sábado, 28 de março de 2015

A METÁFORA DA CAIXA DE BOMBOM - CLARION

É isso gente, é assim que penso, é assim que vivo e Clarion acertou em cheio. Isto serve para petistas, tucanos, evangélicos, ateus, feministas, machistas e todos os côncavos e convexos das relações sociais. Tenho direito sim de montar meu próprio ideário. Entenderam?!

sábado, 7 de março de 2015

Mercado de trabalho para os sociólogos e a Sociologia no Ensino Médio

Por Ronaldo Baltar *



Caminhos da profissão do sociólogo e do professor de Sociologia


O mercado de trabalho para os sociólogos e para professores de Sociologia é distinto, mas compartilha problemas similares no Brasil. O primeiro problema está na participação, em grande quantidade, de profissionais formados em outras áreas nas vagas ofertadas para os formados em Sociologia ou Ciências Sociais. O segundo problema está na origem da formação acadêmica, que não qualifica os profissionais para atuarem no mercado de trabalho.
No Brasil, em grande parte das Instituições de Ensino Superior, a formação começa na entrada do estudante em um curso de Ciências Sociais ou de Sociologia. Os cursos de Ciências Sociais abrigam também a formação em Antropologia e Ciência Política. Cada universidade difere sobre o caminho a ser seguido por seus estudantes até chegarem ao mercado de trabalho. Mas passarão por uma primeira escolha: a licenciatura ou o bacharelado.
Enquanto os licenciados buscam o mercado de trabalho de professores do ensino médio, os bacharéis encontrar-se-ão em um mercado de trabalho mais difuso: o dos profissionais da "Ciência e Intelectuais", segundo definição da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Um número menor seguirá a formação acadêmica na pós-graduação stricto sensu.
  

O professor universitário pós-graduado visa, em grande parte, o mercado de trabalho mais restrito das universidades públicas e algumas confessionais, isto é, religiosas, com perfil similar. 

No entanto, a maior parte da carga horária, da estrutura disciplinar e dos incentivos aos alunos dos cursos de Sociologia, ainda que não explicitamente, está voltada para a formação do próprio professor universitário. Nesses casos, ainda permanece um desinteresse com o ensino médio e um desconhecimento em relação às atividades profissionais do sociólogo. Acredita-se que, formando o acadêmico de nível superior - o "pesquisador" -, forma-se também o sociólogo ou o professor de ensino médio, o que não é verdade necessariamente.


O mercado de trabalho para o sociólogo
A profissão de sociólogo está estabelecida na Lei n º 6.888, de 10 de dezembro de 1980. São atividades do sociólogo o planejamento e a execução de pesquisas socioeconômicas, culturais e organizacionais, o levantamento sistemático de dados para subsidiar diagnósticos e a análise de programas em várias áreas (educação, trabalho, promoção social e outros). Também são atividades do sociólogo a assessoria e a prestação de consultorias a empresas, órgãos da administração pública direta ou indireta, entidades e associações. Embora existam esforços para a regulação da profissão, principalmente por parte da Federação Nacional dos Sociólogos (FNS) e alguns sindicatos estaduais, ainda não há uma delimitação efetiva para o campo de trabalho profissional do sociólogo. O empenho da FNS para a criação do Conselho Nacional de Sociologia é um passo importante para a regulação e fortalecimento da profissão.


As ofertas de emprego para sociólogo, dentro desse perfil profissional definido, são frequentes, mas não têm crescido nos últimos anos. As vagas são ofertadas principalmente por órgãos governamentais, empresas de consultoria e pesquisa, e organizações não-governamentais. Um exemplo pode ser ilustrado com o anúncio para contratação de sociólogo: Analista Socioambiental, vaga ofertada por uma empresa de Minas Gerais, com salário entre R$ 2.000,00 e R$ 3.000,00, para elaboração de relatórios socioeconômicos de projetos, levantamento e análise de dados e pesquisa de campo. 

Um campo de trabalho não previsto inicialmente na definição do profissional, que também tem crescido, é o de Editor de Textos de Sociologia. Uma oferta de emprego, no estado de São Paulo, por exemplo, oferecia salário entre R$ 6.000,00 e R$ 7.000,00, para edição e produção editorial em obra didática de Ensino Médio referente à disciplina de Sociologia. Como normalmente acontece em outras profissões, essas são vagas que exigem experiência de trabalho comprovada. 

De maneira geral, a caracterização do mercado de trabalho do sociólogo é difícil. São poucos os que, mesmo contratados para ao exercício específico da profissão, registram-se como sociólogos. Entre os que estão registrados, nem todos exercem as funções específicas definidas para o sociólogo. 

De qualquer modo, tomando como parâmetro apenas os contratados como sociólogo (CBO 251120), segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho (CAGED/MTE), entre janeiro e maio de 2013, foram contratados 30 profissionais em todo o Brasil, com média salarial de R$ 3.295,00. Entre julho e dezembro de 2012, foram 46 contratações em todo o país, com média salarial de R$ 2.849,00. 

Se acrescentarmos os contratados como Pesquisador de Ciências Sociais e Humanas (CBO 203505), no Brasil, ocorreram 66 contratações nos primeiros meses de 2013, com salário médio de R$3.297,00. Entre julho e dezembro de 2012, um total de 106 contratos de trabalho foram assinados em todo o país, com média salarial de R$ 2.187,00. Somando tudo, entre julho de 2012 e maio de 2013, foram 248 contratações com média salarial de R$2.907,00. Como comparação, entre janeiro e maio de 2013, foram contratados, em todo o país, 475 economistas (CBO 251205), com média salarial de R$ 4.494,00, segundo os dados do CAGED/MTE.

Deve-se ter em consideração também que o número de formados em Ciências Sociais/Sociologia é bem menor do que o número de formados em Economia e de outras disciplinas similares. Os dados disponíveis não permitem precisar a relação entre vagas ofertadas e pessoal formado em Sociologia. Mas, como referência, de acordo com os dados do Censo Populacional de 2010, do IBGE, do total de pessoas que concluíram o ensino superior no Brasil, mais de 37% tinham o diploma de Gerenciamento e Administração de Empresas. Outros 31% eram diplomados em Ciências da Educação, seguidos de 25% de bacharéis de Direito. Os formados em Economia ocupam o décimo lugar, com aproximadamente 6% do total. Os diplomados em Sociologia (Sociologia e Estudos Culturais) representavam em torno 0,2% da população com nível superior no Brasil.
O mercado de trabalho para o sociólogo não é favorável aos iniciantes na carreira. De acordo com os dados da Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho (RAIS/MTE) de 2010, o perfil do profissional contratado tem, em média, acima de 40 anos de idade e mais de 10 anos no emprego. O despreparo com que os jovens sociólogos saem das universidades, em relação ao exercício da profissão, e a falta de estágios efetivamente vinculados ao trabalho profissional do sociólogo são fatores que agravam o problema.
O mercado de trabalho do professor de Sociologia no Ensino Médio
A categoria profissional dos professores é bem mais organizada e com perfil de trabalho claramente delimitado. O licenciado em sociologia enquadra-se nesse campo profissional. Do ponto de vista salarial, há uma diferença entre escolas públicas e privadas. Para a rede pública, o Ministério da Educação (MEC) estabeleceu, em 2013, um piso salarial de R$ 1.567,00. Vários estados não cumprem o piso estabelecido pelo MEC, motivo de mobilização constante da categoria em todo o Brasil.
Segundo dados do CAGED/MTE, o salário médio para contratação de professor de Sociologia no ensino médio fora da rede pública era de R$ 900,00 em maio de 2013. Como comparação, no mesmo período, professores de Sociologia no ensino superior da rede privada foram contratados, em média, por R$ 1.139,00.
O ensino de Sociologia e de Filosofia foi banido da educação básica pelo regime militar, por meio do Decreto Lei n. 869 de 1968. Essas disciplinas foram substituídas por Organização Social e Política Brasileira (OSPB) e Educação Moral e Cívica. Com o fim da ditadura, em algumas poucas universidades, docentes de Sociologia empreenderam uma trabalhosa campanha pela retomada do ensino de Sociologia no ensino básico. Desafiando o descrédito, fortaleceram cursos de licenciatura, criaram laboratórios de ensino, projetos e linhas de pesquisa vinculadas à prática docente de Sociologia.
Em maio de 2008, o Congresso Nacional votou a alteração na Lei 9.394 de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), tornando novamente obrigatório o ensino de Sociologia e Filosofia no Ensino Médio. Ainda, em 2008, a Secretaria de Educação Básica Presencial da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) fez um levantamento sobre a necessidade de docentes para o ensino no Brasil, constatando que seriam necessários 107.680 professores de Sociologia para fazer cumprir a nova lei. Naquele ano, havia em todo o país 20.339 professores de Sociologia em exercício. O mercado de trabalho para professores de Sociologia no Ensino Médio demandaria 87 mil novas vagas no país.
Assim como ocorre com os bacharéis em Sociologia, o campo de atuação no ensino também é marcado pela presença de outros profissionais no lugar dos licenciados em Ciências Sociais/Sociologia. No mesmo estudo da CAPES de 2008, verificou-se que apenas 2.499 (pouco mais de 12%) dos 20.339 professores de Sociologia eram, de fato, formados em Sociologia ou Ciências Sociais.
Entre 2003 e 2008, a CAPES constatou que foram formados aproximadamente 14 mil licenciados em Ciências Sociais/Sociologia no Brasil. Nesse ritmo, se não houvesse nenhum aumento do número de turmas, seriam necessários mais de 30 anos para cobrir o déficit de docentes em 2008, sem contar os 18 mil docentes de outras áreas que ministravam turmas de Sociologia.
Tabela 1. Docentes que ministram disciplina de Sociologia no Ensino Médio

Disciplina de Sociologia
Professores
%
Formados em Ciências Sociais - Licenciatura?
Não
49.041
89,7%
Sim
5.613
10,3%
Fonte: INEP, Microdados do Censo Escolar – Docentes, 2012. Elaboração própria



Em 2012, analisando-se os microdados do Censo Escolar produzido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), havia 54.654 professores ministrando turmas de Sociologia no ensino básico. Os licenciados na área eram 10,3% do total. O número de docentes de Sociologia mais do que dobrou entre 2008 e 2012, mas a participação dos licenciados em Ciências Sociais/Sociologia reduziu-se. 

As dez universidades que formaram o maior número entre os 5.613 professores de Sociologia licenciados na área foram as seguintes: Universidade Federal do Pará, PUC-Minas Gerais, Universidade Estadual de Vale do Acarau, Universidade Federal Fluminense, Universidade Estadual de Londrina, Universidade do Oeste Paulista, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caruaru, Faculdade de Filosofia de Passos, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade de Santa Cruz do Sul.


Tabela 2. Turmas de Sociologia por docentes formados em Ciências Sociais - Licenciatura por Categoria, 2012
Categoria
Turmas de Sociologia
Docentes com Licenciatura em Ciências Sociais
Docentes formados em outros cursos
Turmas
%
Turmas
%
Categorias de Escola Privada
Escola Pública
48.311
20,0%
193.192
80,0%
Particular
4.530
15,8%
24.171
84,2%
Comunitária
33
10,4%
284
89,6%
Confessional
79
14,7%
457
85,3%
Filantrópica
733
13,7%
4.613
86,3%
Fonte: INEP. Microdados Censo Escolar - Docentes, 2012. . Elaboração própria.

Os dez estados que oferecem o maior número de turmas de Sociologia, com professores formados na área, são Rio de Janeiro, Pará, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Ceará, Santa Catarina e Distrito Federal.
Comparando-se o número de turmas ofertadas em todas as escolas, observa-se que os professores formados em Sociologia ministraram turmas de outras matérias. Segundo os dados do Censo Escolar de 2012, ainda havia mais turmas ofertadas de Estudos Sociais do que de Sociologia.
A defasagem entre o número de turmas da disciplina de Sociologia ofertadas por professores formados na área e não formados na área é maior nas escolas particulares. De maneira geral, sendo, curiosamente, as escolas comunitárias e filantrópicas as que menos contratam professores formados em Sociologia para ministrar a disciplina.
O mercado de trabalho para os sociólogos e professores de Sociologia
Há um potencial grande para a carreira de sociólogo no Brasil, tanto para o bacharel, quanto para o licenciado. Há um ritmo constante de oferta de vagas para pesquisadores com perfil profissional na área, não apenas no setor público, mas também em empresas e organizações não-governamentais. O mercado de trabalho potencial para os licenciados é muito maior do que o número de formados anualmente nas universidades.
Mas ainda há problemas sérios a serem enfrentados. Há o problema de ocupação do campo de trabalho, majoritariamente exercido por profissionais de outras áreas. Há o problema salarial, principalmente para o exercício da docência na rede privada de ensino.
Há também o problema da formação. Em grande parte das universidades, os cursos de Ciências Sociais e Sociologia precisam reestruturar-se para ofertar uma formação direta tanto para o sociólogo profissional, quanto para o professor de Sociologia. São necessárias disciplinas voltadas para o perfil da profissão, como pesquisa não-acadêmica, análise de dados, planejamento, organização de projetos sociais entre outros tópicos. Para o bacharel, o estágio profissional deve ser estruturado e acompanhado de perto por profissionais da área, para que se possa apresentar uma alternativa às barreiras para a entrada do jovem sociólogo no mercado profissional. Mais do que isso, é necessário encarar a formação do sociólogo e do professor de Sociologia no Ensino Médio em pé de igualdade com a formação do professor universitário, muito mais incentivada e valorizada pelo sistema acadêmico de avaliações.


* Ronaldo Baltar é professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Londrina. E-mail: baltar@uel.br

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

A Saúde pública em Itabuna. Uma vergonha que ninguém aguenta mais!

O que dizer de um sistema de saúde que já faz muito tempo envergonha e mata o cidadão? 

O que dizer da infeliz constatação de que dinheiro público e instalações públicas vem sendo utilizados em benefício de uma minoria, enquanto o povo sofre com um atendimento de saúde de péssima qualidade? 

O que dizer de pessoas que se colocam como gestores da saúde pública mas que se apropria do que é público, enriquecendo de modo ilícito e fazendo dos aparelhos da saúde municipal seu modo de garantir riquezas. 

É a saúde de Itabuna, que um dia já foi referência na região, hoje é uma calamidade que estranhamente ninguém toma providência; calam-se os gestores, os políticos, o Ministério Público e o povo sofre, agoniza e morre. 

Será que ninguém percebe que há algo errado? Será que ninguém se dá conta de que, o modelo de gestão que vem sendo utilizado é nocivo e que as pessoas que ocupam a função precisam ser banidos do posto? 

Isso precisa ter um fim! 

Neste 8 de Julho, o médico Cristiano Conrado, que trabalha no SAMU, resolveu transformar tudo isso em imagem, veja o que ocorre a anos em Itabuna e a petulância e truculência dos Ettinger, que segundo o médico, o agrediu verbalmente e fisicamente, em uma clara demonstração de sentimento de impunidade, de que podem agir de modo ilegítimo e ficarão impunes. 

Pergunta-se: Até quando o povo itabunense vai continuar passivo diante desta vergonha?! 

Assista o vídeo e tire suas conclusões?

quarta-feira, 9 de julho de 2014

A ELIMINAÇÃO DO BRASIL E O QUE ESTÁ POR DETRÁS DISSO SEGUNDO ROMÁRIO

Impossível ler uma carta como essa e ficar sem nenhum movimento. O deputado Romário mostra mais uma vez que é um dos principais políticos do Brasil. Escolheu suas bandeiras e trava uma luta sem precedentes em prol de seus ideais. Ousa enfrentar uma instituição que se apropriou de uma paixão nacional, da bandeira, do hino, da alegria e sentimento de um povo, para enriquecimento, ostentação de poder. Nunca antes alguém ousou questionar ou pedir explicações das ações da CBF, Romário foi o único e esse baixinho, que foi um dos melhores jogadores do mundo, está se mostrando um político digno de ser imitado e deve ser reeleito, sem dúvida alguma, para representar o fio de esperança que ainda podemos ter nesse segmento da sociedade - a parte política.

Compartilho aqui a Carta que Romário escreveu sobre a eliminação do Brasil e tudo o que está por detrás disso.

Leia na íntegra a carta publicada por Romário:
Galera,
passado o luto das primeiras horas seguidas da derrota, vamos ao que verdadeiramente interessa! Quem tem boa memória, vai lembrar da minha frase: Fora de campo, já perdemos a Copa de goleada!

Infelizmente, dentro de campo, não foi diferente.

Ontem foi um dia muito triste para nosso futebol. Venceu o melhor e ninguém há de questionar a superioridade do futebol alemão já há alguns anos. Ainda assim, o mundo assistiu com perplexidade esta derrota, porque nem a Alemanha, no seu melhor otimismo, deve ter imaginado essa vitória histórica.

Porém, se puxarmos da memória, vamos lembrar que nossa seleção já não vinha apresentando nosso melhor futebol há muito tempo. Jogamos muito mal. Infelizmente, levamos sete e, por mais que isso cause mal-estar, devemos admitir que a chuva de gols foi apenas reflexo do pânico, da incapacidade de reação dos nossos jogadores e da falta de atitude do treinador de mudar o time.

Vivemos uma crise no nosso esporte mais amado, chegamos ao auge dela. Acha que isso é problema só dos jogadores ou do Felipão? Nem de longe.

Nosso futebol vem se deteriorando há anos, sendo sugado por cartolas que não têm talento para fazer sequer uma embaixadinha. Ficam dos seus camarotes de luxo nos estádios brindando os milhões que entram em suas contas. Um bando de ladrões, corruptos e quadrilheiros!

O meu sentimento é de revolta.

Estou há quatro anos pregando no deserto sobre os problemas da Confederação Brasileira de Futebol, uma instituição corrupta gerindo um patrimônio de altíssimo valor de mercado, usando nosso hino, nossa bandeira, nossas cores e, o mais importante, nosso material humano, nossos jogadores. Porque não se iludam, futebol é negócio, business, entretenimento e move rios de dinheiro. Nunca tive o apoio da presidenta do País, Dilma Rousseff, ou do ministro do Esporte, Aldo Rebelo. Que todos saibam: já pedi várias vezes uma intervenção política do Governo Federal no nosso futebol.

Em 2012, eu apresentei um pedido de CPI da CBF, baseado em um série de escândalos envolvendo a entidade, como o enriquecimento ilícito de dirigentes, corrupção, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e desvio de verba do patrocínio da empresa área TAM. O pedido está parado em alguma gaveta em Brasília há dois anos. Em questionamento ao presidente da Câmara dos Deputados, sr. Henrique Eduardo Alves, mas ouvi como resposta que este não era o melhor momento para se instalar esta CPI. Não concordei, mas respeitei a decisão. E agora, presidente, está na hora?

Exceto por um vexame como o de ontem, o Brasil não precisaria se envergonhar de uma derrota em campo, afinal, derrotas fazem parte do esporte. Mas vergonha mesmo devemos sentir de ter uma das gestões de futebol mais corruptas do mundo. A arrogância dessa entidade é tão grande que até o chefe da assessoria de imprensa chega ao absurdo de bater em um atleta de outra seleção, como fez o Rodrigo Paiva contra um jogador do Chile Pinilla. Paiva pegou quatro jogos de suspensão e foi proibido de acessar o vestiário dos jogadores. Este ato foi muito simbólico e diz muito sobre eles. O presidente da entidade, José Maria Marin, é ladrão de medalha, de energia, de terreno público e apoiador da ditadura. Marco Polo Del Nero, seu atual vice, recentemente foi detido, investigado e indiciado pela Polícia Federal por possíveis crimes contra o sistema financeiro, corrupção e formação de quadrilha. São esses que comandam o nosso futebol. Querem vergonha maior que essa?

Marin e Del Nero tinham que estar era na cadeia! Bando de vagabundos!!!

A corrupção da CBF tem raízes em todos os clubes brasileiros, vale lembrar que são as federações e clubes que elegem há anos o mesmo grupo de cartolas, com os mesmos métodos de gestão arcaicos e corruptos implementados por João Havelange e Ricardo Teixeira e mantidos por Marin e Del Nero. Vale lembrar, que estes dois últimos mudaram o estatuto da entidade e anteciparam a eleição da CBF para antes da Copa. Já prevendo uma possível derrota e a dificuldade que eles teriam de se manter no poder com um quadro desfavorável.

E os clubes? Sim, eles também são responsáveis por essa crise. Gestões fraudulentas, falta de investimento na base, na formação de atletas. Grandes clubes brasileiros estão falindo afogados em dívidas bilionárias com bancos e não pagamentos de impostos como INSS, FGTS e Receita Federal.

E toda essa má gestão que tem destruído o nosso futebol, infelizmente, tem sido respaldada há anos pelo Congresso Nacional com anistias e mais anistia destes débitos. Este ano tivemos mais um projeto desses vexatórios para salvar os clubes. Um projeto que previa que clubes pagassem apenas 10% de suas dívidas e investissem 90% restante em formação de atletas. Parece até deboche. Uma soma de aproximadamente R$ 4 bilhões ou muito mais, não se sabe ao certo. Corajosamente, o deputado Otávio Leite, reconstruiu o texto e apresentou uma proposta honesta estruturada em responsabilidade fiscal, parcelamento de dívidas e a criação de um fundo de iniciação esportiva, com obrigações claras para clubes e CBF.

Em resumo, a nova proposta além de constituir a Seleção Brasileira de Futebol e o Futebol Brasileiro como Patrimônio Cultural Imaterial - obrigava a CBF a contribuir com alíquota de 5% sobre as receitas de comercialização de produtos e serviços proveniente da atividade de Representação do Futebol Brasileiro nos âmbitos nacional e internacional. O tributo também incidiria sobre patrocínio, venda de direitos de transmissão de imagens dos jogos da seleção brasileira, vendas de apresentação em amistosos ou torneios para terceiros, bilheterias das partidas amistosas e royalties sobre produtos licenciados. O valor seria destinado a um fundo de iniciação esportiva para crianças e jovens de todo o Brasil. Esses e outros artigos dariam responsabilidade à CBF, punição à entidades e outros gestores do futebol, a CBF estaria sujeita a fiscalização do TCU e obrigada a ter participação de um conselho de atletas nas decisões.

Mas este texto infelizmente não foi para a frente. Sete deputados alemães fizeram os gols que desclassificaram nosso futebol e nos tirou a chance de moralizar nosso esporte. Estes deputados, como todos sabem, fazem parte da Bancada da CBF, mudei o nome porque Bancada da Bola é muito pejorativo para algo que amamos tanto. Gosto de dar os nomes: Rodrigo Maia (DEM -RJ), Guilherme Campos (PSD-SP), Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), José Rocha (PR-BA) , Vicente Cândido (PT-SP), Jovair Arantes (PTB-GO) e Valdivino de Oliveira (PSDB-GO).

Essa partida ainda pode ser revertida com a votação do projeto no Plenário da Câmara. Será que esses sete deputados voltarão a prejudicar o nosso futebol?

O futebol brasileiro tomou uma goleada e a derrota retumbante, infelizmente, não foi só em campo. Nem sequer tivemos o prazer de jogar no Maracanã, um templo do futebol mundial, reformado ao custo de mais de R$ 1 bilhão. Acha que foi porque não chegamos a final? Não. Poderíamos ter jogado qualquer outro jogo lá. A resposta disso é ganância e arrogância. É a CBF que escolhe onde o Brasil vai jogar, mas, obviamente, poderia ter tido interferência do Ministério do Esporte e da presidência da República, mas nenhum destes se manifestou. Quem levou com essas escolhas?

Para fechar com chave de ouro, a CBF expulsou do vestiário Cafú, capitão de seleção do pentacampeonato. Cafú foi expulso do vestiário enquanto cumprimentava os jogadores ontem. Este é o retrato do nosso futebol hoje, não honramos a nossa história.

Dilma tem sim que entregar a taça para outra seleção. Este gesto será o retrato do valor que ela deu ao nosso futebol nos últimos anos! Eles levarão a taça e nós ficaremos com nossos estádios superfaturados e nenhum legado material, porque imaterial, mostramos para o mundo que com toda nossa dificuldade, somos um povo feliz.

Essa será a taça da vergonha.

Romário de Souza Faria - Deputado Federal

terça-feira, 24 de junho de 2014

BRASIL & COPA DO MUNDO: Como explicar estádios monumentais e escolas decadentes?

Às vésperas do inicio da Copa do Mundo de Futebol no Brasil, a presidente Dilma Roussef fez o seu pronunciamento. Nele, exaltou as ações do poder público em preparar o terreno para o grande evento, mostrou o legado que ficará no país; estádios, obras de infra-estrutura, melhorias nos aeroportos, etc. Além de fazer um apelo, o de que, quando a seleção brasileira precisou jogar fora do país sempre foi bem tratada, e que é chegada a hora dos brasileiros agirem do mesmo modo com nossos queridos estrangeiros, acho que sim, somos um povo civilizado e independente das nossas lutas políticas internas, precisamos respeitar nossos visitantes e tratá-los dignamente. 

Mas, uma coisa me chamou bastante atenção no pronunciamento presidencial, foi a afirmação de que os questionamentos acerca dos gastos da copa que deveriam ser em favor da educação não fazem sentido quando se observa que nos últimos anos, os investimentos feitos em educação estão acima de 200x, isso mesmo, mais de duzentas vezes o que se gastou para construir os estádios de futebol ou para a realização da copa.

Sinceramente, eu não duvido que isso seja verdade, afinal, sabemos que as áreas que mais recebem dinheiro público no país são saúde e educação, mas isso, longe de ser comemorado, deve ser lamentado. Sim, é lamentável, porque a pergunta é inevitável: para onde foi todo esse dinheiro? A resposta também é inevitável, pois o brasileiro está cansado de saber que boa parte desse dinheiro público está nas mãos de políticos corruptos, de empreiteiras que se aparelharam com o Estado, o dinheiro está nas mãos de pessoas inescrupulosas. 

É triste ouvir da representante do poder máximo no país, que bilhões de reais foram gastos no sistema de educação brasileiro e ao mesmo tempo ver crianças fazendo necessidades fisiológicas no mato porque na escola não tem sanitário, outras ainda sentadas no chão porque na sala não tem cadeira, salas de aula de chão batido, com telhado quebrado, paredes caindo sobre os estudantes; crianças que ficam com fome na hora da merenda porque não há comida para elas, afinal, como ouvir isso e se calar? 

Não se pode imaginar ser ruim um evento como a copa do mundo no Brasil, sim, tem o seu lado positivo, mas vejam, os estádios são lindos e nos enchem de orgulho, lá os sanitários são feitos com o que há de melhor, o som é digital, os telões importados, as cadeiras numeradas confortáveis, o gramado excelente, os vestiários também excelentes, não há do que reclamar, mas vejam também, os estádios precisavam sair a contento da instituição maior do futebol, a FIFA. Reparem, eles fiscalizavam quase que em tempo integral, para saber se tudo estava indo bem, mas, quem fiscaliza as nossas escolas? Quem fiscaliza nossos hospitais? Deveria ser o povo, deveria ser algum órgão neutro, isento, mas o que é óbvio, não há neutralidade na política, nosso povo, infelizmente ainda não é amadurecido politicamente para exigir o tal "padrão FIFA" também em nossas escolas e em nossos hospitais pelo menos. 

O dinheiro que sai dos cofres públicos para ser investido em educação, saúde, infra-estrutura não recebe atenção devida de órgãos fiscalizadores que deveriam ser neutros, isentos.

Aqui, nesse pedaço de mundo, é fácil ficar rico, basta ser político, é fácil desviar milhões, receber o “teje preso” ficar três anos na cadeia e receber condicional, em um claro “o crime compensa”. Para pessoas de caráter duvidoso, é muito tentador uma condicional com milhões no bolso, muito atrativo.  

Então é verdade, dinheiro, muito dinheiro foi direcionado para educação, mas não foi gasto com ela na mesma proporção, as provas? Basta ir à escola do seu bairro e ver as condições de funcionamento dela. 

Olhando para a política brasileira é fácil lembrar a República de Platão, onde na ideia utópica do velho filósofo grego, o egoísmo era superado e as paixões controladas. Na República Federativa do Brasil vemos o oposto dessa república platônica, onde os homens que governam e o povo que é governado sucumbem à corrupção. Onde os interesses pessoais jamais se casam com os interesses da totalidade social. Onde há desordem e progresso de quem um dia jurou trabalhar para o bem comum.  

sábado, 19 de abril de 2014

COARACI PERDE 26% DE SEUS HABITANTES E ILHÉUS PERDEU CERCA DE 40 MIL NOS ÚLTIMOS 13 ANOS SEGUNDO O IBGE

Itabuna viu sua população crescer 10,9% nos últimos 13 anos.
O IBGE divulgou esta semana o mapa que mostra a demografia do Brasil e seu movimento entre os anos 2000 e 2013. Interessante foi observar o que ocorreu no Sul da Bahia. Na região, as únicas cidades que viram suas populações crescerem foram Itabuna, Arataca e Camacan. As demais tiveram quedas significativas no número de habitantes. Destaque para Coaraci que perdeu 26% da sua população, saindo de 27.852 em 2000, para apenas 20.620 em 2013.

Outra situação que merece ser observada é a de Ilhéus, que perdeu em 13 anos 16,9% de seus habitantes. Em 2000 Ilhéus contava com 222.127 habitantes, em 2013 no entanto, foram contados 184.616, uma diferença de quase 40.000. De modo que a cidade com seus 1.760,111 km², possui uma densidade demográfica de apenas 104,9 habitantes por km². Por sua vez o seu PIB de R$ 2.241.975 permite dizer que sua renda per capita é de R$12.169,37, tendo um IDH de 0,69, considerado médio segundo o PNUD de 2010.

Itabuna por sua vez saiu de 196.675 em 2000 para 218.124 habitantes em 2013, um aumento populacional de 10,9%. Se considerarmos seus 432,244 km², temos então a marca de 504,63 habitantes por km². Itabuna portanto, ganhou nos últimos 13 anos, 21.449 habitantes. Com PIB 2.582.489, tem renda per capita de 12.615, 35 e IDH de 0,712, considerado alto segundo o PNUD de 2010.

É chover no molhado dizer que a queda populacional das nossas cidades se dá na maioria das vezes pela falta de oportunidade em vários aspectos. No entanto, há quem afirma que os gestores anteriores gostavam de encontrar meios para mascarar os dados demográficos dos municípios. Esta ação tem uma razão. Parte das verbas destinadas aos municípios pelos governos estadual e federal,  considera o número de seus habitantes. A julgar pelas falcatruas que são observadas todos os dias, isto não está longe de ser verdade.

Veja mais no G1 <http://g1.globo.com/brasil/noticia/2014/04/populacao-diminui-em-21-das-cidades-do-pais-entre-2000-e-2013.html


quinta-feira, 3 de abril de 2014

PRESTADORES DE MAUS SERVIÇOS

Já faz algum tempo venho observando a dificuldade encontrada por quem precisa contratar um prestador de serviços na cidade de Itabuna, no Sul da Bahia. Dificuldade que não está meramente em encontrar o profissional, mas, precisamente que este seja alguém que atenda a necessidade do contratante de modo satisfatório.

Do pedreiro ao eletricista, do pintor ao técnico de informática, salvo algumas poucas exceções, dor de cabeça, insatisfação e frustração são garantidas.

Não são poucas as pessoas que nos sinalizam este descontentamento. Instalações elétricas mal feitas que colocam em risco a integridade física e os bens das pessoas, construções e reformas mal executadas,onde os projetos e desejos dos proprietários não são respeitados. Consertos de eletrodomésticos e computadores que não suportam 24 horas de teste e por ai vai.

E o pior, boa parte dos prestadores de serviços demonstram uma incapacidade impávida para o diálogo, não estão abertos às reivindicações de quem os contrata, respondem de modo grosseiro, desrespeitam as pessoas, deixam os contratantes esperando horas, dias e muitas vezes simplesmente abandonam o serviço sem dar nenhuma satisfação.

É possível observar que, a situação de pouca oferta de mão de obra e muita procura favorece o mal profissional. É que são poucos os bons e estes são contratados por empreiteiras deixando "disponíveis" aqueles que realmente não se mostram preparados para o mercado de trabalho. Nisto, quem sofre é o cidadão comum que precisa contratá-los para um serviço pequeno em sua casa por exemplo.

Dada a impossibilidade de mecanismos de controle e órgãos reguladores para este seguimento, fica apenas o apelo para que tais prestadores de serviços entendam a necessidade do respeito, da importância de prestar um serviço de qualidade e principalmente que compreendam a máxima: "O combinado não é caro", entendendo que o mercado de trabalho é oscilante. Se hoje a procura é grande, amanhã quem sabe, volta a oferta de mão de obra ser maior que a procura, é neste momento que a casa cai para os maus profissionais. Fica a dica! 

quinta-feira, 27 de março de 2014

O discurso emocionante do Prof Beto para os formandos em Ciências Sociais na UESC



Carlos Roberto Guimarães (Prof.Beto)
Quero primeiro cumprimentar a magnífica reitora da UESC, a Professora Doutora Adélia Maria Carvalho de Melo Pinheiro em nome da qual cumprimento os demais integrantes da mesa.

Cumprimento os formandos, meus afilhados, os formandos de Ciências Sociais.
Também cumprimento os demais professores e alunos aqui presentes, funcionários, pais, amigos e demais convidados.

Queria começar minha fala retomando uma conversa que tive com os formandos ainda no meu primeiro encontro com a turma, quando eles eram ainda calouros do primeiro período. Se tivesse que escolher um título para esta reflexão que proponho aqui seria “Apologia aos esquisitos”... 

Sim, os esquisitos. E é isto mesmo que estão pensando formandos: os esquisitos aqui são vocês. Mas, o que significa esquisito? Esquisito é aquilo que é diferente, que nos é estranho, que escapole à padronização, fora do trivial, que foge da mediania. Mas porque este título? Certamente é o que vocês estão se perguntando! Podem inclusive acusar-me de estar aqui simplesmente exercendo um discurso retórico, vazio de sentido. Deixemos, pois em suspenso a tal esquisitice!

Quando analisamos estatísticas referentes a processos seletivos para o ingresso nas universidades, percebemos que o curso de Ciências Sociais está longe de ser o mais procurado. Encabeçam a lista de preferência cursos como Direito, Engenharia, Medicina, dentre outros. E, se a disputa pela vaga é acirrada nestes cursos, significa então que estes são os cursos que “todo mundo deseja”... 

Uma multidão de jovens lotam turmas de pré-vestibulares para pleitear uma cadeira nestes cursos. É assim hoje, acredito que será assim amanhã e, é o que me interessa aqui, foi assim no ano de 2009. Enquanto uma multidão procurava tais cursos, eis que um grupo de jovens caminhava na contramão. 

Ora, são muitas as razões para se pleitear tais cursos: noves fora os motivos de ordem vocacional ou algo que o valha que realmente movem jovens na busca pela medicina, direito ou engenharia, noves fora tudo isto, suspeito que grande parte desta multidão alimente o sonho de um retorno financeiro, a busca por um status ou qualquer coisa parecida. Tudo isto também é legítimo, a fala aqui não tem pretensão de emitir nenhum juízo de valor. Não estou aqui para falar sobre o que se passa com um estudante destes cursos.   

O que se quer é entender o que diabos se passa na cabeça de um jovem que caminha na contramão desta maioria. Que diabos, meus caros formandos, se passava na cabeça de vocês naquele ano de 2009 ao buscar o curso de Ciências Sociais... Pretendiam ficar ricos? Certamente que não. Busca por status... Não. Então o que os move, meus afilhados, senão uma esquisitice. Convenhamos: é esquisito. 

Não é à toa, que quando um jovem anuncia que vai fazer engenharia, recebe logo em seguida um parabéns! Vou fazer direito... Opa: coisa boa, siga em frente. Mas quando se anuncia: vou fazer Ciências Sociais... O que se ouve, de supetão, não é o parabéns! O que se ouve é uma pergunta: Por quê? Este porque é sintomático. Não é necessário perguntar a um jovem o porquê de ele estudar direito. A escolha se autojustifica. É só dar os parabéns! Mas se a escolha é o curso de Ciências Sociais faz-se necessário uma explicação e, só se exige explicação daquilo que é, de início estranho, esquisito. 

E estranho e esquisito é aquilo que foge à alçada de uma razão, que é a razão que norteia e ilumina o desejo de uma multidão que se acotovela nesta acirrada busca pela cadeira de um destes concorridos cursos. E é esta razão que se sente incomodada por suas escolhas, afilhados. Ela se sente incomodada por que a escolha de vocês não se deixa calibrar pela cifra desta racionalidade. Vocês são aqueles que se negam a rezar nesta cartilha. E é por isto que a pergunta do porque é capciosa... É de difícil resposta. 

Certamente, todas as vezes que vocês se depararam com tal pergunta, vocês se atrapalharam. E se atrapalharam, caros afilhados, porque a pergunta é caduca, é despropositada. E uma pergunta caduca, despropositada é uma pergunta fora de foco, e por ser fora de foco, ela não tem sentido, e se não tem sentido, não pode ser respondida. Ou seja: vocês jamais poderão responder por que escolheram fazer Ciências Sociais; e mais: todas as vezes que se arvoraram em responder, a resposta não passou de retórica.

Vocês jamais podem responder por que escolheram fazer Ciências Sociais, porque no fundo, vocês nunca escolheram este curso. E aqui estamos no cerne da esquisitice. Vocês internamente devem agora estar fazendo objeções à minha fala, argumentando – não professor! Nós escolhemos sim! Existia um conjunto de possibilidades, uma gama de cursos e, diante deles, usamos nossa razão, calculamos, ponderamos e escolhemos! Sinto muito afilhados... Ledo engano! A sensação de que se escolheu nada mais é do que a artimanha de uma razão que teima em nos sabotar. 

Vocês nunca fizeram esta escolha. Vocês não escolheram Ciências Sociais, porque não se pode escolher aquilo que se ama. Nós não escolhemos aquilo que nos apaixona; apaixonamo-nos, simplesmente! Tal qual um jovem que, apaixonado por sua mulher, sente-se orgulhoso por ter feito tão feliz escolha, quando, no entanto, o que aconteceu é que este jovem não escolheu esta mulher... Na verdade, o que ocorreu é que ele foi afetado, tomado, arrebatado por ela. E ao se embriagar com tudo isto, a sua própria razão não se deu conta e, quando esta razão se aprumou um pouco, ela olhou para a mulher e disse, com toda soberba: eu te escolho... Só que já era tarde demais para esta razão fazer a escolha... Ela, a razão, já tinha sido tomada, assaltada, reivindicada, afetada pela paixão.

Tá querendo enganar quem razão? E assim é o caso de vocês, meus afilhados: antes de mais nada vocês foram afetados, arrebatados, tomados por este fenômeno chamado sociedade. Mas, o que é a sociedade? A sociedade nada mais é do que um complexo fenômeno constituído por um conjunto de impulsos, interesses, desejos, amores, ódios, rezas de todo tipo, perspectivas ideológico-políticas de toda sorte, todo naipe de querença.

Quando vocês acharam que estavam escolhendo fazer Ciências Sociais, no fundo vocês já estavam enamorados, tomados, reivindicados por todo este conjunto de querenças e mais toda uma sutileza de humores para os quais não encontro palavras...Vocês foram afetados por todas estas querenças que constituem este complexo fenômeno que, no fundo, responde pelo nome de vida. 

Um cientista social nada mais é do que um ser afetado por este fenômeno. E como já alertei, não escolhemos o que nos afeta, o que nos apaixona. Mas não é qualquer um que se afeta por tudo isto, não basta ter razão, faz-se necessário ter uma alma afinada pela vida a ponto de ser sensível a todas estas querenças que permeiam o fenômeno vida em sociedade. É por isto, meus afilhados, que as Ciências Sociais, não são para todos, não são para a maioria... São para poucos.

Não basta ser bom de cálculo, é necessário ter coração e ouvido afinados para auscultar todas estas querenças. E ter este ouvido e este coração afetado pelas querenças da sociedade é que é o divino, é que é o céu de vocês... É o céu, mas é também o inferno de cada um de vocês, pois é justamente por serem afetados que vocês não mais podem ser indiferentes às mazelas que acometem à sociedade que respondem pelo nome de corrupção; vocês não mais podem ser insensíveis às causas de uma praga que assola milhares de pessoas que denominamos de fome; desde sempre agora, o mais baixo gemido de uma dor injusta que ecoe na sociedade alcançará decibéis altíssimos em seus ouvidos. 

E durma-se com todo este barulho caros formandos. Durma-se não: e tome leituras e teorias desde os clássicos para tentar destrinchar o que ocorre nas vísceras deste fenômeno complexo que é a sociedade que, aqui, eu chamo de vida. Vejam formandos, onde é que vocês foram se meter. Por isto, que me perdoem os gênios da física, da engenharia, da matemática. Estudar o átomo, as equações matemáticas mais sofisticadas, tornam-se fichinhas perto do que vocês estudam. 

Sou suspeito para dizer isto: mas, aqui neste momento, estes 14 jovens passam a fazer parte de um seleto grupo que, a meu ver, constitui o que há de mais nobre e sofisticado numa comunidade científica. Por isto esta apologia... Por isto eu os reverencio! Obrigado!

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Casamento: um caminho para o bem ou para o mal

Estamos em um tempo onde se vê o surgimento de novos paradigmas norteando as instituições sociais. A política, a religião, a educação e a família, por exemplo, têm sido desafiadas a apresentarem suas reais contribuições para o bem-estar individual e coletivo.

Homens e mulheres, mais do que em nenhum momento da história, estão em busca de uma felicidade que não seja apenas superficial, mas plena.

Nessa busca, o casamento, nas últimas décadas, passou de um passo peremptório na vida social do indivíduo a um caminho para o bem ou para o mal. Uma espécie de caminho com volta, não mais visto como definitivo como foi no passado, mas uma tentativa de completude que, quando não ocorre, volta-se para o ponto de partida.

O livro "A Anatomia do Divórcio", pretende apresentar respostas que ao serem colocadas em prática, poderão dar ao praticante a possibilidade de trilhar caminhos sem que este tenha que se preocupar com retorno quando o assunto é casamento.

Um caminho que no nosso modo de ver, começa a ser trilhado não no "vos declaro marido e mulher", mas no "eu aceito namorar com você". A partir daí inicia-se uma jornada que pode levar ao "felizes para sempre" ou ao "saia da minha vida de uma vez".

Leia mais no elogiado livro "A Anatomia do divórcio: do namoro ao novo casamento". Adquira já o seu exemplar em uma livraria perto de você ou peça pelo telefone 73 8825 9450

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Quais as causas do divórcio?

Em dezembro de 2012, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE informou, baseado no número oficial de registro civil de 2011, que a taxa de divórcio no Brasil atingira 2,6 para cada mil habitantes, o maior percentual desde que começou a ser estatisticamente medido em 1984.

Essa constatação, longe de ser uma exclusividade brasileira, é realidade em todo o mundo, o número de divórcio cresce a cada dia. Mas o que a sociedade pergunta é: o que está acontecendo com o casamento?

Quais as razões para aumento tão alarmante nos indicadores de divórcios? E, mais do que isso: Quais são as consequências para a sociedade? O que está por detrás? Os envolvidos diretos, filhos, homens e mulheres, como estão lidando com a situação?

E a religião que sempre se colocou como guardiã da família nuclear e da indissolubilidade do casamento, como está se portando diante desta realidade? É possível prever a separação conjugal já a partir do namoro? Há uma idade ideal para casar?

Estas e outras considerações você pode encontrar lendo o livro "A anatomia do divórcio: do namoro ao novo casamento". Adquira já o seu em livrarias ou através dos telefones 73 8825 9550/ 73 8832 6223

O BRUTAL E DESUMANO UNIVERSO DAS REDES SOCIAIS - Por Maik Oliveira

Desligue suas redes sociais! A frase pode parecer de um rigor extremo, mas é o que sugerem importantes nomes do Vale do Silício, ex funcioná...