disse: "um dia, se algum de vocês seguir a carreira de professor, verá como é difícil trabalhar assim". Quando encerrei a frase, vi que quase todos os alunos disseram em uníssono: NÃO QUEREMOS SER PROFESSOR! A coisa é tão séria que no ano passado o governo se viu obrigado a produzir e veicular propaganda em rede nacional, convidando as pessoas para serem professores, tamanha a fuga, quase que em massa, dessa profissão. Meu colega André Andrade em um texto publicado no blog "sociologia hoje", escreveu que a docência beira a filantropia, atuando como estou hoje, isso é ainda mais claro para mim, a não ser pelo prazer e quase por uma ideologia, ser professor não apresenta grandes vantagens, em parte pelo pouco apoio do poder público e também pelo tipo de aluno que encontramos na atualidade. Hoje, no Supremo Tribunal Federal, o assunto professor, entrou em pauta, a questão era votar sobre a manutenção do piso salarial nacional para professores, que esse ano é de R$1.187,97, para uma jornada de 40 horas, comparado com outras categorias, um salário pífio que não condiz com a importância desse profissional, mas ainda assim 5 estados da federação questionaram na justiça o valor, disseram que é muito alto, que os estados não podem pagar, por conta dos encargos, da folha de pagamento que podem extrapolar e os tais estados feririam a lei de responsabiliadde fiscal, chegaram até a afirmar que o tal "gigantesco salário" é inconstitucional. E olha os estados que questionaram: Ceará, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, pobrezinhos esses estados não são?! Coitadinhos, vão falir se pagarem essa "dinheirama", afinal para que professor quer "tanto dinheiro?" Mas o ministro do Supremo, Joaquim Barbosa disse: “Não me comove, não me sensibiliza nem um pouco argumentos de ordens orçamentárias. O que me sensibiliza é a questão da desigualdade intrínseca que está envolvida. Duvido que não haja um grande número de categorias de servidores, que não esta, que tenha rendimentos de pelo menos 10, 12, até 15 vezes mais que esse piso”. Outro Ministro do Supremo, Celso de Mello continuou: “Sou filho de professores. Vivi sempre nesse ambiente. E tenho acompanhado, desde então, essa jornada terrível que os professores da rede escolar enfrentam, sempre sendo marginalizados no processo de conquistas sociais”. Quase todos os ministros votaram a favor da manutenção do piso nacional para o professor, inclusive Luiz Fux que critiquei em um post anterior, por causa do seu voto minerva contra a Lei da Ficha Limpa, dessa vez quem destoou foram os ministros Marco Aurélio de Mello e Gilmar Mendes, os únicos que votaram contra, o primeiro alegou que se a lei fosse aprovada os estados correriam o risco de perderem a autonomia governamental e normativa, o ministro Luiz Fux rebateu: "ah tá! Como a lei é boa, não vamos aplicar", recebendo aplausos dos professores que acompanhavam a sessão, Marco Aurélio de Melo não gostou da colocação do colega e treplicou: “Eu não estou aqui a ocupar cadeira para relações públicas, para receber aplausos ou vaias” e pediu a suspensão da sessão. Foi voto vencido, a sessão continuou e agora é lei, nenhum professor que atue 40 horas pode ganhar menos de R$1.187,97 e ponto final. Podemos enxergar nisso uma conquista, sim, há ainda coisa por fazer, um longo caminho a percorrer, mas este é um passo importante, um piso salarial nacional para o professor, mais do que a questão financeira, está aí intrínseca por parte de setores da justiça brasileira, uma proteção a esse profissional que sem dúvida alguma é marginalizado, desrespeitado e preterido em muitos recantos desse imenso país.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Como se forma um profissional brasileiro?

Ao longo da nossa vida, são várias as perguntas que formulamos para as quais saímos em busca de repostas, as vêzes as encontramos, outras, a vida acaba para nós e deixamos o mundo sem saber seus porquês. Na área da educação me perguntava: "se é tão importante fazer um curso superior, se se considera a universidade, templo do saber, porque eu encontrava pessoas que lá estiveram, concluíram seus cursos superiores e na vida prática eram medíocres nas tomadas de decisões, no fazer acontecer, no construir, no colaborar? Eram tantos exemplos assim que eu mesmo não me motivava a ir para uma universidade, achava que bastava meus conhecimentos práticos, baseados no senso comum para vencer na vida. Mas como dizem, "o mundo dá muitas voltas", um dia fiz um vestibular, passei e a partir de então, fui vivenciar, ver de perto o que acontece no mundo acadêmico. Nos primeiros momentos fiquei admirado, entusiasmado e até deslumbrado com tantas possibilidades. Estava assistindo aulas de mestres, doutores em tantas áreas: sociologia, antropologia, ciência política, filosofia. Cada dia de aula eu saia da universidade com a sensação de que não poderia existir lugar melhor para estar. O tempo foi passando e eu fui conhecendo os bastidores da educação superior no Brasil, percebi que a ideia sempre foi muito boa, mas a prática, ihhh a prática! Assim, numa alusão ao que escreveu Max Weber, me desencantei, conheci um sistema que deixa muito a desejar em muitos aspectos, falta investimento em estrutura, cursos que são oferecidos sem condições adequadas de funcionamento, falta sala, falta livros, falta professores. Conheci um sistema que favorece a disputa de vaidades entre docentes, tapetes são puxados a todo instante, disse-me-disse, fofocas inescrupulosas, práticas descaborosas, exemplos detestáveis. Esse mesmo sistema favorece a falta de compromisso, são professores que não planejam aula, que muitas vezes é notório a falta de domínio do assunto da ementa, que descumprem a todo instante o regimento interno da instituição, mas se utilizam dessas mesmas leis para punir (levando sempre em consideração a premissa de que um erro não justifica outro), mas a lei deve ser para todos. Adotam práticas corporativistas na hora que os interesses dos estudantes confrontam com os seus, e se sentem os tais, acima do bem e do mal. As necessidades da razão maior da existência de uma universidade, que são os estudantes, formá-los para que desempenhem bem seu papel na sociedade e com isso a mesma seja beneficiada, são frequentemente ignoradas, esquecidas diante de uma burocracia que parece não ter fim. Ali há o cerceamento da fala do discente, do tipo: "faça seu curso quietinho e vá embora, do contrário, você sofrerá consequências inimagináveis. Diante de quadro tão sinistro, passei a compreender porque tantos pseudos profissionais são despejados na sociedade por um sistema de ensino superior às margens da falência moral e institucional. E a quem chega as consequências disso tudo? O cidadão comum que paga impostos, que trabalha, que sai de casa 4 horas da manhã para conseguir uma ficha para ser atendido num posto de saúde, quando muitas vezes não dorme ao relento para poder ser atendido por um desses profissionais medíocres, ou que precisa de um advogado e é culpado, mesmo sendo inocente, pois o "profissional do direito" não soube defendê-lo, ou compra um apartamento e perde a vida junto com a família porque o "engenheiro" calculou mal a estrutura do prédio ou sofre para matricular o filho no colégio que vai ter aula de um professor que não sendo formado na área específica não consegue esclarecer os porquês da disciplina ou disciplinas, já que são muitos os que assumem uma enormidade delas, tudo em nome da carga horária e do dinheirinho no final do mês, pois o salário de um professor não o dignifica, especialmente os da educação de base. Mas, apesar de tanta escuridão, pude ver algumas luzes, poucas mas existem, profissionais comprometidos, que amam o que fazem, que buscam conhecimento e querem muito transmití-los aos seus estudantes. Ainda não conclui meu curso superior, mas já vivi a esperiência de sair do trabalho, suado, cansado e percorrer de ônibus quase 20km (sei que alguns percorrem muito mais que isso) para chegar na universidade e o professor não aparecer, sequer dar uma satisfação, como também já vi professor trabalhar o dia inteiro, com viagem marcada para exames sérios de saúde, no entanto comparecer para dar aula. Já vi professor desprezar as reuniões do colegiado, talvez por achar que não vale a pena discutir as necessidades do curso, como também vi professor, coordenador de curso em universidade pública, fazer matrícula, providenciar sala e até cadeiras para que a aula aconteça, quando na verdade a instituição deveria dar ao menos material humano para auxiliá-lo, possibilitando ao mesmo melhor desempenho em sua função. Mas no Brasil, as coisas acontecem assim, soma-se a isso todo o problema do ensino tecnicista adotado pelas nossas universidades, no nosso país, não são os pensamentos críticos que são valorizados, mas aquele que sabe dizer de forma técnica quantas barras de ferro poderão ser utilizadas em uma obra de arquitetura, não que não devem ser valorizados, são importantes, mas faço minhas as palavras da historiadora americana Drew Gilpin Faust, primeira mulher a ocupar o posto de reitora da Universidade de Howard, instituição considerada a mais importante do mundo em vários campos de pesquisa, ela disse: "A sociedade nos pede soluções. Mas a universidade não deve se preocupar apenas com o bem estar imediato dos seres humanos, precisa fazer também com que eles sejam sábios". Com tudo que já foi citado acima surgem as indagações: é possível para as universidades brasileiras produzirem pessoas sábias? Será que essa preocupação existe no âmbito geral? Ou a preocupação está em apenas dar ao estudante o suficienete para enganá-lo, fazê-lo acreditar que sabe alguma coisa? Conclui então que a educação no Brasil é coisa muito subjetiva, não são nossas universidades que formam bons profissionais, mas a vontade individual de quem quer de fato adquirir conhecimento, é necessário que num sistema tão brutal, busquemos ainda mais o conhecimento, corramos atrás dele como o beija-flor busca o néctar das flores, precisamos ler, pesquisar, perguntar, cobrar dos professores que nos apontem o caminho mais adequado, é, uma espécie de cada um por si e a sorte de encontrar pelo caminho pessoas capacitadas que se predisponham a nos ajudar, ou seja, precisamos gritar a todo instante...Socorro! Socorro! Socorro! Na esperança de sermos ouvidos!

O BRUTAL E DESUMANO UNIVERSO DAS REDES SOCIAIS - Por Maik Oliveira

Desligue suas redes sociais! A frase pode parecer de um rigor extremo, mas é o que sugerem importantes nomes do Vale do Silício, ex funcioná...