segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Flamengo: campeão da Taça Guanabara 2011

Consolidou-se o que vem sendo desenhado ao longo de todo o primeiro turno do Campeonato Carioca, a chamada Taça GB, o Flamengo foi o time que manteve a regularidade no sentido positivo, venceu 7 jogos na primeira fase da competição, na semifinal empatou com o Botafogo conquistando a vaga na final nos penaltis com uma excelente atuação do goleiro Felipe e finalmente na final, enfrentando um time que como disse bem o técnico rubro negro, não foi colocado ali, ele conquistou a vaga por puro merecimento, derrotando o Fluminense na semifinal. Na verdade o time do Flamengo ainda pecisa melhorar muito, apesar dos resultados positivos, ainda não apresentou um futebol que pode ser chamado de altamente competitivo, mas com a inegável qualidade de seus jogadores conseguiu manter uma regularidade impressionante para início de temporada e com isso garante participação na final do campeonato estadual e se vencer o segundo turno, ganha o campeonato por antecipação. Nesse último jogo contra o Boa Vista, mostrou mais uma vez ser um time com vocação para a vitória, mas deixou claro que peca na objetividade, na hora do lance final, no arremate, um desafio e tanto para Vanderley Luxembutrgo que precisa resolver essa situação, se quiser se dar bem em competições de de nível superior ao Carioca. No mais, o Fla foi campeão invicto e isso é bastante animador para os torcedores, o clube ainda tem esse ano para disputar a Copa do Brasil, o Campeonato Brasileiro, a Sulamericana, diria que o Fla vai bem obrigado! Parabéns pela conquista da sua 17ª Taça Guanabara e por ter seu principal craque, com sua cobrança de falta magistral, feito nos lembrar de outro craque inesquecível, o Galinho de Quintino, Arthur Antunes Coimbra, o Zico.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

O intermodal de Ilhéus

O que representa o Complexo Intermodal para Ilhéus, para a Região Cacaueira? Muito se tem falado que é a retomada do crescimento que a muito tempo ficou estagnada nos entraves políticos que assola a região. Vivemos o mal dos maus políticos, péssimos administradores que recebem do povo a oportunidade de fazer a diferença e depois passa o tempo cortando árvores, pintando meio fio e fugindo das fiscalizações e investigações do TCM e Polícia Federal. A verdade é que observando as falas das pessoas mais próximas, daqueles que observam de perto o projeto do Porto Sul, ficamos, a população em si, a ver navios no que diz respeito aos lucros e perdas que esse empreendimento nos causaria. O que sabemos é que a Bamin, empresa do Cazaquistão envolvida no projeto, precisa de uma área de cerca de 70 hectares. Sem dúvida alguma é muita terra, imagine como ficaria a região norte de Ilhéus com uma área imensa tomada pela iniciativa privada? Ali onde podíamos entrar e sair a hora que queríamos, tomar um banho de mar, nos divertir com a família! Não teremos mais direito a isso porque será tomada pelas forças da mineradora. Mas isso não é tudo, e a natureza da zona norte do município, que já sofre pela falta de políticas públicas para protegê-la? Ficará ainda mais sobrepujada a ferro, concreto, caminhões, navios, trem de ferro... É o progresso! Pois bem, sabemos que o progresso é necessário, mas o que se deve discutir é: a que preço? Para os imediatistas é bom saber que vem aí emprego, renda, novos investimentos nas cidades da região... Mas, e a longo prazo, o que isso tudo representa? Podemos dizer que as cidades do Sul da Bahia principalmente Ilhéus e Itabuna, sofrerão um inchaço em suas populações, de pessoas desempregadas que migrarão para cá, na esperança de conseguir um emprego ou subemprego para comprar um pouco de comida, muitos não profissionais, aventureiros, porque infelizmente é o que bem tem no Brasil e com isso, veremos aumentar ainda mais a escalada da violência que já é assustadora por aqui, a pobreza, as invasões de terra, a destruição do pouco que resta da Mata Atlântica. Será que teremos as garantias de que os investimentos estrangeiros, advindos do Cazaquistão serão suficientes para melhorar a educação, a saúde, o saneamento básico, a segurança e a moradia do nosso povo? Será que eles estão preocupados com isso? São perguntas que precisam de respostas agora, de forma imediata, antes que o IBAMA mude de ideia e assine um documento de autorização que hoje nega, que evidencia os problemas que a região pode sofrer como consequência da instalação do tal empreendimento, sem um planejamento mais detalhado com o olhar voltado para as reais necessidades dos municípios da região do cacau. Confesso que quando soube da intenção do projeto, fiquei imediatamente contente, pensava que seria de fato algo poderoso economicamente para a região, no entanto, hoje ao observar os dois lados, estou reticente. A questão precisa ser muito discutida pela população de Ilhéus e penso que Itabuna também deve entrar mais efetivamente nessa discussão, afinal ela também sofrerá consequências positivas ou negativas dessa intervenção. É hora dos meios de comunicação, das instituições de ensino, dos poderes públicos e acima de tudo da população, tomar conhecimento dos pormenores, apurarem o que de fato é real e o que é apenas especulação e utopia, como as questões da empregabilidade, do desenvolvimento sustentável, da capacitação dos nossos jovens para uma mão de obra qualificada, porque depois, o leite já pode estar derramado!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Solidão sobreposta

Por Anderson Borges Sobrepõe ao fundo o por do sol; sobrepõe na projeção dos seus raios; sobrepõe na penumbra de tua escuridão; hoje! O meu olhar já não é tão fixo; hoje! Ele já não acredita na existência de nosso mundo; hoje! A dor é ardente e o medo é consequente. No fundo, o labirinto; lá vejo-me sentado; cantando e regendo a sinfonia de nossos pensamentos; no mais perfeito acorde que só nós, sabemos reger e compreender; o estribilho de nossas canções. Sim! Eu era o maestro, eu era o herói! Meu herói!!! Anderson Borges é geólogo,empresário no ramo de geotecnia na região Sul da Bahia e poeta nas horas vagas, quando tem horas vagas.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A vida humana em xeque!

Nesse fim de semana passado, quatro ou cinco famílias viveram momentos de pavor, agonia e um sentimento de perda irreparável.

Próximo ao meio dia, na rodovia que liga as cidades baianas Itabuna e Eunápolis, houve colisão entre um Palio e um Uno, resultando em quatro vítimas fatais. Infelizmente é uma notícia que vem se tornando comum no Brasil, e os motivos são quase sempre os mesmos, excesso de velocidade, álcool, imprudência, mas nesse caso específico, não foi bem assim.

Talvez alguém excedeu o limite de velocidade, talvez houve imprudência, era faixa contínua, a cerca de 200 metros uma curva, caminhão baú à frente, visibilidade da pista quase nula em alguns momentos, uma ultrapassagem ali nessas circunstâncias seria muito perigoso, mas por que?

Se houve imprudência, porque será que alguém decidiria arriscar tanto? Álcool? Não! Em um dos carros estavam evangélicos adventistas, me recuso a acreditar que alguém naquele carro estivesse sob o efeito do álcool, definitivamente não estavam, era sábado, para os adventistas, "o dia do Senhor", mas espere! A que horas aconteceu mesmo o acidente?! Era próximo ao meio dia, nessa hora eles não deveriam estar assistindo o "culto divino" em alguma igreja com suas famílias? Sim deveriam! Mas eles não podiam estar lá! Porque estavam a serviço da "associação", estavam indo trabalhar! ISSO MESMO, TRABALHAR!

Naquele dia às 13h30min na cidade de Eunápolis eles se reuniriam com outros irmãos para discutir questões financeiras, iam treinar os demais em como deveriam proceder em relação a pagamentos, boletos bancários, novos sistemas de pagamento e por aí vai! Precisavam estar lá pontualmente, esta era a ordem. Mas isto está longe de ser a razão pela qual alguém poderá dizer que foi castigo divino, porque não podem trabalhar no sábado, particularmente não vejo dessa forma. Embora não seja assim que penso, os adventistas são mesmo aqueles que não trabalham no sábado, mas não é somente uma questão espiritual e também política, é algo só válido para os demais membros, aqueles que não têm vínculo empregatício com a instituição que os administra.

Se for lojista deve fechar a loja, se trabalhar em uma empresa privada, deve pedir dispensa, se tiver fazendo um curso  deve atrasar o curso ainda que o mesmo seja voltado para o social, para fazer o mundo melhor (e qual não é?), causando um transtorno terrível nas instituições de ensino que precisam encontrar saída, afinal, o estado é laico, a liberdade religiosa é uma realidade plausível, mas o fato é que no sábado não devem ir à aula de forma alguma, sob pena de ser "Removido do rol de membros", ter o nome lido em uma assembleia, de preferência no sábado pela manhã, depois da escola sabatina, quando a igreja estiver lotada, para ridicularizar ainda mais o miserável pecador, afinal, "quebrou o mandamento do descanso sabático".

Mas para os que são funcionários da instituição, “a obra", especialmente aqueles que são chamados de "orelha seca", não tem essa! Precisam estar à disposição sempre! No dia de descanso, não há descanso, carregam pesadas caixas nas costas, protegem o patrimônio da igreja, realizam treinamentos em cidades distantes, arriscam suas vidas em verdadeiras corridas contra o tempo, porque tudo tem horário marcado, o suor desce de seus rostos, mas não devem achar que estão desobedecendo a Deus, afinal "tudo é pela obra", quem manda são os "ungidos do Senhor"! E para soldado mandado não há crime.

O discurso que comove, que convence a maioria da membresia é: “os funcionários da “obra” estão dando duro no sábado, estão fazendo a “obra do senhor”, trabalho santo, e embora pregamos que não se pode trabalhar no sábado, esse tipo de trabalho é permitido!"

Mas afinal, porque que estes funcionários se submetem a verdadeira exploração de trabalho, em um dia que pregam, não é para isso?

Sejamos racionais, mais do que o "privilégio" de trabalhar na "obra", homens e mulheres que ali estão, dependem do emprego, precisam sustentar suas famílias, pagar as contas e comprar roupa nova, um sapato novo para a esposa, outro para o filho, afinal precisam estar na igreja impecáveis, não podem passar vergonha, pois lá, estar com um sapato surradinho é ser "irmãozinho", pobre coitado, inda mais quando se é "funcionário da obra".

Na "obra adventista" não há sindicato, portanto não se pode "lutar por direitos", se alguém se atreve a criticar ou reivindicar o mínimo que seja, é sumariamente demitido na primeira oportunidade, então "aquietai-vos, porque o Senhor é Deus".

Quer ganhar espaço ali, aprenda a excelência do "puxassaquismo”, esse é o caminho mais curto para você se tornar por exemplo vice-tesoureiro ou tesoureiro quem sabe, o posto máximo que um “orelha seca” pode chegar, plano de carreira significativo, somente para quem consegue o curso da etnocêntrica teologia adventista, assim, mais do que a competência, vale quem baba mais, depois disso seja sempre pela obra e não pelo funcionário, sacrificai-os, matai-os, remova-os, eliminai-os sempre em nome da instituição e tudo estará resolvido!

Ah! E não se esqueça, é fácil fazer isso! Eles, os funcionários, não tem quem os defenda, é fácil torná-los marionetes, massa de manobra, são completamente dependentes de um sistema que nasceu para beneficiar uma minoria de colarinhos brancos, uma oligarquia, membros de uma sociedade poderosíssima chamada de "O Ministério", é para lá que tudo tem que ir e fluir, especializada em tosquiar cordeirinhos, eles amam dinheiro, tomam seu tempo, seu futuro e até sua vida (como os que morreram nesse acidente) e não dão nada em troca, sequer conseguem orientar e cuidar dos jovens quando é necessário! E ainda dizem! Não nos culpem, foi uma fatalidade!

E o pior, a maioria dos membros acreditam nisso, são subservientes, e por acreditar não reclamam e quando silenciam tornam-se cúmplices diretos de ações horrendas que aliena e mata! Em momentos como o fim de semana passado há choro, mas porque há lágrimas? Será que é por arrependimento? Ou remorso? Nesse caso específico é fácil responder, é o sentimento de culpa, por saber que quando um funcionário está de férias, deve estar até o último minuto, não se pode permitir em nenhuma hipótese, ainda que este queira, que tal funcionário deixe o convívio da família, se envolvendo em trabalho fora de hora, de tempo e de lugar.

Nada do uso da autoridade a qual todos devem se curvar; é tentador? Resista! A condição humana exige por ela um respeito que a possa tornar digna. Ah tá, já ia me esquecendo: faixa contínua, caminhão baú à frente, curva a 200 metros, pressa e insensibilidade administrativa... Combinação fatal!

Espero que a igreja, sua membresia, ao ter chorado a perda de pessoas queridas, ao ter pagado um preço tão alto, não acredite que foi por vontade divina, não caia na historinha de que foi por um bom motivo. Não! É claro que não foi! As famílias perderam seus queridos e inclusive outro rapaz que não fazia parte desta igreja, eles morreram porque alguém nutre no coração a vaidade de querer mais, sempre mais e com isso a clara incapacidade de saber qual o real valor de uma vida.

Algo precisa mudar e mudanças desse gênero só ocorrem pela organização e ação do povo, lembrem-se, os déspotas estão caindo! Na sociedade como um todo não há mais lugar para eles! Não permitam em nome do que consideram sagrado, que eles façam carreira entre vós!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A marca da pobreza

O novo logo do governo federal, nem bem atingiu seu apogeu público e já está fazendo o maior sucesso, sucesso negativo diga-se de passagem.

Como trabalhamos em publicidade, penso que foi uma tremenda bola fora de quem produziu e quem aprovou o tal logo.

É verdade que a luta contra a pobreza no Brasil tomou contornos jamais vistos a partir do governo Lula, já vinha ganhando a mídia quando no governo de FHC, foi anunciado que o brasileiro estava comendo mais frango, uma das carnes mais baratas do mercado é bom dizer.

Com o bolsismo de lula a coisa ganhou notoriedade midiática e o mundo conheceu o esforço brasileiro para que milhões saíssem da miséria. Se o programa foi e é contestado ou não, a verdade é que tem muita gente adorando as bolsas que recebem do Governo Federal.

No meu modo de ver, essa política tida como assistencialista, precisa ser repensada, uma vez que a ninharia que o governo tem distribuído entre os pobres, serve de desculpas para que uma multidão de pessoas se fixe no ostracismo, afinal dizem: "pra que trabalhar?" "Pra que estudar e pra que fazer controle de natalidade se o governo não me deixa passar fome?" Claro que essa realidade não é geral.

Não digo que deva parar a distribuição, mas que deve-se pensar algo do tipo: qual o retorno que o país obterá disto? E não apenas um seguimento político que ganha votos e mais votos com o tal bolsismo. Mas convenhamos, estampar em um logo que "país rico é país sem pobreza" penso ser de uma pobreza esculachada, já que do ponto de vista social, a justa distribuição de renda deve ser coisa basilar em um país, e fazer propaganda disso, penso que é escancarar o ponto fraco de uma nação, deteriorando sua imagem de país emergente.

Particularmente, gostava do logo do governo passado, "um país de Todos", sim, um país onde todos têm e devem ter direitos iguais, embora sabemos da fantasia contida nessa fala, mas trata-se de um sonho que não devemos abandonar.

Conversando com um amigo advogado ele disse algo que me fez pensar, falou que o jovem é idealista até seus 25/30 anos, depois ele percebe que a luta pela sobrevivência, tirará ele do idealismo e o levará diretamente para o realismo, no realismo ele percebe que ações sociais que beneficiem o todo é prerrogativa do poder político e querer que nossos políticos observem o social, embora ser esse o dever deles, é sonho e não realidade. percebe-se ai um desencantamento.

Uma professora na faculdade dizia: "já fui muito de brigar, de pensar em políticas públicas que beneficiem o pobre, militava mesmo, hoje deixei isso de lado, perdi a vontade , o tesão!", ela também desencantou-se.

Mas um país é feito de lutas, de reivindicações, alguns podem parar de lutar, mas a luta deve continuar e sem intimidações. Mas por favor, o combate à pobreza deve ser a marca de um governo que prima pelo social, só não acho que isso deve servir como matéria prima para sua publicidade, porque a pobreza é indigna, é uma mazela que não deve ser exteriorizada e sim combatida internamente.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O povo egípcio e o mundo derrubaram mais uma ditadura!

O que faz alguém se tornar um ditador? Percebam que o poder fascina, há aqueles que o exercem e há aqueles que namoram com ele, estão sempre por perto, farejando, besbilhotando, fazendo conchavos. À beira da mesa dos que mandam, estão os que adoram as suas migalhas, são como o personagem Smigol do filme "O senhor dos anéis", sabem tudo, conhecem os caminhos, onde moram as aranhas do poder, dominam a arte da chantagem e sonham com o dia em que tomará para si o anel do poder que um dia imaginavam ser deles. Essa gente é dominada por sentimentos espúrios do tipo: covardia, complexos de inferioridade, incapacidade. Pensam que são incompetentes demais para chegar lá através de caminhos dignos, e na maioria das vezes estão certos, imaginam que a maioria jamais daria a sua legitimidade, mas querem o poder de qualquer jeito, então especulam, espezinham e preparam o bote como uma serpente às escuras. Não apenas na política, eles também estão nas empresas privadas, nas instituições públicas, nas universidades e pasmem, até nas religiões e nas famílias encontramos esse tipo de lixo humano individualista, egoísta às espreita, esperando um erro de alguém para por em prática sua mais nefasta arma, a chantagem. "Não me demita senão eu conto tudo", "aumenta meu salário do contrário vou jogar aquele caso no ventilador", "Eu sei da sua vida, vou acabar com você", "me apoie senão eu vou puxar seu tapete". "faça isso, faça aquilo e não reclame, do contrário será demitido". No Brasil de 1964, depois do discurso de João Goulart no Rio de Janeiro, defendendo as organizações sociais e prometendo um governo populista, os conservadores ficaram apavorados, principalmente a chamada classe média, entre eles a Igreja Católica, os banqueiros, os empresários e também os ditos militares, esses últimos que já namoravam com o poder a algum tempo, especialmente depois da renúncia de Jânio Quadros, resolveram que aquela era a hora de tomar o poder no país, passaram então a acusar o governo de culpado pela caristia, de querer entregar o Brasil para os comunistas e chantagearam, foram para as ruas com sua tradicional ostensividade, exatamente depois que aconteceu o movimento organizado pelos conservadores citados acima contra as propostas do governo, chamado de "Marcha da Família com Deus pela Liberdade". Era a hora das toupeiras entrarem em ação, em nome de Deus, da moral e da família, lançaram o Ato Institucional número 1, que cassava mandatos políticos que faziam oposição aos militares e tirava a estabilidade dos funcionários públicos, ou seja, se não aceitassem a total subserviência ao regime, deveria imediatamente dar lugar a quem era do lado militar, sempre às escuras, na calada da noite, no oportunismo. No Egito, Mubarak era o herói de uma guerra, membro da Força Aérea egípcia, já estava ali, pertinho do poder, ou melhor, já namorava com ele e assim chegou à vice-presidência em 1975. Quando o presidente Anwar Sadat, foi morto por islamitas em 1981, num desfile militar, sabe-se lá em quais condições e por quais verdadeiros motivos, eis que Mubarak assume o poder e de imediato mudou as leis políticas do país que tornou praticamente impossível um partido de oposição chegar ao poder, golpeou a democracia, a vontade do povo, o desejo era se perpetuar no poder. Quando estudamos Aristóteles e sua política, encontramos a informação de que a tirania se vale da ilegalidade. O primeiro ato de um ditador é mudar as leis que quebram a legitimidade do seu poder e coloca no lugar delas, segundo afirma Platão, "regras que são estabelecidas segundo o que lhe convém", no único objetivo de continuar no poder. O desenho é sempre igual, as ações são muito parecidas, na imensa maioria das vezes não há para o cidadão nenhum benefício, o que se vê em uma ditadura são privilégios para uma minoria déspota que usa a força, a coerção, a ameaça, a violência brutal para a legitimização do seu poder. No entanto, fica difícil um ditador se manter no poder por muito tempo utilizando ferramentas tão desumanas, e como escreveu Aristóteles , é "um estado de ilegalidade" e assim sendo, continuar no poder por muito tempo é impossível, quando a paciência do povo se esgota, começa a sua derrocada. Aristóteles afirma que a tirania é curta, porque seus sistemas de governos são fracos moralmente, não tem apoio do povo e Maquiavel setencia: "a tirania é o governo que tem menor duração e de todos, é o que tem o pior final". Foi o que assistimos nesses últimos dias no Egito, por mais mecanismos que Mubarak usava para ludibriar o povo, nenhum deles colou e ele teve que colocar o rabinho entre as pernas e sair do poder assim como lá entrou, às escuras, mas deixou um saldo de mais de 300 mortos, entre eles, jornalistas que cobriam os fatos. Durante todo o processo, o povo egípcio sabia o que queria, o fim da ditadura. Jovens, crianças, idosos, intelectuais e nesse caso até parte importante do exército queria acabar com aquele sofrimento que já durava 30 anos, que só se manteve por esse tempo porque se apoiou em políticas internacionais de paz no Oriente Médio, como o acordo feito com Israel e com isso ganhou apoio de governos ocidentais como os Estados Unidos. O mundo então se mobilizou e apoiou o povo egípcio, formadores de opinião, organizações como o Avaaz, que resolveu colocar a boca no trombone e fazer pressão sobre os governos de vários países, inclusive o americano através da mobilização popular, até um cartunista brasileiro contribuiu com suas charges, aí não deu pra Mubarak, cai mais uma ditadura pelo legítimo poder do povo nas ruas, e agora com uma poderosa ferramenta, a internet. E pelo que preveem os Cientistas Sociais, vem mais quedas por aí, os últimos ditadores não perdem por esperar!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Curiosidade: o mistério do número 111 em 2011

Outro dia estava conversando com um amigo geólogo, ele é um sujeito sempre atento a alguns fenômenos da natureza, e quando nós nos encontramos levamos um bom tempo dialogando sobre essas questões, mas na última vez que estivemos juntos ele colocou uma situação interessante. Estamos no ano 2011, e nesse ano teremos algumas datas onde o número 1 será imperativo como: 1.1.11, 11.1.11, 1.11.11, 11.11.11. Um colega do meu amigo lhe fez um desafio: "pegue o ano que você nasceu e some com a idade que você fará esse ano (ano de nascimento + idade em 2011) vai dar 111, agora calcule com a data de nascimento e idade em 2011 das pessoas que você conhece, vai dar sempre 111". Curioso não é? Um prato cheio para os especuladores misticistas de plantão. Para os que nasceram do ano 2000 para cá, a soma dará sempre 11 (00 + 11, 01+10, 02+09...). Lógico que saí fazendo contas de todo mundo que conheço pois é impressionante, mas, como explicar isso? Você se arrisca? Bom, é lógico que é uma questão matemática, mas no mínimo curiosa. Agora faça as contas com sua data de nascimento e sua idade nesse ano em curso, só pra ver se vai dar 111.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

A saúde em Itabuna agoniza na UTI


Essa semana eu, minha namorada e algumas amigas fomos ao Hospital Calixto Midlej Filho aqui em Itabuna, para visitar uma amiga que está por lá internada, ao chegar na portaria uma das amigas pediu informações sobre a paciente, o atendente perguntou se ela estava no céu, se referindo aos apartamentos do hospital, achei interessante a colocação do moço e perguntei: se lá é o céu, onde é o inferno? Ele riu e respondeu: "o inferno é no Hospital de Base".

Diante das notícias que nos chegam sobre aquele hospital, parece que o rapaz não está muito longe da realidade, o desleixo é vergonhoso, é até uma afronta ao povo itabunense. Não se consegue explicar como pode um hospital que nasceu dando a população um sentimento de realização, de orgulho e até de tranquilidade por saber que a partir daquele momento havia na cidade um hospital digno do povo grapiúna, se encontrar na situação atual.

Hoje, o que assistimos é um patrimônio público morrer, agonizar diariamente porque pura e simplesmente não existem programas e honestidade suficientes na política itabunense de ao menos manter o hospital com dignidade em seu próprio propósito de existência, o de cuidar da saúde do povo grapiúna.

Acontece que no outro dia encontrei uma amiga, funcionária da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna, instituição que é gestora do Hospital Calixto Midlej Filho, onde nossa amiga estava internada, a minha amiga ficou indignada com a fala do atendente e com espanto me disse: "você deveria perguntar para ele se a Santa Casa estava com a realidade distante do HBLEM, que ele chamou de inferno!" e revelou que nas dependências do Calixto Midlej falta até copo descartável, disse que pela manhã, a moça que fornece o material básico de consumo, informa que é para beber água, depois lavar e guardar o copo para reutilizá-lo.

Quando estava no apartamento onde nossa amiga estava internada, chegou uma colega de trabalho avisando que já havia comprado a dipirona para ela usar, sequer esse remedinho o hospital tinha disponibilizado.

Enquanto isso, as notícias que chegam é que mais de 2 milhões de reais foram desviados das contas do hospital para filhos do aproveitador (ops!, PROVEDOR) que se diz administrador da instituição. A que ponto chegamos na questão da moral! Para onde foi esse dinheiro? Quem dará conta dele? Como está sendo feito as investigações para punir os culpados e quando isso vai acontecer? Onde fica a honra do povo grapiúna? São tantas perguntas que uma situação dessas gera, que nos sentimos atordoados e descrentes quando o que está em jogo é o bem estar do cidadão, que paga e caro por ele.

Falta copo descartável, falta limpeza, falta remédio, falta salário, falta saúde, falta vergonha na cara das pessoas sem caráter que cuida da saúde de Itabuna! Que um dia já foi o orgulho da cidade! É lamentável!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Ronaldo, Ronaldinho, Vanderley e Wanderley

Ronaldinho Gaúcho chegou, treinou e fez sua estréia pelo Flamengo nessa quarta-feira no Engenhão contra o time do Nova Iguaçu, pela Taça Guanabara, primeiro turno do Campeonato Carioca.
Não foi um jogo fácil, o time do Nova Iguaçu entrou em campo disposto a dificultar a estréia de R10 e resolveu jogar recuado, colocou na maior parte do jogo seus jogadores no campo de defesa e obrigou o Fla a ir pra cima. No entanto, um problema que já se tornou crônico no time da Gávea, a falta de pontaria dos atacantes rubro negros tornou o jogo improdutivo, até que Vanderley colocou Wanderley em campo, tirou o então ineficiente David que saiu vaiado pela torcida, colocando o atacante que vem dando seu recado jogo a jogo, e foi ele mesmo que resolveu a parada, num chute de Thiago Neves, o goleiro do Nova Iguaçu foi obrigado a fazer uma defesa difícil no canto direito e a bola sobrou para o oportunista Wanderley, que não perdoou, 1x0 Flamengo, salvando a estréia de Ronaldinho Gaúcho que se movimentou bem, deu bons passes, chutou a gol, foi ovacionado pela torcida mas ainda é notório a falta de ritmo.
O Flamengo segue líder de sua chave, já classificado para as semifinais da Taça Guanabara, e é bom lembrar que o campeão da Guanabara já garante vaga na final do Carioca.
O vexame ficou por conta do Corínthians, que deu adeus a Libertadores da América, tinha a chance de entrar para a fase de grupos do campeonato sul americano mas como todos sabem, parece que o Corínthians não nasceu para esse campeonato, perdeu de 2x0 para o disposto time colombiano Tolima, num jogo que o time paulista parece que esqueceu o que é disputar uma Libertadores.
Mas o que ficou ainda mais evidente é que Ronaldo definitivamente parou de jogar, foi esforçado mas nem de longe lembra o futebol agressivo que o consagrou em todo mundo, está visivelmente lento, sem pegada, pesado demais em campo e um agravante, percebe-se uma preocupação enorme por parte dos demais jogadores em assessorá-lo em cada jogo, mas ele simplesmente não consegue mais corresponder. Entendo isso como uma normalidade para um jogador em fim de carreira. A não ser que ele se recupere fisicamente, pois em se tratanto de Ronaldo tudo é possível, a torcida corinthiana ainda vai ter que assistir muitos desses jogos pois ele já avisou que só vai parar de jogar no final do ano.
Parece que o Corínthinas vai mesmo ter que sucumbir aos intentos financeiros do marketing e abrir mão de disputar títulos esse ano, um jogo muito perigoso, penso eu.
Para o time de Ronaldo resta agora o Campeonato Paulista, hoje liderado pelo Palmeiras de Felipão que nesta noite venceu o Mirassol por 1x0, depois o Campeonato Brasileiro com alguns times um pouco mais qualificados para conquistá-lo, mas tudo isso é meio que conversa de butiquim, porque em futebol tudo depende de um monte de coisas que foge das vistas de um simples blogueiro.
No final da noite fotebolística ficou para os flamenguistas a certeza de que Ronaldinho precisa de tempo e que Vanderley precisa de Wanderley e para os corinthianos a sensação de que para Ronaldo como jogador de futebol o tempo acabou e que Libertadores é só um sonho para um futuro não tão próximo assim, pelo menos enquanto o time ter que pagar caro para o marketing, e que o nome Tolima em 2011 vai sempre lembrar "tôliminado".

Odeio pedido de desculpas!


Nos últimos tempos assistimos a banalização do pedido de desculpas. Pede-se desculpas por tudo e por todas as ofensas, o pedido de desculpas é a moeda que paga pela reconciliação, pelo perdão, a chave do voltar a ficar bem.

Não digo que pedir desculpas esteja demodê, o que não concordo é com o aparente escambo desse ato, sim, escambo, porque a coisa é feita de tal modo, que as pessoas imaginam que podem arriscar a ofender, prejudicar ou mesmo machucar alguém, em troca de, se a vítima ficar muito chateada, um pedido de desculpas e tudo fica bem.

No início do ano 2011, assistimos horrorizados corpos de pessoas descendo ribanceiras abaixo nas enxentes do Rio de Janeiro, ao fim do massacre natural (natural?) foram contabilizados quase mil mortos, fora os que desapareceram e o governo que deveria agir na prevenção, pois esta é a sua prerrogativa, ofereceu dinheiro e um pedido de desculpas para as famílias vitimadas pela sua inércia.

Em São Paulo, naquele mesmo ano e em tantas outras ocasiões, jovens gays foram massacrados, humilhados, agredidos fisicamente e moralmente por um bando de "sem que fazer", a moeda de troca que as vítimas receberam foi uma mãe afirmando que não criou os filhos para aquilo (será?) e, com essa afirmação, veio embrulhado um pedidozinho de desculpas.

 A Igreja Católica depois de mais de 50 anos do genocídio praticado contra os judeus em que ela silenciou-se covardemente e completamente, virando as costas, tapando os ouvidos e fechando os olhos enquanto milhares de inocentes eram exterminados brutalmente nos campos de concentração, resolveu, através do Papa Bento XVI, que a melhor moeda a oferecer para a comunidade judaica e a humanidade, para quem ela afirma ser representante de Deus, seria um "formal pedido de desculpas" e nada mais.

Me pergunto: um simples pedido de desculpas restitui as perdas das vítimas? Será que as familias cariocas que perderam filhos, mães, pais, avós, netos, de forma tão brutal, ficaram satisfeitas com o dinheirinho e o pedidozinho de desculpas do poder público? E as suas perdas? Seus prejuízos materiais e emocionais? E os rapazes vítimas da covarde homofobia em São Paulo, como eles estão se sentindo com o pedido de desculpas da mãe de um dos agressores? E as marcas que ficaram na pele, nos rostos e principalmente na mente das vítimas, quem as absorve?

Como a Igreja Católica pode reaver tudo que os judeus sofreram nos campos de concentração nazistas, as criancinhas famintas que eram enganadas com pedaços de chocolate até encontrarem uma bala de fuzil na cabeça? Os idosos que morreram de inanição e maus tratos? Como a igreja pode devolver honra, dignidade, paz, cura mental para os milhares de órfãos judeus com um simples pedidozinho de desculpas?

 Ao que pedem desculpas só há algo a fazer, virar as costas e se sentir o máximo porque conseguiu se retratar diante do que fez e com quem fez, depois disso sente-se aliviados e ainda tem a cara de pau de afirmar: "fiz a minha parte, se ele não perdoar o problema é dele, não é mais meu".

Os evangélicos dizem "ofereça a outra face" mas seja um membro da igreja e eles descobrem que você está fazendo algo que contraria suas doutrinas! Depois de um momento inquisitório (sim, isso ainda existe em pleno século XXI) você é banido do "rebanho", sem chances de se explicar e mais do que isso, estigmatizam, "bandido uma vez, bandido para sempre! (Sem generalizações, é claro!).

Para as vítimas o que fica é a dor, as marcas, as cicatrizes, que em muitos casos nem o tempo consegue apagar.

Sabe o que penso? Muito melhor do que pedir desculpas é nunca precisar fazê-lo. Tá! Eu sei! Isso soa meio que utópico numa humaninade falível, passível de erros. Claro, todos nós erramos, todos cometemos deslizes, e eu, como um pobre mortal, me incluo de corpo e alma entre esses errantes.

Claro que precisamos pedir desculpas sempre que vitimamos alguém com nosso modo de ser e de viver, mas cai muito bem quando as pessoas vivem de tal modo que pedir desculpas não se torne banal em suas vidas e sim algo de uma importância profunda, um aprendizado para jamais voltar a fazer o que gerou a necessidade de pedir desculpas.

Já passou e muito do tempo de começarmos a rever nossos atos, a maneira como interagimos com as pessoas, respeitando suas escolhas, suas opiniões, suas difrenças, lançando mão de conhecimentos que hoje dispomos para diminuir sensivelmente a necessidade de estarmos constantemente proferindo o tal "me desculpe por favor".

Explicando o título desse post, odeio sim o pedido de desculpas, quando este claramente podia ser evitado, mas aceito o pedido de desculpas sincero e de fácil compreensão.

O BRUTAL E DESUMANO UNIVERSO DAS REDES SOCIAIS - Por Maik Oliveira

Desligue suas redes sociais! A frase pode parecer de um rigor extremo, mas é o que sugerem importantes nomes do Vale do Silício, ex funcioná...