quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O Brasil visto de fora: as qualidades que o brasileiro não vê.

Um olhar estrangeiro.
É verdade que não podemos cruzar os braços e achar que no Brasil estamos às mil maravilhas, de fato, há muito o que melhorar. Este sentimento de insatisfação com a nossa realidade é até certo ponto positivo, pois não nos deixa cair no ostracismo, na acomodação, move-nos, para continuar querendo um país ainda melhor, mais justo, com um povo mais politizado, mais crítico, eliminando de perto de nós, todas as mazelas que nos preocupam e  nos deixam indignados. No entanto, não é possível continuar acreditando em um país melhor, se não engrandecermos nossas conquistas, somos muitas vezes muito cruéis com nós mesmos, não conseguimos enxergar as conquistas que as nossas próprias lutas, a custo de suor e sangue nos proporcionaram. Não raras vezes lemos o que nossos intelectuais escrevem sobre um Brasil cheio de defeitos, sem quase nada para se elogiar. Nós mesmos, enquanto acadêmicos, passamos quase todo o tempo, trazendo à tona nossas fraquezas, sem levar em conta as muitas coisas que temos de bom, enquanto povo, enquanto sociedade organizada. Muitas vezes pensava: tudo bem, ainda temos um longo caminho a percorrer, mas, o que os de fora acham de nós, como eles, os estrangeiros, que nós tanto elogiamos e colocamos no pedestal, acham da nossa nação, do nosso comportamento, das nossas conquistas? Então, hoje recebi um e-mail, que me deixou emocionado, quem me enviou foi Gil Menezes, é o texto de uma escritora holandesa, sobre o que ela acha desse país diverso, vibrante, tão diferente de tantas outras nações, situado na América do Sul, chamado de Brasil. Segue o texto:

"Os brasileiros acham que o mundo todo presta, menos o Brasil, realmente parece que é um vício falar mal do Brasil. Todo lugar tem seus pontos positivos e negativos, mas no exterior eles maximizam os positivos, enquanto no Brasil se maximizam os negativos. Aqui na Holanda, os resultados das eleições demoram horrores porque não há nada automatizado. Só existe uma companhia telefônica e pasmem!: Se você ligar reclamando do serviço, corre o risco de ter seu telefone temporariamente desconectado.

Nos Estados Unidos e na Europa, ninguém tem o hábito de enrolar o sanduíche em um guardanapo - ou de lavar as mãos antes de comer. Nas padarias, feiras e açougues europeus, os atendentes recebem o dinheiro e com mesma mão suja entregam o pão ou a carne.

Em Londres, existe um lugar famosíssimo que vende batatas fritas enroladas em folhas de jornal - e tem fila na porta.

Na Europa, não-fumante é minoria. Se pedir mesa de não-fumante, o garçom ri na sua cara, porque não existe. Fumam até em elevador.

Em Paris, os garçons são conhecidos por seu mau humor e grosseria e qualquer garçom de botequim no Brasil podia ir pra lá dar aulas de 'Como conquistar o Cliente'.

Você sabe como as grandes potências fazem para destruir um povo? Impõem suas crenças e cultura. Se você parar para observar, em todo filme dos EUA a bandeira nacional aparece, e geralmente na hora em que estamos emotivos.

Vocês têm uma língua que, apesar de não se parecer quase nada com a língua portuguesa, é chamada de língua portuguesa, enquanto que as empresas de software a chamam de português brasileiro, porque não conseguem se comunicar com os seus usuários brasileiros através da língua Portuguesa.

Os brasileiros são vitimas de vários crimes contra a pátria, crenças, cultura, língua, etc... Os brasileiros mais esclarecidos sabem que temos muitas razões para resgatar suas raízes culturais.

Os dados são da Antropos Consulting:

1. O Brasil é o país que tem tido maior sucesso no combate à AIDS e de outras doenças sexualmente transmissíveis, e vem sendo exemplo mundial.

2. O Brasil é o único país do hemisfério sul que está participando do Projeto Genoma.

3. Numa pesquisa envolvendo 50 cidades de diversos países, a cidade do Rio de Janeiro foi considerada a mais solidária.

4. Nas eleições de 2000, o sistema do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) estava informatizado em todas as regiões do Brasil, com resultados em menos de 24 horas depois do início das apurações. O modelo chamou a atenção de uma das maiores potências mundiais: os Estados Unidos, onde a apuração dos votos teve que ser refeita várias vezes, atrasando o resultado e colocando em xeque a credibilidade do processo.

5. Mesmo sendo um país em desenvolvimento, os internautas brasileiros representam uma fatia de 40% do mercado na América Latina.

6. No Brasil, há 14 fábricas de veículos instaladas e outras 4 se instalando, enquanto alguns países vizinhos não possuem nenhuma.

7. Das crianças e adolescentes entre 7 a 14 anos, 97,3% estão estudando.

8. O mercado de telefones celulares do Brasil é o segundo do mundo, com 650 mil novas habilitações a cada mês.

9. Na telefonia fixa, o país ocupa a quinta posição em número de linhas instaladas.

10. Das empresas brasileiras, 6.890 possuem certificado de qualidade ISO-9000, maior número entre os países em desenvolvimento. No México, são apenas 300 empresas e 265 na Argentina.

11. O Brasil é 1º maior mercado de jatos e helicópteros executivos do mundo.

Por que vocês têm esse vício de só falar mal do Brasil?

1. Por que não se orgulham em dizer que o mercado editorial de livros é maior do que o da Itália, com mais de 50 mil títulos novos a cada ano?

2. Que têm o mais moderno sistema bancário do planeta?

3. Que suas agências de publicidade ganham os melhores e maiores prêmios mundiais?

4. Por que não falam que são o país mais empreendedor do mundo e que mais de 70% dos brasileiros, pobres e ricos, dedicam considerável parte de seu tempo em trabalhos voluntários?

5. Por que não dizem que são hoje a terceira maior democracia do mundo?

6. Que apesar de todas as mazelas, o Congresso está punindo seus próprios membros, o que raramente ocorre em outros países ditos civilizados?

7. Por que não se lembram que o povo brasileiro é um povo hospitaleiro, que se esforça para falar a língua dos turistas, gesticula e não mede esforços para atendê-los bem?

Por que não se orgulham de ser um povo que faz piada da própria desgraça e que enfrenta os desgostos sambando..

É! O Brasil é um país abençoado de fato.
Bendito este povo, que possui a magia de unir todas as raças, de todos os credos.
Bendito este povo, que sabe entender todos os sotaques.
Bendito este povo, que oferece todos os tipos de climas para contentar toda gente.
Bendita seja, querida pátria chamada
Brasil!!

Divulgue esta mensagem para o máximo de pessoas que você puder. Com essa atitude, talvez não consigamos mudar o modo de pensar de cada brasileiro, mas ao ler estas palavras irá, pelo menos, por alguns momentos, refletir e se orgulhar de ser brasileiro.

A. C. F. Fernandes

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

2012 para viver e ser feliz

      O fim de ano chegou, e com ele a sensação de que muita coisa ainda podia ser feito, é sempre assim, quase sempre não estamos satisfeitos com aquilo que produzimos e isso não é ruim, o contrário é sinônimo de acomodação, parceiro ideal do ostracismo. Mas não há dúvida que esse é um tempo propício para reflexões. Refletir sobre aquilo que foi feito e sobre aquilo que não foi feito, abrangente a todas as nossas ações, boas ou más, é fundamental para acertarmos mais daqui para frente. Digo acertar mais, porque jamais acertamos tudo, isto não é sequer prerrogativa humana,  observamos como algo transcendental, o ato de acertar em todas as nossas ações, de realizar todos os nossos sonhos, de ser um tipo ideal.
Muito embora não conseguimos tudo que queremos, é muito bom quando chegamos em dezembro, olhando  para o ano que passou, temos a sensação de que foi positivo, ao comparar nossos acertos com os também nossos desacertos, obtivemos lucro. Mas esta não é a realidade de todos nós, há muitos, cujo ano, não é nem sombra daquilo que chamamos "ano da graça" e ficamos torcendo para qe a página do velho ano vire rapidamente e chegue logo o novo ano, como uma página em branco, para escrevermos uma nova história.
A estes fica o desejo desse blog de que possamos aprender com nossos erros, ponderar, analisar e só tomar uma decisão quando tivermos certeza da possibilidade de acerto, este é o bom legado dos nossos desacertos, sim, é bom, afinal proporciona conhecimento, reflexão, olhar acurado sobre o que acontece à nossa volta. É bom, pois nos dá a chance de um novo amanhã, uma nova vida, uma nova realidade. Diante de tudo que vimos, lemos e ouvimos nesses 365 dias que se esgotam, fica a certeza de que ser é melhor do que ter e viver produtivamente, é melhor que o ostracismo alienador e mortal.

Feliz 2012 a todos que, neste ano, leu o que escrevi, compartilhou com minhas ideias, recomendou, divulgou, criticou, concordou, discordou, mas principalmente me deu a honra da sua audiência. Em 2012 procuremos ser melhores do que fomos em 2011, afinal, para frente é que se anda!

Um forte abraço!!
 Maik Oliveira

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A barbárie grapiúna, há culpados sim!

A violência em Itabuna vitima principalmente nossos jovens.
A violência em Itabuna chegou a uma situação insuportável, não se pode compreender como tantas pessoas são assassinadas em uma cidade com perímetro urbano relativamente pequeno se comparado com outras cidades do interior do Estado, como Vitória da Conquista e nossa vizinha Ilhéus, as duas com perímetro ainda maior, e não há, pelo menos que funcione, uma ação do Estado em conjunto com o município exclusivamente focada em mudar o quadro. 

O número alarmante de assassinatos no município já pode ser comparado com aqueles lugares onde existem grupos de extermínios ou mesmo guerrilhas como Bolívia e favelas do Rio de Janeiro, este último mudando a realidade com as pacificações dos seus locais de risco. Basta ver que proporcionalmente Itabuna figura como uma das cidades mais violentas do Brasil. 

Mas afinal, o que está sendo feito para resolver o problema? Não se pode recorrer a explicações metafísicas do tipo: ausência de Deus no coração das pessoas, falta de amor pela vida humana, ou mesmo a famigerada desculpa de que quem morre são apenas os envolvidos com o consumo e tráfico de drogas, isto não, pois entre os quase 150 assassinados na cidade neste 2011, também estão pessoas inocentes, trabalhadores e pais de família. E mesmo que não fosse assim, e os mortos fossem apenas aqueles tidos como "culpados", algo precisava ser feito em caráter emergencial, pois os números são assustadores. 

As desculpas acima não colam, pois ao observar outras cidades pelo Brasil à fora, vemos que a violência é bem menor e em algumas até diminuiu sensivelmente como é o caso da Grande São Paulo e Grande Recife, duas cidades cosmopolitas que por sinal durante bom tempo figuraram entre as cidades mais violentas do país, levando-se em conta também a complexidade do problema em seu espaço urbano. 

Será que o povo daqui é mais desprovido de sensibilidade em relação a vida humana que os de lá?  É claro que não! Mas porque os índices de violência lá diminuem gradualmente? Por que são colocadas em prática, medidas de combate a criminalidade, que surtem efeitos significantes,ou seja, existem soluções. 

O que vemos em Itabuna na verdade é um descaso com a vida humana, é a falta de compromisso com a dignidade das pessoas. É surpreendente porque temos um prefeito que por muito tempo pertenceu às fileiras militares, e que portanto deveria, ou pelo menos esperava-se, deveria saber o que fazer para que esta situação fosse ao menos minimizada, no entanto não se vê nenhuma ação funcional por parte do poder executivo municipal. 

Tempos atrás participei de um trabalho de pesquisa sobre segurança pública no município, alguns dados foram coletados e acredito que o órgão responsável pela pesquisa encaminhou o resultado para a prefeitura, portanto não é por falta de estudos que não se providencia medidas contra a violência na cidade. 

Outro estranhamento é o fato de termos um deputado estadual, que foi em época não tão distante, Coronel da Polícia Militar em Itabuna, e pelo que se sabe, sua especialidade é segurança pública, também não se vê nenhum movimento por parte do referido político, na direção de melhorar o estado caótico em que se encontra o município. 

O jogo do poder é cruel e desumano, no afã de hegemonizar, de dominar, faz-se vistas grossas para situações deploráveis, no único objetivo de utilizar contra o seu adversário político, números banhados de sangue para mudar a opinião pública, na infame premissa do "quanto pior, melhor". Na verdade nem sabemos quem é pior? Quem cruza os braços ou quem se omite. Que covardia é maior?

Já passou da hora de mudar esse quadro, já está mais do que na hora de a população cobrar do poder legitimado, isto é, o governo, seja ele municipal ou estadual, os únicos que tem a prerrogativa de agir neste sentido, de dar fim a esta farra macabra que ocorre em Itabuna diariamente. 

Outro dia li pinchada no banheiro do Shopping Jequitibá a assustadora frase: "violência, estamos dominando Itabuna", a sensação é de que estamos nos tornando reféns do medo, da violência e não estamos vendo nenhuma medida que coiba esta barbárie. 

Em nome dos inúmeros assassinados violentamente na cidade, em nome das famílias enlutadas, em nome das pessoas que se sentem inseguras ao ir para o trabalho, ao voltar para suas casas, ou mesmo dentro de seus próprios lares. 

Em nome do direito de ir e vir e da nossa própria dignidade, alguém precisa cumprir com sua obrigação. Pois não há como explicar de outro modo, a barbárie em que Itabuna se encontra é culpa de quem falha em cumprir com sua obrigação, a saber, o poder público.

sábado, 29 de outubro de 2011

Organizações Protestantes e Responsabilidade Social nas cidades de Itabuna e Ilhéus no Sul da Bahia

Um dos maiores teóricos da Sociologia, Maximillian Weber, ou simplesmente Max Weber, analisou que a sociedade pode ser compreendida a partir do conjunto das ações individuais. Estas são todo tipo de ação que o indivíduo faz, orientando-se pela ação de outros. Importante salientar que para este teórico só existe ação social, quando o indivíduo tenta estabelecer algum tipo de comunicação, a partir de suas ações com os demais. Assim Weber estabeleceu quatro tipos conceituais de ação social, estas podem explicar a realidade social, apenas isso, mas de fato não são a realidade social, são elas:
1– ação tradicional: aquela determinada por um costume ou um hábito arraigado (as saudações, pedir benção aos pais, festas tradicionais, etc);
2 – ação afetiva: aquela determinada por afetos ou estados sentimentais (aqui cabem as relações de amizade, de parentesco, etc.);
3 – ação racional com relação a valores: determinada pela crença consciente num valor considerado importante, independentemente do êxito desse valor na realidade (exemplo: as crenças religiosas, a submissão aos seus dogmas por acreditar em suas promessas de um futuro melhor, etc.);
4 – ação racional com relação a fins: determinada pelo cálculo racional que coloca fins e organiza os meios necessários.(o político quando pensa em se candidatar, seus objetivos, como e quando espera chegar ao poder, os meios que utiliza para alcançar este objetivo, assim também com os empreendedores comerciais, etc..);
Ao contrário do que pensava outro grande teórico da Sociologia, Emile Durkheim, que acreditava que as regras sociais são exteriores ao indivíduo, ou seja, quando cada um de nós nascemos, a sociedade já existia e portanto as regras já estavam lá, cabendo então aos indivíduos a adequação a cada uma delas. Weber entendia que as normas e regras sociais são o resultado do conjunto de ações individuais, ou seja, tomamos parte de tudo que acontece na sociedade a partir das comunicações que fazemos por meios de nossas ações. Podemos mudar algo que está posto, por exemplo, a partir da associação e unificação de ações que fazemos com grupos que querem mudança, isto pode ser visto nas eleições, nos movimentos sociais, na observação detalhada de seguimentos da sociedade, analisando seus fins e discutindo mudanças na maneira como agem, na formação de opinião sobre determinado assunto. Por isso diz-se que Weber é o teórico da moda, pois seus pensamentos caem como luva no mundo moderno.
A partir deste contexto, durante esse ano de 2011, desenvolvemos um trabalho de pesquisa, nas cidades de Itabuna e Ilhéus, denominado: "Organizações protestantes e responsabilidade social". É na verdade um estudo de caso sobre a prática das igrejas protestantes nestas duas importantes cidades do sul da Bahia. A inquietação era a seguinte:
Sendo a sociedade organizada, o principal meio de existência das organizações protestantes, uma vez que sem ela, as mesmas não existiriam, e que também é pelas doações de dízimos e ofertas de parte dessa sociedade que elas se mantém e se desenvolvem a ponto de se tornarem organizações multinacionais, qual a contrapartida ofertada à sociedade por meio de envolvimento nas causas sociais, que sabemos não são poucas? Será que existe um trabalho social desenvolvido pelas igrejas protestantes em nossas cidades que possa por exemplo, se equivaler aos quase 22 milhões de reais arrecadados anualmente por estas instituições em nossas duas cidades? Foi em busca destas respotas que saímos ao campo, sob a orientação do respeitado professor de Sociologia da UESC, Elias Lins Guimarães. O trabalho foi apresentado no XI Congresso Luso Afrobrasileiro de Ciências Sociais, que aconteceu em Salvador no início do mês de agosto, com participação de todos os países de língua portuguesa. O resumo do trabalho, encontra-se no link abaixo, que são os anais do congresso. O trabalho completo e oficial, está à disposição para quem desejar. É só entrar em contato com este blog através de comentários a esta postagem, deixando seu contato, boa leitura a todos.
http://www.xiconlab.eventos.dype.com.br/resources/anais/3/1308356299_ARQUIVO_CONLABtextofinal.pdf

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Aula 4 - CBI - Sociologia: os movimentos antiglobalização

Divulgação do Fórum Social
 de Porto Alegre em 2010
Até agora vimos as consequências da globalização para o mundo, essas consequências, as negativas, não ficariam sem serem protestadas, assim, o início do século XXI foi palco para um conjunto de manifestações que possuem várias reivindicações.

A coisa interessante nisto, é que mesmo as manifestações são globais. Vale a máxima, para problemas globais, soluções globais.

Os alvos principais são as reuniões do G-8, da OMC, de fóruns para discussão internacional do capitalismo onde são reunidos representantes de governos.

Em contrapartida a sociedade organizada, alguns setores populares também se unem contra os efeitos da globalização como é o caso do Fórum Social Mundial que já se reuniu 4 vezes em Porto Alegre e uma vez em Mumbai na Índia.

Basicamente lutam contra uma globalização desumana e contra o Estado neoliberal privatizador, que vai colocando todas as empresas governamentais, que inicialmente pertence ao povo nas mãos do setor privado, ou seja, nas mãos dos capitalistas.

Os temas das discussões no Fórum Mundial vão desde a polêmica dos transgênicos (milho, soja, etc), do aquecimento global, dos direitos dos povos pobres, contra a fome no mundo, pelos direitos dos pequenos agricultores, contra a dívida externa dos países pobres, então é um conjunto de manifestações e reivindicações contra a globalização do capital.

Segue agora algumas siglas que lemos e ouvimos quase sempre em jornais, revistas, telejornais. Faz bem saber o que significa cada uma delas:

FMI - Fundo Monetário Internacional - inicialmente com a finalidade de coordenar as relações financeiras entre os países, acabou nas mãos da hegemonia americana quando os EUA passou a liderar o mundo capitalista no pós-guerra.

BM - Banco Mundial - mesma finalidade do FMI.

G-8 - Cúpula dos sete países mais ricos do mundo mais a Rússia - tem a finalidade de discutir questões relativas à globalização.

OMC - Organização Mundial do Comércio - tratam de questões relativas ao comércio entre os grandes grupos empresariais em todo o mundo.

MERCOSUL - Mercado Comum do Sul - união de cinco países sulamericanos (Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela).

NAFTA - Tratato de Livre Comércio das Américas - iniciado em 1988, reúne: Canadá, EUA e México.

ALCA - Área de Livre Comércio das Américas - proposta dos EUA de um novo acordo comercial entre as américas do Norte, do Sul e Central. Ainda sem acordo pois a América Latina resiste à sua implementação.

FSM - Fórum Social Mundial - espaço organizado de discussões dos setores populares apoiados por sindicatos, ongs, governos populares, associações profissionais e que discutem propostas diferente das feitas pelo G8.

Ainda essa semana, no complemento da aula 4, uma postagem sobre Ideologia. Porque agimos desta ou daquela maneira? Porque nos vestimos desse ou daquele modo? Qual a função da mídia? 

Referência: PICANÇO, Kátia apud Sociologia/vários autores. Curitiba: SEED,2006.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Aula 3 - CBI - Sociologia - A organização do trabalho

Linha de produção da Volkswagen - uma ideia fordista
Dois personagens da indústria mundial influenciaram a organização do trabalho nos anos pós guerra, estes foram: Henry Ford e Frederick Taylor.

O primeiro era dono da fábrica americana que leva seu nome e o segundo, engenheiro da fábrica Midvale Steel Company. Eles foram responsáveis por estabelecerem medidas para controlar os trabalhadores no cotidiano da fábrica.

O fordismo, como ficou conhecido a proposta de Henry Ford, baseava-se na premissa de que "(...) para consumo em massa, uma produção em massa (...)". A ideia era evitar o desperdício de tempo do operário (maximizar o tempo) na execução das tarefas e para isso o trabalho deveria ser repartido em várias funções e o trabalhador executaria apenas uma dessas funções.

Aí surgiu a linha de montagem, que consistia em uma esteira rolante, na qual os objetos vão sendo produzidos na medida em que os trabalhadores executam suas funções específicas, um ao lado do outro. Algo importante proposto por Ford para que não houvesse interrupção na produção foi a padronização das peças, ou seja, a produção em série. Como os modelos de carros iguais que temos hoje.

Frederick Taylor por sua vez, trouxe a proposta conhecida como taylorismo e baseava-se nas seguintes questões:

1. Separação entre quem planeja a atividade de produção de um objeto e quem de fato vai executá-la.

2. Processo de seleção de operários adequados para o trabalho e que não tenha perfil rebelde, que não sejam questionadores das regras do trabalho a ser executado.

3. Controle sobre o tempo e sobre o movimento que o trabalhador leva para executar uma atividade. Este controle deve ser exercido pela chefia através de um cronômetro.

E foi no pós guerra, ou seja, depois da Segunda Guerra Mundial que este sistema de produção foi disseminado pelo mundo e até seguido por fábricas rivais da Ford como a GM (General Motors) dona da marca Chevrolet e a Chysler, fabricante de carros de luxo.

Os anos 1970 foram marcados pela crise do petróleo que atingiu seu auge em 1973,  e isto impulsionou a crise de superprodução - o grande volume de capital empregado para a produção sem o retorno esperado - o que levou às mudanças na forma de organização da produção e, principalmente, na intensificação do processo de globalização da economia e essas mudanças implicaram no reordenamento das funções cotidianas nas fábricas, na utilização de novas tecnologias.

Surge então com força total a robótica na linha de produção, as máquinas automatizadas que cada vez mais foram substituindo a mão de obra humana. E olha só, a indústria automobilística foi a primeira a passar por essas mudanças, por qual motivo?

Observem que na organização fordista como não podia ser diferente, a mudança de produção ocorreu primeiro nas fábricas de automóveis e logo depois chega a toda sociedade. A explicação é simples.

Imagine quantos produtos e serviços estão atrelados à produção de um automóvel, você já parou para pensar nisto? Borracha, plásticos, tecidos, ferro, eletricidade, madeira, rodovias, combustíveis, postos de gasolina e todos os serviços que esses produtos estão diretamente ligados, isto atinge a produção industrial como um todo, com amplitude em todas as esferas da sociedade.

Foram mudanças importantes que possibilitaram uma forma de produção mais enxuta, que obedecia o que a demanda pedia, ou seja, o que se necessitava no mercado.

Além do fordismo, do taylorismo, nos anos 1950; surgiu no Japão, mais precisamente na fábrica japonesa Toyota, o toyotismo, que diferencia do fordismo em alguns aspectos, como:

1. Enquanto o fordismo fabricava em massa, no toyotismo a produção obedecia essencialmente a demanda, na medida em que existe procura por um determinado modelo de automóvel;

2. Chega a vez do funcionário "curinga" aquele que exerce várias funções no processo produtivo;

3. Diferente do fordismo que produzia apenas um modelo de automóvel, no toyotismo vários modelos eram produzidos na mesma fábrica.

Percebe-se então, que uma das principais finalidades na utilização de máquinas, na existência de funcionários que desempenham mais de uma função é a diminuição de contratação com carteira assinada, isso aumenta o lucro dos capitalistas, mas também aumenta o desemprego, causando um grande problema social.

Nesse ponto, entra a figura do Estado para controlar, fiscalizar as ações das grandes empresas capitalistas, se este não cumpre seu dever e prioriza os interesses das companhias mercantilistas, o cidadão acaba sendo o grande prejudicado.

É preciso ter em mente que quase sempre o Estado é administrado por pessoas que representam os interesses dominantes. E os cidadãos precisam exercer o direito de denunciar aquilo que não está de acordo com seus direitos, e mais do que isso, a convicção de que tem o direito de mudar através do voto, o que esteja errado na política. Assim, entenda que o Estado não é uma entidade que está acima dos interesses do cidadão.

Falamos da importância do Estado neoliberal para os capitalistas. Mas porque é importante para os novos modelos de produção citados acima, que os países abrissem suas fronteiras, através da diminuição e até isenção de impostos?

Primeiro é preciso entender quais são as características de um Estado neoliberal: liberado de questões sociais e coletivistas pois consideram que são onerosos aos cofres públicos, fronteiras comerciais liberadas de taxas para facilitar as relações comerciais internacionais, emissão de moeda controlada, mudar leis trabalhistas, previdenciárias, impostos, propriedade intelectual e até as relações com o movimento sindical, modificações estas chamadas de Reforma do Estado.

Mas galera, prestem bastante atenção neste texto final desta lição, não podemos ficar com raiva do que é estrangeiro e começarmos a praticar atos preconceituosos contra os estrangeiros, ações conhecidas como xenofobia.

Mas é preciso olhar para a globalização e o neoliberalismo com certa criticidade. É preciso ter em mente que os trabalhadores e as populações mais carentes em todo o mundo sofrem consequências terríveis por conta de medidas como as que foram descritas acima.

Não podemos ficar, enquanto seres pensantes, à parte de tudo isso, e quando formos desafiados, emitir nossa opinião e mesmo agir em prol de medidas mais justas, mais humanas.

Não esquecendo das milhares de pessoas que vivem à margem de todo esse império construído por uma minoria e que por incrível que pareça, ainda tem a proteção de quem deveria existir apenas para implementar medidas justas que beneficiem a maioria - o Estado.

Referência: Sociologia/vários autores- Curitiba: SEED-PR, 2006.

Abraço a todos!
Bons Estudos!
Professor Maik
Sociologia

terça-feira, 27 de setembro de 2011

AULAS 1 e 2 - Sociologia - CBI - A globalização

1. A velocidade da internet: uma velocidade à vida cotidiana.
- Será que ganhamos mais tempo com essa velocidade ou nos sufocamos mais com compromissos que assumimos por achar que podemos resolver tudo com maior rapidez?
- As marcas comercializadas em outro continente são as mesmas que você usa aqui.
- No cinema, as estreias mundiais.
- O que isso tem a ver com você? Como a globalização interfere na sua vida?

2. O que isto tudo tem a ver com a sociedade em que vivemos?
- Mais uma vez aparece a palavra capitalista na nossa aula, sociedade capitalista para ser mais preciso, a valorização do capital, acúmulo de riquezas, extração da mais valia que pode ser absoluta quando o trabalho se estende em jornadas longas ou além da jornada estipulada legalmente, ou relativa que é gerada pela produção de mais produtos via utilização de novas tecnologias que intensificam a produção.
- Vivemos em uma sociedade que não funciona de forma harmônica, é um funcionamento baseado em contradições, problemas ainda não resolvidos pela humanidade como a fome, a má distribuição da renda, por exemplo. Problemas estes que podem gerar conflitos, crises no funcionamento da sociedade.

3. Mas o que é isso? Crise?
 No mundo capitalista, essa crise tempo de início e um produto e uma razão específica. O tempo de início é a década de 1970, o produto é o petróleo e a razão específica é o aumento do preço do barril desse minério.

4.Porque o petróleo?
 Porque ele é a forma de energia dominante do sistema capitalista, porque ele rege os preços dos produtos, é indispensável para a produção de uma gama sem fim de produtos essenciais ao capitalismo, não só fabricação, mas também funcionamento.
- O controle desse produto significa invasão de países e morte de seres humanos, seres vivos, poluição de mares, rios.
- O aumento do preço do petróleo significa o encarecimento de tudo que é produzido, encarecimentos dos serviços e isso impulsiona a diminuição dos lucros dos capitalistas.

5.Para resolver essa crise quais foram as soluções encontradas pelos capitalistas?
- Diminuir o número de trabalhadores utilizando novas tecnologias e novas formas de organização do trabalho, diminuir as taxas a serem pagas ao estado.
- 3 coisas foram importantes nessa retomada capitalista para vencer a crise.
5.1. A abertura de mercado
- A liberação das fronteiras econômicas dos países para que as empresas estrangeiras se instalem com isenção de taxas (água, luz, impostos) adequação de infra-estrutura que possibilita a chegada de matérias primas e o escoamento da produção (estradas, portos e aeroportos) vejam o exemplo do Intermodal em Ilhéus com a empresa do Cazaquistão.
5.2. A reestruturação produtiva
- Modernização de equipamentos, diminuição de mão de obra (menos contratações), novas tecnologias. Vejam o exemplo das empresas de ônibus de Itabuna e Ilhéus com os chamados "motocobra" a fusão da mão de obra concentrando em apenas um funcionário, gerando desemprego e aumentando o lucro dos proprietários das empresas. 
5.3. Instalação de governos neoliberais.
- O interesse escancarado em governos que permitam a abertura das fronteiras econômicas para exportações e importações, dolarização de mercado, com pouco controle alafandegário e baixa taxação. Facilitando que grandes empresas construa suas bases de produção e distribuição
A globalização então, cria uma ilusão de que vivemos a era de um progresso sem limites, e esconde assim sua forma exploratória - o aumento da exploração do trabalho, com as empresas circulando, se instalando e desinstalando sem se preocupar com o ônus social - e destrutiva - ao estabelecer junto com as políticas neoliberais uma forma de retirar dos trabalhadores a seguridade que as leis trabalhistas proporcionam.
9. Trabalho de casa: O que é um governo liberal?
Referência:
LORENSETTI, Everaldo et al. Sociologia/vários autores. Curitiba:SEED-PR. 2006

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A liberdade, a independência e a vida em sociedade

Liberdade religiosa, uma das manifestações da
vida em sociedade.
Por Gabrielle Campos
Estudante do Ensino Médio do Colégio Batista de Itabuna

Ter autonomia, ser auto-suficiente, não mais depender do outro e sim ter liberdade para aplicar e usufruir os frutos de seu próprio esforço.
No dicionário uma das definições de independência que me chamou a atenção foi: "condição de uma pessoa, de uma coletividade, que não se submete a outra autoridade e se governa por suas próprias leis". Se cada um fosse atuar de acordo com suas próprias leis, o mundo com certeza seria um completo caos, pois o ser humano em si é egoísta. Nossa independência é relativa, pois atuamos de formas diferentes, porém com um padrão a seguir. Se pararmos para analisar veremos, para que haja uma sociedade justa e igualitária, regras têm que ser seguidas, contemplando o desejo da maioria. Para que haja um bem coletivo e um viver prazeroso, as pessoas que não respeitam as leis impostas pelo Estado e que acabam invadindo o espaço alheio ferindo a liberdade do semelhante, como punição, devem passar pela reclusão, longe do convívio social.
Mas, eles não estavam apenas seguindo suas próprias regras? O significado de  independência que o dicionário lhes mostrou? Onde diz que não é necessário submeter-se a qualquer autoridade? Pode-se concluir por fatos cotidianos, que não somos realmente livres, estamos e devemos estar sempre subordinados a algo ou alguém, não podemos fugir desta situação. Mas, não só pelos fatos, também pelas relações sociais, afinal, não podemos atuar de qualquer maneira perante a sociedade não é mesmo? Temos que respeitar o próximo e agir de tal forma que ambos estejam satisfeitos.
Podemos exercer nossa independência tendo convicção daquilo que queremos, defendendo o nosso ponto de vista de forma concreta para que algo melhor ocorra amanhã.
Independência também é poder como seres humanos dignos, não escolher só o que é bom para si mesmo, mas ter compaixão do outro, querendo o bem para ambas as partes.

Redação exigida para composição de nota da III unidade da disciplina de Sociologia, com o tema: Amor + Perspectiva + Respeito + Solidez = Independência

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O Ranking dos colégios de Itabuna segundo o ENEM 2010

Todas as pessoas envolvidas na educação de Itabuna, essa de base, que inicia no fundamental e vai até o Ensino Médio, deveriam olhar com bastante atenção o resultado do ENEM divulgado pelo MEC essa semana.

A boa performance no Exame Nacional, é, sem dúvida, a soma de todos os esforços desde os primeiros anos em sala de aula.

Notamos que escolas bem conceituadas na cidade ainda carecem melhorar seu desempenho, como o caso do Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães que possui boa estrutura, excelente corpo docente, inova ao oferecer serviços de grande importância para os estudantes como a recente inauguração da sala de multimeios, mas ocupa apenas a 15ª posição no município, o último lugar entre os colégios que oferecem o Ensino Médio na cidade e a 421ª no Estado.

O que estaria acontecendo? A posição do colégio no ENEM 2010, merece uma reflexão. Na outra ponta está o CISO/ESTADUAL, que embora busque oferecer condições para os estudantes, percebemos muitas dificuldades enfrentadas pelos seus gestores, em primeiro lugar podemos mencionar a estrutura física que não ajuda, a clientela que oferece grandes desafios para aqueles que buscam achar soluções viáveis para o bom andamento da educação naquela região da cidade, enfrenta problemas com segurança, com falta de professores em algumas disciplinas, o fato de estarem misturados o Ensino Médio e Fundamental no mesmo espaço, são variáveis que agravam a situação e poderiam até justificar a colocação  do CISO entre as piores posições no Ranking do ENEM no município, no entanto, a colocação do colégio na cidade é o excelente 8º lugar, sim, posição considerada muito boa se levarmos em conta tudo que foi dito acima.

Obviamente que não se pode desmerecer o trabalho dos professores de um colégio, em comparação  ao do outro, mesmo porque, acompanho o trabalho dos professores no Modelo e sei que é muito bem feito, mas no CISO, posso afirmar que ali está a marca da superação, também acompanho o trabalho ali desenvolvido e vejo diariamente como as/os docentes Genilda, Gilvan, Júnior Brandão e equipe, correm, suam e compram "brigas", atendem pais, estudantes, buscando atender cada necessidade, sem perder de vista o que realmente querem alcançar. Assim, os resultados chegam e como chegam.

Quantos às escolas da rede privada, sem muitas novidades. O Divina Providência continua desempenhando seu bom papel, já faz algum tempo vem ocupando o primeiro lugar na cidade, seguida pelos colégios Galileu e Sistema, respectivamente, segundo e terceiro lugar no ranking municipal, estes dois últimos sim, travam uma batalha ano a ano para ver quem ocupa a segunda colocação e permanece na busca pelo cobiçado primeiríssimo lugar.

Puxando um pouco a sardinha para o lado de cá, vem aí o CBI, o Colégio Batista de Itabuna, esse ano não fez a prova, pois foi o primeiro ano no Ensino Médio, com apenas 23 estudantes, mas a equipe é boa e os resultados irão provar isso.

De modo geral, quando observamos a colocação no Estado, a partir do segundo colocado, todos os colégios precisam melhorar e muito seu desempenho.


Segue então a lista do Ranking dos colégios itabunenses na última lista do ENEM, ranking relacionado ao município e a devida colocação no Estado:

1º Colégio Divina Providência - 653,76 pontos - 34º na Bahia
2º Colégio e Curso Galileu - 641,79 pontos - 51º na Bahia
3º Colégio Sistema - 619,88 pontos - 108º na Bahia
4º Ação Fraternal de Itabuna (AFI) -599,31 pontos - 158º na Bahia
5º Colégio da Polícia Militar (CPM) - 591,66 pontos - 183º na Bahia
6º Colégio Adventista de Itabuna - 578,98 pontos - 223º na Bahia
7º Cooperativa Educacional - 571,40 pontos - 241º na Bahia
8º Colégio Sesquicentenário (CISO) - 565,77 pontos - 262º na Bahia
9º Centro Int. Oscar M. Falcão (CIOMF) - 557,81 pontos - 277º na Bahia
10º Colégio Luís E. Magalhães (Parque Boa Vista) - 551,48 pontos - 293º na Bahia
11º Colégio Amélia Amado - 544,73 pontos - 316º na Bahia
12º Colégio Maria de Lourdes Veloso - 544,76 pontos - 317º na Bahia
13º Colégio Inácio Tosta Filho - 536,13 pontos - 359º na Bahia
14º Colégio Josué Brandão - 534,33 pontos - 373º na Bahia
15º Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães - 528,2 pontos - 421º na Bahia

domingo, 28 de agosto de 2011

O amor weekend

Como é a vida a dois? Ou como deve ser a vida a dois?

Talvez esse seja um dos temas mais abordados, conversados, pelo qual, autores de vários ramos se debruçam a escrever livros e mais livros, artigos e mais artigos, na tentativa de encontrar ou apresentar uma soluçãozinha qualquer, que possa, quem sabe, dar alento a uma enorme multidão carente de respostas.

Eu, particularmente, defendo que a resposta pode se começar a se revelar exatamente naquela relação que chamamos de namoro.

O título desse post, já mostra onde quero chegar. Você já parou para pensar como as pessoas normalmente são agradáveis na eventualidade? Repare que dificilmente você terá problemas com um amigo que você encontra de vez em quando, é verdade que também você jamais aprofundará a amizade, mais é inegável que a ausência de conflitos será característico, mesmo que ele seja completamente antagônico à você.

Mas vejam, no namoro também não é diferente. Como nessa fase da relação a dois o normal é a manter certa distância de tempo e espaço, você só encontra a amada ou amado, uma, duas vezes por semana, a alegria da chegada e a tristeza da saída, funcionam como força motora para que a relação siga sem maiores problemas. Mesmo que haja encontros diários, mas interrompidos no espaço das 24 horas, a sensação que se tem é que do jeito que as coisas vão, essa relação durará uma eternidade.

Os fins de semana, aqueles dois dias mais aguardados da semana, especialmente a inesquecível noite de sábado, são como se estivéssemos vivendo num paraíso relacional pra lá de especial. Mas espere! Como seria então a relação se esses dois dias se transformassem em sete, e vocês tivessem que conviver as 24 horas de cada dia da semana? Ihh! Muita coisa será percebida, essas que a casualidade camufla.

Com o tempo você vai percebendo que o príncipe pode não ser tão encantado assim e que a princesa do sapatinho dourado, na verdade pode ser mesmo é de barro pintado com tinta dourada.

Lembro de uma máxima dos índios americanos, os chayene, que diz: “você quer mesmo conhecer alguém? Coma com ele uma saca de sal”. Considerando que uma saca de sal contém 50 kg, convenhamos, vai demorar um bom tempo para acabar esse sal, uma metáfora que aponta para a necessidade de um tempo suficiente para serem descobertas todas as diferenças  existentes em uma relação, e não apenas no âmbito amoroso, mas em todas as relações sociais.

Mas nosso assunto aqui é o amor de um casal, mais especificamente, de namorados, e ai? Seu relacionamento resiste a um teste intensivo, do tipo, passar uma semana inteirinha, dividindo o mesmo espaço, a mesma mesa, o mesmo banheiro, o mesmo creme dental, a mesma cama, o mesmo teto? Ou ele é apenas um amor de fim de semana?

Quem sabe, ao observar esse detalhe muitas de suas indagações sejam respondidas, o desafio é admitir que muitas vezes as mudanças beira as raias da impossibilidade e enfrentar o desafio de conviver com as diferenças é o que menos estamos dispostos a pensar, especialmente quando lembramos dos momentos inesquecíveis que vivemos nos fins de semana.

Mas lembre-se, sua felicidade ou infelicidade nesse caso está em jogo, e que jogo! Deixar de dar uma reposta a si mesmo só depois, ou mesmo achar que tudo se ajustará mais adiante é meramente, lançar a sorte, e como devem saber; casamento nunca deve ser considerado como loteria, é na verdade a perfeita sincronia entre razão e emoção.

Para amar alguém adequadamente, precisa antes de tudo, amar a si mesmo.

Você concorda ou não? Responda esse post, vai ser interessante ler seu comentário.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

África, Brasil e Portugal unidos pelas diferenças e igualdades.

Olá gente, saudades de postar, todo esse sumiço foi proposital, solicitei aos meus estudantes nos colégios Batista e CISO, que produzissem trabalhos escolares similares aos que produzimos na universidade, para irem treinando para o futuro. Por conta disso postei algumas orientações e deixei algum tempo como a primeira postagem. Depois também estive na capital baiana, no CONLAB, o Congresso Luso Afro Brasileiro de Ciências Sociais, onde tive o privilégio de ter um trabalho aprovado e é claro, fui lá apresentar, junto com meu estimado professor e orientador/conselheiro, Elias Lins Guimarães. Foi uma viajem muito proveitosa, fiz contato com renomados cientistas sociais de África, Portugal e Brasil, dialogamos sobre nossas "diferenças" e "igualdades". Foram dias marcantes na querida Salvador.
No último dia, uma conferência muito especial, com o famoso escritor moçambicano Mia Couto, autor de entre outras obras, o premiado “O último voou do flamingo”. A conferência "Como Jorge é amado em África", mostrou como o nobre escritor baiano influenciou e ainda influencia os letrados africanos e mais do que isso, como foi importante para nossos irmãos  da África que falam português, a alusão de liberdade, impressa nos personagens amadianos, uma liberdade que sempre foi o sonho de nações que viveram por muito tempo sob os arrochos repressivos e ameaças as mais diversas. Salve o povo africano! Salve nosso amado Jorge! Próximo ao centenário do seu nascimento, que apresentou ao mundo o nosso Sul da Bahia.
A nota triste foi perceber que sentimentos opostos ao bem estar humano como racismo, descriminação e a dúvida que é lançada sobre a capacidade de pensar, criar e ser, ainda existe em alguns, quando nos referimos aos que a sociedade de capacidade pensante limitada acham acerca da alteridade. Lá, no Teatro Castro Alves, no momento das perguntas ao escritor moçambicano, alguém na plateia perguntou:  “porque você vem à Bahia como escritor africano se é branco? Há racismo na África? Houve silêncio na plateia, certa indignação pela pergunta, em seguida a reposta do escritor que mereceu aplausos e animada comemoração, ele disse:  “ não estou aqui como escritor branco ou negro, estou aqui como escritor moçambicano!” Sim, ele está certo, somos todos humanos, está mais do que demodê essa história de limitar nossas ações pelo que somos, pela nossa aparência, pela nossa cor, pela nossa origem, se rica ou pobre. Nesse mundo, hoje, em que se discute se ainda estamos vivendo a modernidade ou já estamos experimentando a alvorada da pós-modernidade, já são inumeráveis os exemplos que dispomos para assegurar que são exatamente as diferenças que nos une, que nos faz melhores, quando as unimos, quando somamos nossas culturas, nossas riquezas, nossos pensares, nos tornamos cada vez mais capazes de superar dificuldades que sempre nos fizeram sofrer. Sim, foi encantador estar entre 3.000 pesquisadores das Ciências Sociais e assegurar que somos todos capazes, cada um de nós, independente de qualquer ‘diferença’ somos todos iguais enquanto humanos, que pena que isso não é verdade quanto ao "usufruir de direitos" ainda sofremos com a desigualdade social, a má distribuição de renda, a discriminação e o preconceito.




terça-feira, 2 de agosto de 2011

Normas para os trabalhos escolares

Para os estimados estudantes dos Colégios Batista de Itabuna e CISO, como combinado em sala de aula.

1. Tipo de papel:
A-4 (210 mm X 297 mm ).

2. Digitação:
a) utilização de um só lado do papel (Anverso da folha);
b) espaço entre linhas 1,5;
c) espaço entre linhas simples (1,0) para:referências bibliográficas e nota explicativa na página de rosto;
d) alinhamento justificado para todo o texto;
e) alinhamento à esquerda para referências bibliográficas e notas;
f) fonte Times New Roman, tamanho 12, para todo o texto.
g) os títulos e sub-títulos dentro de um capítulo ou unidade, recebem alinhamento à esquerda e são digitados em negrito (Times NewRoman, tamanho 12).
h) os títulos de capítulos são centralizados e são digitados em negrito, tamanho 14.

3.Margens e espaçamento:
De modo a permitir uma boa visualização do texto, assim como reprodução e encadernação corretas, devem ser observadas as recomendações a seguir:
a) 3,0 cm na parte superior;
b) 2,0 cm na inferior ;
c) 3,0 cm no lado esquerdo;
d) 2,0 cm no lado direito ;

4.Formato do texto:
Cada capítulo se inicia em uma página nova, sendo que o espaçamento entre cabeçalho e texto deve ser obedecido da introdução à conclusão do trabalho (3 cm), com exceção da capa, folha de rosto, dedicatória e agradecimentos.

Subtítulos dos capítulos deverão estar em destaque no interior da página, observando-se sempre a mesma distância.

Lembrando que este é apenas um ensaio do que é de fato um trabalho que obedece a regras ABNT, que é muito utilizado nas universidades, aliás não só utilizado como obrigatório.
Qualquer dúvida pode escrever neste espaço, ou mandar e-mail para: maik.35@hotmail.com

Bom trabalho para todos!


domingo, 24 de julho de 2011

Tese de doutorado defendida na USP faz cair por terra o mito da preguiça baiana

Colaboração: Carla Almeida

'Preguiça baiana' é faceta do racismo. A famosa 'malemolência' ou preguiça baiana, na verdade, não passa de racismo, segundo concluiu uma tese de doutorado defendida na USP. A pesquisa que resultou nessa tese durou quatro anos. A tese, defendida pela professora de antropologia Elisete Zanlorenzi, da PUC-Campinas, sustenta que o baiano é muitas vezes mais eficiente que o trabalhador das outras regiões do Brasil e contesta a visão de que o morador da Bahia vive em clima de 'festa eterna'. Pelo contrário, é justamente no período de festas que o baiano mais trabalha. Como 51% da mão-de-obra da população atua no mercado informal, as festas são uma oportunidade de trabalho. 'Quem se diverte é o turista', diz a antropóloga.


O objetivo da tese foi descobrir como a imagem da preguiça baiana surgiu e se consolidou. Elisete concluiu, após quatro anos de pesquisas históricas, que a imagem da preguiça derivou do discurso discriminatório contra os negros e mestiços, que são cerca de 79% da população da Bahia.

O estudo mostra que a elevada porcentagem de negros e mestiços não é uma coincidência. A atribuição da preguiça aos baianos tem um teor racista.

A imagem de povo preguiçoso se enraizou no próprio Estado, por meio da elite portuguesa, que considerava os escravos indolentes e preguiçosos, devido às suas expressões faciais de desgosto e a lentidão na execução do serviço (como trabalhar bem-humorado em regime de escravidão??). Depois, se espalhou de forma acentuada no Sul e Sudeste a partir das migrações da década de 40. Todos os que chegavam do Nordeste viraram baianos. Chamá-los de preguiçosos foi a forma de defesa encontrada para denegrir a imagem dos trabalhadores nordestinos (muito mais paraibanos do que propriamente baianos), taxando-os como desqualificados, estabelecendo fronteiras simbólicas entre dois mundos como forma de 'proteção' dos seus empregos.

Elisete afirma que os próprios artistas da Bahia, como Dorival Caymmi, Caetano Veloso e Gilberto Gil, têm responsabilidade na popularização da imagem. 'Eles desenvolveram esse discurso para marcar um diferencial nas cidades industrializadas e urbanas. A preguiça, aí, aparece como uma especiaria que a Bahia oferece para o Brasil', diz Elisete. Até Caetano se contradiz quando vende uma imagem e diz: 'A fama não corresponde à realidade. Eu trabalho muito e vejo pessoas trabalhando na Bahia como em qualquer lugar do mundo'. Segundo a tese, a preguiça foi apropriada por outro segmento: a indústria do turismo, que incorporou a imagem para vender uma idéia de lazer permanente 'Só que Salvador é uma das principais capitais industriais do país, com um ritmo tão urbano quanto o das demais cidades.'

O maior pólo petroquímico do país está na Bahia, assim como o maior pólo industrial do norte e nordeste, crescendo de forma tão acelerada que, em cerca de 10 anos será o maior pólo industrial na América latina.

Para tirar as conclusões acerca da origem do termo 'preguiça baiana', a antropóloga pesquisou em jornais de 1949 até 1985 e estudou o comportamento dos trabalhadores em empresas.

O estudo comprovou que o calendário das festas não interfere no comparecimento ao trabalho. O feriado de carnaval na Bahia coincide com o do resto do país. Os recessos de final de ano também. A única diferença é no São João (dia 24/06), que é feriado em todo o norte e nordeste (e não só na Bahia). Em fevereiro (Carnaval) uma empresa, cuja sede encontra-se no Pólo Petroquímico da Bahia, teve mais faltas na filial de São Paulo que na matriz baiana (sendo que o n° de funcionários na matriz é 50% maior do que na filial citada). Outro exemplo: a Xerox do Nordeste, que fica na Bahia, ganhou os dois prêmios de qualidade no trabalho dados pela Câmara Americana de Comércio (e foi a única do Brasil). Pesquisas demonstram que é no Rio de Janeiro que existem mais dos chamados 'desocupados' (pessoas em faixa etária superior a 21 anos que transitam por shoppings, praias, ambientes de lazer e principalmente bares de bairros durante os dias da semana entre 9 e 18h), considerando levantamento feito em todos os estados brasileiros. A Bahia aparece em 13° lugar. Acredita-se hoje (e ainda por mais uns 5 a 7 anos) que a Bahia é o melhor lugar para investimento industrial e turístico da América Latina, devido a fatores como incentivos fiscais, recursos naturais e campo para o mercado ainda não saturado. O investimento industrial e turístico tem atraído muitos recursos para o estado e inflando a economia, sobretudo de Salvador, o que tem feito inflar também o mercado financeiro (bancos, financeiras e empresas prestadoras de serviços como escritórios de advocacia, empresas de auditoria, administradoras e lojas do terceiro setor).

Depois desta análise, ainda é possível acreditar que o baiano é preguiçoso? Muito pelo contrário, é um povo dinâmico e criativo. A diferença consiste na alegria de viver, e por isso, sempre encontram animação para sair, depois do expediente ou da aula, para se divertirem com os amigos...

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Criar expectativas é aceitar o compromisso de satisfazê-las

Em uma reunião pedagógica, presenciei uma cena no mínimo curiosa. É triste observar como as pessoas às vezes não sabem lidar com o sucesso e o transforma em seu próprio algoz.

Um profissional de educação, convidado para dar  palestra para professores em uma escola da rede privada, chegou, cheio de aparatos, data show, notebook, powerpoint devidamente preparado.

Aí alguém, como pede a formalidade, começou a apresentá-lo: "O professor fulano de tal, é formado em Letras pela universidade tal, fez pós-graduação em outra tal, especialização em mais outra lá". Enquanto transcorria a apresentação, o apresentado tratou de imediatamente colocar no data show todos os seus títulos, suas conquistas acadêmicas e em seguida, com ar pomposo, iniciou a palestra.

Sua proposta era mostrar aos profissionais de educação presentes, os novos métodos de trabalho em sala de aula. Métodos, que segundo suas pesquisas e "vasta experiência" na área de educação, têm surtido grandes efeitos sobre a criançada, e, sem dúvida alguma, transformariam cada estudante em grandes conhecedores de todas as disciplinas a serem estudadas, muito mais que os velhos métodos de ensino ultrapassados, que deixou muita gente pelo caminho.

Fazia suas ponderações quando uma professora resolveu comentar uma de suas colocações. A profissional argumentou que não via daquela forma, entendia que as muitas tentativas de modernizar o ensino,  transformou a educação numa suposta panacéia, aquela que pode curar todos os males, coisa que na prática não vem ocorrendo pois, muito embora o professor deseja ser um agente de transformação com melhores resultados, o sistema de ensino no Brasil engessa o processo, desmotiva o docente no seu sonho de oferecer o algo mais. E afirmou que, apesar de estudar no método de ensino tradicional, estava ali, chegou onde queria chegar.

O palestrante não se deu por convencido e desafiou:“você chegou, mas quer ver eu te provar que o método antigo não é produtivo? Quantos de seus colegas conseguiram chegar onde você está?"
Ele não contava com a resposta da professora. Ela disse: “todos, todos os meus colegas conseguiram chegar!”

Ele arregalou os olhos e disse: "como assim? Todos?!" Outra docente mais experiente que por acaso havia sido professora da colega, completou: "sim! Todos os meus alunos chegaram à faculdade, e hoje estão  no mercado de trabalho como profissionais qualificados".

Um silêncio... um suspiro...e o palestrante disse: “ahh! Mas isso é uma exceção, na maioria dos casos, os estudantes vão ficando para trás". Se sim, ou se não, o fato é que esse episódio desconcertou o pobre rapaz, os argumentos foram ficando sem fundamentação, outros colegas entraram na discussão e se viu, nitidamente, que o rapaz amarelou. Em um dado momento, ficou claro, que o maior desejo dele era  terminar aquela palestra, pear a grana da contratação e sair daquele lugar o mais rápido possível, e foi exatamente o que aconteceu.

Não sei o que o leitor pensa, mas imagino que quando você se predispõe a defender algo, uma ideia, é preciso se cercar de argumentos poderosos, convincentes, quase irrefutáveis e se preparar para as perguntas que certamente surgirão. Ter para cada uma delas respostas que, se não respondem completamente, ao menos devolva para o questionador, a sensação de que é possível que seja mesmo assim.

Particularmente não vejo nada demais em você apresentar suas credenciais, afinal, você lutou para conseguir cada uma delas, e, de modo quase geral, as pessoas gostam de saber que estão diante de uma pessoa qualificada. No entanto, é preciso estar ciente que apresentar credenciais é criar expectativas. E quando estas são criadas, por favor, satisfaça-as, do contrário, você adquire o passaporte para seu próprio fim, seja em qualquer área da vida; no namoro, no casamento, no profissional, nas amizades, e em tudo que diz respeito às atividades humanas.

O mundo moderno, ou como queiram alguns estudiosos, o mundo pós-moderno ou líquido, se tornou muito exigente e competitivo. Não se aceita o mediano, o quase bom, é preciso buscar a excelência. Em tempos de ISO de todos os valores, o que vale mesmo é a superação de expectativas, e não o comum, o trivial. Este pode ser encontrado em quase todas as esquinas. Mas responda esta questão: depois de alcançada a excelência, por qual motivo algumas pessoas sentem repentina dificuldade em lidar com o sucesso?

sexta-feira, 1 de julho de 2011

E a vingança, a quem pertence mesmo?

Diz o ditado popular, que se vingança fosse um prato, seria algo para se comer frio. Ou seja, não se deve ter pressa para vingar-se, é preciso esperar, planejar, se cercar de provas, de proteção, para depois investir contra aquele ou aquela com quem queremos nos vingar.
No dicionário, vingar no sentido de vingança é tirar desforra, punir, castigar. Diferente de vingar no sentido de acontecer, que significa ter bom êxito, crescer, prosperar, vencer obstáculos. Êta língua portuguesa hein?!
Nesses últimos dias, na novela Insensato Coração da Rede Globo, apesar das questionadas atuações de alguns atores e atrizes, o Brasil acompanha, batendo recorde de audiência, a vingança de Norma (Glória Pires), contra Léo (Gabriel Braga Nunes) que no passado cometeu um crime e fez com que ela fosse considerada culpada, levando-a inocentemente a passar um bom tempo na cadeia.
Norma planejou cada detalhe da vingança, não aceita de forma alguma que nem mesmo a polícia chegue primeiro no meliante, tanto que o aprisionou em sua casa, tirando-lhe o direito de ir e vir, impossibilitando-o até mesmo de falar com familiares, negando-lhe todo e qualquer meio de comunicação com o mundo exterior, tentando fazê-lo sentir a mesma sensação que ela sentiu quando esteve atrás das grades.
Mas surgem as perguntas: até que ponto, fazer justiça com as próprias mãos traz real satisfação? Até onde podemos levar o nosso plano de vingança? Saberemos dosar adequadamente tal ato? Ou acabaremos nos tornando criminosos, nos equivalendo ao inimigo, objeto de nossa vingança?

A trama em " Insensato Coração":
vale a pena fazer justiça com as próprias mãos?

Quais os reais benefícios da justiça com as próprias mãos, se há? E quais os perigos que enfrentaremos se nos colocarmos frente a frente com o inimigo? São inúmeros os questionamentos que surgem numa situação como esta. Quantas vezes ao longo da nossa vida já sentimos vontade de revidar imediatamente ao que nosso malfeitor nos fez? Quantas vezes torcemos para que aquela pessoa que nos prejudicou se dê mal na vida? Ou quantas vezes ao saber que um inimigo se deu mal, soltamos aquele riso interno descarado e muitas vezes exclamamos; "bem feito! Mereceu!"
Norma, lá na novela, está se vingando em alto nível, utilizando de todo o poder que chegou às suas mãos, mas ao mesmo tempo levou para dentro de sua casa um inimigo peçonhento de alta periculosidade, é um tiro que não mata e que ainda pode sair pela culatra e ela acabar se tornando vítima do veneno do inimigo, ou até do veneno que ela mesma produziu contra ele.

Por fim, mais algumas perguntas: sabemos mesmo elaborar e executar sem nenhum risco nosso plano de vingança? Será que vale a pena abrir mão da prerrogativa do Estado em aplicar a lei contra nosso malfeitor?
Até que ponto a vingança pertence a Deus ou aos homens? O que você acha disso? Comente.

sábado, 25 de junho de 2011

Festas juninas e Gonzagão - inseparáveis

Anúncio da festa em Caruaru - PE, cantada por Luís Gonzaga
como a Capital do Forró.
A festa de São João no Nordeste é uma festa "arretada" de boa. Considero que não há festa popular mais rica em termos culturais e com tão grande participação popular. Nela participam todos: ricos, pobres, gente de toda categoria, sem distinção. Aliás, é quando o homem simples do campo está na moda, a fantasia principal é calça remendada, camisa de chita estampada ou quadriculada, chapéu de palha e ainda tem aqueles que pintam um dente de preto pra dizer que tá "banguelo". Sem dúvida alguma é irresistível uma fogueira queimando na noite fria, um quentão (bebida típica) pamonha, canjica, amendoim cozido, milho assado, carne assada, muita azaração e por aí vai.
As festas juninas são completas. Tem alegria, calor humano, simplicidade, muita comida boa e música, muita música típica como o forró pé de serra, cujo artista principal é um sanfoneiro com chapéu de couro, e chinelo de dedo acompanhado por um zabumbeiro e um triângulista (tocador de triângulo), pronto a festa está completa.
Na parte musical não dá pra falar, forró de São João sem mencionar Luiz Gonzaga, o Gonzagão, cantor e compositor das canções mais tocadas nas festas Juninas até os dias atuais. A história de Gonzaga e de sua sanfona ele mesmo conta, dizendo que depois de ameaçar o pai de sua noiva que espalhou em sua cidade natal Exu, uma pequena cidade pernambucana, que ele não tinha futuro algum como tocador de sanfona, e que por isso não podia casar com sua filha.
Sua mãe e seu pai lhe deram uma surra, pois não aceitava que filho deles agredisse ninguém. No dia seguinte fugiu de casa e saiu pelo brasilzão. Depois de 9 anos servindo ao Exército, chegou no Rio de Janeiro, comprou uma sanfona branca e foi tocar pela cidade, passou a ser conhecido, gravou discos e começou a ganhar dinheiro, até que um dia resolveu voltar para sua terra natal. Lá se achando grande tocador, famoso e com dinheiro, quis se engrandecer para os conterrâneos. Seu pai, Januário, inventor da sanfona de 8 baixos, construída a partir de pedaços de madeira, tubos de canos de metal e sobra de outros instrumentos, via e ouvia seu filho se mostrar como sua sanfona 120 baixos. No meio do povo, indignado com aquela tentativa de Luís gonzaga em "ser melhor tocador" do que o pai, um velho conhecido da família bradou: "Luí" respeita Januário! Tu pode ser famoso, mas teu pai é mais tinhoso e aqui no sertão ninguém toca igual a ele! Respeita os 8 baixos do teu pai.
Esse episódio inspirou uma das músicas mais incríveis do repertório de Luíz Gonzaga; Respeita Januário. Composição em parceria com Humberto Teixeira que transcrevo aqui como foi composta, inclusive com seu impagável comentário, aludindo à fala do "Cumpade Véi Jacó". Simplesmente sensacional.

Respeita Januário
Composição: Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira

Quando eu voltei lá no sertão
Eu quis mangar de Januário
Com meu fole prateado
Só de baixo, cento e vinte, botão preto bem juntinho
Como nêgo empareado
Mas antes de fazer bonito de passagem por Granito
Foram logo me dizendo:
"De Itaboca à Rancharia, de Salgueiro à Bodocó, Januário é o maior!"
E foi aí que me falou meio zangado o véi Jacó:
Luíz respeita Januário
Luíz respeita Januário
Luíz, tu pode ser famoso, mas teu pai é mais tinhoso
E com ele ninguém vai, Luíz
Respeita os oito baixo do teu pai!
Respeita os oito baixo do teu pai!
Eita com seiscentos milhões, mas já se viu!
Dispois que esse fi de Januário vortô do sul
Tem sido um arvorosso da peste lá pra banda do Novo Exu
Todo mundo vai ver o diabo do nego
Eu também fui, mas não gostei
O nego tá muito mudificado
Nem parece aquele mulequim que saiu daqui em 1930
Era malero, bochudo, cabeça-de-papagaio, zambeta, feeei pa peste!
Qual o quê!
O nêgo agora tá gordo que parece um major!
É uma casemiralascada!
Um dinheiro danado!
Enricou! Tá rico!
Pelos cálculos que eu fiz,
ele deve possuir pra mais de 10 ontos de réis!
Safonona grande danada 120 baixos!
É muito baixo!
Eu nem sei pra que tanto baixo!
Porque arreparando bem ele só toca em 2.
Januário não!
O fole de Januário tem 8 baixos, mas ele toca em todos 8
Sabe de uma coisa? Luiz tá com muito cartaz!
É um cartaz da peste!
Mas ele precisa respeitar os 8 baixos do pai dele
E é por isso que eu canto assim!
"Luí" respeita Januário
"Luí" respeita Januário
"Luí", tu pode ser famoso, mas teu pai é mais tinhoso
Nem com ele ninguém vai, "Luí"
Respeita os oito baixo do teu pai!
Respeita os oito baixo do teu pai!
Respeita os oito baixo do teu pai!

quarta-feira, 22 de junho de 2011

O amor de um filho para com o pai - menino americano de 7 anos dirige 30km para tentar encontrar o pai

CASEVILLE, EUA - Um garoto de 7 anos, descalço e usando pijama, pegou o carro de sua mãe e dirigiu por 30 quilômetros, chegando a velocidade de 80 km/h, para tentar encontrar seu pai, que mora em outro estado.
Perto do objetivo, ele foi parado pela polícia do estado americano de Michigan.
- Ele estava chorando e dizia incessantemente que queria ver seu pai. E foi isso: ele só queria ir para a casa do pai - disse Jamie Learman, chefe da polícia da cidade de Caseville, onde o menino foi pego.

A polícia começou a procurar por um carro Pontiac Sunfire na manhã desta segunda-feira após uma denúncia sobre um motorista muito novo que passara na região.

O menino estava morando com sua mãe na área rural de County's Sheridan Township, norte do estado de Detroit. Ela tinha trabalhado no turno da noite e não tinha conhecimento que seu filho e o carro tinham desaparecido.

O garoto esperava chegar na cidade do pai, Filion, também no norte de Michigan.

Fonte: G1

terça-feira, 21 de junho de 2011

Escrever é criar. É também brincar de ser Deus!

As vezes ficava me perguntando porque meus colegas na faculdade não escreviam nada para ser publicado no blog do curso. Deixava-me um pouco decepcionado, afinal construi o blog pensando neles, na intenção de publicar suas ideias, suas inquietações e promover entre nós um exercício daquilo que é o nosso objetivo enquanto estudantes de Ciências Sociais. Questionar, pesquisar, opinar. O fato é que poucos me enviam textos, mesmo os que defendem uma bandeira não parecem dispostos a escrever algo sobre o assunto preferido. Isso me deixava também intrigado, achava que era porque não tinham interesse em publicar no blog, ou que o blog não se fazia merecido para tal. Tudo isso pensava até que ultimamente passei a experimentar essa dificuldade de escrever em mim mesmo, mesmo sendo uma atividade que me faz muito bem. Mas há momentos que de fato, não conseguimos produzir.

Outro dia um colega me confessou que tinha um assunto sobre o qual precisava e queria muito escrever, já sabia até por onde começar, mas não se sentia motivado a fazê-lo. Por várias vezes sentava em frente ao computador e simplesmente o texto não saia, é uma coisa incrível.

Tenho passado por isso nestes últimos dias, depois de ter passado dois meses na labuta para escrever sobre um tema específico para apresentar em um congresso de cientistas sociais, parece que não me encontro com motivação para escrever mais alguma coisa. É como se estivesse precisando recarregar as baterias. Fico pensando o que acontecia com grandes escritores como William Sheakspeare, que precisavam encontrar inspiração sempre, e que por inúmeras vezes saiam do seu “habitat natural” para encontrar inspiração. Como renomados escritores buscaram suas fontes de inspiração ao viajar pelo interior, por lugares remotos, ouvindo histórias, relatos incríveis, numa situação em que a base da história não se encontra necessariamente no escritor, mas no seu mundo exterior. Como aconteceu, por exemplo, com Euclides da Cunha e seu incrível “Os sertões”. Posso crer que de modo geral a inspiração não era assim tão ininterrupta e sua busca fora do contexto em que vivia era imprescindível.

Escrever é um estado de espírito, é momento propício, é inspiração. É buscar um tema, um assunto norteador, não por acaso se buscarmos ler as biografias dos grandes escritores, veremos que além de suas próprias histórias de vida, encontravam inspiração em acontecimentos marcantes da história, na vida inusitada de pessoas simples e famosas.

Escrever é criar, inovar. É, assim como fazem os cientistas inventores, brincar de ser Deus, e não há mal algum nessa brincadeira, afinal fomos todos criados à sua imagem e semelhança. Mas por isso mesmo não é uma atividade fácil de desempenhar, é desafiadora, porém gratificante. E você? Qual a sua opinião sobre esse assunto? Inspire-se e escreva aqui seu pensar! Exercite-se! Quem sabe seja este um bom momento para começar a tão honrosa atividade?!

terça-feira, 14 de junho de 2011

A liberação da maconha e seus efeitos sobre a sociedade brasileira.


DEGRADAÇÃO
 A montagem acima sobre a foto
de um modelo simula os efeitos
 de alguns anos de uso de drogas.
Click na foto e veja detalhes.
 Por Carlos Alberto Di Franco
Paul Johnson é um dos grandes historiadores e intelectuais da atualidade. Autor do monumental Tempos Modernos, seus textos são provocadores. Em seu livro Os Heróis, destaca a importância decisiva das lideranças morais.
“Os heróis”, diz, “inspiram, motivam, (...) Eles nos ajudam a distinguir o certo do errado e a compreender os méritos morais da nossa causa”. Os comentários de Johnson trazem à minha memória a vida de um herói, cuja morte ocorreu na madrugada do dia 29 de maio, em Taquaritinga, interior do Estado de São Paulo: Leo de Oliveira, diretor da Comunidade Terapêutica Horto de Deus (www.hortodedeus.org.br).
Leo lutou bravamente contra um câncer devastador. Fragilizado, com as defesas na lona, sucumbiu ao ataque oportuno de uma pneumonia. Nunca se queixou. Tinha uma fé inquebrantável, raiz de seu otimismo contagiante. Após uma consulta ao seu oncologista, e na iminência de uma nova cirurgia, enviou-me uma mensagem bem característica de sua maneira de enfrentar as contradições: “Não existe outra alternativa. Cirurgia. O novo tumor está atrás do coração. Nada que Deus não possa resolver”. Assim era Leo.
Não pensava em si mesmo. Sua vida foi uma dedicação total aos seus “meninos”, aos dependentes de drogas que, ao longo de três décadas, encontraram nele um braço de pai e um coração de mãe. Mais de mil jovens recuperaram a dignidade e a esperança na entidade fundada por Leo de Oliveira. Seu sepultamento, na tarde ensolarada do último domingo de maio, foi impressionante. Centenas de jovens recuperados, vindos dos quatro cantos do Brasil, desembarcaram na pequena Taquaritinga. As lágrimas não eram apenas um frêmito de dor. Eram um grito de agradecimento, uma sentida despedida àquele que lhes devolveu a vida.
Em contraste com o trabalho de recuperação dessa entidade, com notáveis índices de recuperação, vejo, com preocupação, renovadas tentativas de liberação das drogas, algumas capitaneadas por lideranças respeitáveis. É o caso do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Todos, menos os ingênuos, sabem que, assim como não existe meia gravidez, também não há meia dependência. É raro encontrar um consumidor ocasional. Existe, sim, usuário iniciante, mas que muito cedo se transforma em dependente crônico. Afinal, a compulsão é a principal característica do adicto. Um cigarro da “inofensiva” maconha preconizada pelos arautos da liberação pode ser o passaporte para uma overdose de cocaína.
Segundo o respeitado especialista Ronaldo Laranjeira, professor do departamento de psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo e coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (UNIAD), os defensores da liberação preconizam uma solução teórica, mas completamente irreal. “Acha-se no Brasil que se tivermos maior liberdade para usarmos drogas, ou afrouxarmos os controles sociais, acabaremos com o crime, com o tráfico e com o consumo desenfreado de drogas. Somente uma visão desconectada do mundo das drogas poderia sustentar esse castelo de areia conceitual. Um dos aspectos importantes é que, ao afrouxarmos os controles sociais, seguramente aumentaremos o consumo das drogas. Quem pagará essa conta será a população com menor poder aquisitivo, e não aquela que participa de passeatas em favor da maconha. Um a cada dez adolescentes que consomem maconha terá um surto psicótico. O custo social e humano desse fenômeno será pago por quem menos consegue arcar com a saúde. Os grandes desafios em relação às drogas no Brasil é criarmos experiências de prevenção que efetivamente funcionem e desenvolvermos um sistema de tratamento para os que ficam dependentes químicos”, conclui Laranjeira.
Leo de Oliveira morreu pobre. Nunca ocupou as manchetes dos jornais. Mas foi um autêntico herói. Os dependentes de drogas recuperados pela eficácia do seu trabalho silencioso encontraram nele um exemplo e um modelo de dedicação e carinho. Sua existência foi fecunda. E sua presença se perpetuará no brilho dos olhos de centenas de jovens.
Carlos Alberto Di Franco é diretor do Master em Jornalismo, professor de Ética e doutor em Comunicação pela Universidade de Navarra e colunista do Jornal A Tarde.
Texto publicado no Jornal A Tarde de 13 de junho de 2011.

O BRUTAL E DESUMANO UNIVERSO DAS REDES SOCIAIS - Por Maik Oliveira

Desligue suas redes sociais! A frase pode parecer de um rigor extremo, mas é o que sugerem importantes nomes do Vale do Silício, ex funcioná...